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Novembro - Nº 235

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EQUIPA EDITORIAL<br />

Directora<br />

Sandra Ferreira - CC nº28<br />

lusitanozurique@gmail.com<br />

Sub-director<br />

Armindo Alves - CC nº31<br />

armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />

Colaboração<br />

4 Cristina Fernandes Alves CC nº32<br />

4 Maria José Bernardo CC nº29<br />

4 Pedro Nabais CC nº 30<br />

4 Joana Araújo CC nº27<br />

4 Jorge Rodrigues CC nº33<br />

4 Jorge Macieira CC nº 66<br />

4 Maria dos Santos CC nº 65<br />

4 Daniel Bohren<br />

4 Zuila Messmer<br />

4 Domingos Pereira<br />

4 Carmindo de Carvalho<br />

4 Euclides Cavaco<br />

4 Carlos Ademar<br />

4 Carlos Matos Gomes<br />

4 Amílcar Malhó<br />

Nota: Os artigos assinados re fle ctem tão-somente<br />

a opinião dos seus autores e não vinculam<br />

necessariamente a Direcção desta Revista<br />

Publicidade:<br />

armindo.alves@garage-mutschellen.ch<br />

079 222 09 14<br />

Edição, composição<br />

e paginação<br />

Manuel Araújo -Jornalista 4365<br />

Braga – Portugal<br />

araujo@manuelaraujo.org<br />

Tel.:(+351) 912 410 333<br />

Impressão: DM Braga<br />

Tiragem: 2000 exemplares<br />

Periodicidade: Mensal<br />

Distribuição gratuita<br />

Esta publicação não<br />

adopta nem respeita o<br />

(des)Acordo Ortográfico<br />

Propriedade<br />

& administração:<br />

Centro Lusitano de Zurique<br />

Birmensdorferstrasse 48<br />

8004 Zürich<br />

Tel.: 044 241 52 60<br />

Fax: 044 241 53 59<br />

Web: www.cldz.ch<br />

E-mail: info@cldz.ch<br />

EDITORIAL<br />

Editorial<br />

<strong>Novembro</strong> 2017<br />

Sandra Ferreira<br />

Directora<br />

Cartão C.C. nº 28 - CCPJ<br />

Violência doméstica<br />

(a)provada?<br />

No mês passado já falamos do tema do terrorismo incendiário que continua em Portugal.<br />

Mais uma vez, e desta fez de uma forma incontrolável, Portugal foi vítima de mais<br />

incêndios por todo o País, colocando o mês de Outubro como o pior mês de incêndios<br />

de todo o ano em Portugal.<br />

Para não voltar as causas e culpados, como fiz na passada edição, desta vez gostava de<br />

salientar a solidariedade que este flagelo cria nas pessoas e a união das mesmas. São<br />

várias as histórias de solidariedade que lemos nas notícias todos os dias, e por isso o<br />

meu bem haja aqueles que apoiam estas pessoas, muitas delas que perderam uma vida<br />

inteira.<br />

Este mês gostava de escrever algumas palavras sobre outro tema de que se tem falado<br />

muito e que muito me tocou, sendo eu também mulher. Trata-se do acórdão do Tribunal<br />

da Relação do Porto, que veio mais uma vez provar que em Portugal temos uma sociedade<br />

machista em que o papel da mulher continua a ter a mesma importância que tinha<br />

nos séculos passados. Como é possível que dois juízes, um deles sendo mulher, achar<br />

que a violência doméstica exercida sobre uma mulher que cometeu adultério, não seja<br />

grave?<br />

Se por um lado é repugnante que a justiça portuguesa olhe para a mulher desta forma<br />

em pleno século XXI, por outro lado é bom sermos confrontados com este tipo de<br />

acórdãos, para acordarmos para um dos crimes mais cometidos em Portugal: a violência<br />

doméstica. E para que a mulher Portuguesa, assim como muitas mulheres mundo fora,<br />

sejam capazes de finalmente lutar pela igualdade de género em Portugal.<br />

Sim, porque penso que o problema não está apenas no machismo cultural existente e<br />

entranhado na cultura Portuguesa, mas também na visão que nós próprias mulheres<br />

temos desta situação. Se é verdade que os homens vêem no acto de adultério por parte<br />

de um homem um acto de cumprimento das suas necessidades físicas, já o adultério<br />

por parte das mulheres é “desrespeito e a humilhação do homem” tornando-se ela para<br />

a sociedade numa “prostituta. Pois o problema está mesmo aí, pois muitas de nós mulheres<br />

vêem isto da mesma forma que os homens: “o homem é um machão e a mulher<br />

uma pu…“.<br />

Com isto não quero dizer que o adultério seja um acto que não deva ser descriminado<br />

ou criticado. Sim devemos! Mas devemos fazê-lo de igual forma independentemente<br />

do género que o pratica.<br />

O que não é compreensível nem aceitável é que a violência doméstica seja visto como<br />

um bom método de punição para estes casos. Isso sim é inaceitável. E está mais que<br />

na hora, tanto por parte da justiça, como da comunicação social e da opinião pública<br />

de terem um papel activo na punição severa de quem pratica violência doméstica, mas<br />

também do reconhecimento do papel importante da mulher na sociedade, assim como<br />

o do homem é visto.<br />

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