saúde suplementar | tendências Preparo para a reinvenção Mercado de saúde suplementar tenta se equilibrar entre demandas dos clientes, alto custo de operação e a necessidade de abrir as portas às novas tecnologias Amanda Cruz 26
As mudanças no Rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar – que determina as coberturas mínimas que todos os beneficiários têm direito e é reformulada a cada dois anos -, estão cada vez mais robustas, visando atender as necessidades e demandas dos beneficiários da saúde suplementar. Foram incluídos neste ano, além da inédita cobertura para esclerose múltipla, outros exames, terapias e cirurgias, totalizando 18 procedimentos. Para José Anselmo Neto, diretor da Vichiwork – consultoria em benefícios e treinamentos empresariais, essas iniciativas parecem ser benéficas para os pacientes, mesmo que na outra ponta exista a preocupação com o impacto que essa decisão causará. “Certamente, o maior impacto virá dos tratamentos orais para câncer. Ao todo, são oito novos aprovados, o que representou um grande avanço no tratamento de muitos pacientes”, reforça. Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da Fenasaúde, afirma que a revisão é desejada pelos consumidores, mas as incorporações, geralmente, têm custos que podem ser muito altos. “Portanto, há um problema de escolha: incorporar tudo de forma imediata, e aceitar os custos, ou considerar a capacidade de pagamento dos beneficiários e empresas que contratam planos de saúde”, pondera. Esse é um momento em que o setor precisa se reinventar, diminuir os custos, mudar antigas concepções de atendimento e parar de perder beneficiários. De acordo com dados divulgados pelo Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), em novembro de 2017 houve uma queda de 1,1% no total de pessoas atendidas pelo sistema suplementar, o que pode não parecer uma baixa muito grande, mas é significativo se for levado em consideração que esse setor, que sempre foi extremamente promissor, ainda não atinge uma parcela tão grande da população, mesmo sendo um benefício tão desejado. A pergunta agora é: como seguir o órgão máximo, oferecer tudo o que é preciso, pensar em diferenciais de mercado e ainda lidar com os desafios que aparecem? Com quem a saúde suplementar 27