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Revista Curinga Edição 12

Revista Laboratorial do Curso de Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto.

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MATEL ©<br />

MATEL ©<br />

Identidade<br />

Fantástico<br />

mundo real<br />

São seis horas da manhã. Já tomei meu banho<br />

e agora caminho até o ponto de ônibus para ir ao trabalho. De<br />

olhos abertos, mas ainda dormindo e sonhando. Sento no ônibus<br />

e coloco aquela música que não sai mais da cabeça, aquela<br />

que me diz “Do you still believe in magic?” do Coldplay (“Você<br />

ainda acredita em mágica?”) e sigo escutando- a repetidamente.<br />

O trajeto ainda é longo, mas fica curto com tanta imaginação.<br />

Vejo o que vou fazer no meu dia, tento me organizar,<br />

coloco uma pitada de sonho e vou seguindo com meus planos.<br />

No trabalho, o telefone não para de tocar. Pessoas andando<br />

para lá e para cá. Quero calma. Quero paz. Quero ir para<br />

a praia nesse exato momento. Ficar de frente ao mar, ouvir o<br />

barulho das ondas.<br />

- Bruna, cadê meu relatório para reunião das quatro horas?<br />

Pergunta meu chefe.<br />

E meu momento de devaneio fica mais distante. Queria<br />

tanto sentir o cheiro de praia, pisar o pé na areia. Mas sigo<br />

no meu dia.<br />

- E o relatório, Bruna? A reunião começa daqui uma hora.<br />

Vá imprimir! Digo para mim mesma.<br />

Ainda faltam cinco horas nessa sala fechada do décimo<br />

primeiro andar desse prédio, com tantos outros inúmeros andares.<br />

O movimento no escritório parece diminuir. Olho pela<br />

janela e o céu já está escuro.<br />

Conto um pouco do meu dia para que você também olhe<br />

para o seu e pense um pouco mais sobre o que gostaria de<br />

fazer e não sobre o que deveria fazer. E ver que a fantasia tem<br />

seu espaço na nossa rotina, que não é algo bobo ou supérfluo.<br />

A fantasia tem seu valor! Vamos deixar nos conhecer melhor<br />

e seguir nossos desejos.<br />

Continuar pensando em estar na praia. Sentir aquele<br />

cheiro do mar e ver o pôr do sol...<br />

Barbie mania<br />

Mais de 600 bonecas em um quarto. O dono desse<br />

cômodo é o figurinista de 30 anos, Vitor Carpe, que coleciona<br />

em sua casa em Belo Horizonte essas “dolls”, como<br />

chama carinhosamente. O interesse pelas Barbies ganhou<br />

força devido à escolha profissional de Vitor. Elas servem<br />

de inspiração e fonte de pesquisa, já que coleciona bonecas<br />

voltadas para o universo da moda. Há quatro anos,<br />

em 2010, ele começou a colecionar, quando a Mattel lançou<br />

uma coleção com quatro bonecas negras. O colecionador<br />

diz não ser muito tradicional encontrar exemplares<br />

negros no Brasil e por isso não demorou e comprou logo<br />

a coleção. Para adquirir as bonecas, os meios variavam<br />

desde lojas nacionais a leilões em lojas virtuais.<br />

“As bonecas às vezes ajudam a dar uma relaxada,<br />

arrumá-las e dar manutenção ajuda a pensar”, conta Vitor,<br />

que não tem uma “doll” preferida. Tem vez que gosta<br />

mais de uma, mas logo depois muda de ideia. Essa<br />

fantasia aproxima o figurinista de grandes estilistas do<br />

mundo, já que em maior parte da sua coleção tem roupas<br />

reduzidas dessas marcas. Além de ser possível perceber o<br />

padrão de modelagem, costura e a identidade das marcas.<br />

Homem. Coleção de Barbies. O colecionador conta<br />

que como já trabalha em um universo feminino por meio<br />

de produção de moda e figurino, a coleção causa menos<br />

estranhamento nas pessoas. O que impacta é a quantidade<br />

de bonecas. Bonecas essas que servem de válvula de<br />

escape. Vitor acredita ser importante construir um refúgio<br />

para esses dias agitados da rotina, por isso sua coleção<br />

está em sua casa, lugar onde se acolhe e se recarrega<br />

como ele diz, “bateria à Elke Maravilha: Erguemos em<br />

nossa casa nossa altar”!<br />

Para a socióloga Luciana Dulci, os colecionadores<br />

buscam reunir objetos de gosto pessoais, seja para hobby,<br />

lazer ou diversão. E este hobby pode, também, facilitar<br />

as trocas e as amizades com pessoas de interesses semelhantes.<br />

Mas também ressalta que, se o colecionador usa<br />

o hobby como compulsão, quando gasta mais tempo e<br />

dinheiro do que poderia, prejudica suas relações sociais<br />

e suas condições de saúde material ou física, colecionar<br />

deixa de ser considerada uma ação saudável.

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