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propmark.com.br ANO 53 - Nº 2686 - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> R$ 15,00<br />
Na era multitela, tV se transforma<br />
a TV aberta está mais viva do que nunca. dados do Kantar Ibope media mostram que o tempo<br />
médio que o telespectador <strong>de</strong>dica ao consumo do meio aumentou em mais <strong>de</strong> uma hora por dia nos<br />
últimos <strong>de</strong>z anos. e isso só é possível porque a televisão tem se transformado com a era multitela,<br />
combinando conteúdo gratuito e a ampliação da sua cobertura com mobile. especial do ProPmarK<br />
aborda também a força <strong>de</strong> fenômenos <strong>de</strong> audiência como as novelas e os reality shows. pág. 6<br />
sumkinn/iStock<br />
ceO dA wuN<strong>de</strong>RmAN<br />
eleNcA pRiORidA<strong>de</strong>s<br />
Há apenas cinco meses<br />
no cargo, Pedro Reiss está<br />
confiante. Ele <strong>de</strong>staca<br />
que sua priorida<strong>de</strong> número<br />
um é a retenção <strong>de</strong><br />
talentos. Outro <strong>de</strong>safio<br />
é buscar novos mo<strong>de</strong>los<br />
<strong>de</strong> serviços. pág. 48<br />
hit <strong>de</strong> ANittA embAlA A cOpA dO mcdONAld’s<br />
Campanha criada pela agência DPZ&T, que também<br />
traz o jogador da seleção brasileira Neymar<br />
Jr., apresenta versão da música Show das Po<strong>de</strong>rosas<br />
e dá o pontapé inicial na série <strong>de</strong> ações da<br />
companhia para o mundial da Rússia. pág. 55<br />
filme mOstRA A<br />
fORçA dO OutdOOR<br />
Três anúncios para<br />
um crime lembra<br />
po<strong>de</strong>r da comunicação<br />
em cartazes<br />
esquecidos à beira <strong>de</strong><br />
uma estrada. Frances<br />
McDormand levou<br />
Oscar <strong>de</strong> atriz. pág. 35<br />
OliVettO ReVelA<br />
suAs iNspiRAçÕes<br />
Publicitário escreve<br />
sobre a experiência<br />
<strong>de</strong> viver em Londres,<br />
on<strong>de</strong> escreveu<br />
sua autobiografia,<br />
Direto <strong>de</strong> Washington.<br />
Lançamento será<br />
em abril. pág. 30
DOS GRANDES CENTROS<br />
AOS LUGARES MAIS<br />
DISTANTES, TEM MUITA<br />
GENTE QUE PODE<br />
QUERER A SUA MARCA.<br />
QUER FALAR COM ELES?<br />
FALE COM A GENTE.<br />
Estamos em todo o território brasileiro,<br />
levando entretenimento e informação<br />
com qualida<strong>de</strong> para o seu consumidor.<br />
> CONSULTE A NOSSA<br />
EQUIPE COMERCIAL .
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
tV aberta<br />
TV aberta é a base do planejamento eficaz <strong>de</strong> mídia. O meio está na<br />
A casa da maioria da população brasileira. Hoje não mais apenas na sala.<br />
Cada lar comporta pelo menos dois monitores. Não é por outro motivo que<br />
as agências indicam a programação do prime time, que começa às 18h e se<br />
esten<strong>de</strong> até 21h30, para que marcas, produtos e serviços tenham a<strong>de</strong>rência<br />
junto ao público.<br />
Na semana passada, Eduardo Simon, presi<strong>de</strong>nte da DPZ&T, promoveu um<br />
evento na recepção da agência para exibir em tempo real o comercial da<br />
Copa do McDonald’s no primeiro intervalo do Jornal Nacional. Fantástico,<br />
Domingo Espetacular, Programa Silvio Santos, Hora do Faro, Masterchef e O<br />
Céu é o Limite, por exemplo, são programas usados para a exibição <strong>de</strong> comerciais<br />
inéditos.<br />
A força dos canais <strong>de</strong> TV aberta é insofismável. Sua penetração, com o uso<br />
a<strong>de</strong>quado da frequência, garante o conhecimento dos conteúdos das marcas<br />
junto aos consumidores. E por que isso ocorre: as TVs são as maiores<br />
produtoras <strong>de</strong> conteúdo. Esse diferencial é vital para a sua diferenciação. O<br />
telespectador busca na novela, no futebol, nos filmes, nos humorísticos e<br />
no jornalismo aquilo que só um gran<strong>de</strong> gerador <strong>de</strong> conteúdo po<strong>de</strong> oferecer.<br />
Hoje a TV vive o fenômeno da segunda tela. Os smartphones, tablets e<br />
<strong>de</strong>sktops permitem o acesso à programação das emissoras. Per<strong>de</strong>u um programa,<br />
há o aplicativo na palma da mão para conferir o capítulo. Todas as<br />
emissoras disponibilizam sua gra<strong>de</strong> através dos apps. A segunda tela multiplicou<br />
o alcance das TVs. Apenas as emissoras abertas concentram acima<br />
<strong>de</strong> 53% do investimento em publicida<strong>de</strong> no Brasil, que em 2017 foi <strong>de</strong> R$<br />
134 bilhões brutos, segundo a pesquisa do Kantar Ibope Media. O mesmo<br />
instituto assegura que são 18 bilhões <strong>de</strong> impressões no Twitter por mês na<br />
busca por TV aberta. O YouTube recebe cerca <strong>de</strong> 1 bilhão <strong>de</strong> visitas para sua<br />
audiência assistir programas do SBT. Recor<strong>de</strong> mundial da emissora <strong>de</strong> SS.<br />
A TV aberta une a família. É em torno <strong>de</strong>la que pai e filho assistem a uma<br />
partida <strong>de</strong> futebol. Na hora do jantar, os jornais são um cenário que ajuda<br />
inclusive no fomento das discussões do dia a dia.<br />
O executivo Eduardo Becker, da nova geração da Re<strong>de</strong> Globo, que cuida da<br />
comercialização das mídias digitais, é um entusiasta. Vejam sua linha <strong>de</strong><br />
raciocínio no texto exclusivo que encaminhou ao editorialista:<br />
“Produzimos conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para múltiplas plataformas, que é oferecido<br />
ao público como, on<strong>de</strong> e quando ele quiser. Isso amplia nossas oportunida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> impactar o consumidor. Portanto, oferecemos aos anunciantes<br />
ainda mais alternativas <strong>de</strong> associar suas marcas aos nossos produtos. Conhecemos<br />
as características da TV e do digital, o que nos dá a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
transitar entre os dois ambientes, aproveitando o melhor <strong>de</strong> cada meio. Enten<strong>de</strong>ndo<br />
a necessida<strong>de</strong> e respeitando a característica <strong>de</strong> cada plataforma,<br />
levamos ao cliente a melhor solução. É essa forma <strong>de</strong> trabalhar que garante,<br />
nas soluções encontradas, a complementarieda<strong>de</strong> entre os dois universos”.<br />
Becker prossegue: “A internet abriu um novo universo <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s<br />
para o consumo dos nossos conteúdos. A indústria criativa tem <strong>de</strong> produzir<br />
peças mais atraentes, mais completas e mais direcionadas. Durante muitos<br />
anos, o digital foi uma réplica da TV - hoje vemos que ele tem se <strong>de</strong>scolado<br />
para extrair o que há <strong>de</strong> único e especial no online e, portanto, vemos<br />
no digital a complementarieda<strong>de</strong> da estratégia da campanha <strong>de</strong> TV, como<br />
uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se engajar com diferentes públicos em diferentes momentos.<br />
Com o aumento da interação sobre o ví<strong>de</strong>o, novos formatos estão<br />
surgindo. Temos <strong>de</strong>senvolvido diversos projetos <strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content, sempre<br />
feitos a várias mãos, cocriando com os nossos clientes, que fazem com<br />
que as marcas se integrem ao conteúdo <strong>de</strong> maneira mais orgânica e muito<br />
efetiva”.<br />
Nesta edição do PROPMARK, o leitor se <strong>de</strong>parará com 14 páginas <strong>de</strong> matérias<br />
com entrevistas <strong>de</strong> executivos das emissoras, falando sobre a força da TV<br />
aberta, novelas, reality shows, esportes, <strong>de</strong>safios etc. Ela é uma companheira<br />
da família brasileira. A publicida<strong>de</strong> permite que essa farta e longa programação<br />
oferecida seja gratuita. A indústria <strong>de</strong> monitores cresce a cada ano. São<br />
pelo menos 10 milhões <strong>de</strong> novas unida<strong>de</strong>s comercializadas por ano.<br />
Neste <strong>2018</strong>, com a Copa do Mundo da Rússia, o volume será maior.<br />
A propósito, o que seria da Copa do Mundo <strong>de</strong> futebol, não fosse a TV aberta?<br />
Lembro-me <strong>de</strong> quando ainda não tínhamos as transmissões diretas e o<br />
sofrimento que significava imaginar as jogadas dos craques ouvindo o rádio.<br />
O futebol <strong>de</strong>ve muito à TV aberta, mas a recíproca é verda<strong>de</strong>ira: a TV<br />
aberta <strong>de</strong>ve igualmente muito ao futebol, ainda que pagando somas astronômicas<br />
aos clubes, fe<strong>de</strong>rações e confe<strong>de</strong>rações, pelos direitos <strong>de</strong> imagem.<br />
Se a TV é uma festa, a aberta <strong>de</strong>mocratiza sua audiência, possibilitando a<br />
todos o que já foi o maior sonho <strong>de</strong> consumo do século 20 e prossegue como<br />
objeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo e <strong>de</strong> uso continuado neste século 21, que acoplou <strong>de</strong>finitivamente<br />
a TV às nossas vidas, pelos canais abertos e suas variantes pagas.<br />
Definitivamente, não há como viver sem TV.<br />
***<br />
Para superar a crise que atingiu a todos os brasileiros e com força maior em<br />
2017, muitas empresas, entida<strong>de</strong>s e cidadãos lançaram mão <strong>de</strong> antigos patrimônios,<br />
seguindo a conhecida expressão “Vão-se os anéis, mas permanecem<br />
os <strong>de</strong>dos”.<br />
Assim é que a APP Brasil, presidida por Enio Vergeiro, viu-se na contingência<br />
<strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r a se<strong>de</strong> própria da Rua Hungria, 664 – <strong>12</strong>º andar, em São Paulo,<br />
passando a ocupar, no mesmo prédio, o conjunto 111, no 11º andar, alugado<br />
<strong>de</strong> um benemérito da entida<strong>de</strong>, com carência <strong>de</strong> um ano sem aluguel.<br />
No início <strong>de</strong>ste mês, o presi<strong>de</strong>nte da entida<strong>de</strong> enviou comunicado ao conselho<br />
e a toda a diretoria da entida<strong>de</strong>, bem como aos associados e <strong>de</strong>mais<br />
players do mercado, aproveitando para convocar seus voluntários para o<br />
início dos trabalhos relativos ao próximo Fest-Up e reandamento da Câmara<br />
<strong>de</strong> Arbitragem.<br />
***<br />
O novo jinglão da Jovem Pan AM, traduzindo o avanço da emissora na sua<br />
programação, com <strong>de</strong>staque para os dois maiores assuntos <strong>de</strong>sta quadra<br />
(política e futebol), consegue ser ainda melhor que o anterior, veiculado na<br />
época pré-natalina.<br />
Na emissora, faz sucesso o Pan News, com maior intensida<strong>de</strong> quando vai<br />
ao ar a voz inconfundível <strong>de</strong> Marcello Queiroz, ex-diretor <strong>de</strong> Redação do<br />
PROPMARK.<br />
***<br />
Imperdível hoje a coluna Inspiração, assinada por Washington Olivetto especialmente<br />
para o PROPMARK.<br />
Olivetto marcou e marca época. Seu talento é imprescindível tanto na história<br />
recente da propaganda brasileira, como na história atual da ativida<strong>de</strong><br />
com reflexos internacionais.<br />
***<br />
Este Editorial é em homenagem a Dalton Pastore, presi<strong>de</strong>nte da diretoria<br />
executiva da ESPM, que faz uma revolução do bem na tradicional e pioneira<br />
escola <strong>de</strong> ensino da comunicação publicitária no Brasil (hoje ministrando<br />
também outras disciplinas).<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 3
conexões<br />
Especial Dia da Mulher<br />
“Ficou muito linda essa edição, a<br />
2685, do PROPMARK. Vocês arrasaram!<br />
Todo mundo elogiando por<br />
aqui!”<br />
Carla Guimarães<br />
Africa<br />
São Paulo - SP<br />
“A edição <strong>de</strong> hoje está bem bacana.<br />
Fiquei feliz em ver tantas mulheres<br />
alcançando <strong>de</strong>staque no nosso mercado<br />
e também as iniciativas pela<br />
igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero. Por aqui também<br />
estamos trabalhando com afinco<br />
por isso.”<br />
Patrícia Capuchinho<br />
DPZ&T<br />
São Paulo - SP<br />
Disqus (comentários no site <strong>de</strong> 3 a<br />
9 <strong>de</strong> março)<br />
Post: Snickers troca embalagem<br />
para expressar os tipos <strong>de</strong> fome<br />
“Teria essa ação alguma ligação com<br />
o trabalho feito pelo Bob Moesta com<br />
a marca?”<br />
Daniel<br />
Post: Natura explora dança e música<br />
em campanha <strong>de</strong>senvolvida<br />
pela Africa<br />
“Muito bonito! Mas on<strong>de</strong> estão os créditos<br />
para essas bailarinas maravilhosas,<br />
minha gente?!”<br />
Mdsousa<br />
Post: Publicida<strong>de</strong> ganha mais relevância<br />
na gestão com presença<br />
feminina<br />
“Que matéria incrível! Parabéns!”<br />
Natasha Borboni<br />
carreira, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> lado o melhor<br />
presente que Deus <strong>de</strong>u, que é ter filhos<br />
e cuidar da família, se prestando<br />
a papéis ridículos e vergonhosos por<br />
dinheiro.”<br />
Sirlene Bonifácio<br />
Post: DM9DDB per<strong>de</strong> a conta da<br />
montadora Subaru<br />
“Que surpresa.”<br />
Publicitario Velho<br />
Post: 99 homenageia as motoristas<br />
em ação da Africa<br />
“Trilha sonora linda, composta pela<br />
Squad!”<br />
Zi<br />
Facebook<br />
Post: Mattel apresenta linha <strong>de</strong><br />
bonecas com mulheres inspiradoras.<br />
Nova coleção <strong>de</strong> Barbies<br />
inclui Frida Kahlo, Amelia Earhart<br />
e Katherine Johnson.<br />
“Achei o máximo!”<br />
Raquel Miró<br />
Post: Players <strong>de</strong> tecnologia tentam<br />
reduzir diferença <strong>de</strong> salários<br />
“On<strong>de</strong>?”<br />
Wirley Cruz<br />
Post:DM9DDB per<strong>de</strong> a conta da<br />
montadora Subaru<br />
“Outras virão! A DM9 tem um time<br />
muito maneiro que vai sempre fazer a<br />
melhor comunicação!”<br />
Erika Lima Bittencourt<br />
“Hum... Será que foi o casting? He”<br />
Bruno Vieira<br />
“#voltasergiovalente”<br />
Vinicius Nicolau<br />
Instagram<br />
Post: Na semana em que é celebrado<br />
o Dia das Mulheres, o PROP-<br />
MARK traz um especial que discute<br />
a participação feminina no<br />
mercado<br />
“O céu é o limite!”<br />
@cmvfilms<br />
Post: Maisa e João Guilherme, influenciadores<br />
digitais e estrelas<br />
do @sbtonline, falam sobre conteúdo<br />
jovem e como a emissora dialoga<br />
e engaja esse público<br />
“Amo. Como amo. Melhores. Meus<br />
amores.”<br />
@juliasantama<br />
última Hora<br />
RELAÇÃO<br />
A Grey e a Avianca<br />
encerraram parceria,<br />
que começou em 2017.<br />
O presi<strong>de</strong>nte da empresa,<br />
Fre<strong>de</strong>rico Pereira, é o<br />
entrevistado <strong>de</strong>sta edição,<br />
publicada na página 26.<br />
O comunicado sobre a<br />
<strong>de</strong>cisão chegou à redação<br />
na última sexta (9), quando<br />
a página já estava fechada.<br />
CONQUISTA<br />
O grupo taiwanês TPV (Top<br />
Victory Electronics), um<br />
dos maiores fabricantes <strong>de</strong><br />
telas do mundo, escolheu<br />
a VML para cuidar da<br />
comunicação <strong>de</strong> monitores<br />
das marcas AOC e Philips.<br />
“Ser a agência <strong>de</strong> duas<br />
marcas fortes, com entrega<br />
360º, é um marco para a<br />
agência”, celebra o CEO<br />
Fernando Taralli.<br />
dorinHo<br />
ABRIL<br />
Após quase quatro meses<br />
no posto <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte<br />
do Grupo Abril, Arnaldo<br />
Figueiredo Tibiriçá <strong>de</strong>ixou<br />
o comando por motivos<br />
pessoais. A Abril <strong>de</strong>staca<br />
a chegada <strong>de</strong> Giancarlo<br />
Civita, neto do fundador da<br />
Abril, Victor Civita, e filho<br />
<strong>de</strong> Roberto Civita, como<br />
novo lí<strong>de</strong>r.<br />
VALE<br />
Artplan, Tribal Worldwi<strong>de</strong>,<br />
Africa, Wie<strong>de</strong>n+Kennedy,<br />
J. Walter Thompson,<br />
Ogilvy, Agência3 (com a<br />
participação do publicitário<br />
Michel Lent), Z+ e NBS<br />
estão na concorrência da<br />
Vale. O exercício criativo é<br />
sobre “Sustentabilida<strong>de</strong>”,<br />
com uma verba <strong>de</strong> R$ 20<br />
milhões para simulação <strong>de</strong><br />
mídia.<br />
Post: “Não há empo<strong>de</strong>ramento<br />
sem igualda<strong>de</strong>”<br />
“Acredito que o trabalho da mulher<br />
<strong>de</strong>ve, sim, ser valorizado <strong>de</strong> todas<br />
as formas cabíveis. Pena que a mulher<br />
mudou <strong>de</strong> foco, da família para a<br />
Errata<br />
Na seção Inspiração, o artigo Mulheres<br />
e suas ricas experiências (edição<br />
2685), o nome da fundadora da re<strong>de</strong><br />
Sodiê Doces saiu errado. O correto é<br />
Cleusa Maria da Silva.<br />
4 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
especial Tv aberTa<br />
Televisão se reinventa e busca<br />
comunicação <strong>de</strong> via <strong>de</strong> mão dupla<br />
Emissoras se adaptam ao meio digital e investem na complementarieda<strong>de</strong><br />
das plataformas; reportagens mostram atual cenário e traçam tendências<br />
Neusa spaulucci<br />
Pois é! A TV aberta não morreu<br />
e nem vai. Está mais<br />
viva do que nunca. É só pegar<br />
dados do Kantar Ibope Media e<br />
olhar o tempo médio que o telespectador<br />
<strong>de</strong>dica ao consumo<br />
do meio: aumentou em mais <strong>de</strong><br />
uma hora por dia nos últimos<br />
<strong>de</strong>z anos. E é claro que isso só<br />
é possível porque o segmento<br />
tem se transformado. O que já<br />
se discute é o fim o formato que<br />
conhecemos, aquele mo<strong>de</strong>lo<br />
linear, <strong>de</strong> mão única. A busca<br />
agora é uma comunicação <strong>de</strong><br />
via <strong>de</strong> mão dupla, algo que a<br />
complementação com o digital<br />
traz. Tudo isso e muito mais<br />
está <strong>de</strong>talhado no Especial<br />
TV Aberta, que o PROPMARK<br />
apresenta a seguir.<br />
As reportagens fazem um retrato<br />
do atual momento e apontam<br />
tendências. Embora dividam<br />
verbas com outros meios,<br />
o fato é que os anunciantes <strong>de</strong>stinam<br />
maior parte à TV aberta.<br />
Dos cerca <strong>de</strong> R$ 134 bilhões em<br />
espaços publicitários, em 2017,<br />
segundo dados do Kantar Ibope<br />
Media, a TV aberta concentrou<br />
a maior parte do dinheiro ou,<br />
trocando em miúdos, mais <strong>de</strong><br />
50% da grana reservada. É inegável<br />
que a TV aberta continua<br />
sendo o principal veículo brasileiro,<br />
já que cerca da meta<strong>de</strong> do<br />
país ainda não tem acesso à internet,<br />
que vai passar por muitas<br />
fases e tendências.<br />
Outro fenômeno que não<br />
po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser tratado aqui<br />
são os programas que há décadas<br />
estão no ar, como o Roda<br />
Viva, na TV Cultura, e o Programa<br />
Silvio Santos, no SBT. A<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter a audiência<br />
e a credibilida<strong>de</strong> por tantos<br />
anos no ar são reconhecidas<br />
pelo mercado.<br />
A segunda tela é um dos atuais<br />
<strong>de</strong>staques, pois está <strong>de</strong>finitivamente<br />
agregada ao comportamento<br />
das audiências da TV.<br />
É a era <strong>de</strong> assistir os conteúdos<br />
sob <strong>de</strong>manda e no horário mais<br />
conveniente. Isso significa que<br />
por meio <strong>de</strong> aplicativos, como o<br />
Globo Play, não há mais necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> esperar a programação<br />
do Vale a Pena Ver <strong>de</strong> Novo<br />
para assistir a uma reprise <strong>de</strong><br />
novelas. A tecnologia vai além<br />
da teledramaturgia: todos os<br />
conteúdos po<strong>de</strong>m ser acessados<br />
nas novas plataformas - o<br />
Kantar Ibope Media afirma que<br />
a visualização em dispositivos<br />
conectados está em ascensão.<br />
Outro exemplo do esforço<br />
que as emissoras fazem para<br />
manter ou atrair audiência foi a<br />
sacada, consi<strong>de</strong>rada quase um<br />
milagre, da transformação <strong>de</strong><br />
pessoas comuns em celebrida<strong>de</strong>s<br />
- seja por seu talento para<br />
cantar, cozinhar, dançar, sobreviver<br />
em condições adversas ou<br />
se encantar com as pessoas no<br />
confinamento.<br />
Em muitos casos, a maior audiência<br />
vem da forte repercus-<br />
Kantar Ibope<br />
MedIa garante que<br />
o teMpo MédIo que<br />
o telespectador<br />
<strong>de</strong>dIca ao consuMo<br />
do MeIo auMentou<br />
eM MaIs <strong>de</strong> uMa<br />
hora por dIa nos<br />
últIMos <strong>de</strong>z anos<br />
são nas re<strong>de</strong>s sociais, a chamada<br />
“Social TV”. Ainda segundo<br />
o Kantar Ibope, a final do Masterchef<br />
Brasil, em 2017, exibido<br />
pela Band, foi o episódio <strong>de</strong><br />
maior <strong>de</strong>staque nas re<strong>de</strong>s sociais<br />
naquele ano, seguido <strong>de</strong><br />
alguns episódios do Big Brother<br />
Brasil (Globo) e a estreia <strong>de</strong> A<br />
Fazenda (RecordTV).<br />
A TV aberta não <strong>de</strong>ixa escapar<br />
nenhuma oportunida<strong>de</strong><br />
que possa gerar negócio e audiência,<br />
como usar as ferramentas<br />
do Twitter. De hashtags a<br />
lives, programas encontraram<br />
na plataforma maneiras <strong>de</strong><br />
estimular <strong>de</strong>bates, conversar<br />
com internautas e, claro, manter<br />
o público ligado na telinha.<br />
A época <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o digital<br />
como concorrente das mídias<br />
tradicionais acabou. Na<br />
era da complementarieda<strong>de</strong><br />
dos meios, saem na frente as<br />
emissoras <strong>de</strong> TV que utilizam<br />
formatos digitais para reforçar<br />
as suas estratégias. Neste<br />
momento, a discussão evolui<br />
para se compreen<strong>de</strong>r como<br />
criar métricas unificadas que<br />
possam refletir essa audiência<br />
cruzada. O tema permeou os<br />
<strong>de</strong>bates do evento Conteúdo em<br />
Todo Lugar, realizado na semana<br />
passada, pelo SBT, em SP.<br />
Tomacco/iStock<br />
6 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
especIal tv aberta<br />
Investimento publicitário na mídia<br />
televisiva reforça o po<strong>de</strong>r do meio<br />
Área concentra a maior parte do em compra <strong>de</strong> mídia no Brasil; a<br />
tendência é ter diferentes formatos <strong>de</strong> veiculação e conteúdo<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
izzetugutmen/iStock<br />
A publicida<strong>de</strong> movimentou<br />
em 2017 cerca <strong>de</strong> R$ 134 bilhões<br />
brutos em compra <strong>de</strong> espaço<br />
publicitário no Brasil. Os<br />
dados são do Kantar Ibope Media.<br />
A TV aberta foi a que concentrou<br />
a maior parte dos investimentos,<br />
ficando com mais<br />
<strong>de</strong> 50% do volume consolidado<br />
pelos anunciantes. “A televisão<br />
está presente em praticamente<br />
todos os lares, por isso é um<br />
meio garantido no cotidiano da<br />
população. Se o olhar recair para<br />
os últimos <strong>de</strong>z anos, muita<br />
coisa mudou, a tecnologia evoluiu<br />
e a televisão acompanhou<br />
essa evolução”, revela Rita Romero,<br />
diretora <strong>de</strong> business insights<br />
and <strong>de</strong>velopment do Kantar<br />
Ibope Media no Brasil.<br />
Mas por que será que em<br />
tempos tão digitais esse fenômeno<br />
ainda ocorre? Para Fabro<br />
Steibel, professor <strong>de</strong> inovação<br />
e tecnologia da ESPM Rio, isso<br />
ocorre pela centralida<strong>de</strong> da televisão<br />
no país. “O número <strong>de</strong><br />
pessoas que assistem a mídia<br />
não diminuiu, muito menos em<br />
volume <strong>de</strong> minutos. A televisão<br />
é essencial para alguns tipos <strong>de</strong><br />
campanha, como uma ação <strong>de</strong><br />
varejo a curto prazo, por exemplo,<br />
mas acredito que ela não<br />
po<strong>de</strong> ser exclusiva, pois você<br />
foca na publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> massa<br />
e não direcionada”, comenta<br />
Steibel.<br />
Já para Roberto Gnypek,<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marketing<br />
do McDonald’s no Brasil, isso<br />
ocorre porque a qualida<strong>de</strong> do<br />
conteúdo ainda é um fator<br />
<strong>de</strong>terminante para os investimentos.<br />
“O volume <strong>de</strong> conteúdo<br />
e a dispersão que outros<br />
meios geram fazem com que a<br />
televisão continue sendo relevante.<br />
Pensando no futuro da<br />
televisão, acredito que ela vai<br />
compartilhar esse conteúdo<br />
com outros meios e aplicativos<br />
on<strong>de</strong> você possa customizar e<br />
acompanhar a programação no<br />
momento em que <strong>de</strong>sejar. Tudo<br />
A TV está em praticamente em todos os lares brasileiros, elevando o meio a um patamar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque no ranking do setor<br />
“o volume <strong>de</strong><br />
conteúdo e a<br />
dispersão que<br />
outros meios<br />
geram fazem com<br />
que a televisão<br />
continue sendo<br />
relevante”<br />
está ligado à melhor tela disponível,<br />
mas quando você está no<br />
aconchego da sua casa ou com<br />
seus amigos, uma tela maior é<br />
importante e a televisão aberta<br />
ainda tem um papel muito significativo”,<br />
revela Gnypek.<br />
É inegável que a televisão<br />
aberta continua sendo o principal<br />
veículo brasileiro, já que<br />
cerca da meta<strong>de</strong> do país ainda<br />
não possui acesso à internet, e<br />
que ainda vai passar por muitas<br />
fases e tendências. Mas com<br />
tantas mudanças, qual será o<br />
caminho da publicida<strong>de</strong> nesta<br />
trajetória? “A publicida<strong>de</strong> é camaleônica,<br />
porque é pop, vai se<br />
adaptando aos hábitos dos consumidores.<br />
Conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />
que reflita o burburinho<br />
cultural, sempre foi sinônimo<br />
<strong>de</strong> boa audiência e nós compramos<br />
audiência, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
do canal”, afirma Márcia<br />
Mendonça, diretora-geral <strong>de</strong><br />
mídia da agência David.<br />
Formatos diferentes dos tradicionais<br />
30 segundos também<br />
são formas <strong>de</strong> atrair a atenção<br />
do telespectador durante a programação.<br />
“Se as marcas não forem suficientemente<br />
inteligentes para<br />
gerar conteúdo <strong>de</strong> interesse e<br />
que busquem a atenção do consumidor,<br />
elas vão ficar reféns<br />
dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> 30 segundos,<br />
que, ao longo do tempo, po<strong>de</strong>m<br />
ter uma função, mas não<br />
a <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> marca. Para<br />
construir marcas, você precisa<br />
produzir mais conteúdo e realizar<br />
uma comunicação <strong>de</strong> massa<br />
personalizada. Então, a tendência<br />
não vai ser um comercial<br />
para todo mundo, mas um<br />
bom conteúdo para diferentes<br />
targets que são relevantes para<br />
o seu negócio. E aí, quem tiver<br />
bons fornecedores <strong>de</strong> conteúdo,<br />
agências, estratégia <strong>de</strong> mídia<br />
e data base dos consumidores<br />
para po<strong>de</strong>r estratificar isso<br />
bem, vai ter vantagem neste<br />
jogo”, comenta Gnypek.<br />
8 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
ora se ver<br />
lá no lollabr?<br />
R/GA<br />
a gente vai tÁ <strong>de</strong><br />
ver<strong>de</strong>.<br />
E FAZENDO<br />
ACONTECER<br />
O MELHOR<br />
FESTIVAL DA<br />
VIDA.
especial tv abeRta<br />
Reality shows geram popularida<strong>de</strong><br />
às emissoras e conversa no digital<br />
Fenômenos mundiais, programas que elevam ilustres <strong>de</strong>sconhecidos a<br />
celebrida<strong>de</strong>s a cada temporada são <strong>de</strong>staques na chamada "Social TV"<br />
Claudia Penteado<br />
<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> imortalida<strong>de</strong> é<br />
O tão antigo quanto a consciência<br />
da morte. E a celebrida<strong>de</strong><br />
se transformou, nesta era, no<br />
santo graal da imortalida<strong>de</strong>,<br />
segundo diz o psicólogo e filósofo<br />
israelense Carlo Strenger<br />
em seu livro O medo da insignificância.<br />
Isso explica, ao menos<br />
em parte, o sucesso mundial<br />
dos reality shows, que são, por<br />
sua vez, pela atenção que <strong>de</strong>spertam,<br />
caminho certeiro para<br />
o santo graal das emissoras <strong>de</strong><br />
TV: a audiência.<br />
Strenger <strong>de</strong>screve os reality<br />
shows como a maior transformação<br />
ocorrida no cenário da<br />
TV neste milênio, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quando<br />
Survivor e American Idol explodiram<br />
em atenções nos Estados<br />
Unidos, colocando esse<br />
formato <strong>de</strong> programa como<br />
priorida<strong>de</strong> na gra<strong>de</strong> da maioria<br />
dos canais <strong>de</strong> maior audiência<br />
naquele mercado. E no Brasil<br />
não é diferente.<br />
As principais emissoras <strong>de</strong><br />
TV aberta tiveram ou têm em<br />
sua gra<strong>de</strong> programas que mostram<br />
o milagre da transformação<br />
<strong>de</strong> pessoas comuns em celebrida<strong>de</strong>s<br />
- seja por seu talento<br />
para cantar, cozinhar, dançar,<br />
sobreviver em condições adversas<br />
ou encantar as pessoas<br />
no confinamento <strong>de</strong> uma casa<br />
acompanhado por câmeras 24<br />
horas por dia.<br />
Em muitos casos, a maior<br />
audiência vem da forte repercussão<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais, a chamada<br />
“Social TV”. Segundo<br />
dados da Kantar Ibope Media<br />
referentes aos realities transmitidos<br />
em TV aberta no ano<br />
passado, a final do Masterchef<br />
Brasil, exibido na Band, foi o<br />
episódio <strong>de</strong> maior repercussão<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais naquele ano,<br />
seguido <strong>de</strong> alguns episódios do<br />
Big Brother Brasil (Globo) e a estreia<br />
<strong>de</strong> A Fazenda. Outro dado,<br />
da SEMrush.com posiciona o<br />
MasterChef como reality show<br />
mais buscado na internet em<br />
Festa na casa mais vigiada do Brasil tem gran<strong>de</strong> repercussão nas re<strong>de</strong>s sociais a cada novo acontecimento<br />
“O brasileirO tem<br />
a peculiarida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> buscar a<br />
participaçãO em<br />
sOcieda<strong>de</strong>. sOmOs<br />
O segundO maiOr<br />
mercadO das re<strong>de</strong>s<br />
sOciais nO mundO”<br />
fevereiro <strong>de</strong>ste ano, acumulando<br />
mais <strong>de</strong> 733,5 mil pequisas;<br />
seguido <strong>de</strong> A Fazenda, que teve<br />
673 mil buscas; e do Big Brother<br />
Brasil, procurado 200 mil vezes.<br />
Em quarto e quinto lugares<br />
ficaram The Voice (Globo), com<br />
165 mil consultas; e o The Voice<br />
Kids, com 135 mil. O Dancing<br />
Tiago Leifert, que está no comando da temporada <strong>de</strong>ste ano do BBB<br />
Fotos: Divulgação<br />
Brasil, da RecordTV, teve 74 mil<br />
buscas. Segundo o Kantar Ibope<br />
Media, o público predominante<br />
dos realities é o das classes<br />
A/B/C, 63% mulheres, 70%<br />
com imóvel próprio, 61% dos<br />
homens e 57% das mulheres<br />
trabalham. “O brasileiro tem a<br />
peculiarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> buscar a participação<br />
em socieda<strong>de</strong>. Somos<br />
o segundo maior mercado das<br />
re<strong>de</strong>s sociais no mundo. Acho<br />
que os <strong>de</strong>safios da convivência<br />
dos realities <strong>de</strong> confinamento<br />
chamam a atenção do público<br />
brasileiro, especialmente entre<br />
os jovens e aqueles conectados<br />
justamente nas re<strong>de</strong>s sociais”,<br />
10 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
A<br />
A<br />
A<br />
A<br />
A<br />
A<br />
A<br />
A<br />
A<br />
A<br />
A<br />
A<br />
A<br />
A<br />
A
especial tv abeRta<br />
diz Marcelo Silva, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
artístico e <strong>de</strong> programação<br />
da RecordTV.<br />
A emissora exibe os chamados<br />
realities <strong>de</strong> confinamento A<br />
Fazenda, A Casa e Power Couple<br />
Brasil, que misturam convivência<br />
com provas divertidas, e realities<br />
que mostram <strong>de</strong>safios <strong>de</strong><br />
dança e habilida<strong>de</strong>s culinárias<br />
como Dancing Brasil e Batalha<br />
dos Confeiteiros.<br />
A Fazenda já teve nove temporadas,<br />
e a terceira temporada<br />
<strong>de</strong> Power Couple estreia em abril<br />
com apresentação <strong>de</strong> Gugu Liberato.<br />
A Casa retorna em breve<br />
como programa diário apresentado<br />
por Marcos Mion. Por sinal,<br />
Marcelo Silva conta que no<br />
ano passado a experiência <strong>de</strong> A<br />
Casa - com o confinamento <strong>de</strong><br />
100 pessoas em uma casa com<br />
suprimentos e infraestrutura<br />
para apenas 4 pessoas - foi uma<br />
gran<strong>de</strong> inovação em realities.<br />
Já Dancing Brasil está em<br />
sua terceira edição. Batalha dos<br />
Confeiteiros, com o “astro” Buddy<br />
Valastro, retorna em breve<br />
nas noites <strong>de</strong> quarta-feira.<br />
O fenômeno Big Brother Brasil,<br />
em sua 18ª edição, o The<br />
Voice Kids, o The Voice e o Pop<br />
Star são os programas exibidos<br />
na Globo, sendo que o último é<br />
um formato original criado pela<br />
emissora em 2017. Com menos<br />
fôlego em outros países, mas<br />
ainda popular nos EUA, o BBB<br />
se transformou em sucesso no<br />
Brasil pela renovação constante<br />
e a dinâmica <strong>de</strong> criar enredos,<br />
novelinhas e quadros novos. O<br />
olhar sobre os candidatos, suas<br />
histórias e características mantém<br />
a audiência atenta. Este<br />
ano, a emissora criou os “grupos<br />
<strong>de</strong> WhatsApp”.<br />
inovação<br />
A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inovar é<br />
essencial. No caso do The Voice,<br />
por exemplo, a Globo criou uma<br />
fase exclusiva, que é a Batalha<br />
dos Técnicos. Por sinal, a versão<br />
da Globo do BBB foi a única no<br />
mundo indicada a um Emmy<br />
Internacional. O The Voice Kids<br />
este ano concorre ao Emmy<br />
Kids. A Globo conta com uma<br />
equipe especializada e uma infraestrutura<br />
completa, com estúdios<br />
exclusivos para a produção<br />
<strong>de</strong> seus realities musicais.<br />
Já o SBT exibe vários programas<br />
do gênero: Fábrica <strong>de</strong> Casamentos<br />
(estreia dia 17), Bake<br />
Off Brasil e Júnior Bake Off, BBQ<br />
Brasil – Churrasco na Brasa,<br />
Duelo <strong>de</strong> Mães, Hells Kitchen e<br />
Cabelo Pantene 2, além <strong>de</strong> programas<br />
fixos na gra<strong>de</strong> também<br />
Reality Bake off Jr, que está sendo exibido pelo SBT, também faz sucesso entre jovens e adultos<br />
Batalha dos Confeiteiros, com Buddy Valastro, que <strong>de</strong>ve retornar em breve na RecordTV<br />
Fotos: Divulgação<br />
“O brasileirO<br />
gOsta <strong>de</strong><br />
prOgramas<br />
que geram<br />
i<strong>de</strong>ntificaçãO<br />
e empatia. e é<br />
justamente essa<br />
a essência dOs<br />
realities”<br />
com formato <strong>de</strong> reality, como<br />
Esquadrão da Moda e alguns<br />
quadros nos programas <strong>de</strong> auditório<br />
da casa. A emissora foi<br />
pioneira em realities no Brasil<br />
ao lançar, em 2001, a Casa dos<br />
Artistas, que ren<strong>de</strong>u na época<br />
a maior audiência da emissora.<br />
“O brasileiro gosta <strong>de</strong> programas<br />
que geram i<strong>de</strong>ntificação<br />
e empatia. E é justamente<br />
essa a essência dos realities,<br />
que trazem histórias, pessoas e<br />
<strong>de</strong>safios reais”, analisa Marcelo<br />
Parada, diretor comercial e <strong>de</strong><br />
marketing do SBT.<br />
Parada fala que o sucesso<br />
comercial, combinado à performance<br />
da audiência, torna<br />
o formato interessante para a<br />
emissora. Cacau Show, Colgate<br />
e Danone são os principais<br />
anunciantes das temporadas<br />
mais recentes da emissora.<br />
Em temporadas passadas Bake<br />
Off já teve como patrocinadores<br />
Extra, Heinz, Friboi, Seara,<br />
Nivea, Hellmann’s e Mania <strong>de</strong><br />
Churrasco. Uma novida<strong>de</strong> é o<br />
programa-proprietário da marca<br />
Cabelo Pantene 2.<br />
“Os realities possuem muitas<br />
possibilida<strong>de</strong>s comerciais além<br />
do break, sobretudo na área <strong>de</strong><br />
bran<strong>de</strong>d content, com uma entrega<br />
multiplataforma que ajuda<br />
a aprofundar a conversa das<br />
marcas. Pacotes <strong>de</strong> patrocínio<br />
negociados preveem esta entrega<br />
completa e pensada para<br />
cada plataforma”, conclui. Silva,<br />
da RecordTV, fala que como<br />
o gênero reality show é muito<br />
abrangente, permite uma infinida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s comerciais<br />
e <strong>de</strong> merchandising.<br />
<strong>12</strong> <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
especial tv aBerta<br />
Boas histórias e uso <strong>de</strong> tecnologia<br />
mantêm audiência das novelas<br />
O diretor Silvio <strong>de</strong> Abreu afirma que as tramas refletem as mudanças<br />
que ocorrem na socieda<strong>de</strong> e essa é a conexão diária com o público<br />
Felipe Turlão<br />
especial para o propMArK<br />
Não há conteúdo tão po<strong>de</strong>roso<br />
na TV aberta brasileira,<br />
seja em audiência ou em retorno<br />
comercial, quanto as novelas.<br />
Só que manter essa boa forma<br />
exige muito investimento<br />
e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se adaptar aos<br />
novos tempos. A reportagem<br />
foi enten<strong>de</strong>r como os principais<br />
players do setor estão atualizando<br />
sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção<br />
às tecnologias e formatos<br />
inovadores, mas também<br />
sem per<strong>de</strong>r a força <strong>de</strong> saber<br />
contar gran<strong>de</strong>s histórias. A resposta<br />
para unir todas as pontas<br />
que tornam bem-sucedido o<br />
produto novela <strong>de</strong> hoje é saber<br />
escutar o público. Isso não é<br />
novida<strong>de</strong>, mas as re<strong>de</strong>s sociais<br />
tornam o jogo mais complexo e<br />
exigem estratégias mais sofisticadas<br />
<strong>de</strong> quem investe e ganha<br />
com esse tipo <strong>de</strong> formato.<br />
Na TV Globo, uma das gran<strong>de</strong>s<br />
evoluções sob os pontos <strong>de</strong> vista<br />
temático, estético, comercial<br />
e <strong>de</strong> conexão com o público digital<br />
é Deus Salve o Rei, a novela<br />
das sete.<br />
Ambientada numa ida<strong>de</strong> média<br />
alternativa, algo inédito na<br />
teledramaturgia brasileira, ela<br />
adotou diversas fórmulas para<br />
garantir a atrativida<strong>de</strong> para públicos<br />
que têm passado mais<br />
tempo na internet. Um exemplo<br />
é a presença <strong>de</strong> atrizes <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, mas também<br />
com forte influência digital,<br />
como Bruna Marquezine, com<br />
quase 27 milhões <strong>de</strong> seguidores<br />
no Instagram; Marina Ruy Barbosa,<br />
com 23,5 milhões; e Tatá<br />
Werneck, com 20,6 milhões.<br />
“As novelas refletem as mudanças<br />
que ocorrem na socieda<strong>de</strong>.<br />
E nós acompanhamos essas<br />
mudanças através da conexão<br />
diária que mantemos com o<br />
nosso público. A nossa estratégia<br />
é a escuta, a relação. Não só<br />
com os jovens, mas com todas<br />
as camadas da socieda<strong>de</strong>. Falar<br />
com 100 milhões <strong>de</strong> pessoas<br />
Cena <strong>de</strong> As Aventuras <strong>de</strong> poliana, que o SBT lança em junho <strong>de</strong>ste ano, inspirada em uma história <strong>de</strong> um livro<br />
todos os dias traz uma enorme<br />
responsabilida<strong>de</strong> e um gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>safio: falar com todos e, ao<br />
mesmo tempo, com cada um”,<br />
explica Silvio <strong>de</strong> Abreu, diretor<br />
<strong>de</strong> dramaturgia da Globo.<br />
Escutar o público foi um dos<br />
trunfos também <strong>de</strong> Malhação –<br />
Viva a Diferença. A campanha<br />
<strong>de</strong> lançamento digital da crônica<br />
juvenil foi concebida, há<br />
pouco mais <strong>de</strong> um ano, em um<br />
Globo Lab – laboratório <strong>de</strong> cocriação<br />
que contou com a participação<br />
<strong>de</strong> jovens criativos.<br />
“Foi daí que surgiu o conceito<br />
Sua Diferença me faz bem. Nas<br />
re<strong>de</strong>s sociais, o último capítulo<br />
da temporada teve a hashtag<br />
PraSempreVivaADiferença 74<br />
vezes nos trending topics mundiais<br />
e 141 vezes no Brasil”, comemora<br />
Abreu.<br />
A inovação das novelas passa<br />
também pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
se investir em tecnologia. Deus<br />
Salve o Rei, particularmente,<br />
recebeu gran<strong>de</strong>s investimentos<br />
nesse sentido. “Construímos<br />
pela primeira vez uma cida<strong>de</strong><br />
cenográfica indoor, que permite<br />
o controle total da iluminação.<br />
E temos até oito vezes mais<br />
efeitos visuais que em qualquer<br />
outra novela que já produzimos”,<br />
explica Abreu. A empresa<br />
está investindo na construção<br />
<strong>de</strong> três novos estúdios integrados,<br />
exclusivos para dramaturgia.<br />
Com 4.500m2 <strong>de</strong> área total,<br />
o projeto foi <strong>de</strong>senvolvido a<br />
partir <strong>de</strong> um novo conceito <strong>de</strong><br />
produção, com cenários fixos,<br />
módulos <strong>de</strong> produção e sets<br />
cenográficos integrados, que<br />
permitirão maiores ganhos <strong>de</strong><br />
eficiência, produtivida<strong>de</strong> e logística<br />
na produção específica<br />
<strong>de</strong> novelas. “Isso reforça a vitalida<strong>de</strong><br />
do gênero no portfólio<br />
<strong>de</strong> produtos da empresa”.<br />
Paralelamente à conexão<br />
com as re<strong>de</strong>s sociais e à tecnologia,<br />
os formatos comerciais<br />
também estão ganhando novo<br />
fôlego. No caso <strong>de</strong> Deus Salve<br />
Fotos: Divulgação<br />
“As novelAs<br />
gArAntem ótimos<br />
resultAdos, tAnto<br />
<strong>de</strong> AudiênciA<br />
quAnto comerciAl”<br />
14 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
o Rei, a área <strong>de</strong> licenciamento<br />
teve acordos com marcas como<br />
Cavalera, Escape 60 e Riclan,<br />
além do restaurante temático<br />
Walfenda Medieval. E, para<br />
quem achava merchandising<br />
impossível na Ida<strong>de</strong> Média,<br />
a Globo acabou <strong>de</strong> fechar um<br />
acordo com O Boticário. “Esta<br />
é uma produção que, mesmo<br />
sendo <strong>de</strong> época, trouxe muitas<br />
oportunida<strong>de</strong>s comerciais<br />
para nós. Teremos uma ação <strong>de</strong><br />
bran<strong>de</strong>d content com a marca,<br />
através <strong>de</strong> um personagem que<br />
interpreta um boticário e contará<br />
a alquimia por trás dos perfumes”,<br />
explica Abreu. “A novela<br />
é um formato popular, com<br />
gran<strong>de</strong> vitalida<strong>de</strong>, que continua<br />
gerando discussões atuais<br />
no Brasil e nos 170 países que<br />
consomem nossas produções.<br />
O que faz a diferença é a forma<br />
como a história é contada. E<br />
isso não mudou, mesmo com o<br />
crescimento <strong>de</strong> outros formatos.<br />
A novela clássica, tratada<br />
no contexto atual, aliada à inovação<br />
e à qualida<strong>de</strong>, continuará<br />
sendo um sucesso”, resume.<br />
Fortaleza<br />
A teledramaturgia também<br />
tem peso expressivo e estratégico<br />
no mix <strong>de</strong> programação<br />
do SBT. Segundo Marcelo Parada,<br />
diretor comercial e <strong>de</strong><br />
marketing, há um planejamento<br />
<strong>de</strong> longo prazo em cima <strong>de</strong>ste<br />
formato envolvendo todas as<br />
áreas da emissora. Uma das fortalezas<br />
da emissora é a conexão<br />
que ela consegue com o público<br />
infanto-juvenil, seja na TV,<br />
seja nas re<strong>de</strong>s sociais. “É um<br />
diferencial mercadológico. A<br />
cada novela, batemos novos recor<strong>de</strong>s,<br />
tanto na TV quanto nas<br />
re<strong>de</strong>s. Os conteúdo das novelas<br />
Cúmplices <strong>de</strong> Um Resgate e Carinha<br />
<strong>de</strong> Anjo foram lí<strong>de</strong>res dos<br />
ví<strong>de</strong>os mais vistos no ano no<br />
YouTube, em 2016 e 2017, respectivamente”,<br />
afirma o executivo.<br />
“Nenhum outro conteúdo<br />
no país é tão importante no horário<br />
nobre, pois a novela gera<br />
um senso <strong>de</strong> pertencimento e<br />
inclusão social, ao possibilitar<br />
que muitos possam vivenciar<br />
ao mesmo tempo uma história<br />
e experiência”, completa.<br />
Da mesma forma que a concorrente,<br />
<strong>de</strong> nada adiantaria a<br />
conexão com o mundo digital,<br />
sem investimento em histórias<br />
boas e bem contadas. O<br />
SBT lança em junho <strong>de</strong>ste ano<br />
Aventuras <strong>de</strong> Poliana, inspirado<br />
em uma história <strong>de</strong> um livro,<br />
mas com roteiro original e formato<br />
exclusivo da emissora.<br />
Ainda neste ano, <strong>de</strong>ve lançar<br />
a série Z4, dirigida ao público<br />
Deus Salve o rei recebeu gran<strong>de</strong>s investimentos, como uma cida<strong>de</strong> cenográfica indoor que permite o controle total da iluminação<br />
Apocalipse, novela bíblica, como sucessos anteriores, só que se passa nos dias atuais<br />
“A novelA é um<br />
formAto populAr,<br />
com grAn<strong>de</strong><br />
vitAlidA<strong>de</strong>, que<br />
continuA gerAndo<br />
discussões AtuAis<br />
no BrAsil”<br />
infanto-juvenil. Assim como<br />
em produções recentes, como<br />
Carrossel e Chiquititas, diz Parada,<br />
a meta da emissora é sempre<br />
buscar inovação em termos<br />
<strong>de</strong> produção, direção <strong>de</strong> cena e<br />
fotografia, com roteiros 100%<br />
adaptados para o contexto atual<br />
e brasileiro. “As novelas garantem<br />
ótimos resultados, tanto<br />
<strong>de</strong> audiência quanto comercial.<br />
Mais do que isso, elas entregam<br />
integralmente os nossos pilares<br />
<strong>de</strong> família e diversão, o que<br />
é garantido pelo olhar da Íris<br />
Abravanel, responsável pelo<br />
núcleo. É um produto no qual<br />
empenhamos um relevante investimento<br />
e energia”, resume<br />
Parada.<br />
Fim do mundo<br />
Na RecordTV, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
2004 <strong>de</strong>senvolveu mais <strong>de</strong> 50<br />
novelas e seriados, houve uma<br />
pequena mudança <strong>de</strong> estratégia<br />
com Apocalipse, novela bíblica<br />
como os sucessos anteriores<br />
Os Dez Mandamentos, A Terra<br />
Prometida e O Rico e Lázaro. A<br />
trama, no entanto, se passa nos<br />
dias atuais o que, segundo posição<br />
da área <strong>de</strong> comunicação<br />
da empresa, abre possibilida<strong>de</strong>s<br />
comerciais que as outras<br />
novelas não ofereciam. “Achamos<br />
que esta é a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s marcas estarem em<br />
nosso conteúdo que já tem, inclusive,<br />
carreira internacional<br />
garantida em vários países”,<br />
afirmou a área <strong>de</strong> comunicação<br />
da empresa<br />
A fórmula para Apocalipse<br />
também exige forte conexão<br />
com o público da internet. A<br />
RecordTV afirma que a novela<br />
está indo bem nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
“Essa novela também chegou a<br />
ser o assunto mais comentado<br />
do Twitter no Brasil, ficando<br />
nos trending topics do mundo<br />
por algumas horas”, diz a emissora.<br />
Para isso, os investimentos<br />
são pesados. A produção<br />
envolveu efeitos como a pós-<br />
-produção que cria perspectivas<br />
em 360º muito próximas<br />
da realida<strong>de</strong>. “Em Apocalipse já<br />
tivemos um tsunami, um aci<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> avião e recriamos até<br />
a ONU, em Nova York, para os<br />
nossos personagens. Sem contar<br />
a abertura do mar em Os<br />
Dez Mandamentos, as muralhas<br />
<strong>de</strong> Jericó ruindo em A Terra<br />
Prometida ou as cenas que <strong>de</strong>finiram<br />
os <strong>de</strong>stinos em O Rico<br />
e Lázaro, entre o céu e o inferno”,<br />
explica a RecordTV.<br />
A empresa consi<strong>de</strong>ra o espaço<br />
das novelas, que hoje têm<br />
quatro horários <strong>de</strong>dicados,<br />
como qualificado, por conta da<br />
capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atrair espectadores.<br />
“As pessoas estão cansadas<br />
do cotidiano tão agressivo, tão<br />
grosseiro, on<strong>de</strong> não há respeito.<br />
E nossas produções possuem<br />
este diferencial que atrai o mercado.<br />
Mesmo à tar<strong>de</strong>, as novelas<br />
são um sucesso comercial”,<br />
analisa a emissora.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 15
EsPEcial TV abErTa<br />
Programas <strong>de</strong> longo sucesso se<br />
atualizam sem per<strong>de</strong>r a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
Algumas atrações estão no ar há décadas e atraem público pelo po<strong>de</strong>r<br />
do hábito e anunciantes pela força das marcas construídas com o tempo<br />
Fotos: Divulgação<br />
O Programa silvio santos, comandado pelo dono da emissora, vai ao ar todos os domingos e começou a ser exibido quando o SBT foi fundado, em 1981<br />
Cristiane Marsola<br />
Programas que estão há décadas<br />
no ar na TV aberta,<br />
como o Roda Viva, na Cultura;<br />
o Programa Silvio Santos,<br />
no SBT; ou o Jornal da Record,<br />
têm em comum a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se manter atualizados, mas<br />
sem per<strong>de</strong>r a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, que é<br />
tão importante para atrair uma<br />
audiência fiel. Por ficar tantos<br />
anos sendo transmitido, o<br />
programa e sua marca ganham<br />
credibilida<strong>de</strong>, algo que é reconhecido<br />
tanto por anunciantes<br />
como pelo público em geral.<br />
“Primeiro, um programa faz<br />
sucesso e está há tanto tempo<br />
no ar porque é um gran<strong>de</strong> programa,<br />
é muito bem feito, reúne<br />
profissionais incríveis e tem<br />
estrutura, mas também é tão<br />
longevo porque tem personalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> marca. Por exemplo, o<br />
Fantástico tem uma personali-<br />
da<strong>de</strong> <strong>de</strong> marca muito próxima<br />
da Globo como um todo, porque<br />
resume todos os eixos <strong>de</strong><br />
conteúdo da empresa. Ele tem<br />
jornalismo, entretenimento e<br />
esporte. Passa por tudo. Cada<br />
programa é uma marca em si<br />
e, na Globo, a gente trabalha<br />
olhando muito para que cada<br />
programa tenha uma marca<br />
clara na cabeça do consumidor<br />
e, com isso, garanta sua longevida<strong>de</strong>.<br />
O programa po<strong>de</strong> ir<br />
mudando – e naturalmente ele<br />
muda porque está em sintonia<br />
com a socieda<strong>de</strong>, pegando<br />
novos jeitos –, mas a alma e os<br />
valores continuam os mesmos,<br />
que são focados na marca”,<br />
afirma Sergio Valente, diretor<br />
<strong>de</strong> Comunicação da Globo.<br />
Além do programa citado<br />
pelo executivo, a emissora<br />
mantém há anos no ar o Globo<br />
Rural, o Jornal Nacional, o Globo<br />
Repórter, o Vi<strong>de</strong>oShow e o<br />
Domingão do Faustão.<br />
“Manter uma atração no ar<br />
durante décadas significa também<br />
assinar o compromisso <strong>de</strong><br />
preservar suas características<br />
essenciais e, ao mesmo tempo,<br />
adaptar-se às necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> cada época. É preciso manter<br />
o nível da programação ao<br />
qual os telespectadores estão<br />
acostumados, pois existe uma<br />
cobrança natural por parte da<br />
socieda<strong>de</strong>, que já vê aquele<br />
produto como uma espécie <strong>de</strong><br />
patrimônio público”, afirma<br />
Marcos Mendonça, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Fundação Padre Anchieta,<br />
mantenedora da TV Cultura.<br />
São muitas atrações longevas<br />
no canal. O MPB Especial<br />
estreou em 1972, passou a se<br />
chamar Ensaio a partir <strong>de</strong> 1990,<br />
mas continua com a mesma<br />
forma <strong>de</strong> mesclar entrevista e<br />
música. O Viola, Minha Viola<br />
é exibido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1980 e, com a<br />
“O prOgrama pO<strong>de</strong><br />
ir mudandO, mas a<br />
alma e Os valOres<br />
cOntinuam Os<br />
mesmOs, que sãO<br />
fOcadOs na marca”<br />
16 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Leonel Brizola foi um dos entrevistados do roda Vida, em 1994 Nelson Araújo está na equipe do Globo rural <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 1990<br />
morte da apresentadora Inezita<br />
Barroso, em 2015, passou a ser<br />
comandado pela violeira Adriana<br />
Farias. O Roda Viva estreou<br />
em 1986.<br />
“Como característica comum,<br />
po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar que<br />
todas essas atrações construíram<br />
marcas fortes, permanecendo<br />
relevantes <strong>de</strong>ntro do<br />
cenário televisivo nacional<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> elencos<br />
ou apresentadores que se<br />
alternaram ao longo dos anos.<br />
Soma-se a isso o fato <strong>de</strong> que<br />
todos esses programas foram<br />
inovadores e criaram formatos<br />
que são reproduzidos até hoje.<br />
O Roda Viva, por exemplo, foi o<br />
primeiro a realizar entrevistas<br />
em um formato <strong>de</strong> arena, com<br />
uma personalida<strong>de</strong> da política,<br />
educação, artes ou esportes<br />
sendo sabatinada em seu centro”,<br />
diz Mendonça.<br />
No SBT, um dos sucessos que<br />
atravessam décadas é o Programa<br />
Silvio Santos, que está na<br />
emissora <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1981, quando<br />
ela foi fundada. A emissora ainda<br />
conta com A Praça É Nossa,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1987, e Chaves, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
1984, uma produção que não é<br />
nacional, mas que reúne gerações<br />
em frente à TV sintonizadas<br />
no canal. “Os programas e<br />
os apresentadores se renovam<br />
constantemente com novos<br />
quadros e atrações e há também<br />
a questão do hábito. As pessoas<br />
já sabem, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
da divulgação em chamadas,<br />
os dias e os horários em que os<br />
programas serão exibidos”, explica<br />
o diretor <strong>de</strong> programação<br />
do SBT, Murilo Rosa.<br />
Há mais <strong>de</strong> 30 anos no ar, o<br />
Jornal da Record é o programa<br />
mais antigo da emissora. “Há<br />
<strong>12</strong> anos, o jornal é apresentado<br />
pelo Celso Freitas, agora em<br />
parceria com a Adriana Araújo,<br />
que está <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2013. Essa é uma<br />
das marcas da RecordTV, informação<br />
com credibilida<strong>de</strong>. Além<br />
do JR, temos também o semanal<br />
Domingo Espetacular, que<br />
vai completar 14 anos, e ainda<br />
a primeira revista eletrônica, o<br />
Hoje em Dia, que mudou as manhãs<br />
da TV brasileira e está no<br />
O tV Fama é comandado por Flávia Noronha e Nelson Rubens<br />
Luiz Bacci apresenta o Cida<strong>de</strong> alerta, da RecordTV<br />
ar há <strong>12</strong> anos. Há também o Cida<strong>de</strong><br />
Alerta, que está com mais<br />
<strong>de</strong> 20 anos na gra<strong>de</strong>”, conta<br />
Marcelo Silva, VP artístico e <strong>de</strong><br />
programação da RecordTV.<br />
Na Re<strong>de</strong>TV!, os programas<br />
que estão no ar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a estreia<br />
do canal, em 1999, são TV<br />
Fama, hoje com Nelson Rubens<br />
e Flávia Noronha, e SuperPop,<br />
com Luciana Gimenez. “Televisão<br />
é hábito <strong>de</strong> consumo, então<br />
o público se i<strong>de</strong>ntifica com a<br />
programação e isso faz com que<br />
normalmente os produtos <strong>de</strong><br />
sucesso tenham uma audiência<br />
cativa e, mais do que isso, uma<br />
audiência sempre com tendência<br />
<strong>de</strong> crescimento. O segredo<br />
para que isso ocorra é o produto<br />
sempre conseguir, na medida<br />
do possível, se mo<strong>de</strong>rnizar e se<br />
reinventar”, conta o diretor nacional<br />
<strong>de</strong> vendas da Re<strong>de</strong>TV!,<br />
“tOdas essas<br />
atrações<br />
cOnstruíram<br />
marcas fOrtes,<br />
permanecendO<br />
relevantes<br />
<strong>de</strong>ntrO dO cenáriO<br />
televisivO<br />
naciOnal”<br />
Amilcare Dallevo Neto.<br />
Essas atrações <strong>de</strong> longa duração<br />
também trazem vantagens<br />
para a área comercial. “Os apresentadores<br />
com longo tempo<br />
<strong>de</strong> casa garantem credibilida<strong>de</strong>,<br />
repercussão e o endosso<br />
<strong>de</strong>sejado pelas marcas para<br />
promover suas campanhas e<br />
produtos. Mas os programas e<br />
formatos sempre precisam buscar<br />
novida<strong>de</strong>s para garantir o<br />
movimento e o oxigênio necessários<br />
para continuar cativando<br />
público e marcas”, conta Marcelo<br />
Parada, diretor comercial e<br />
<strong>de</strong> marketing do SBT.<br />
“São experiências que po<strong>de</strong>m<br />
transformar a mensagem<br />
<strong>de</strong> um produto em algo a mais<br />
do que os 30 segundos <strong>de</strong> um<br />
comercial. Estar associado a<br />
esses produtos com exposições<br />
diferenciadas é o que o nosso<br />
<strong>de</strong>partamento comercial po<strong>de</strong><br />
oferecer <strong>de</strong> melhor. Isso, sem<br />
dúvida nenhuma, agrega muito<br />
valor aos investimentos <strong>de</strong> nossos<br />
patrocinadores”, fala Silva.<br />
Para Valente, uma boa parceria<br />
vem do entendimento <strong>de</strong><br />
que, assim como as marcas, os<br />
programas também precisam<br />
se atualizar. “A marca precisa<br />
apren<strong>de</strong>r com todas as movimentações.<br />
Tanto com as movimentações<br />
dos programas que<br />
estão há muito tempo no ar,<br />
quanto com os programas que<br />
estão há pouco tempo no ar. A<br />
marca acompanha o movimento<br />
da socieda<strong>de</strong>. As novida<strong>de</strong>s<br />
e a adaptabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um programa<br />
ao longo do tempo são<br />
fundamentais para uma marca<br />
viva”, diz.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 17
EspEcial tv abErta<br />
Essência no bom conteúdo mantém<br />
preferência do público pela televisão<br />
Programação <strong>de</strong>mocrática e gratuita garante espaço do meio nos lares;<br />
emissoras agora dão novo passo para a entrega sob <strong>de</strong>manda no digital<br />
Danúbia Paraizo<br />
Dizer que a TV está com os<br />
dias contados já entrou para<br />
a mesma lista <strong>de</strong> clichês que<br />
também <strong>de</strong>creta o fim do rádio<br />
há mais <strong>de</strong> 50 anos e outros lugares<br />
comuns típicos <strong>de</strong> quando<br />
surge uma nova tecnologia.<br />
O meio, aliás, está mais vivo do<br />
que nunca. Segundo dados do<br />
Kantar Ibope Media, o tempo<br />
médio que o telespectador <strong>de</strong>dicou<br />
ao consumo da mídia aumentou<br />
em mais <strong>de</strong> uma hora<br />
nos últimos 10 anos.<br />
Essa sustentação nos lares<br />
brasileiros tem sido possível<br />
<strong>de</strong>vido à combinação <strong>de</strong> dois<br />
fatores: a evolução tecnológica<br />
da TV para a oferta no digital<br />
ao mesmo tempo em que mantém<br />
sua essência <strong>de</strong>mocrática<br />
e gratuita. “Cada vez mais teremos<br />
uma nova forma <strong>de</strong> interação<br />
com a TV aberta. Essa<br />
mudança já é visível atualmente.<br />
As emissoras tiveram <strong>de</strong> se<br />
adaptar e buscar uma presença<br />
multiplataforma, engajando as<br />
pessoas que estão no celular,<br />
consumindo conteúdos mais<br />
simples ou oferecendo uma<br />
megaprodução que po<strong>de</strong>rá ser<br />
assistida na TV <strong>de</strong> forma compartilhada”,<br />
analisa Marcos<br />
Facó, diretor <strong>de</strong> comunicação e<br />
marketing da FGV.<br />
Ao mesmo tempo, o DNA popular<br />
da TV, que entrega conteúdo<br />
gratuito para toda a população,<br />
garante sua permanência<br />
como queridinha do público.<br />
Para Melissa Vogel, CEO do Kantar<br />
Ibope Media, apesar do inegável<br />
avanço das tecnologias e<br />
dispositivos conectados, uma<br />
gran<strong>de</strong> parcela da população<br />
ainda possui um mo<strong>de</strong>lo antigo<br />
<strong>de</strong> televisão com uma antena<br />
conectada em canais gratuitos.<br />
Daí a importância <strong>de</strong> as emissoras<br />
equilibrarem suas estratégias.<br />
“A TV está presente em<br />
praticamente todos os lares do<br />
país e é um meio garantido no<br />
dia a dia da população. Com o<br />
avanço das tecnologias, a tele-<br />
Combinação <strong>de</strong> conteúdo gratuito e cobertura ampla com investimentos em atrações sob <strong>de</strong>manda tornam TV um formato completo<br />
visão se fortaleceu”. Os números<br />
do Kantar Ibope reforçam a<br />
posição da executiva. Em 2007,<br />
os telespectadores passavam,<br />
em média, 5 horas e 11 minutos<br />
assistindo TV por dia. Em 2016,<br />
foram 6 horas e 17 minutos <strong>de</strong>dicados<br />
a telinha.<br />
O teor <strong>de</strong>mocrático do meio<br />
é um <strong>de</strong> seus principais pilares.<br />
Está em sua essência e vai garantir<br />
o sucesso do mo<strong>de</strong>lo por<br />
muitos anos. Essa é a aposta <strong>de</strong><br />
Cristina Padiglione, que assina<br />
o site TelePadi, no portal da Folha<br />
<strong>de</strong> S.Paulo. “Pelo rumo que<br />
as coisas vão, com gran<strong>de</strong> oferta<br />
<strong>de</strong> TV por streaming e toda uma<br />
geração que já não vê transmissões<br />
<strong>de</strong> TV, mas programação<br />
sob <strong>de</strong>manda, a TV linear aberta<br />
só endossa sua condição <strong>de</strong>mocrática:<br />
ela ainda é e será por<br />
muitos anos o entretenimento<br />
feito para todos”.<br />
“A TV conTinuA<br />
ViVendo<br />
ViscerAlmenTe<br />
<strong>de</strong> conTeúdo, não<br />
imporTA A TelA, A<br />
horA ou o modo <strong>de</strong><br />
TrAnsmissão”<br />
Domingo/iStock<br />
EvOlUÇÃO NEcEssÁria<br />
Se, por um lado, o bom conteúdo<br />
acessível garante seu espaço,<br />
as emissoras não têm se<br />
acomodado. A TV tem se transformado<br />
e adaptado seu conteúdo<br />
em uma relação simbiótica<br />
com o digital. Nesse sentido,<br />
po<strong>de</strong>-se dizer que a televisão,<br />
aos poucos, se <strong>de</strong>spe<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu<br />
mo<strong>de</strong>lo linear em busca <strong>de</strong> uma<br />
comunicação mais plural.<br />
A busca agora é justamente<br />
por uma comunicação <strong>de</strong> via <strong>de</strong><br />
mão dupla, favorecida pela associação<br />
com as re<strong>de</strong>s sociais e<br />
plataformas <strong>de</strong> streaming. Não<br />
faltam exemplos bem-sucedidos,<br />
como o Globo Play ou os<br />
canais no YouTube <strong>de</strong> atrações<br />
como <strong>de</strong> Fabio Porchat, na Record,<br />
e <strong>de</strong> Eliana, no SBT, recordistas<br />
<strong>de</strong> um novo tipo <strong>de</strong> audiência.<br />
“A TV continua vivendo<br />
visceralmente <strong>de</strong> conteúdo,<br />
não importa a tela, a hora ou o<br />
modo <strong>de</strong> transmissão. As re<strong>de</strong>s<br />
sociais só tornaram a experiência<br />
<strong>de</strong> ver TV um comportamento<br />
amplamente social, com<br />
monte <strong>de</strong> gente na sua sala <strong>de</strong><br />
estar”, finaliza Padiglione.<br />
18 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
( )<br />
( )<br />
( )<br />
Geramos riquezas.<br />
Criamos empregos.<br />
Somos avalistas<br />
da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa.<br />
Na próxima vez<br />
em que você for<br />
preencher uma ficha,<br />
não diga apenas<br />
que é publicitário.<br />
As agências <strong>de</strong> propaganda e seus profissionais não fazem apenas campanhas<br />
<strong>de</strong> comunicação. Nós construímos marcas. E mais do que isso, nós geramos<br />
negócios. Nosso trabalho gera valor agregado e melhores margens aos nossos<br />
clientes. São mais <strong>de</strong> 1.500 agências certificadas aten<strong>de</strong>ndo a mais <strong>de</strong> 55.000<br />
clientes anunciantes espalhados por todo o país. Essa ativida<strong>de</strong> gigante<br />
empurra a economia nacional. A cada real investido em publicida<strong>de</strong>,<br />
R$ 10,69 são gerados em todo o mercado. Mais do que isso: a publicida<strong>de</strong><br />
ajuda a garantir a in<strong>de</strong>pendência econômica da imprensa nacional. A parceria<br />
entre agências, anunciantes e veículos é fiadora da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão<br />
<strong>de</strong> veículos impressos, radiofônicos e eletrônicos.<br />
Lembre-se <strong>de</strong> tudo isso na próxima vez em que você for dizer:<br />
“Sou publicitário”.
EspEcial tv abErta<br />
Era multitelas amplia o alcance das<br />
emissoras e a interação com público<br />
Pesquisa do Kantar Ibope Media mostra que os tweets sobre televisão<br />
em 2017 somaram 18 bilhões <strong>de</strong> impressões, com <strong>de</strong>staque para realities<br />
Paulo Macedo<br />
fenômeno da segunda tela<br />
O está <strong>de</strong>finitivamente agregado<br />
ao comportamento das<br />
audiências da TV no Brasil.<br />
É a era <strong>de</strong> assistir os conteúdos<br />
sob <strong>de</strong>manda e no horário<br />
mais conveniente. Isso significa<br />
que por meio <strong>de</strong> aplicativos,<br />
como o Globo Play, não há<br />
mais necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esperar<br />
a programação do Vale a pena<br />
ver <strong>de</strong> novo para assistir a uma<br />
reprise <strong>de</strong> novelas. A tecnologia<br />
vai além da teledramaturgia:<br />
todos os conteúdos po<strong>de</strong>m<br />
ser acessados nas novas plataformas.<br />
Em alguns casos, a<br />
segunda tela vem na frente. A<br />
Globo já usou o recurso no seu<br />
app com cenas inéditas da novela<br />
Haja Coração.<br />
De acordo com o Kantar Ibope<br />
Media, a visualização em<br />
dispositivos conectados está<br />
em ascensão. O instituto cita<br />
trabalho da Cisco mostrando<br />
que usuários <strong>de</strong> telefone celular<br />
em 2020 somarão 5,5 bilhões.<br />
As re<strong>de</strong>s NBC e BBC mostraram<br />
que a cobertura da Rio 2016, especialmente<br />
por causa do fuso<br />
horário, não foi visualizada necessariamente<br />
através <strong>de</strong> um<br />
televisor. A segunda tela garantiu<br />
que benefícios às emissoras<br />
<strong>de</strong> TV? Quem respon<strong>de</strong> é a executiva<br />
Melissa Vogel, CEO do<br />
Kantar Ibope Media.<br />
“O ato <strong>de</strong> assistir TV, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
da plataforma,<br />
tem se tornado cada vez mais<br />
interativo. E o fenômeno Social<br />
TV, além <strong>de</strong> se enquadrar<br />
nesta moldura, está cada vez<br />
mais presente no cotidiano dos<br />
telespectadores. Hoje, o consumidor<br />
<strong>de</strong> mídia transita entre os<br />
diferentes meios e plataformas<br />
ao mesmo tempo. Enten<strong>de</strong>r<br />
este comportamento é essencial<br />
para conseguir atingir o público<br />
<strong>de</strong> maneira correta e on<strong>de</strong><br />
quer que ele esteja, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
do meio ou plataforma.<br />
É possível perceber, por<br />
exemplo, uma relação cada vez<br />
Walter Zagari, da RecordTV, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> um planejamento comercial com sinergia entre as diferentes plataformas disponíveis<br />
maior entre o conteúdo televisivo<br />
e as interações realizadas<br />
pelos telespectadores online.<br />
De acordo com levantamento<br />
do Kantar Ibope Media, os<br />
tweets sobre programas da TV<br />
aberta geraram mais <strong>de</strong> 18 bilhões<br />
<strong>de</strong> impressões no Twitter<br />
durante 2017, com os realities<br />
shows se <strong>de</strong>stacando entre os<br />
conteúdos televisivos com mais<br />
engajamento entre o público.<br />
Essa interação online sobre<br />
conteúdo televisivo possibilita<br />
uma experiência diferenciada<br />
aos telespectadores durante a<br />
exibição <strong>de</strong> um programa, além<br />
<strong>de</strong> trazer novas variáveis analíticas<br />
para a audiência televisiva,<br />
tal como o engajamento”,<br />
explicou Melissa. Ela diz ainda<br />
que o Kantar Social TV Ratings<br />
permite análise <strong>de</strong> métricas sobre<br />
programas, transmissões e<br />
canais, extraídas diretamente<br />
do Twitter. “Estamos atentos e<br />
acompanhando todos os avanços<br />
<strong>de</strong> produtos e tecnologia<br />
Fotos: Divulgação<br />
“o fenômeno<br />
Social TV, além<br />
<strong>de</strong> Se enquadrar<br />
neSTa moldura,<br />
eSTá cada Vez<br />
maiS preSenTe<br />
no coTidiano doS<br />
TeleSpecTadoreS”<br />
20 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Amilcare Dallevo Neto vê como positivas as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> integração multiplataforma<br />
Herbert Gomes <strong>de</strong>staca as audiências geradas nos monitores, apps e YouTube<br />
em diversos países on<strong>de</strong> atuamos.<br />
Por isso, estamos prontos<br />
para trazê-los a partir <strong>de</strong> um alinhamento<br />
e trabalho em parceria<br />
com o mercado”.<br />
A RecordTV busca a integração<br />
das plataformas digitais. A<br />
i<strong>de</strong>ia é propor ao mercado publicitário<br />
propostas diferenciadas.<br />
Para Walter Zagari, vice-<br />
-presi<strong>de</strong>nte comercial do Grupo<br />
Record, a geração <strong>de</strong> receita por<br />
aplicativos ainda é pequena.<br />
“Se levarmos em consi<strong>de</strong>ração<br />
que 61% do bolo publicitário<br />
foi <strong>de</strong>stinado à TV aberta<br />
em 2017, segundo o relatório<br />
Kantar Ibope Media - Monitor<br />
Evolution, a capacida<strong>de</strong> dos<br />
aplicativos em gerar receita<br />
comercial ainda é muito pequena.<br />
De qualquer maneira,<br />
pensando no crescimento do<br />
mercado e nas novas gerações<br />
<strong>de</strong> consumidores entrantes,<br />
nós, da RecordTV, já consi<strong>de</strong>ramos<br />
em nossos projetos<br />
comerciais os aplicativos <strong>de</strong><br />
maior relevância do mercado.<br />
Acreditamos que a nossa<br />
presença nas diversas plataformas<br />
<strong>de</strong> comunicação é <strong>de</strong><br />
extrema importância para a<br />
disseminação <strong>de</strong> nossa marca<br />
e também como fonte alternativa<br />
<strong>de</strong> captação <strong>de</strong> recursos<br />
publicitários”.<br />
Zagari acrescenta: “A sinergia<br />
entra as diversas plataformas <strong>de</strong><br />
comunicação é <strong>de</strong> extrema importância<br />
e bastante saudável<br />
para o nosso negócio. Porém,<br />
se levarmos em consi<strong>de</strong>ração<br />
a força isolada dos meios, a TV<br />
é e permanecerá soberana por<br />
muito tempo, principalmente<br />
quando falamos <strong>de</strong> audiência,<br />
<strong>de</strong> cobertura e da divisão da receita<br />
publicitária. Por mais que<br />
as novas telas passem a fazer<br />
parte do nosso dia a dia, muitas<br />
Andrea, da LBTM, fala que fenômeno da segunda tela faz a diferença no plano <strong>de</strong> mídia<br />
<strong>de</strong>las, que também apresentam<br />
uma força <strong>de</strong> comunicação bastante<br />
representativa, se utilizam<br />
da TV aberta para chamar<br />
suas audiências”.<br />
Na Band, o diretor-comercial<br />
Nilson Moysés concorda que a<br />
segunda tela permite uma conversa<br />
com o público mesmo<br />
quando o espectador não está<br />
à frente <strong>de</strong> um monitor. “Fortalecendo<br />
essa ligação <strong>de</strong> TV e internet,<br />
a Band estreia em abril o<br />
programa SuperPo<strong>de</strong>rosas, que<br />
terá seu ponto <strong>de</strong> partida na<br />
plataforma digital. O objetivo<br />
do programa, apresentado pela<br />
jornalista Natália Leite, é dar<br />
ferramentas para a mulher que<br />
está preocupada em se <strong>de</strong>senvolver<br />
nos diversos aspectos<br />
da vida. Na plataforma digital,<br />
haverá a interação e a discussão<br />
<strong>de</strong> temas que <strong>de</strong>pois serão levados<br />
para a televisão nas manhãs<br />
da Band. Nesse sentido,<br />
a segunda tela será consumida<br />
até antes da primeira”.<br />
A Band tem um case com o<br />
reality <strong>de</strong> gastronomia Masterchef<br />
Profissionais. “Produzimos,<br />
em parceria com uma<br />
marca <strong>de</strong> bebidas, várias entrevistas<br />
exclusivas que eram<br />
exibidas ao vivo, no Twitter,<br />
após o término do programa<br />
na TV. O projeto foi um sucesso<br />
e comprovou a complementarieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> audiências entre<br />
plataformas, que cresce ano<br />
após ano. O canal do Masterchef<br />
Profissionais no YouTube<br />
registrou crescimento <strong>de</strong> 283%<br />
no número <strong>de</strong> visualizações na<br />
última temporada, em relação<br />
ao ano anterior (2016), enquanto<br />
o site da atração apresentou<br />
66% no aumento <strong>de</strong> tráfego”,<br />
<strong>de</strong>talha Moysés.<br />
A Re<strong>de</strong>TV!, que vem investindo<br />
no uso da mídia<br />
programática, está atenta à<br />
necessida<strong>de</strong> dos anunciantes<br />
<strong>de</strong> integração <strong>de</strong> meios e<br />
plataformas. “Cada vez mais<br />
o cliente procura uma solução<br />
<strong>de</strong> comunicação integrada que<br />
envolve todas as plataformas e<br />
públicos que você tenha no seu<br />
inventário, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
<strong>de</strong> qual meio ou canal a sua<br />
audiência está assistindo o seu<br />
conteúdo. Isso se reflete nos<br />
planos comerciais, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo<br />
do objetivo do cliente, e se<br />
faz sentido uma entrega 360. A<br />
gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> dos aplicativos<br />
e a conectivida<strong>de</strong> são,<br />
sem dúvida, a maior interativida<strong>de</strong><br />
e experiência que o usuário<br />
po<strong>de</strong> ter assistindo TV. Isso<br />
faz com que o termômetro da<br />
audiência por aplicativos seja<br />
bem interessante. A relevância<br />
<strong>de</strong>les, com certeza, será crescente<br />
à medida que o próprio<br />
aplicativo tiver uma penetração<br />
no público <strong>de</strong> forma geral”,<br />
observa o executivo Amílcare<br />
Dallevo Neto, diretor nacional<br />
<strong>de</strong> vendas da Re<strong>de</strong>TV!.<br />
Herbert Gomes, diretor do<br />
grupo <strong>de</strong> mídia da Talent Mar-<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 21
Navarro, do SBT: “Envolvemos as marcas <strong>de</strong> nossos clientes com nossa audiência <strong>de</strong> uma forma natural e engajada”<br />
Sant’Anna: “Construir marcas em curto espaço <strong>de</strong> tempo”<br />
Melissa Vogel afirma que Kantar avalia trazer para o Brasil novos sistemas <strong>de</strong> medição<br />
“aplicaTiVoS e<br />
conecTiVida<strong>de</strong> São,<br />
Sem dúVida, a maior<br />
inTeraTiVida<strong>de</strong> e<br />
experiência que o<br />
uSuário po<strong>de</strong> Ter<br />
aSSiSTindo TV”<br />
cutivo Rodrigo Navarro Marti,<br />
diretor <strong>de</strong> multiplaforma, explica.<br />
“Além da venda e reserva<br />
realizada diretamente pelo SBT<br />
em nossas plataformas digitais<br />
nos mais diversos tipos <strong>de</strong> inserções<br />
como Pre Roll, Billboard,<br />
GC Interativida<strong>de</strong>, Bran<strong>de</strong>d<br />
Content e outros formatos<br />
cel, reconhece que não po<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> contemplar a segunda<br />
tela em um planejamento<br />
<strong>de</strong> mídia. “O consumidor mudou,<br />
o acesso mudou, o consumo<br />
livre <strong>de</strong> conteúdo mudou.<br />
O gran<strong>de</strong> interesse das pessoas<br />
é consumir conteúdo e continua<br />
muito forte o que as<br />
emissoras produzem, pela<br />
qualida<strong>de</strong> e pela diversida<strong>de</strong>.<br />
Coloco como exemplo a novela<br />
O Outro Lado do Paraíso, da TV<br />
Globo, atingindo picos <strong>de</strong> audiência<br />
<strong>de</strong> 45 pontos, uma gran<strong>de</strong><br />
relevância para os anunciantes<br />
e para o mercado. Mas<br />
não é só isso. Tem muita gente<br />
que consome estes capítulos/<br />
conteúdos na segunda tela,<br />
os chamados apps. Por outro<br />
lado, também existe o consumo<br />
<strong>de</strong> um conteúdo diferente<br />
ao mesmo tempo do consumo<br />
da TV, que são as re<strong>de</strong>s sociais,<br />
os portais e o YouTube, entre<br />
outros, que divi<strong>de</strong>m a atenção<br />
do telespectador. Aí entra a importância<br />
da estratégia <strong>de</strong> canais,<br />
em que <strong>de</strong>ve ser trabalhada<br />
a jornada do consumidor”,<br />
justifica Gomes.<br />
Paulo Sant’Anna, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> mídia da mcgarrybowen<br />
e presi<strong>de</strong>nte do Grupo <strong>de</strong><br />
Mídia <strong>de</strong> São Paulo, afirma que<br />
a segunda tela permite interação<br />
imediata com o espectador.<br />
“A instantaneida<strong>de</strong> é resultado<br />
<strong>de</strong>sse novo modo. As pessoas<br />
<strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ter uma posição<br />
passiva e partem para ação,<br />
expressando opinião ou interagindo<br />
com marcas, produtos<br />
e serviços. A questão dos apps<br />
amplia ainda mais a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ver os conteúdos <strong>de</strong> TV<br />
ao vivo ou quando melhor convier<br />
ao consumidor. ”.<br />
O SBT, que contabiliza o recor<strong>de</strong><br />
mensal <strong>de</strong> 1 bilhão <strong>de</strong><br />
vizualizações no YouTube,<br />
o maior volume entre as TVs<br />
abertas em todo o mundo, celebra<br />
a amplitu<strong>de</strong> digital. O exepuramente<br />
digitais, a maior<br />
fortaleza do SBT está em po<strong>de</strong>r<br />
fazer uma oferta para o nosso<br />
cliente, combinando a força e<br />
o alcance da TV com a força, o<br />
engajamento e o envolvimento<br />
das nossas plataformas digitais.<br />
Hoje todas as propostas aos nossos<br />
clientes são estruturadas<br />
no formato que chamamos <strong>de</strong><br />
360°, que contempla todos os<br />
nossos pontos <strong>de</strong> contato com<br />
a nossa audiência, envolvendo<br />
nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção<br />
<strong>de</strong> conteúdos exclusivos, força<br />
e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> engajamento<br />
através <strong>de</strong> nossas plataformas e<br />
artistas. Com isso, envolvemos<br />
as marcas <strong>de</strong> nossos clientes<br />
com nossa audiência <strong>de</strong> uma<br />
forma natural e engajada”.<br />
“Sim, faz bastante diferença<br />
programar TV aberta com<br />
o fenômeno da segunda tela<br />
e a tendência, para os próximos<br />
anos, é aumentar a integração<br />
entre as várias telas.<br />
A base <strong>de</strong> toda estratégia <strong>de</strong><br />
mídia e a construção da programação<br />
sempre serão baseadas<br />
nos hábitos dos consumidores.<br />
Nós analisamos<br />
que o consumo <strong>de</strong> múltiplas<br />
telas (principalmente TV e<br />
Smartphone) já se tornou<br />
uma realida<strong>de</strong> no dia a dia das<br />
pessoas. Assim, é fundamental<br />
pensar em estratégias que<br />
consi<strong>de</strong>rem os momentos <strong>de</strong><br />
consumo e os formatos mais<br />
apropriados para cada tela.<br />
Deste modo, cada tela ganha<br />
um papel estratégico e, ao<br />
final, se complementam, gerando<br />
maior eficiência”, analisa<br />
Andrea Hirata, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> mídia da Leo Burnett<br />
Tailor Ma<strong>de</strong>.<br />
“A TV aberta tem um potencial<br />
<strong>de</strong> atingir milhões <strong>de</strong><br />
brasileiros com uma velocida<strong>de</strong><br />
muito rápida, em especial<br />
com a transmissão em eventos<br />
ao vivo. Fato que é realizado<br />
<strong>de</strong>vido às características <strong>de</strong><br />
diversida<strong>de</strong>s culturais do país,<br />
em intensida<strong>de</strong>s diferentes,<br />
em todas as regiões. Também<br />
vale <strong>de</strong>stacar que os assuntos<br />
abordados na TV estão sendo<br />
potencializados nos canais digitais<br />
e, cada vez mais, comentados<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais, fatos<br />
que geram uma maior interativida<strong>de</strong><br />
do público com a programação<br />
da TV aberta. Com<br />
os apps, quem <strong>de</strong>fine o timing<br />
é o telespectador. E isto vem<br />
sendo realizado, na medida em<br />
que os canais digitais passam a<br />
ter maior presença no cotidiano<br />
das pessoas. Pelo que me<br />
recordo, este movimento vem<br />
ganhando maior intensida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2013, com um ritmo cada<br />
vez mais acelerado”, finaliza<br />
Luciana Schwartz, lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> omnichannel<br />
da VML.<br />
22 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Se você acha que po<strong>de</strong> conquistar alguém<br />
através <strong>de</strong> uma música, tem razão.<br />
Porque é exatamente isso que nós fazemos.<br />
Fazemos uma música virar encontro <strong>de</strong> gêneros e gerações, tema <strong>de</strong> campanha, hino <strong>de</strong> torcida, fenômeno na mídia e nas<br />
re<strong>de</strong>s, palco em festival <strong>de</strong> música, prêmio em festival <strong>de</strong> propaganda.<br />
Transformamos sucesso antigo em versão 3.0, 1º re-colour nacional, pauta em todos os veículos, tema <strong>de</strong> superprodução<br />
digital para a maior marca <strong>de</strong> telefonia móvel do país.<br />
Homenageamos os 100 anos <strong>de</strong> samba e levamos o BRA do Brasil e <strong>de</strong> um dos maiores bancos brasileiros para milhões<br />
<strong>de</strong> pessoas através <strong>de</strong> um espetáculo musical.<br />
Unimos 3 Reis para produzir a música da campanha da maior ban<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> cartões genuinamente brasileira.<br />
Movimentamos uma cida<strong>de</strong> inteira durante todo o verão, com uma arena multientretenimento inovadora e encontros<br />
inéditos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s ícones da música brasileira.<br />
Viramos a música pelo avesso e a transformamos em plataforma <strong>de</strong> conteúdo proprietário, experiência, ativação e PR.<br />
Reinventamos, inovamos. Geramos buzz, notícia. Provocamos.<br />
Posicionamos e fortalecemos marcas usando a ferramenta <strong>de</strong> conexão mais po<strong>de</strong>rosa que existe.<br />
Cliente: Vivo<br />
Agência: Africa<br />
Cliente: Bra<strong>de</strong>sco<br />
Agência: WMcCann<br />
Cliente: SKY<br />
Cliente: Bra<strong>de</strong>sco<br />
Agência: WMcCann<br />
Cliente: Fiat<br />
Agência: Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />
Cliente: L’Oréal Paris<br />
Agência: Flagcx<br />
Cliente: Brahma<br />
Agência: Africa<br />
Cliente: Bra<strong>de</strong>sco Seguros<br />
Cliente: ELO<br />
Agência: Artplan<br />
Cliente: P&G<br />
Agência: GREY<br />
Cliente: L’Oréal Paris<br />
Agência: WMcCann<br />
Mas calma, nós não fazemos tudo sozinhos. É um trabalho integrado<br />
com as principais agências <strong>de</strong> comunicação do país e todo o meio editorial.<br />
O resultado disso?<br />
Effie Latam 2017: Sou Fatal, bronze na categoria Marketing Jovem.<br />
Marketing Best 2016: Arena Banco Original.<br />
Effie Awards 2016: Se Ligaê, uma das ações <strong>de</strong> maior sucesso, efetivida<strong>de</strong> e recall <strong>de</strong> uma marca nos Jogos Olímpicos.<br />
Cannes 2016: SamBRA, shortlist na categoria Entertainment Lions For Music.<br />
Então, agora você já sabe. Se música tem a ver com os seus clientes ou com o seu negócio, Musickeria.<br />
Music2Brand<br />
Conectando marcas e consumidores<br />
através da música.<br />
musickeria.com.br | +55 21 2246-0746 | contato@musickeria.com.br
EspEcial TV aBERTa<br />
Mercado <strong>de</strong>bate métrica unificada,<br />
alcance e novos formatos no digital<br />
SBT reuniu em São Paulo agências, anunciantes, entida<strong>de</strong>s e estrelas<br />
da emissora para discussões sobre complementarieda<strong>de</strong> dos meios<br />
Danúbia Paraizo<br />
Já se foi a época <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar<br />
o digital como concorrente<br />
das mídias tradicionais. Na era<br />
da complementarieda<strong>de</strong> dos<br />
meios, saem na frente as emissoras<br />
<strong>de</strong> TV que utilizam formatos<br />
digitais para reforçar suas<br />
estratégias. Neste momento, a<br />
discussão evolui para se compreen<strong>de</strong>r<br />
como criar métricas<br />
unificadas que possam refletir<br />
essa audiência cruzada. O tema<br />
permeou os <strong>de</strong>bates do evento<br />
Conteúdo em Todo Lugar, realizado<br />
na semana passada.<br />
O encontro reuniu profissionais<br />
<strong>de</strong> agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />
anunciantes, empresas <strong>de</strong><br />
pesquisa, personalida<strong>de</strong>s e executivos<br />
do SBT para discussões<br />
sobre complementarieda<strong>de</strong> dos<br />
meios e como a unificação das<br />
métricas do digital e TV po<strong>de</strong><br />
ser feita com eficiência. O encontro<br />
trouxe também palestra<br />
<strong>de</strong> Brian Fuhrer, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
sênior e lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> produto<br />
cross-plataforma da Nilsen<br />
EUA, que trouxe um panorama<br />
do consumo <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong><br />
streaming nos Estados Unidos.<br />
O executivo falou ainda sobre<br />
como essa tendência revela que<br />
a TV continua no centro das<br />
atenções da audiência, mas em<br />
novos formatos.<br />
A palestra serviu como pano<br />
<strong>de</strong> fundo para <strong>de</strong>bate sobre o<br />
fato <strong>de</strong> que as emissoras estão<br />
apostando em serviços próprios<br />
<strong>de</strong> streaming, reforçando suas<br />
estratégias em re<strong>de</strong>s sociais e<br />
mudando narrativas a fim <strong>de</strong><br />
incluir os anunciantes na nova<br />
jornada do consumidor. “Publicida<strong>de</strong><br />
do jeito que a gente<br />
conhece, com filme <strong>de</strong> qualquer<br />
duração, vai ser bem difícil <strong>de</strong> a<br />
gente enxergar [no streaming].<br />
O que <strong>de</strong>safia as agências a pensar<br />
em como inserir o anunciante<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contexto<br />
que faça sentido”, <strong>de</strong>stacou<br />
Eduardo Simon, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
da Abap e CEO da agência<br />
DPZ&T. O executivo participou<br />
Executivos do SBT, Kantar Ibope Mídia, Abap e ABA participaram <strong>de</strong> painel sobre engajamento e retorno sobre investimento<br />
<strong>de</strong> painel ao lado <strong>de</strong> Silvana Balbo,<br />
diretora da ABA (Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes) e VP<br />
<strong>de</strong> marketing do Carrefour Brasil;<br />
Melissa Voguel, presi<strong>de</strong>nte<br />
do Kantar Ibope Mídia; José Roberto<br />
Maciel, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
do SBT; e o jornalista Marcelo<br />
Torres, do SBT.<br />
Durante o painel, os executivos<br />
discutiram os papéis e a importância<br />
<strong>de</strong> cada meio na estratégia<br />
macro e como administrar<br />
os diversos perfis <strong>de</strong> públicos<br />
que permeiam digital e TV tradicional.<br />
“É <strong>de</strong>safiador para as<br />
marcas lidar com públicos tão<br />
diferentes. Como conviver com<br />
gerações tão diferentes e fazer<br />
sentido para todas essas pessoas?<br />
Hoje, o que o anunciante vê<br />
é que nessa complementarieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> meios existem papéis e<br />
formas diferentes <strong>de</strong> atuar em<br />
cada um”, disse Silvana.<br />
Lí<strong>de</strong>r mundial no ranking<br />
das emissoras com maior número<br />
<strong>de</strong> inscritos em re<strong>de</strong>s sociais,<br />
o SBT aposta no mo<strong>de</strong>lo<br />
“jamais<br />
<strong>de</strong>ixaremos <strong>de</strong><br />
reconhecer<br />
a força da TV<br />
aberTa. a genTe<br />
esquece que ela<br />
é a Verda<strong>de</strong>ira<br />
banda larga”<br />
Marçal Neto/ Divulgação<br />
multiplataforma para dialogar<br />
com públicos distintos. Realizado<br />
ao mesmo tempo que o<br />
Teleton na TV aberta, em 2017,<br />
o Teleton Mais, programação<br />
100% digital, comandado por<br />
Celso Portiolli, foi apresentado<br />
como case da proposta multitela.<br />
O assunto foi <strong>de</strong>batido no<br />
painel com Portiolli, além <strong>de</strong><br />
Larissa Manoela e Maísa Silva,<br />
atrizes da emissora; Michael<br />
Ukstin, diretor <strong>de</strong> ambos formatos<br />
do Teleton; e <strong>de</strong> Marcelo<br />
Torres. “Não tem como evitar o<br />
digital. Óbvio que jamais <strong>de</strong>ixaremos<br />
<strong>de</strong> reconhecer a força<br />
da TV aberta. A gente esquece<br />
que ela é a verda<strong>de</strong>ira banda<br />
larga. Quem consegue distribuir<br />
conteúdo para 207 milhões<br />
simultaneamente, sem travar e<br />
<strong>de</strong> graça? Só que ela tinha limitação<br />
<strong>de</strong> ser mão única. E com<br />
as mídias sociais elas ganham<br />
voz. Essa interação das telas<br />
está trazendo para a gente um<br />
insumo cada vez mais rico”, finalizou<br />
Maciel.<br />
24 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
ESpEcIAl Tv AbERTA<br />
“Twitter permite<br />
conexão direta<br />
com o público”<br />
Divulgação<br />
Faz algum tempo que a TV aberta utiliza<br />
ferramentas do Twitter muito além dos 280<br />
caracteres. De hashtags a lives, programas<br />
encontraram na plataforma maneiras <strong>de</strong><br />
estimular <strong>de</strong>bates, conversar com internautas e,<br />
claro, manter o público ligado na telinha. Pitter<br />
Rodriguez, diretor <strong>de</strong> parcerias <strong>de</strong> esportes do<br />
Twitter para a América Latina, <strong>de</strong>staca o trabalho<br />
entre plataforma e emissoras, comentando os cases<br />
<strong>de</strong> Masterchef, da Band, Dancing Brasil, da Record,<br />
e Big Brother Brasil, da Globo. Confira a seguir os<br />
principais trechos <strong>de</strong>sta entrevista.<br />
JÉSSICA OLIVEIRA<br />
FORMATOS<br />
As parcerias do Twitter com<br />
os canais <strong>de</strong> TV ocorrem em<br />
diferentes formatos: existem<br />
parceiros que optam por exibir<br />
na tela da transmissão na TV<br />
tweets em tempo real e outras<br />
informações vivas oriundas da<br />
plataforma, levando para a tela<br />
as principais conversas sobre o<br />
assunto que são realizados em<br />
tempo real no Twitter; os que<br />
preferem utilizar a plataforma<br />
para realizar enquetes e votações;<br />
e outros que utilizam produtos<br />
do Twitter para estimular<br />
conversas na plataforma.<br />
ENTENDIMENTO<br />
Nossos parceiros <strong>de</strong> TV têm<br />
criado a consciência <strong>de</strong> que<br />
apostar na força do digital é um<br />
caminho claro para ampliar o<br />
alcance <strong>de</strong> suas transmissões e<br />
incrementar suas audiências.<br />
Em relação à integração com a<br />
TV, o Twitter virou uma segunda<br />
tela por excelência. Hoje, as<br />
conversas no Twitter sobre os<br />
programas oferecem às emissoras<br />
e marcas patrocinadoras<br />
uma extensão da sua mensagem<br />
na TV e, mais que isso, a<br />
possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interagir com<br />
o consumidor. O ví<strong>de</strong>o e a integração<br />
do Twitter com a TV surgem<br />
como formatos com alto<br />
po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> engajamento e socialização.<br />
Nosso objetivo é que o<br />
conteúdo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> gerado<br />
“conversas no<br />
TwiTTer sobre<br />
os programas<br />
oferecem às<br />
emissoras uma<br />
exTensão da sua<br />
mensagem na Tv”<br />
por parceiros seja potencializado<br />
na plataforma.<br />
cOMEÇO<br />
Quanto mais cedo o Twitter<br />
for consi<strong>de</strong>rado na estratégia<br />
do conteúdo, melhor será o<br />
formato <strong>de</strong> entrega na plataforma.<br />
O Twitter permite uma<br />
conexão direta com o público<br />
no momento em que estão buscando<br />
informações sobre um<br />
tema <strong>de</strong> interesse e, portanto,<br />
mais abertos a receber novas<br />
mensagens. É necessário saber<br />
em que momento e como falar<br />
com esse público - principalmente<br />
porque os parceiros po<strong>de</strong>m<br />
participar <strong>de</strong> forma efetiva<br />
das conversas em torno <strong>de</strong> seus<br />
programas antes, durante e <strong>de</strong>pois<br />
da exibição dos conteúdos.<br />
INTEgRAÇãO<br />
O Masterchef Brasil utiliza<br />
diversas integrações com<br />
o Twitter para engajar com os<br />
fãs. Durante a exibição dos episódios,<br />
por exemplo, tweets<br />
Pitter Rodriguez: “O live faz parte <strong>de</strong> uma estratégia global do Twitter lançada em 2016”<br />
selecionados dos espectadores<br />
são mostrados na tela, levando<br />
para a TV as principais conversas<br />
sobre o assunto que são<br />
realizados em tempo real no<br />
Twitter, o contador no canto da<br />
tela informa, em tempo real, o<br />
volume <strong>de</strong> tweets sobre o programa<br />
e, quando a #MasterChefBR<br />
entra na lista <strong>de</strong> assuntos<br />
mais comentados do momento,<br />
um alerta <strong>de</strong> Trending Topic é<br />
mostrado na TV. E os jurados<br />
e <strong>de</strong>mais participantes do programa<br />
interagem bastante com<br />
os fãs via Twitter. Em edições<br />
anteriores, o anúncio do vencedor<br />
do programa já foi feito primeiramente<br />
pelo Twitter.<br />
pERIScOpE<br />
O BBB faz transmissões <strong>de</strong><br />
ví<strong>de</strong>o ao vivo via Periscope sobre<br />
os principais acontecimentos,<br />
entradas ao vivo direto da<br />
casa (inclusive nas festas) e<br />
mesas <strong>de</strong>bates. Todo conteúdo<br />
po<strong>de</strong> ser acompanhado pela<br />
#Re<strong>de</strong>BBB. A temporada 17 do<br />
BBB foi a mais comentada no<br />
Twitter <strong>de</strong>ntre todas as edições<br />
do reality show. Foram mais<br />
<strong>de</strong> 42 milhões <strong>de</strong> tweets sobre<br />
o programa na plataforma, um<br />
total 48% maior que o <strong>de</strong> 2016.<br />
O Big Brother, assim como The<br />
Voice Brasil, também já contou<br />
com emojis personalizados na<br />
plataforma, criados para ilustrar<br />
as conversas sobre o assunto<br />
no Twitter.<br />
lIvE<br />
O formato live faz parte <strong>de</strong><br />
uma estratégia global do Twitter<br />
lançada em 2016. O público<br />
fica a par do que está sendo falado<br />
sobre o assunto em tempo<br />
real e po<strong>de</strong> participar da conversa<br />
- em uma única tela. O<br />
fato <strong>de</strong> a primeira transmissão<br />
ter sido o Dancing Brasil, um<br />
conteúdo premium <strong>de</strong> TV aberta,<br />
com um parceiro da relevância<br />
da Record, só reforça que<br />
é uma janela complementar e<br />
muito importante nas estratégias<br />
<strong>de</strong> distribuição.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 25
entrevista<br />
fre<strong>de</strong>rico pedreiraPresi<strong>de</strong>nte da Avianca Brasil<br />
as empresas<br />
estão mais<br />
efetivas e com<br />
mais gente<br />
voando<br />
A<br />
Avianca Brasil começou sua operação ainda<br />
tímida, aten<strong>de</strong>ndo a um milhão <strong>de</strong> pessoas<br />
em 2010, mas saltou para 11 milhões <strong>de</strong><br />
passageiros em 2017. Há pouco mais <strong>de</strong> dois<br />
anos, a companhia aérea contratou a Grey Brasil para<br />
ajudar no aumento do reconhecimento <strong>de</strong> marca<br />
e também passou a fazer parte da Star Alliance,<br />
ganhando assim parceiros mundiais. Fre<strong>de</strong>rico<br />
Pedreira, presi<strong>de</strong>nte da empresa, explica qual é<br />
o cenário da aviação no país, os <strong>de</strong>safios da crise<br />
econômica e a nova aposta da marca em <strong>de</strong>stinos<br />
internacionais.<br />
mariana zirondi<br />
Especial para o ProPmarK<br />
Qual a participação da Avianca no<br />
mercado <strong>de</strong> aviação?<br />
Os últimos dois anos foram<br />
bem intensos, com muitos <strong>de</strong>safios,<br />
especialmente em 2017,<br />
quando iniciamos nossa operação<br />
internacional. Estamos com<br />
cerca <strong>de</strong> 50 aeronaves, e transportamos<br />
mais <strong>de</strong> 11 milhões <strong>de</strong><br />
passageiros no ano passado. Estamos<br />
com algo em torno <strong>de</strong> 14% <strong>de</strong><br />
participação no mercado. No entanto,<br />
valorizamos nossa filosofia:<br />
nas rotas em que operamos,<br />
temos <strong>de</strong> ter uma oferta boa, que<br />
seja relevante para prestar um<br />
bom serviço ao passageiro. Eu me<br />
preocupo mais com a participação<br />
média nas rotas que temos,<br />
e estamos hoje em cerca <strong>de</strong> 26%.<br />
Qual o posicionamento <strong>de</strong> vocês?<br />
Desejamos ser a empresa com<br />
o melhor produto e serviço a preço<br />
competitivo. E eles são espaço<br />
nas poltronas, lanche quente,<br />
mais opções <strong>de</strong> horários <strong>de</strong> voos<br />
para o passageiro voar quando for<br />
mais conveniente, para aten<strong>de</strong>r<br />
tanto o lazer quanto o corporativo.<br />
Estamos focados em entregar<br />
o melhor serviço no Brasil.<br />
Vocês começaram uma nova fase em<br />
2010. Como se <strong>de</strong>senvolveram?<br />
Foram sete anos <strong>de</strong> crescimento<br />
muito forte. Em 2010, quando<br />
recebemos o nosso primeiro<br />
Airbus, tínhamos <strong>12</strong> unida<strong>de</strong>s do<br />
Fokker 100 e transportávamos<br />
um pouco mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong><br />
passageiros. Hoje temos 50 Airbus<br />
e transportamos 11 milhões.<br />
Foram vários anos <strong>de</strong> crescimento<br />
intenso doméstico, até ter uma<br />
massa crítica que permita oferecer<br />
um bom serviço. E, ao atingir<br />
isso no ano passado, começamos<br />
a operação internacional. O nosso<br />
primeiro voo foi para Miami, nos<br />
Estados Unidos; <strong>de</strong>pois Santiago,<br />
no Chile; e, por fim, Nova York,<br />
também nos Estados Unidos.<br />
Quais são as metas para os próximos<br />
anos?<br />
Nosso objetivo é continuar<br />
crescendo <strong>de</strong>ntro do Brasil,<br />
seja adicionando frequências <strong>de</strong><br />
mais voos, seja completando a<br />
nossa malha com alguns <strong>de</strong>sses<br />
<strong>de</strong>stinos e capitais <strong>de</strong> estados<br />
em que não estamos presentes.<br />
Por exemplo, ainda não estamos<br />
muito presentes no Norte do país.<br />
Vemos oportunida<strong>de</strong> lá.<br />
Como vocês estão atravessando a<br />
crise?<br />
O pior ano foi 2016, em que o<br />
Brasil per<strong>de</strong>u 8 milhões <strong>de</strong> passageiros<br />
domésticos. 2017 foi um<br />
ano melhor, vimos a <strong>de</strong>manda<br />
crescer um pouco, mas vemos<br />
<strong>2018</strong> não como um ano <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
crescimento, mas como um ano<br />
<strong>de</strong> transição. Ainda há muitas dúvidas<br />
sobre o ambiente político, o<br />
que impacta na economia e ela é<br />
o motor que faz crescer a aviação.<br />
Então, acreditamos que vai ser<br />
melhor que o anterior.<br />
Qual a meta para <strong>2018</strong>?<br />
Vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r muito <strong>de</strong> como o<br />
ano vai se <strong>de</strong>senvolver. Hoje nós<br />
estamos recebendo quatro aeronaves<br />
e, se houver <strong>de</strong>manda um<br />
pouco acima do que esperamos,<br />
po<strong>de</strong>mos trazer novas aeronaves<br />
para o segundo semestre.<br />
Quem são os passageiros <strong>de</strong> vocês?<br />
Nós temos um produto com<br />
preço justo para quem gosta <strong>de</strong><br />
viajar com um pouco mais <strong>de</strong><br />
espaço e conforto. Por um lado,<br />
sem dúvida, o passageiro corporativo<br />
é importante, mas temos<br />
uma participação do lazer muito<br />
relevante. Nós tentamos aten<strong>de</strong>r<br />
os dois tipos <strong>de</strong> passageiros, dando<br />
uma opção gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> horários<br />
e, por outro lado, tendo uma política<br />
tarifária que é competitiva<br />
e permite ao lazer planejar com<br />
antecedência para ter tarifas melhores.<br />
O brasileiro está viajando mais?<br />
Quando você olha o crescimento<br />
da indústria nos últimos<br />
15 anos, no Brasil, foi incrível,<br />
quase quadruplicou o número <strong>de</strong><br />
passageiros. Isso porque a liberda<strong>de</strong><br />
tarifária traz maior competição<br />
e você tem empresas que<br />
conseguem ser mais eficientes,<br />
com passagens mais em conta.<br />
E no Brasil, quando você olha a<br />
tarifa média <strong>de</strong> antes, comparada<br />
com hoje, caiu quase que pela<br />
meta<strong>de</strong>. E isso é bom, porque as<br />
empresas estão mais competitivas,<br />
eficientes e com mais gente<br />
voando. Quando você vê o que<br />
chamamos <strong>de</strong> penetração, o número<br />
<strong>de</strong> viajantes total dividido<br />
pela população, o resultado é <strong>de</strong><br />
0,5 no Brasil. Nos Estados Unidos<br />
ele é <strong>de</strong> 3,0.<br />
Qual o principal <strong>de</strong>stino da Avianca?<br />
Temos algumas cida<strong>de</strong>s que<br />
são bem importantes para nós.<br />
A nossa operação principal é São<br />
Paulo, mas tem também Brasília,<br />
em segundo; e Salvador e Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro, em terceiro. Entretanto,<br />
Salvador, em especial, é muito<br />
importante para a gente porque<br />
nos recebeu muito bem, marcando<br />
um forte crescimento, <strong>de</strong> uma<br />
forma geral, em todo o Nor<strong>de</strong>ste.<br />
Acredito que isso se atrela aos<br />
voos mais longos, em que os passageiros<br />
dão mais importância ao<br />
mais conforto. A capital baiana<br />
também é a primeira cida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
do Brasil em que somos o número<br />
um em termos <strong>de</strong> assentos.<br />
Em 2016, vocês contrataram a Grey<br />
Brasil. Como foi isso?<br />
Na época, tínhamos a visão<br />
<strong>de</strong> que nós estávamos <strong>de</strong>ixando<br />
<strong>de</strong> ser uma empresa aérea pequena<br />
e se tornando uma empresa<br />
com presença importante<br />
no Brasil, além <strong>de</strong> ter os planos<br />
<strong>de</strong> voar internacionalmente. Por<br />
isso, precisávamos pensar nosso<br />
posicionamento, em particular o<br />
“temos um<br />
produto com<br />
preço justo<br />
para quem<br />
gosta <strong>de</strong><br />
viajar com<br />
mais espaço”<br />
26 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Divulgação<br />
institucional, o que nos levou à<br />
parceria com a Grey.<br />
A contratação <strong>de</strong> uma agência robusta<br />
como essa po<strong>de</strong> sugerir uma<br />
comunicação em massa. Foi isso que<br />
vocês procuraram?<br />
Nós fizemos um pouco disso,<br />
mas como um complemento do<br />
que já estávamos fazendo nos<br />
últimos dois anos. Nós fomos a<br />
empresa aérea que menos investiu<br />
em comunicação. E acabamos<br />
crescendo muito no boca a boca.<br />
Mas chega a um tamanho que<br />
precisa conversar com as pessoas<br />
e se posicionar como marca. Por<br />
um lado, quando você fala com<br />
o passageiro Avianca, eu tenho<br />
claro que a marca é top para ele.<br />
Todo ano, fazemos uma pesquisa<br />
com cerca <strong>de</strong> 2 mil passageiros,<br />
que respon<strong>de</strong>m a um questionário<br />
sem saber com quem eles<br />
estão falando. Entre os que já viajaram<br />
com a gente, somos os lí<strong>de</strong>res.<br />
Agora entre os que ainda não<br />
tiveram uma primeira experiência,<br />
a nossa marca ainda é pouco<br />
conhecida. Se por um lado precisamos<br />
estar focados em manter<br />
os nossos passageiros contentes<br />
e continuar a encantá-los no dia<br />
a dia, também temos <strong>de</strong> levar a<br />
marca Avianca para todos aqueles<br />
que ainda não a conhecem.<br />
Existe algum canal ou mídia que é<br />
mais importante?<br />
Eu acredito que, cada vez<br />
mais, exista uma convergência <strong>de</strong><br />
canais <strong>de</strong> comunicação, então eu<br />
acho que, como toda empresa no<br />
Brasil, temos aumentado nosso<br />
investimento em digital, mas é<br />
claro que não <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> lado o<br />
offline, que é muito importante.<br />
Como a Avianca se comporta nas re<strong>de</strong>s<br />
sociais?<br />
Toda a nossa campanha do ano<br />
passado, Avianca Lovers, que nos<br />
divertimos muito fazendo, foi baseada<br />
nisso, no que era postado,<br />
no quanto gostavam e eram bem<br />
tratados ao voar pela Avianca.<br />
Então toda a campanha foi pensando<br />
nos passageiros e nesse<br />
retorno que recebemos dos consumidores<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
Vocês têm algum projeto relacionado<br />
a cultura, a esporte etc.?<br />
Muitos. Nós estamos presentes<br />
há muitos anos na parte <strong>de</strong> apoio<br />
à cultura com a Avianca Cultural.<br />
Temos um foco gran<strong>de</strong> em musicais,<br />
e esse é o nosso carro-chefe.<br />
Acredito que somos a empresa<br />
aérea no Brasil que mais apoia<br />
o teatro. Estamos presentes em<br />
muitas peças, tanto no Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro quanto em São Paulo, sejam<br />
produções maiores ou menores,<br />
e gostamos <strong>de</strong> ser esse apoio.<br />
Também estamos na música com<br />
algumas ações. Na parte <strong>de</strong> esportes,<br />
temos alguns projetos<br />
gran<strong>de</strong>s, como o apoio total a um<br />
time <strong>de</strong> paratletas e, ao mesmo<br />
tempo, estamos com o NBB, que é<br />
a Liga Nacional <strong>de</strong> Basquete.<br />
Vocês investem muito em live marketing?<br />
Qual a importância disso?<br />
Eu acho que o mix dos canais<br />
<strong>de</strong> comunicação está mudando<br />
rapidamente e você não po<strong>de</strong> ficar<br />
<strong>de</strong> fora. Você tem <strong>de</strong> explorar formas<br />
novas, diferentes e eficientes<br />
<strong>de</strong> falar com o seu público-alvo. E<br />
ações como essa têm um retorno<br />
muito legal. Recentemente, fizemos<br />
um voo com a Banda Eva para<br />
Salvador, além <strong>de</strong> patrocinar um<br />
dos camarotes mais importantes<br />
da festa. Nós temos muito retorno<br />
com isso.<br />
Ter internet no voo faz diferença?<br />
Eu acho que cada vez mais faz<br />
diferença. É um movimento que<br />
não vai parar. Hoje a tecnologia e a<br />
internet a bordo têm limitações, e<br />
não é tão cedo que teremos a qualida<strong>de</strong><br />
a bordo que as pessoas têm<br />
em casa.<br />
Depois que entraram para a Star<br />
Alliance, o que mudou?<br />
Mudou muita coisa não só porque<br />
ela é a maior re<strong>de</strong>, mas do ponto<br />
<strong>de</strong> vista <strong>de</strong> marca é interessante<br />
para reforçar a Avianca como parte<br />
<strong>de</strong> uma aliança mundial. Agora<br />
estamos parceiros <strong>de</strong> companhias<br />
como Lutfhansa e United e é importante<br />
porque isso nos dá mais<br />
confiança com os passageiros que<br />
ainda não nos conhecem. Isso<br />
“temos<br />
aumentado o<br />
investimento<br />
em digital,<br />
mas não<br />
<strong>de</strong>ixamos o<br />
offline <strong>de</strong><br />
lado”<br />
também nos permite fazer acordos<br />
com parceiros e crescer.<br />
Qual o próximo <strong>de</strong>stino internacional<br />
da Avianca?<br />
Estamos estudando as Américas<br />
e a Europa. É apenas isso que<br />
posso dizer.<br />
Como está o mercado <strong>de</strong> aviação no<br />
Brasil?<br />
A gente vem <strong>de</strong> uma crise muito<br />
complicada e, no ano passado,<br />
teve sinais <strong>de</strong> recuperação. Agora,<br />
estamos muito cautelosos e,<br />
da mesma forma, a médio e longo<br />
prazo, temos potencial fantástico<br />
<strong>de</strong> crescimento porque não será<br />
um ano fácil, mas estamos torcendo<br />
para que 2019 já seja um<br />
ano <strong>de</strong> maior crescimento.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 27
quem fez<br />
Cristiane Marsola cristiane@propmark.com.br<br />
exagerados<br />
A campanha da Wie<strong>de</strong>n+Kennedy para Bonafont<br />
mostra <strong>de</strong> maneira bem divertida que<br />
nenhum exagero é bom. Faz um Detox satiriza<br />
o fato <strong>de</strong> que, às vezes, as toxinas estão<br />
em comportamentos adquiridos com a vida<br />
mo<strong>de</strong>rna. Trabalhar, fazer exercício ou tirar<br />
selfies acabam sendo ações que, se realizadas<br />
sem limites <strong>de</strong> tempo e lugar, po<strong>de</strong>m atrapalhar<br />
os relacionamentos.<br />
Wie<strong>de</strong>n+Kennedy<br />
danone<br />
Fotos: divulgação<br />
Título: Faz um Detox; produto: Bonafont; criação:<br />
Matheus Endo, Lucas Saicali e Ana Blanes; produtora<br />
<strong>de</strong> imagem: Landia; direção <strong>de</strong> cena: Kayhan<br />
Ozmen; aprovação do cliente: Rafael Ribeiro, Eduardo<br />
Lacerda e Gabriel Morais.<br />
imBatível<br />
Para divulgar no digital o Duplo Big Tasty<br />
do McDonald’s, a DM9DDB criou o herói Rick<br />
Von Strongensizer. Com tom <strong>de</strong> humor,<br />
a peça brinca com os clássicos <strong>de</strong> ação do<br />
cinema e apresenta o personagem como<br />
quase imbatível, já que a única coisa que<br />
ele não havia vencido, até então, era a fome.<br />
Até que ele encontra uma arma secreta.<br />
dM9ddB<br />
Mcdonald's<br />
Título: Rick Von Strongensizer; criação: Victor<br />
Toyofuku, Wolfgang F. Covi, Andrés Puig e Ignacio<br />
Carelli; produtora <strong>de</strong> imagem: Partizan; direção<br />
<strong>de</strong> cena: Adriano Alarcon; produtora <strong>de</strong> som: Jamute;<br />
aprovação do cliente: Roberto Gnypek,<br />
João Branco, Gabriel Ferrari e Eloisa Zerneri.<br />
Brinca<strong>de</strong>ira<br />
Um momento feliz em família é o cenário<br />
da campanha institucional <strong>de</strong> Oreo. O filme<br />
reforça o conceito Recheado <strong>de</strong> Maravilhas<br />
e traz uma família reunida em volta <strong>de</strong> uma<br />
mesa para jogar um baralho bem diferente.<br />
As apostas são feitas com biscoitos Oreo no<br />
lugar <strong>de</strong> fichas e seu clássico acompanhante:<br />
um copo <strong>de</strong> leite.<br />
FCB<br />
Mon<strong>de</strong>lez<br />
Título: Cartas; produto: Oreo; criação: Juliana Utsch<br />
e Sofia Calvit; produtora <strong>de</strong> imagem: Landia;<br />
direção <strong>de</strong> cena: Martin Rietti/Clara Behrmann;<br />
produtora <strong>de</strong> som: Satelite Audio; aprovação do<br />
cliente: Maria Eugenia Krismancich, Karla Schlieper<br />
Fe<strong>de</strong>rico Andino, Jesica Taballa e Diego Fenerich.<br />
28 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Único<br />
O Boticário <strong>de</strong>staca a característica única<br />
do Floratta Amor <strong>de</strong> Lavanda na campanha,<br />
assinada pela AlmapBBDO. São dois<br />
filmes, anúncios <strong>de</strong> mídia impressa e peças<br />
para o digital. O anúncio tem ilustração <strong>de</strong><br />
Esra Røise, do estúdio norueguês byHands.<br />
No filme Spoiler, um narrador apresenta várias<br />
situações que são lugares-comuns em<br />
romances, mas quando os namorados vão<br />
checar percebem que não é nada daquilo.<br />
A peça termina com a locução do conceito<br />
do produto: “O amor não precisa ser clichê,<br />
nem a sua fragrância”.<br />
AlMApBBdo<br />
o Boticário<br />
Título: O amor não é clichê; produto: Floratta;<br />
criação: Ana Conrado, Fabio Cer<strong>de</strong>ira e Pedro Corbett;<br />
tipografia e ilustração: Esra Røise (by-<br />
Hands); produtora <strong>de</strong> filme: Stink Films; direção<br />
<strong>de</strong> cena: Kid Burro; aprovação do cliente: André<br />
Farber, Alexandre Bouza e Cristiane Irigon Amaral.<br />
tempo<br />
Feridas complexas precisam <strong>de</strong> tratamento<br />
e não po<strong>de</strong>m ser negligenciadas. Para chamar<br />
a atenção <strong>de</strong> que, nestes casos, o tempo<br />
não é um bom remédio, a Acelity, em parceria<br />
com um grupo <strong>de</strong> associações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />
está lançando a campanha #OTempoNaoCicatriza.<br />
A criação é da agência Little George<br />
e a produção do Estúdio Fliperama. Além da<br />
animação, a comunicação conta com o site<br />
www.otemponaocicatriza.com.br.<br />
little george<br />
acelity<br />
Título: O Tempo Não Cicatriza; produção: Estúdio<br />
Fliperama; criação: Daniel Kfouri, Tiago Meloni,<br />
An<strong>de</strong>rson Borges e Gabriel Araujo; direção <strong>de</strong> arte:<br />
Rodrigo Sotero.<br />
viagem<br />
A Pringles promove uma viagem<br />
pelo mundo dos sabores na campanha<br />
londrina, criada pela Digitas<br />
LBI, com produção da Dark<br />
Energy e animação do Cookie Studio.<br />
Ao experimentar o produto,<br />
os personagens são transportados<br />
para outra dimensão e, ao voltar à<br />
realida<strong>de</strong>, estão “pagando mico”.<br />
digitAs lBi<br />
Pringles<br />
Título: Discover a World of Flavour;<br />
produto: institucional; criação: Jonny<br />
Palmer e Rachael Kendrick; produção<br />
<strong>de</strong> filme: Dark Energy Films; direção<br />
<strong>de</strong> cena: Chris Strong; animação:<br />
Cookie Studio.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 29
inspiração<br />
autobiografia, direto <strong>de</strong> Londres<br />
Relembrar sua trajetória profissional tendo como cenário<br />
a capital inglesa, ativou a memória <strong>de</strong> Washington Olivetto<br />
na produção da obra que chega às livrarias no início <strong>de</strong> abril<br />
Wash<br />
consu<br />
30 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
melis82/iStock<br />
ington Olivetto é<br />
ltor da McCann Londres<br />
Sebastião Salgado/Divulgação<br />
WASHINGTON OLIVETTO<br />
Especial para o PROPMARK<br />
Em outubro <strong>de</strong> 2016, comecei a dividir meu tempo entre<br />
Londres, São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro. As noites e<br />
fins <strong>de</strong> semana que passei sozinho em Londres, no período<br />
em que minha família ainda estava no Brasil, me<br />
motivaram a começar a escrever a autobiografia que os<br />
meus amigos da editora Estação Brasil/Sextante, Marcos<br />
Pereira e Pascoal Soto, vinham me cobrando há algum<br />
tempo e <strong>de</strong>ve sair agora em abril.<br />
Depois daquele outubro recor<strong>de</strong>i coisas, fiz muitas<br />
anotações e escrevi páginas e mais páginas, mas só tive<br />
a certeza <strong>de</strong> que estava no caminho certo quase um ano<br />
<strong>de</strong>pois, no início <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2017.<br />
Foi quando fui ver a exposição Matisse in the Studio,<br />
no Museu da Royal Aca<strong>de</strong>my <strong>de</strong> Londres.<br />
Essa exposição, que não tinha nenhuma obra do Matisse,<br />
mas tinha os livros que ele lia, os discos que ele<br />
ouvia, os objetos que compunham o seu ambiente <strong>de</strong> trabalho<br />
e as obras <strong>de</strong> outros artistas que ele pendurava nas<br />
pare<strong>de</strong>s, me <strong>de</strong>u a certeza - obviamente sem nenhuma<br />
comparação, o que seria ridículo da minha parte - <strong>de</strong> que<br />
eu estava no caminho certo, contando a minha história<br />
a partir das coisas que me cercaram e me influenciaram<br />
nesses anos todos - a maioria <strong>de</strong>las ligada à vida no seu<br />
sentido pleno - e não apenas à publicida<strong>de</strong>.<br />
Matisse in the Studio, pra mim, foi inspiração e me <strong>de</strong>u<br />
segurança pra ir em frente com o livro Direto <strong>de</strong> Washington.<br />
W. Olivetto por ele mesmo.<br />
Lugares que me inspiram não faltam em Londres.<br />
Comprei pra mim e pro meu filho, Theo, todos os jogos<br />
do Tottenham, em Wembley, na temporada 2017/<strong>2018</strong>,<br />
incluindo partidas contra o Manchester United e o Chelsea,<br />
pela Premier League, e jogos contra o Real Madrid e<br />
a Juventus <strong>de</strong> Turim, pela UEFA Champions League.<br />
O material que recebo por email antes e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> cada<br />
uma <strong>de</strong>ssas partidas, os impecáveis programas impressos<br />
<strong>de</strong> todos os jogos, os almoços e jantares acompanhados<br />
<strong>de</strong> um bom vinho no Wembley Club, a poucos<br />
metros dos nossos assentos, e as partidas intensamente<br />
disputadas até o último segundo, com lealda<strong>de</strong> e sem<br />
simulações <strong>de</strong> faltas, me inspiram a imaginar como po<strong>de</strong>ria<br />
ser o futebol brasileiro se, além do talento natural<br />
dos nossos jogadores, tivéssemos também uma estrutura<br />
verda<strong>de</strong>iramente profissional <strong>de</strong>ntro e fora <strong>de</strong> campo.<br />
Outra inspiração que me faz pensar no Brasil ocorre<br />
quando vou à Tate Mo<strong>de</strong>rn ver uma retrospectiva do David<br />
Hockney, as esculturas do Giacometti, ou a coleção<br />
<strong>de</strong> fotos do Elton John, que, para quem não sabe, além<br />
<strong>de</strong> pop star, é um dos maiores colecionadores <strong>de</strong> fotografias<br />
do mundo.<br />
Quando vejo o espetacular prédio da Tate Mo<strong>de</strong>rn,<br />
boa parte pago pela Unilever, que percebeu que uma<br />
nova Tate po<strong>de</strong>ria revitalizar aquela área <strong>de</strong> Londres<br />
on<strong>de</strong> ficava a sua matriz, me inspiro em pensar nas muitas<br />
coisas que as mais bem-sucedidas empresas brasileiras<br />
po<strong>de</strong>riam fazer pelas artes no Brasil.<br />
Ou quando me surpreendo por não ter a mínima vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> comprar um carro <strong>de</strong>vido à qualida<strong>de</strong> dos un<strong>de</strong>rgrounds,<br />
ônibus, barcos e bicicletas londrinos, interligados<br />
num só cartão Oyster, que me inspiram a imaginar<br />
como seria bom se cida<strong>de</strong>s como São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />
tivessem transportes públicos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e interligados.<br />
A verda<strong>de</strong> é que Londres me inspira a pensar no que<br />
falta no Brasil, mas me inspira também a pensar no que<br />
sobra no Brasil, e eu não estou pensando nos políticos<br />
corruptos. Estou pensando no que sobra <strong>de</strong> talento.<br />
Quando vou ao Barbican Centre ver Gilberto Gil & Cortejo<br />
Afro, ou quando ouço as canções do Celso Fonseca,<br />
do Marcos Valle e da Bebel Gilberto tocando repetidas<br />
vezes no bar do Claridge Hotel, em Mayfair, ou no Estiatorio<br />
Milos, da Regent Street, me inspiro em pensar que<br />
o Brasil já fazia World Music muito antes da expressão<br />
World Music ser inventada. Assim como já fazia World<br />
Advertising escrita em português há muitos e muitos<br />
anos e precisa continuar fazendo.<br />
PhotoLondonUK/iStock<br />
Adam Petto/iStock<br />
william87/iStock<br />
Un<strong>de</strong>rgrounds<br />
Pegar metrô, ônibus ou táxi em Londres (foto à esquerda) é<br />
entrar na história da cida<strong>de</strong>. Esses meios levam seus habitantes<br />
para os monumentos locais, como o reformado estádio <strong>de</strong><br />
Wembley para assistir uma partida do Spurs (fotos acima).<br />
Foi com as paisagens da capital inglesa que Washington<br />
Olivetto se inspirou para <strong>de</strong>talhar suas reminiscências.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 31
mARketing & negócios<br />
Uliana/iStock<br />
Anunciantes e<br />
agências precisam<br />
fazer uma séria DR<br />
Há muita miopia na crença <strong>de</strong> que a saída<br />
está em novos processos e tecnologias<br />
Rafael Sampaio<br />
Já faz algum tempo, aqui e em todo o<br />
mundo, que a discussão da relação entre<br />
anunciantes e agências tem sido feita <strong>de</strong><br />
forma torta, como uma competição <strong>de</strong> monólogos<br />
que não logra atingir seu objetivo<br />
<strong>de</strong> melhorar as relações entre as partes e<br />
fazê-las mais produtivas.<br />
Agências reclamam, sem muito alar<strong>de</strong> e<br />
mais para si mesmas, sobre a falta <strong>de</strong> informações<br />
essenciais por parte dos clientes,<br />
que eles escon<strong>de</strong>m os dados sobre verbas<br />
para tentar economizar recursos, que as ca<strong>de</strong>ias<br />
<strong>de</strong> aprovação são falhas e os processos<br />
<strong>de</strong> refação são inúmeros, em boa parte<br />
<strong>de</strong>vido às <strong>de</strong>ficiências dos anunciantes que<br />
aten<strong>de</strong>m.<br />
Anunciantes trombeteiam, estes em alto<br />
e bom som, principalmente na mídia<br />
especializada e nos eventos do setor, sobre<br />
a longa lista <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos das agências,<br />
incluindo apego a fórmulas e processos<br />
ultrapassados, baixo comprometimento<br />
com suas marcas e negócios, falta <strong>de</strong> transparência<br />
e maior foco nos objetivos <strong>de</strong>las e<br />
não <strong>de</strong> seus clientes.<br />
Cada lado age como se não estivesse<br />
vendo (ou não quisesse ver) os próprios<br />
pecados e sonhasse que a outra parte apareça<br />
com uma solução milagrosa capaz <strong>de</strong><br />
melhorar as coisas sem que o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> casa<br />
mútuo seja feito. Isso acaba introduzindo<br />
um excessivo grau <strong>de</strong> fantasia na relação,<br />
com pouca ou nenhuma conexão com a dura<br />
realida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve ser enfrentada.<br />
Ambos os lados se queixam do excesso<br />
<strong>de</strong> reuniões, presenciais e digitais, e da perda<br />
<strong>de</strong> tempo e foco pelo acúmulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas<br />
para os erros comuns – não raro absolutamente<br />
primários. Mas provavelmente as<br />
maiores responsáveis pelo problema sejam<br />
as falhas na <strong>de</strong>finição do escopo do trabalho<br />
contratado e a falta <strong>de</strong> alinhamento das<br />
expectativas mútuas, dois pontos essenciais<br />
para se saber o que um lado po<strong>de</strong> esperar<br />
do outro e o que é possível e se <strong>de</strong>ve<br />
entregar e cobrar.<br />
A realida<strong>de</strong> prática é que existe muito<br />
blá-blá-blá, mas não se conversa o<br />
suficiente, muitos atalhos equivocados<br />
são trilhados, tem gente incompetente<br />
e inexperiente dos dois lados, que geralmente<br />
acredita que já tem uma nova solução<br />
mágica na manga e tenta impor essa<br />
visão para a outra parte. Há muita miopia<br />
na crença <strong>de</strong> que a saída está em novos<br />
processos e novas tecnologias, esquecendo-se<br />
que estes são instrumentos auxiliares,<br />
mas que raramente substituem a contento<br />
a conversa franca, a neutralida<strong>de</strong> da<br />
análise critica e a boa-fé do entendimento<br />
humano.<br />
A gran<strong>de</strong> verda<strong>de</strong> é que as duas partes<br />
precisam sentar e conversar – muito –, pois<br />
a lista <strong>de</strong> queixas <strong>de</strong> ambos os lados é bem<br />
extensa e uma parcela significativa <strong>de</strong>las<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um alinhamento <strong>de</strong> expectativas<br />
e acerto <strong>de</strong> uma posição comum<br />
do que <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s alterações na relação<br />
cliente-agência, cuja prática positiva já ultrapassa<br />
um século.<br />
Há mudanças importantes a serem<br />
feitas, evi<strong>de</strong>ntemente, em função das<br />
transformações nos mercados, nos consumidores,<br />
na tecnologia e nos recursos<br />
disponíveis. Mas é essencial que exista<br />
um alinhamento sobre o que é mais relevante<br />
e prioritário mudar antes <strong>de</strong> se iniciar<br />
um processo <strong>de</strong> alteração sem objetivos<br />
e sem estratégia <strong>de</strong> percurso comum.<br />
É igualmente importante lembrar que<br />
na fase <strong>de</strong> planejamento e <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias os custos práticos são<br />
pequenos e toda a proposição po<strong>de</strong> dar<br />
marcha à ré com poucos traumas. Além<br />
disso, os problemas costumam nascer<br />
pequenos e ganhar corpo no <strong>de</strong>correr do<br />
tempo.<br />
Ao começar um processo <strong>de</strong> DR, além <strong>de</strong><br />
espíritos <strong>de</strong>sarmados e uma alta dose <strong>de</strong><br />
boa-fé, os dois lados precisam ter em mente<br />
a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que trocas <strong>de</strong> agências<br />
costumam ser bastante ruins para os dois<br />
lados e a solução mais produtiva ten<strong>de</strong> a ser<br />
a recomposição da relação e sua elevação<br />
para um patamar mais produtivo.<br />
Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />
rafael.sampaio@uol.com.br<br />
32 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
eyond the line<br />
Jabá explícito.<br />
Só que não<br />
Neste mundo repleto <strong>de</strong> fake news, uma<br />
fonte fi<strong>de</strong>digna, crível, tem gran<strong>de</strong> valor<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
Não é a primeira vez que trago esse assunto<br />
à reflexão nesta mo<strong>de</strong>sta coluna.<br />
Sob título Conteúdo e propaganda, já escrevi<br />
um artigo com questionamentos sobre a<br />
linha – nem sempre tênue – que separa conteúdo<br />
da propaganda.<br />
Com a chegada dos ad-blockers e da proliferação<br />
<strong>de</strong> conteúdos e entretenimento<br />
mediante assinatura, cresce a preocupação<br />
por um tipo <strong>de</strong> comunicação capaz <strong>de</strong> driblar<br />
esses instrumentos e impactar o público-alvo<br />
com eficiência.<br />
Assim, nasceram as formas alternativas<br />
<strong>de</strong> “empacotar” a propaganda, dando a ela<br />
uma vestimenta diferente. São os publieditoriais,<br />
productplacement (conhecido<br />
como merchandising), advertainment e<br />
outros neologismos criados para nominar<br />
essa técnica que, em síntese, trata <strong>de</strong> uma<br />
propaganda sem cara <strong>de</strong> propaganda.<br />
O tema me impactou novamente quando<br />
li uma matéria sobre a iniciativa <strong>de</strong> uma<br />
agência brasileira em levar cases <strong>de</strong> empresas<br />
inovadoras para o SXSW. Até aí achei<br />
bem bacana. Mas, poucas linhas <strong>de</strong>pois,<br />
<strong>de</strong>scobri que a inserção <strong>de</strong> tal “conteúdo”<br />
no evento na verda<strong>de</strong> é pago.<br />
Os organizadores cobram a inserção<br />
<strong>de</strong> palestras <strong>de</strong> interesse das empresas. É<br />
claro que há uma ressalva <strong>de</strong> que todos os<br />
conteúdos são submetidos a uma curadoria<br />
que, após análise <strong>de</strong> pertinência, os libera<br />
para o comercial.<br />
Não me julguem um ingênuo, que não<br />
sabe que isso ocorre e sempre ocorreu.<br />
Mas eu só acho que esse tipo <strong>de</strong> ação <strong>de</strong>ve<br />
ser pelo menos mais transparente. Muitos<br />
organizadores atrelam a venda <strong>de</strong> patrocínio<br />
ao direito <strong>de</strong> exposição <strong>de</strong> conteúdo no<br />
evento. E tudo bem. Sem essa prática, muitos<br />
eventos não se viabilizariam. O que eu<br />
questiono é a falta <strong>de</strong> transparência. Basta<br />
apresentar aquele conteúdo como “patrocinado”.<br />
Aí ninguém estará enganando<br />
ninguém, certo?<br />
Estamos vivendo agora uma polêmica<br />
<strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> uma ação <strong>de</strong> “merchandising”<br />
em uma novela. Na trama, uma advogada,<br />
que se diz especialista também em<br />
coaching, aplica uma técnica <strong>de</strong> hipnose<br />
para resgatar memórias <strong>de</strong> uma cliente,<br />
servindo <strong>de</strong> prova para a con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong><br />
uma pessoa por abuso <strong>de</strong> menores.<br />
A ação na novela foi paga por um instituto<br />
<strong>de</strong> coaching e gerou uma gran<strong>de</strong> gritaria<br />
<strong>de</strong> especialistas nessa técnica e <strong>de</strong> psicoterapeutas,<br />
julgando leviano atrelar a hipnose<br />
à prática <strong>de</strong> coaching.<br />
A emissora fez sua parte, explicitando a<br />
ação <strong>de</strong> merchandising nos créditos finais<br />
da novela, como <strong>de</strong>ve ser. Mas e a tal curadoria,<br />
que <strong>de</strong>veria se aprofundar e verificar<br />
se tal conjunto <strong>de</strong> técnicas era factível?<br />
Sou do time <strong>de</strong> <strong>de</strong>fensores <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong><br />
total <strong>de</strong> expressão. Também sou totalmente<br />
a favor da autorregulamentação. Recentemente,<br />
a Alerj se mobilizou para julgar<br />
peças publicitárias com suposto conteúdo<br />
sexista ou preconceituoso.<br />
Como se o Rio não tivesse muitos outros<br />
assuntos <strong>de</strong> extrema importância para resolver...<br />
Ser julgado por um bando <strong>de</strong> <strong>de</strong>putados<br />
cariocas, a quem caberia a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong><br />
vetar <strong>de</strong>terminada peça publicitária, é o ó<br />
do borogodó, né não? Não precisamos <strong>de</strong>sse<br />
tipo <strong>de</strong> “controle”.<br />
Dou esse exemplo para enfatizar que não<br />
prego qualquer tipo <strong>de</strong> controle. Muito ao<br />
contrário, consi<strong>de</strong>ro o julgamento do público<br />
o mais po<strong>de</strong>roso.<br />
Só acho que essa “propaganda” com cara<br />
<strong>de</strong> conteúdo, se não for feita com o <strong>de</strong>vido<br />
cuidado, po<strong>de</strong> ser um tiro no pé. Se não<br />
houver transparência, o soberano público<br />
acaba percebendo, execrando a “manobra”.<br />
Dois pontos críticos da boa comunicação<br />
<strong>de</strong> hoje são a autenticida<strong>de</strong> e a transparência.<br />
No caso dos veículos <strong>de</strong> comunicação,<br />
principalmente os impressos, seu maior<br />
asset são a imparcialida<strong>de</strong> e o compromisso<br />
com a verda<strong>de</strong>. Neste mundo repleto <strong>de</strong><br />
fake news, uma fonte fi<strong>de</strong>digna, crível, tem<br />
gran<strong>de</strong> valor.<br />
Se esses veículos caírem na tentação<br />
<strong>de</strong> falsear a inserção publicitária, travestindo-a<br />
<strong>de</strong> conteúdo, sem a <strong>de</strong>vida i<strong>de</strong>ntificação<br />
<strong>de</strong> que se trata <strong>de</strong> algo pago, estarão<br />
abreviando seu fim.<br />
Kedsanee/iStock<br />
Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />
da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Propaganda)<br />
alexis@fenapro.org.br<br />
34 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
mercadO<br />
Filme premiado no Oscar lembra<br />
da força do outdoor como mídia<br />
Três anúncios para um crime mostra o po<strong>de</strong>r da comunicação em três<br />
cartazes esquecidos à beira <strong>de</strong> uma estrada, mas bastante provocativos<br />
Claudia PenTeado<br />
Quem po<strong>de</strong>ria imaginar que<br />
três outdoors no meio do<br />
nada po<strong>de</strong>riam abalar uma cida<strong>de</strong><br />
inteira - e essa singela<br />
i<strong>de</strong>ia serviria <strong>de</strong> base para um<br />
roteiro cinematográfico que<br />
acabou se transformando em<br />
um dos melhores filmes da safra<br />
mais recente que concorreu<br />
ao último Oscar?<br />
Três anúncios e um crime - no<br />
original Three billboards outsi<strong>de</strong><br />
Ebbing, Missouri - não levou<br />
o prêmio <strong>de</strong> melhor filme, mas<br />
ren<strong>de</strong>u a Frances McDormand e<br />
a Sam Rockwell os prêmios <strong>de</strong><br />
melhor atriz e melhor ator coadjuvante,<br />
respectivamente.<br />
Sua trajetória nas premiações<br />
tem sido impressionante:<br />
no Globo <strong>de</strong> Ouro, levou os<br />
prêmios <strong>de</strong> melhor filme dramático;<br />
melhor roteiro; melhor<br />
ator coadjuvante, para Sam<br />
Rockwell; e melhor atriz, para<br />
Frances McDormand; que também<br />
foram vencedores no Prêmio<br />
do Sindicato dos Atores e<br />
no Critic’s Choice Awards.<br />
O roteiro ainda levou diversos<br />
outros prêmios, inclusive<br />
no Festival <strong>de</strong> Veneza do ano<br />
passado, e assim nasceu mais<br />
um clássico do cinema com<br />
uma história emocionante, porém<br />
simples, protagonizada por<br />
uma mulher simples, amargurada,<br />
ven<strong>de</strong>dora <strong>de</strong> uma loja <strong>de</strong><br />
souvenirs numa cida<strong>de</strong>zinha<br />
on<strong>de</strong> vivem, em sua maioria,<br />
pessoas tacanhas e preconceituosas.<br />
Sua tristeza vem da<br />
morte violenta <strong>de</strong> sua filha, um<br />
crime que se manteve nos arquivos<br />
sem qualquer resolução<br />
por parte <strong>de</strong> um incompetente<br />
time <strong>de</strong> policiais.<br />
A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> veicular em três<br />
outdoors esquecidos à beira <strong>de</strong><br />
uma estrada <strong>de</strong> pouca serventia<br />
na cida<strong>de</strong> uma mensagem<br />
provocativa, dirigida ao chefe<br />
da Polícia local, se mostra eficaz<br />
e reacen<strong>de</strong> as buscas pelo<br />
assassino <strong>de</strong> sua filha. E, assim,<br />
transcorre o filme, a partir da<br />
Fotos: Divulgação<br />
Cenas <strong>de</strong> Três anúncios para um crime, um dos melhores filmes <strong>de</strong>sta safra; Frances McDormand ganhou o prêmio <strong>de</strong> melhor atriz<br />
colagem manual <strong>de</strong> uma mensagem<br />
provocativa, em papel<br />
vermelho, nas velhas placas <strong>de</strong><br />
outdoor, dando a eles uma inesperada<br />
sobrevida, e revelando<br />
toda a sua potência. O back to<br />
basics da mídia, e do conceito<br />
da “big i<strong>de</strong>a”.<br />
“Para mim o mais interessante<br />
foi lembrar o mercado<br />
publicitário <strong>de</strong> duas coisas: a<br />
assertivida<strong>de</strong> que o contexto<br />
po<strong>de</strong> dar para uma mensagem,<br />
e o fato <strong>de</strong> que a efetivida<strong>de</strong><br />
está na mensagem, sempre.<br />
Não importa a mídia que se usa.<br />
Em tempos <strong>de</strong> traquitanas tecnológicas,<br />
a gente vê muita dispersão<br />
em i<strong>de</strong>ias que não fazem<br />
do uso <strong>de</strong> algumas boas linhas<br />
<strong>de</strong> copy”, opina Fabiano Coura,<br />
presi<strong>de</strong>nte da R/GA Brasil.<br />
Gui Jahara, CCO da F.biz,<br />
concorda com ele sobre o po<strong>de</strong>r<br />
da boa mensagem. “O filme<br />
mostra exatamente o estado<br />
das mídias tradicionais:<br />
“É uma mídia<br />
que casa<br />
perfeitamente<br />
com os objetivos<br />
da personagem<br />
do filme”<br />
largadas, todos achando que<br />
não têm mais uso. Eram bilboards<br />
largados, esquecidos...<br />
Mas mensagens impactantes<br />
funcionam on<strong>de</strong> for”, diz.<br />
O escritor, roteirista e produtor<br />
da Zola, Adilson Xavier,<br />
não ficou fã do roteiro do filme,<br />
que teve algumas falhas, em<br />
sua opinião, mas achou interessante<br />
a i<strong>de</strong>ia dos outdoors<br />
como elementos propulsores<br />
da história. “Mostra o po<strong>de</strong>r da<br />
comunicação para mobilizar<br />
consciências e provocar avanços<br />
em todas as áreas”.<br />
Fã do outdoor como meio,<br />
a publicitária Gal Barradas<br />
<strong>de</strong>staca que esta sempre será<br />
uma mídia efetiva, um meio<br />
<strong>de</strong> massa, pois fala com todo<br />
mundo, para as pessoas que<br />
são móveis, estão sempre circulando.<br />
“É uma mídia que<br />
casa perfeitamente com os<br />
objetivos da personagem do<br />
filme”, conclui.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 35
MErcAdo<br />
Grupo <strong>de</strong> Atendimento renova<br />
parcerias com ESPM e Young Lions<br />
Entida<strong>de</strong> chega aos cinco anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, terá cursos da Berlin<br />
School of Creative Lea<strong>de</strong>rship e levará um jovem da área para Cannes<br />
Estabelecido em 2013 por alguns<br />
dos principais lí<strong>de</strong>res<br />
do mercado publicitário, o Grupo<br />
<strong>de</strong> Atendimento completa<br />
cinco anos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> neste<br />
mês e apresenta novida<strong>de</strong>s.<br />
A partir <strong>de</strong>ste ano, o GA passa<br />
a oferecer um cronograma <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s para os atuantes na<br />
área – com benefícios para os<br />
seus associados.<br />
Entre os <strong>de</strong>staques, está uma<br />
parceria inédita com a Berlin<br />
School of Creative Lea<strong>de</strong>rship,<br />
que terá um curso modular <strong>de</strong>dicado<br />
ao grupo, no fim do mês<br />
<strong>de</strong> junho.<br />
Além disso, a entida<strong>de</strong> renovou<br />
parceria com a ESPM,<br />
focada em cursos, workshops<br />
e outras ativida<strong>de</strong>s educativas,<br />
e o patrocínio ao Young Lions<br />
Brazil, garantindo a ida, novamente,<br />
<strong>de</strong> um jovem da área ao<br />
Cannes Lions <strong>2018</strong>.<br />
Haverá ainda uma gra<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
encontros dos associados com<br />
alguns dos maiores lí<strong>de</strong>res da<br />
indústria.<br />
Nizan Guanaes (Grupo ABC),<br />
Luiz Lara (Lew’Lara/TBWA),<br />
Vini Reis (CP+B), Pedro Cruz<br />
(FCB Brasil), Ricardo Cavalini<br />
(Makers) e Maurício Magalhães<br />
(Tudo) são nomes já confirmados.<br />
Além disso, o evento GA<br />
Summit está confirmado para o<br />
segundo semestre.<br />
“Temos um foco gran<strong>de</strong> no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento dos profissionais<br />
do setor que, antes, não<br />
tinham tanto apoio quanto outros<br />
<strong>de</strong>partamentos. Queremos<br />
não apenas reunir, mas formar<br />
gran<strong>de</strong>s profissionais e futuros<br />
lí<strong>de</strong>res da publicida<strong>de</strong>”, <strong>de</strong>staca<br />
Robert Filshill, diretor-geral<br />
<strong>de</strong> atendimento da MullenLowe<br />
Brasil e presi<strong>de</strong>nte do GA.<br />
“A educação e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do atendimento são<br />
nossos esforços prioritários.<br />
Queremos facilitar a participação<br />
<strong>de</strong>sse profissional em ativida<strong>de</strong>s<br />
que até então estavam<br />
muito longe do acesso <strong>de</strong>les,<br />
seja pelos valores ou por sequer<br />
existir essa oferta voltada à<br />
36 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark<br />
Claudio Kalim, Cris Pereira Heal e Robert Filshill: “A educação e o <strong>de</strong>senvolvimento do atendimento são nossos esforços prioritários”<br />
“Temos um foco<br />
gran<strong>de</strong> no<br />
<strong>de</strong>senvolvimenTo<br />
dos profissionais<br />
do seTor que,<br />
anTes, não Tinham<br />
TanTo apoio<br />
quanTo ouTros<br />
<strong>de</strong>parTamenTos”<br />
Divulgação<br />
área”, reforça Cris Pereira Heal,<br />
diretora-executiva <strong>de</strong> atendimento<br />
da FCB Brasil e vice-presi<strong>de</strong>nte<br />
do grupo.<br />
O GA prepara, ainda para<br />
o primeiro semestre <strong>de</strong> <strong>2018</strong>,<br />
uma ampla pesquisa com foco<br />
no perfil e nas necessida<strong>de</strong>s do<br />
novo profissional <strong>de</strong> atendimento<br />
do mercado brasileiro.<br />
A intenção é que o levantamento<br />
ofereça indicativos concretos<br />
sobre os temas e especializações<br />
<strong>de</strong> maior interesse dos<br />
especialistas da área, servindo<br />
como diretriz para as futuras<br />
ativida<strong>de</strong>s educacionais.<br />
A entida<strong>de</strong> afirma que, em<br />
seus cinco anos <strong>de</strong> mercado, engajou<br />
mais <strong>de</strong> 10 mil profissionais<br />
em cursos, palestras e outras<br />
ativida<strong>de</strong>s, além <strong>de</strong> investir<br />
cerca <strong>de</strong> R$ 400 mil em ativida<strong>de</strong>s<br />
educacionais e <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
dos atendimentos.<br />
“Conseguimos construir uma<br />
entida<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicada ao profissional<br />
<strong>de</strong> atendimento com relevância,<br />
serieda<strong>de</strong> e propósito.<br />
Agora, chegou o momento <strong>de</strong><br />
consolidar e perpetuar essa iniciativa,<br />
possibilitando que novos<br />
profissionais se interessem,<br />
se capacitem e se <strong>de</strong>senvolvam<br />
<strong>de</strong>ntro da disciplina. Assim,<br />
vamos garantir não só um <strong>de</strong>partamento<br />
mais forte <strong>de</strong>ntro<br />
das agências, mas um mercado<br />
mais forte”, enfatiza Claudio<br />
Kalim, sócio e CEO da Tech &<br />
Soul, um dos fundadores e ex-<br />
-presi<strong>de</strong>ntes do GA.
mercado<br />
Universal reúne publicitários no<br />
game online Os Protagonistas<br />
Criada pela Tudo, iniciativa <strong>de</strong> relacionamento com o mercado<br />
explica <strong>de</strong> forma divertida as oportunida<strong>de</strong>s comerciais do canal<br />
Felipe Turlão<br />
especial para o propMArK<br />
Profissionais <strong>de</strong> agências <strong>de</strong> todo o país<br />
po<strong>de</strong>rão participar da ação Os Protagonistas,<br />
promovida pelo Canal Universal,<br />
com criação da Agência Tudo. A iniciativa<br />
chega à sua quarta edição e contou com<br />
apoio <strong>de</strong> nomes que são referência no mercado.<br />
Violeta Noya, diretora-geral <strong>de</strong> mídia<br />
da Talent Marcel; Debora Nitta, VP <strong>de</strong> planejamento<br />
da WMcCann; Rodolfo Sampaio,<br />
sócio e diretor criativo da Moma Propaganda;<br />
Renata Serafim, chief strategy officer<br />
da Lew’Lara|TBWA; e Alexandre Ugadin,<br />
diretor-geral <strong>de</strong> mídia da W+K, entre outros,<br />
foram fotografados como integrantes<br />
do elenco da franquia Chicago.<br />
O anúncio promove o jogo em formato <strong>de</strong><br />
tabuleiro, aberto aos profissionais <strong>de</strong> todas as<br />
áreas das agências vinculadas ao Cenp. Basta<br />
se cadastrar na plataforma e os participantes<br />
po<strong>de</strong>rão jogar todos os dias para melhorar<br />
seu <strong>de</strong>sempenho. “O game oferece <strong>de</strong> forma<br />
divertida informações relevantes sobre o<br />
conteúdo do Canal Universal e as oportunida<strong>de</strong>s<br />
comerciais numa imersão no universo<br />
<strong>de</strong> suas séries”, diz Fred Müller, diretor-<br />
-executivo comercial da Globosat. No Brasil,<br />
o Canal Universal faz parte do portfólio da<br />
NBCUniversal Networks International, joint-<br />
-venture entre a Globosat e NBCUniversal.<br />
“Buscamos aproximar a marca do canal dos<br />
lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s agências <strong>de</strong> forma leve e<br />
divertida, para que o público-alvo crie i<strong>de</strong>ntificação<br />
com conteúdo <strong>de</strong> entretenimento que<br />
o canal oferece e o jogo. A i<strong>de</strong>ia é conseguir<br />
engajamento no jogo, numa gran<strong>de</strong> ação <strong>de</strong><br />
relacionamento com as agências e profissionais”,<br />
avalia Felipe Matos, planejamento da<br />
Agência Tudo. O game online premiará dois<br />
vencedores, os que respon<strong>de</strong>rem o maior número<br />
<strong>de</strong> perguntas corretamente em menos<br />
tempo, com uma viagem a Chicago, cida<strong>de</strong><br />
que é cenário das séries Chicago Fire, Chicago<br />
P.D. e Chicago Med, exibidas pelo canal.<br />
A franquia Chicago foi criada pelo renomado<br />
Dick Wolf, também responsável por<br />
Law & Or<strong>de</strong>r. Chicago Fire foi a primeira série<br />
e traz os <strong>de</strong>safios da equipe <strong>de</strong> bombeiros e<br />
paramédicos da Brigada 51 do Departamento<br />
<strong>de</strong> Chicago, que colocam a própria vida em<br />
perigo para salvar outras. A segunda série a<br />
ser lançada foi Chicago P.D. Já Chicago Med,<br />
terceiro spin-off da franquia, mostra um corajoso<br />
grupo <strong>de</strong> médicos e enfermeiros <strong>de</strong><br />
um hospital que se <strong>de</strong>param com os casos<br />
médicos mais críticos e surpreen<strong>de</strong>ntes.<br />
Iniciativa chega à sua quarta edição e contou com apoio <strong>de</strong> nomes que são referência na publicida<strong>de</strong><br />
Divulgação<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 37
merCado<br />
Fórum Claudia #EuTenhoDireito<br />
<strong>de</strong>bate conquistas femininas<br />
Executivas se reuniram para discutir iniciativas para avançar na igualda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gêneros, como a criação do Canal da Mulher, do Magazine Luiza<br />
Cristiane Marsola<br />
Com uma postura bastante<br />
firme, Luiza Helena Trajano,<br />
presi<strong>de</strong>nte do conselho do<br />
Magazine Luiza, mostrou como<br />
preten<strong>de</strong> reduzir o assédio no<br />
ambiente corporativo. “Vamos<br />
fazer um combinado? Não vamos<br />
aceitar mais (a justificativa<br />
<strong>de</strong>) ‘é só brinca<strong>de</strong>ira’. Essas<br />
brinca<strong>de</strong>iras estão proibidas lá<br />
na empresa”, afirmou sobre a<br />
maneira como costuma ser justificado<br />
o assédio sexual <strong>de</strong>ntro<br />
das empresas. Luiza participou<br />
do Fórum Claudia #EuTenhoDireito,<br />
realizado no último<br />
dia 6, em São Paulo. O evento<br />
reuniu executivas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
empresas para discutir as conquistas<br />
e os passos que ainda<br />
faltam ser dados para alcançar<br />
a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos entre os<br />
gêneros.<br />
Além do assédio, entre os<br />
temas discutidos nos painéis<br />
estavam, por exemplo, maternida<strong>de</strong>,<br />
finanças e sororida<strong>de</strong>.<br />
“Ao participar <strong>de</strong>ste evento,<br />
percebi que as dificulda<strong>de</strong>s e as<br />
vantagens <strong>de</strong> todas as mulheres<br />
são as mesmas”, contou Luiza.<br />
“Eventos como esse são muito<br />
necessários porque nunca<br />
saímos igual <strong>de</strong>les. Mas é importante<br />
sair daqui e disseminar<br />
essas i<strong>de</strong>ias. Não adianta<br />
levá-las adiante”, opinou a publicitária<br />
Gal Barradas, que participou<br />
do fórum como uma das<br />
mediadoras.<br />
Luiza Helena apresentou a<br />
palestra Assédio nas empresas:<br />
o que a maior pesquisa já feita<br />
no Brasil revela, com uma prévia<br />
do estudo realizado <strong>de</strong>ntro<br />
do Magazine Luiza para enten<strong>de</strong>r<br />
mais sobre o assédio. “Ficou<br />
claro que assédio moral e<br />
sexual não são compreendidos<br />
da mesma forma. Assédio sexual<br />
ainda é pouco falado nas<br />
empresas”, explica. Segundo<br />
a executiva, a mulher ainda é<br />
muito responsabilizada pelo<br />
assédio e o entendimento sobre<br />
o limite aceitável ainda é vago<br />
Lucy Ono<strong>de</strong>ra, da Ono<strong>de</strong>ra; Alessandra Restaino, da Le Postiche; Luiza Helena, do Magazine Luiza; e Manuella Curti, do Grupo Europa<br />
“Eu nunca tivE<br />
dúvida dE quE<br />
tinha dE sEr Eu.<br />
isso mE salvou.<br />
nunca tivE<br />
vErgonha<br />
dE rEsgatar<br />
minhas origEns”<br />
Marçal Neto/Divulgação<br />
para muitas pessoas.<br />
O Magazine Luiza criou o Canal<br />
da Mulher, em junho do ano<br />
passado, <strong>de</strong>pois que uma <strong>de</strong><br />
suas colaboradoras foi encontrada<br />
morta em casa, vítima <strong>de</strong><br />
feminicídio. O marido está sendo<br />
acusado pelo crime. Com a<br />
implementação do canal, até o<br />
momento, <strong>de</strong> acordo com a executiva,<br />
já foram recebidas <strong>de</strong>núncias<br />
<strong>de</strong> 79 casos. A empresa<br />
também criou o comitê <strong>de</strong><br />
mulheres, com especialistas no<br />
assunto, para que todos apren<strong>de</strong>ssem<br />
mais sobre o tema.<br />
A executiva do Magazine<br />
Luiza também mediou o painel<br />
Mentoria e sororida<strong>de</strong>: os conceitos<br />
que estão transformando<br />
a história das her<strong>de</strong>iras, com<br />
participação <strong>de</strong> Alessandra<br />
Restaino, da Le Postiche; Lucy<br />
Ono<strong>de</strong>ra, da Ono<strong>de</strong>ra; e Manuella<br />
Curti, do Grupo Europa.<br />
As histórias <strong>de</strong>ssas mulheres<br />
têm em comum o fato <strong>de</strong><br />
elas terem assumido as empresas<br />
das famílias. “A gente tem<br />
o peso do legado, mas tem <strong>de</strong><br />
achar seu jeito <strong>de</strong> fazer dar certo.<br />
No começo, eu copiava meu<br />
pai, mas, com o tempo, vi que<br />
tinha <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir o meu jeito<br />
<strong>de</strong> fazer”, explicou Alessandra.<br />
A her<strong>de</strong>ira do Grupo Europa<br />
concordou que é importante<br />
ser autêntica para fazer um<br />
bom trabalho. “Eu sempre me<br />
pergunto: como posso estar em<br />
um lugar e <strong>de</strong>ixar a alma falar?<br />
Como isso cabe em uma organização<br />
sem parecer ridículo?<br />
Tenho certeza <strong>de</strong> que há muitos<br />
homens que também gostariam<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a alma e o coração falarem”,<br />
disse Manuella, que assumiu<br />
a empresa <strong>de</strong>pois que o<br />
irmão e o pai morreram.<br />
Luiza também reforçou essa<br />
afirmação. “Eu nunca tive dúvida<br />
<strong>de</strong> que tinha <strong>de</strong> ser eu. Isso<br />
me salvou. Nunca tive vergonha<br />
<strong>de</strong> resgatar minhas origens,<br />
<strong>de</strong> falar porta”, contou, puxando<br />
a letra erre.<br />
42 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
MErcado<br />
7º Encontro <strong>de</strong> Mídias vai premiar<br />
profissionais pela primeira vez<br />
Troféu será entregue ao final do evento, que é organizado pelo publicitário<br />
Claudio Venâncio e será realizado no dia 16 <strong>de</strong> abril, em São Paulo<br />
Cristiane Marsola<br />
Em sua sétima edição, o Encontro<br />
<strong>de</strong> Mídias traz uma<br />
novida<strong>de</strong> para reconhecer os melhores<br />
profissionais da área. “Serão<br />
premiados dois veículos, dois<br />
mídias e um anunciante. Neste<br />
ano, os anunciantes ainda não<br />
votaram, mas <strong>de</strong>vemos incluí-<br />
-los no próximo ano”, explica o<br />
publicitário Claudio Venâncio,<br />
organizador do evento.<br />
Estão na disputa <strong>de</strong>z profissionais<br />
<strong>de</strong> cada categoria: VP/diretor-<br />
-geral <strong>de</strong> mídia, VP/diretor-geral<br />
<strong>de</strong> veículos, diretores/groupers<br />
gerentes <strong>de</strong> mídia, diretores/executivos<br />
<strong>de</strong> veículos e anunciantes.<br />
Os vencedores, votados pelos<br />
profissionais do mercado, serão<br />
conhecidos no final do evento.<br />
O 7º Encontro <strong>de</strong> mídias será<br />
realizado em 16 <strong>de</strong> abril, no Pullman<br />
Caesar Business, em São<br />
Paulo, e são esperados cerca <strong>de</strong><br />
300 participantes, entre profissionais<br />
<strong>de</strong> mídia, anunciantes<br />
e veículos. “O encontro sempre<br />
IndIcados<br />
VP/dIrEtor-gEral<br />
dE MídIa<br />
Alexandre Ugadin,<br />
da Wie<strong>de</strong>n+Kennedy<br />
Andrea Hirata,<br />
da Leo Burnett Tailor Ma<strong>de</strong><br />
Fábio Freitas,<br />
da FCB Brasil<br />
Francisco Rosa,<br />
da Artplan<br />
Maurício Almeida,<br />
da F/Nazca<br />
Miriam Shirley,<br />
da Publicis<br />
Paulo Gregoraci,<br />
da WMcCann<br />
Paulo Ilha,<br />
da DPZ&T<br />
Paulo Sant’Anna,<br />
da Mcgarrybowen<br />
Renata Valio,<br />
da Ogilvy<br />
ocorre na segunda-feira, para<br />
que profissionais <strong>de</strong> outros estados<br />
possam aproveitar o fim <strong>de</strong><br />
semana na cida<strong>de</strong> e, <strong>de</strong>pois, assistir<br />
ao evento”, diz Venâncio.<br />
Entre os palestrantes <strong>de</strong>ste<br />
ano estão Yara Apparicio, ex-VP<br />
<strong>de</strong> mídia da WMcCann; Luiz Lara,<br />
sócio e chairman da Lew’Lara\<br />
TBWA; Hugo Rodrigues, chairman<br />
e CEO da WMcCann; e Renata<br />
Policicio, VP <strong>de</strong> mídia da<br />
ESPN Nova York; entre outros.<br />
“Todo ano, eu procuro trazer<br />
uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas que<br />
tenham uma contribuição para<br />
dar ao mercado e acabam passando<br />
um pouco da sua experiência.<br />
Nunca <strong>de</strong>finimos um tema central.<br />
Deixo aberto para que todas<br />
as riquezas das várias fontes possam<br />
chegar aos profissionais <strong>de</strong><br />
mídia”, afirma Venâncio.<br />
A abertura do encontro será<br />
feita pelo próprio Venâncio e pelo<br />
presi<strong>de</strong>nte do Grupo <strong>de</strong> Mídia,<br />
Paulo Sant’Anna. As inscrições<br />
po<strong>de</strong>m ser feitas pelo site encontro<strong>de</strong>midias.com.br.<br />
VP/dIrEtor-gEral<br />
dE VEículos<br />
André Vinícius,<br />
do UOL<br />
Alexandre Guerreiro,<br />
da Eletromidia<br />
Fred Muller,<br />
da Globosat<br />
Gilberto Corazza,<br />
da Turner<br />
Marcelo Duarte,<br />
da Re<strong>de</strong> Globo<br />
Marcelo Parada,<br />
do SBT<br />
Maurício Kotait,<br />
da Viacom<br />
Rafael Davini,<br />
da ESPN<br />
Ricardo Gandour,<br />
da CBN<br />
Roberto Nascimento,<br />
da Discovery<br />
dIrEtorEs/grouPErs<br />
gErEntEs dE MídIa<br />
Beto Lima,<br />
da Africa<br />
Cassiano Oliva,<br />
da AlmapBBDO<br />
Cristina Omura,<br />
da FCB Brasil<br />
Dante Mennichelli,<br />
da Publicis<br />
Edson Melo,<br />
da CP+B<br />
Glaucia Montana,<br />
da Y&R<br />
Herbert Gomes,<br />
da Talent Marcel<br />
Kaline Lessio,<br />
da DPZ&T<br />
Rafael Amorim,<br />
da J. Walter Thompson<br />
Roberto Almeida,<br />
da WMcCann<br />
Divulgação<br />
Luiz Lara é um dos palestrantes do 7º Encontro <strong>de</strong> Mídias, que será realizado em abril<br />
dIrEtorEs/ExEcutIVos<br />
dE VEículos<br />
Andrea Machado,<br />
da Band<br />
Fabio Marin,<br />
da ESPN<br />
Gian Santamaria,<br />
da RBS<br />
Gustavo Silva,<br />
da Eletromidia<br />
João Gabriel Junqueira,<br />
da Folha <strong>de</strong> S.Paulo<br />
Maurício Jacob,<br />
da Band<br />
Paulo Masotti,<br />
da Sony<br />
Raphael Jimenez,<br />
da Elemidia<br />
Selma Souto,<br />
da Editora Globo<br />
Vinícius Sanfilippo,<br />
da Flix Media<br />
anuncIantEs<br />
Anna Araujo,<br />
do Google<br />
Eduardo Tracanella,<br />
do Itaú<br />
Fábio Dragone,<br />
do Bra<strong>de</strong>sco<br />
Fernando Julianelli,<br />
da Mitsubishi<br />
João Branco,<br />
do McDonald’s<br />
Marcos Fra<strong>de</strong>,<br />
da LG Eletronics<br />
Natacha Volpini,<br />
da Heineken<br />
Roberto Gnypek,<br />
da McDonald's<br />
Rogério Nascimento,<br />
da Hyndai<br />
Thiago Baltar,<br />
do Itaú<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 43
Mercado<br />
Mais <strong>de</strong> 60 milhões <strong>de</strong> consumidores<br />
<strong>de</strong>vem comprar pela web neste ano<br />
Relatório Webshoppers aponta alta <strong>de</strong> <strong>12</strong>% nas vendas; Ebit também<br />
indica que o marketplace vai impulsionar o e-commerce brasileiro<br />
Felipe Turlão<br />
especial para o propMArK<br />
As previsões do Webshoppers,<br />
estudo da Ebit,<br />
empresa especializada em informações<br />
sobre o comércio<br />
eletrônico brasileiro, apontam<br />
para um <strong>2018</strong> com crescimento<br />
<strong>de</strong> <strong>12</strong>% nas vendas pela internet<br />
e faturamento estimado em<br />
R$ 53,5 bilhões. O Brasil <strong>de</strong>ve<br />
fechar o ano com mais <strong>de</strong> 60<br />
milhões <strong>de</strong> compradores virtuais,<br />
estimulando a indústria.<br />
Em outra conta, que leva em<br />
consi<strong>de</strong>ração sites <strong>de</strong> vendas<br />
<strong>de</strong> produtos usados e artesanatos,<br />
o setor <strong>de</strong> e-commerce<br />
chegou a R$ 73,4 bilhões no<br />
ano passado. De forma geral,<br />
os consumidores parecem confiar<br />
mais em transações digitais,<br />
ao mesmo tempo em que<br />
as empresas procuram facilitar<br />
a vida das pessoas em um momento<br />
<strong>de</strong> crise. “O crescimento<br />
do comércio eletrônico no ano<br />
passado foi suportado por um<br />
aumento <strong>de</strong> pedidos, após três<br />
anos ruins. O ticket médio foi<br />
menor do que em anos anteriores,<br />
principalmente pela queda<br />
da inflação. Mas as lojas aumentaram,<br />
por exemplo, ofertas<br />
<strong>de</strong> frete grátis, estimulando<br />
as pessoas a usar aplicativos ou<br />
retirar produto em lojas”, explica<br />
Pedro Guasti, conselheiro<br />
responsável pelas relações institucionais<br />
da Ebit.<br />
Algumas das principais tendências<br />
para este ano, segundo<br />
o relatório Webshoppers, que<br />
é publicado há 37 anos, são o<br />
salto nas transações efetuadas<br />
pelo mobile, o marketplace<br />
(vendas <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> terceiros)<br />
e o cross bor<strong>de</strong>r (vendas<br />
internacionais). Em 2017, 27,3%<br />
das compras foram realizadas<br />
via smartphones ou tablets. Ao<br />
passo que, para o fim <strong>de</strong> <strong>2018</strong>,<br />
o share <strong>de</strong>ve representar um<br />
crescimento robusto <strong>de</strong> 37%<br />
das compras no último trimestre.<br />
Guasti afirma que o mercado<br />
<strong>de</strong> comércio eletrônico está<br />
Pedro Guasti: “O crescimento do comércio eletrônico no ano passado foi suportado por um aumento <strong>de</strong> pedidos, após três anos ruins”<br />
“É uma nova<br />
trincheira<br />
transposta, com<br />
gran<strong>de</strong> potencial<br />
<strong>de</strong> crescimento.<br />
a amazon, por<br />
exemplo, está<br />
ganhando<br />
musculatura<br />
no Brasil”<br />
dutos <strong>de</strong> terceiros”, analisa. A<br />
janela <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> para os<br />
varejistas, nesse caso, é tornar<br />
o conceito <strong>de</strong> marketplace mais<br />
conhecido e compreendido<br />
pelos consumidores, para que<br />
a confiança no mo<strong>de</strong>lo cresça<br />
ainda mais. “Meta<strong>de</strong> das pessoas<br />
que compram no marketplace<br />
não sabe ainda do que se<br />
trata. Precisam conhecer me-<br />
Divulgação<br />
mais maduro. Um exemplo disso<br />
é o crescimento do marketplace,<br />
modalida<strong>de</strong> em que a loja<br />
negocia produtos <strong>de</strong> terceiros -<br />
mo<strong>de</strong>lo que consagrou a Amazon.<br />
“Estimamos que 18,5% do<br />
faturamento do e-commerce<br />
brasileiro seja <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong> terceiros,<br />
ou quase R$ 9 bilhões.<br />
É um número impressionante,<br />
que continuará crescendo”,<br />
aposta o conselheiro. Impulsionado<br />
pela expansão do Mercado<br />
Livre, o faturamento que<br />
veio <strong>de</strong> vendas via marketplaces,<br />
incluindo produtos novos e<br />
usados, atingiu R$ 73,4 bilhões<br />
em 2017, alta <strong>de</strong> 21,9%.<br />
O receio que o brasileiro pu<strong>de</strong>sse<br />
ter <strong>de</strong> fazer compras no<br />
marketplace parece estar ficando<br />
para trás. “É uma nova trincheira<br />
transposta, com gran<strong>de</strong><br />
potencial <strong>de</strong> crescimento. A<br />
Amazon, por exemplo, está ganhando<br />
musculatura no Brasil,<br />
e players como o Walmart já<br />
<strong>de</strong>cidiram ven<strong>de</strong>r apenas prolhor<br />
as vantagens, como preço,<br />
varieda<strong>de</strong> e disponibilida<strong>de</strong>”.<br />
O profissional nota ainda o<br />
crescimento na venda <strong>de</strong> produtos<br />
usados, 22%, e, mais ainda,<br />
o chamado “cross board”,<br />
ou seja, compra em sites internacionais.<br />
Segundo Guasti, 22<br />
milhões <strong>de</strong> brasileiros fizeram<br />
compras em sites do exterior,<br />
gastando R$ 2,7 bilhões, um<br />
crescimento <strong>de</strong> 9%. Sendo que<br />
mais da meta<strong>de</strong> das pessoas fez<br />
isso através do chinês Aliexpress.<br />
“O ponto negativo continua<br />
sendo o prazo médio <strong>de</strong><br />
entrega, <strong>de</strong> 41 dias”, analisa.<br />
Outra curiosida<strong>de</strong> do estudo é<br />
que as mulheres já se tornaram<br />
as campeãs do e-commerce,<br />
com 1,4 milhão a mais <strong>de</strong> pedidos<br />
em relação aos homens no<br />
ano <strong>de</strong> 2017. A partir <strong>de</strong> agora,<br />
a tendência é que mantenham a<br />
frente. Regiões fora do Su<strong>de</strong>ste<br />
também tiveram crescimento<br />
maior que a média, especialmente<br />
o Sul.<br />
44 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
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STORYTELLER<br />
BriabAJackson/iStock<br />
Na minha<br />
opinião...<br />
As re<strong>de</strong>s sociais dão a cada<br />
pessoa o sentimento <strong>de</strong> que é<br />
um árbitro <strong>de</strong> tudo e <strong>de</strong> todos<br />
LuLa Vieira<br />
Relendo minhas últimas colunas <strong>de</strong>scubro<br />
horrorizado que estou ficando sério.<br />
Nem lá em casa, on<strong>de</strong> julgo ser amado,<br />
estão muito preocupados com o que eu<br />
penso sobre o futuro do país e as soluções<br />
para a violência.<br />
Tento esquecer que eu sou eu mesmo e<br />
lendo algumas <strong>de</strong>las me pergunto se eu estaria<br />
disposto a ouvir minha sábia opinião<br />
a respeito <strong>de</strong> qualquer coisa.<br />
Acho, sinceramente, que, em minha opinião,<br />
o mundo anda cheio <strong>de</strong> opiniões.<br />
As re<strong>de</strong>s sociais dão a cada pessoa o sentimento<br />
<strong>de</strong> que é um árbitro <strong>de</strong> tudo e <strong>de</strong><br />
todos.<br />
Os jornais e revistas, cuja importância<br />
na divulgação <strong>de</strong> notícias sofreu duríssimo<br />
revés diante da instantaneida<strong>de</strong> do rádio,<br />
da televisão e da internet, hoje são painéis<br />
<strong>de</strong> opiniões.<br />
Veja-se a intervenção no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />
Cada edição da Folha, do Globo, do Estadão<br />
ou das revistas semanais tem pelo<br />
menos 30 opiniões diferentes sobre a medida,<br />
boa parte <strong>de</strong>las escritas por especialistas<br />
em segurança pública, a profissão com<br />
maior número <strong>de</strong> profissionais no Brasil,<br />
atrás apenas <strong>de</strong> analistas políticos, ambas<br />
com mais gente a exercê-las do que técnicos<br />
<strong>de</strong> futebol.<br />
Correndo por fora temos os marqueteiros<br />
e bem <strong>de</strong>pois as prostitutas. Aliás, parafraseando<br />
Tim Maia, este é o único país<br />
do mundo que puta goza, traficante se vicia,<br />
cafetão tem ciúme, pobre é <strong>de</strong> direita e<br />
porta-voz tem opinião própria.<br />
Talvez não exista na história política<br />
mundial um outro caso como uma autorida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>smentir seu porta-voz, como fez<br />
Temer com o seu.<br />
E eu não quero ser o primeiro colunista<br />
encarregado <strong>de</strong> contar histórias sobre a minha<br />
profissão a <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong> fazê-lo para virar...<br />
comentarista.<br />
Então, perdão leitoras, perdão leitores.<br />
Prometo que a partir da semana que vem<br />
voltarei a contar histórias. Mas, antes, só<br />
mais uma vez, me permitam comentar um<br />
caso ocorrido no Rio <strong>de</strong> Janeiro que, se for<br />
contado daqui a <strong>de</strong>z anos, muita gente vai<br />
achar que é anedota, como muitos episódios<br />
da nossa história que mais parecem piada.<br />
Esse que eu conto é o seguinte: a prefeitura<br />
exigiu que todos os ônibus que rodassem<br />
na cida<strong>de</strong> fossem refrigerados até o<br />
início dos Jogos Olímpicos. Ótimo.<br />
Para que houvesse viabilida<strong>de</strong> econômica,<br />
ajustou as tarifas <strong>de</strong> modo que a a<strong>de</strong>quação<br />
da frota fosse possível.<br />
Segundo o presi<strong>de</strong>nte do sindicato das<br />
empresas <strong>de</strong> ônibus, essa medida foi tomada<br />
sem consulta aos empresários.<br />
Que também não reclamaram <strong>de</strong> nada.<br />
Nem aten<strong>de</strong>ram à exigência <strong>de</strong> colocar ar-<br />
-condicionado em todos os ônibus.<br />
Hoje os frescões não chegam a 50% da<br />
frota.<br />
Que faz o atual prefeito? Propõe criar<br />
uma tarifa diferenciada para os ônibus com<br />
ar-condicionado.<br />
Ou seja: quem quiser ir no geladinho vai<br />
pagar mais caro.<br />
O que disse hoje o presi<strong>de</strong>nte do sindicato<br />
das empresas <strong>de</strong> ônibus?<br />
Que os empresários, mais uma vez, não<br />
foram consultados. Deu para enten<strong>de</strong>r?<br />
Não precisa, ultimamente as coisas por<br />
aqui escapam da lógica. Com dirigentes assim,<br />
fica difícil fazer humor.<br />
Lula Vieira é publicitário, diretor da<br />
Mesa Consultoria <strong>de</strong> Comunicação,<br />
radialista, escritor, editor e professor<br />
lulavieira@grupomesa.com.br<br />
46 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
digitAl<br />
Sala <strong>de</strong> performance da Sky une<br />
as agências Blinks, Mirum e Ampfy<br />
Operadora <strong>de</strong> TV paga concentra acervo <strong>de</strong> dados em data lake único<br />
com plano <strong>de</strong> ampliar o volume <strong>de</strong> vendas, que em 2017 foi 31% maior<br />
Paulo Macedo<br />
Com uma presença online<br />
consistente, a operadora <strong>de</strong><br />
televisão por assinatura Sky<br />
está conseguindo usar a tecnologia<br />
a seu favor. A geração <strong>de</strong><br />
leads através das campanhas<br />
nos canais digitais está tendo<br />
impacto positivo no resultado<br />
das vendas da empresa. Em<br />
2017, o volume saiu <strong>de</strong> <strong>12</strong>% contabilizados<br />
em 2016 para 31%<br />
no ano passado. Para a temporada<br />
<strong>de</strong> <strong>2018</strong>, o projeto é elevar<br />
para cerca <strong>de</strong> 50% a conversão<br />
<strong>de</strong> prospects em negócios <strong>de</strong><br />
fato. O elemento-chave para a<br />
materialização do projeto foi<br />
a formalização <strong>de</strong> uma sala <strong>de</strong><br />
performance para monitorar o<br />
volume <strong>de</strong> dados obtidos pela<br />
própria Sky e pelas agências envolvidas<br />
nas suas estratégias <strong>de</strong><br />
marketing no ambiente digital.<br />
A sala une as agências Ampfy,<br />
Blinks e Mirum, esta última<br />
abriga o hub que também estabelece<br />
conexão com profissionais<br />
do Facebook, Google, Criteo<br />
e Instagram, por exemplo.<br />
O plano do anunciante, como<br />
explicam Alex Rocco e Alex<br />
Greif, respectivamente diretor<br />
e gerente <strong>de</strong> marketing, é trazer<br />
para o grupo o núcleo <strong>de</strong> BI (Business<br />
Intelligence) da FCB Brasil,<br />
que cuida das campanhas<br />
<strong>de</strong> mídia. “Temos muitas informações<br />
em forma <strong>de</strong> algoritmos<br />
e, com esse espaço <strong>de</strong> análise<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho, vamos ter um<br />
data lake único para a ativação<br />
das nossas vendas. A tecnologia<br />
é um fator <strong>de</strong>cisivo, mas com<br />
criativida<strong>de</strong> e profissionais buscando<br />
as soluções mais a<strong>de</strong>quadas.<br />
As nossas agências, como a<br />
Blinks, <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> performance,<br />
e a Ampfy, <strong>de</strong> engajamento<br />
e brand digital, além da Mirum,<br />
vão aumentar o escopo e a efetivida<strong>de</strong><br />
por meio <strong>de</strong> uma estratégia<br />
única”, <strong>de</strong>staca Rocco.<br />
Os executivos da Sky garantem<br />
que essa metodologia vai<br />
permitir que os conteúdos mercadológicos<br />
sejam integrados;<br />
Alex Rocco, diretor <strong>de</strong> marketing, e Alex Greif, gerente: dados centralizados para possibilitar maior assetivida<strong>de</strong> estratégica<br />
a marca terá extorno <strong>de</strong> inteligência<br />
acumulada; e maior assertivida<strong>de</strong><br />
na compra <strong>de</strong> mídia<br />
digital. “Daí a importância <strong>de</strong><br />
os canais estarem presentes na<br />
sala. Todos analisam as informações<br />
em tempo real. Mídia,<br />
na verda<strong>de</strong>, é uma ciência estatística<br />
que ganha mais força<br />
com a tecnologia para facilitar<br />
o cruzamento <strong>de</strong> dados”, disse<br />
Greif.<br />
Uma experiência que a Sky<br />
consi<strong>de</strong>rou positiva em 2017<br />
foi a opção <strong>de</strong> não participar da<br />
Black Friday com o mo<strong>de</strong>lo tradicional<br />
<strong>de</strong> compra <strong>de</strong> mídia,<br />
principalmente para não gerar<br />
expectativa sobre a qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> leads. A opção foi monitorar<br />
“Mídia é<br />
uMa ciência<br />
estatística, que<br />
ganha Mais força<br />
coM a tecnologia<br />
para facilitar<br />
o cruzaMento<br />
<strong>de</strong> dados”<br />
Marçal Neto/Divulgação<br />
as informações disponibilizadas<br />
diariamente e montar um planejamento<br />
tático sob medida. Nesse<br />
caso, o blast das ações garantiu<br />
mais retorno. “O first-party<br />
data, ou dados proprietários, é<br />
cada vez mais importante para<br />
uma marca que tem controle do<br />
avião”, diz Rocco, enfatizando<br />
que a sala <strong>de</strong> performance proporciona<br />
custo/benefício e otimiza<br />
investimentos.<br />
Com a campanha Sky é mais,<br />
estrelada pela mo<strong>de</strong>lo Gisele<br />
Bündchen, e Você no controle,<br />
com o humorista Fabio Porchat,<br />
para o sistema pre-pago, ambas<br />
da FCB, a operadora ativa toda<br />
a escala <strong>de</strong> consumo dos seus<br />
produtos.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 47
AgênCIAS<br />
“É o momento<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrir<br />
mo<strong>de</strong>los além da<br />
comunicação”<br />
Há apenas cinco meses à frente da<br />
Wun<strong>de</strong>rman no Brasil, Pedro Reiss<br />
afirma que está animado com o <strong>de</strong>safio.<br />
O publicitário, que tem toda uma<br />
carreira ligada à tecnologia – era co-CEO da F.biz,<br />
on<strong>de</strong> ficou por 17 anos –, pontua que uma agência<br />
tem <strong>de</strong> atuar para além da comunicação. “Hoje, a<br />
Wun<strong>de</strong>rman po<strong>de</strong> atuar em um monte <strong>de</strong> coisas<br />
que têm a ver com transformação digital, que<br />
não têm necessariamente a ver com marketing”,<br />
diz o novo CEO da agência, que aten<strong>de</strong> marcas<br />
como Vivo, Cielo, Dell, Shell, Audi e Via Varejo.<br />
Ele <strong>de</strong>staca que, embora esteja mais seletivo<br />
para entrar em processos <strong>de</strong> concorrência, a<br />
Wun<strong>de</strong>rman participa <strong>de</strong> algumas disputas e<br />
em breve <strong>de</strong>ve anunciar novas contas. Nesta<br />
entrevista, Reiss também fala sobre temas como<br />
valor das agências, mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> remuneração<br />
e gestão <strong>de</strong> talentos. Confira os principais<br />
trechos a seguir.<br />
Pedro Reiss, CEO da Wun<strong>de</strong>rman: “Eu rejeito um pouco esse olhar <strong>de</strong> que o cliente é tão gran<strong>de</strong> quant<br />
KELLY DORES<br />
REVOLUÇÃO<br />
Estou muito animado. Passados<br />
quatro meses, eu entendo<br />
mais da operação, conheço<br />
mais as pessoas e os clientes. Eu<br />
tenho muita segurança na proposta<br />
<strong>de</strong> valor que a Wun<strong>de</strong>rman<br />
está construindo. O nosso<br />
CEO global, Mark Reed, já era<br />
meu chefe na F.biz. O Mark está<br />
fazendo uma revolução. Ele<br />
está construindo a maior re<strong>de</strong><br />
digital do mundo, com foco<br />
nas coisas digitais, mas sem ser<br />
tático. Acho que a maior dificulda<strong>de</strong><br />
das agências digitais é<br />
que ficaram táticas <strong>de</strong>mais e o<br />
Mark tem uma proposta <strong>de</strong> valor<br />
muito clara. Agora ela está<br />
traduzida em torno <strong>de</strong> um posicionamento<br />
que eu gosto muito,<br />
que é o Are you future ready?<br />
Esse questionamento, Você está<br />
pronto para o futuro?, vale para<br />
mim, para meu time e clientes.<br />
Acho que é uma atitu<strong>de</strong> muito<br />
boa, <strong>de</strong> estar tentando se preparar<br />
para uma coisa que não<br />
sabe o que é.<br />
PRÁTICA<br />
A gente está <strong>de</strong>scobrindo na<br />
prática o que isso tudo significa.<br />
Eu tenho uma visão muito<br />
clara <strong>de</strong> como a gente tem <strong>de</strong><br />
organizar isso aqui. Acho que<br />
no passado as agências organizaram<br />
todo o seu trabalho em<br />
torno <strong>de</strong> campanhas. E o input<br />
principal da campanha era o<br />
briefing do cliente. Eu acho<br />
que, por princípio, essa orientação<br />
à campanha faz com que as<br />
agências estejam sempre muito<br />
atrás dos seus clientes. Acredito<br />
que cada vez mais essa orientação<br />
é em torno da experiência<br />
do cliente. A campanha é um<br />
pedaço. A experiência <strong>de</strong> um<br />
aplicativo ou serviço é outro. O<br />
relacionamento é outro. Acho<br />
que isso muda tudo. Aqui, o<br />
que a gente está tentando fazer<br />
é sair <strong>de</strong> trás do briefing, tentando<br />
<strong>de</strong>senvolver um trabalho<br />
em que o consumer experience<br />
seja o centro da nossa proposta<br />
<strong>de</strong> valor. Em vez <strong>de</strong> trabalhar<br />
sempre atrás <strong>de</strong> um briefing,<br />
a gente está trabalhando em<br />
cima <strong>de</strong> um diagnóstico.<br />
DESAFIO<br />
O <strong>de</strong>safio é você estar no passo<br />
do seu cliente, estar atuando naquilo<br />
que é importante para ele,<br />
<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Nem atrasado, nem<br />
muito adiantado. Para mim, estar<br />
pronto para o futuro é <strong>de</strong> fato<br />
colocar essa experiência do consumidor<br />
no centro. Mas há ainda<br />
um milhão <strong>de</strong> pratos. Toda estrutura<br />
comercial <strong>de</strong> uma agência<br />
está ligada a campanhas. Se<br />
você fala que a campanha não é<br />
mais o centro do que você faz,<br />
tem <strong>de</strong> mudar a forma que você<br />
ven<strong>de</strong>, a forma que você cobra,<br />
que contrata. Os clientes falam<br />
que querem coisas diferentes,<br />
mas as concorrências são todas<br />
para a mesma coisa. Ou ele fala<br />
“Em vEz dE<br />
trabalhar sEmprE<br />
atrás dE um<br />
briEfing, a gEntE<br />
Está trabalhando<br />
Em cima dE um<br />
diagnóstico”<br />
48 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
o a sua verba <strong>de</strong> mídia; acho que já foi esse tempo”<br />
que quer uma coisa diferente e<br />
está disposto, mas quando chega<br />
num <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> compras,<br />
volta para as campanhas,<br />
comissionamento <strong>de</strong> mídia,<br />
time sheet. Tem um ecossistema<br />
todo que força as agências. Meu<br />
<strong>de</strong>safio é sair disso. Essa é a proposta<br />
<strong>de</strong> valor da Wun<strong>de</strong>rman<br />
que eu estou muito encantado<br />
<strong>de</strong> colocar <strong>de</strong> pé. Fora do Brasil,<br />
a Wun<strong>de</strong>rman tem muitas coisas<br />
<strong>de</strong> dados, <strong>de</strong> analytics, comércio<br />
eletrônico, enfim, tem muitos<br />
recursos além da campanha. São<br />
450 funcionários no Brasil.<br />
Marçal Neto/Divulgação<br />
PROSPECÇÃO<br />
Esse é um momento novo<br />
aqui. Temos uma carteira boa<br />
<strong>de</strong> clientes. Acho que nas próximas<br />
semanas <strong>de</strong>vo anunciar<br />
uma ou duas contas novas.<br />
Tenho muitos negócios para<br />
<strong>de</strong>senvolver <strong>de</strong>ntro dos nossos<br />
clientes. Olho para todos os<br />
meus clientes hoje e em vários<br />
<strong>de</strong>les há oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crescimento.<br />
Estamos olhando para<br />
fora, mas estamos olhando para<br />
<strong>de</strong>ntro também.<br />
TRAnSFORMAÇÃO DIgITAL<br />
Hoje, a Wun<strong>de</strong>rman po<strong>de</strong> atuar<br />
em um monte <strong>de</strong> coisas que<br />
têm a ver com transformação<br />
digital, que não têm necessariamente<br />
relação com marketing. A<br />
gente tem projetos ligados a automação,<br />
autosserviço e transformação<br />
<strong>de</strong> processos <strong>de</strong>ntro<br />
dos nossos clientes, que não<br />
são necessariamente projetos<br />
<strong>de</strong> marketing. O comércio eletrônico<br />
está transformando tanto<br />
as empresas e esses projetos<br />
não são verbas <strong>de</strong> marketing.<br />
Tem um monte <strong>de</strong> verba, TI,<br />
marketing, operação. Eu rejeito<br />
um pouco esse olhar <strong>de</strong> que o<br />
cliente é tão gran<strong>de</strong> quanto a sua<br />
verba <strong>de</strong> mídia. Acho que já foi<br />
esse tempo. As disciplinas pra<br />
mim estão ligadas à comunicação,<br />
mas estão ligadas também<br />
a tecnologia, dados, analytics,<br />
automações <strong>de</strong> todos os tipos e à<br />
criativida<strong>de</strong> para além da comunicação.<br />
Talvez outro equívoco<br />
das agências é enten<strong>de</strong>r a criativida<strong>de</strong><br />
como uma disciplina <strong>de</strong><br />
comunicação. Eu acho que o que<br />
as agências sabem fazer, da forma<br />
criativa, tem um valor muito<br />
maior que só a comunicação.<br />
Digo até que talvez por só ter entregue<br />
isso na forma <strong>de</strong> mídia no<br />
passado, as agências <strong>de</strong>ixaram<br />
<strong>de</strong> valorizar aquilo que elas têm<br />
<strong>de</strong> mais especial e hoje faz falta<br />
nesse mundo que a tecnologia<br />
dá acesso igual para todo mundo,<br />
que é saber contar uma história<br />
diferente.<br />
CAPACIDADE<br />
A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aporte que<br />
uma agência tem para os clientes<br />
é muito gran<strong>de</strong>. Se a gente<br />
não se limitar a olhar só para a<br />
comunicação e olhar para todos<br />
os problemas <strong>de</strong>sses clientes,<br />
as agências po<strong>de</strong>m aportar<br />
em muitos lugares. É que ainda<br />
não achamos mo<strong>de</strong>los para<br />
isso. Aqui eu acho que estou<br />
encontrando. É o momento <strong>de</strong><br />
o mercado <strong>de</strong>scobrir quais são<br />
os mo<strong>de</strong>los para po<strong>de</strong>r atuar<br />
além da comunicação.<br />
MíDIA<br />
Se a mídia é uma forma <strong>de</strong> ganhar<br />
dinheiro, não significa que<br />
eu só preciso fazer mídia. Posso<br />
ganhar dinheiro com mídia,<br />
através <strong>de</strong> comissionamento.<br />
Posso ganhar dinheiro com projetos,<br />
com fee, revenue share.<br />
Esses são formatos comerciais.<br />
O que eu entrego po<strong>de</strong> ser muitas<br />
outras coisas. Eu acho, por<br />
exemplo, que tem pouca gente<br />
olhando para coisas cross canais.<br />
É um lugar que as consultorias<br />
estão tentando entrar. E entram<br />
muitas vezes. Mas os consultores<br />
não têm a entrega concreta<br />
que resolve boa parte dos problemas,<br />
as agências têm. Nesse<br />
sentido acredito que a gente<br />
se limitando per<strong>de</strong> um pouco a<br />
chance <strong>de</strong> impactar os clientes<br />
com mo<strong>de</strong>los mais interessantes.<br />
Hoje estou testando muitos<br />
mo<strong>de</strong>los diferentes aqui. Existiu<br />
um tempo em que o cliente que<br />
não chegasse com uma verba <strong>de</strong><br />
veiculação gran<strong>de</strong> não interessaria.<br />
Para mim, não é mais isso.<br />
O cliente que tem um problema<br />
claro que a gente consiga atuar<br />
nesse problema e <strong>de</strong>finir o quanto<br />
vale o nosso trabalho para ele<br />
por conta <strong>de</strong>ssa solução é um<br />
bom cliente.<br />
VALOR<br />
Nós trabalhamos, o nosso<br />
trabalho gera valor e temos <strong>de</strong><br />
ser remunerados por isso. O<br />
mo<strong>de</strong>lo para isso? Tanto faz.<br />
Muito ainda é comunicação,<br />
a mídia tem um papel gran<strong>de</strong><br />
e vai continuar tendo. Mas eu<br />
não quero ser uma agência só<br />
<strong>de</strong> comunicação. Acho que esse<br />
é o ponto. A gente faz muita<br />
mídia online, bastante mídia<br />
offline. Por meio <strong>de</strong> parceiros,<br />
também fazemos eventos, várias<br />
coisas <strong>de</strong> ativação. A gente<br />
tem tecnologia aqui <strong>de</strong>ntro<br />
com muito trabalho <strong>de</strong> dados,<br />
pesquisas, mapeamento <strong>de</strong><br />
jornadas, <strong>de</strong>sign <strong>de</strong> serviços,<br />
um monte <strong>de</strong> coisa. Existe um<br />
mundo <strong>de</strong> comunicação tradicional<br />
<strong>de</strong> agência, mas tem um<br />
universo <strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> dados<br />
e <strong>de</strong> novos serviços ligados<br />
à transformação digital que eu<br />
acho que é um e negócio maior<br />
até futuramente. Mundialmente,<br />
a Wun<strong>de</strong>rman tem mais <strong>de</strong><br />
novo mil pessoas. É a maior<br />
re<strong>de</strong> digital <strong>de</strong>ntro do Grupo<br />
WPP, que é o maior grupo <strong>de</strong><br />
comunicação do mundo. É um<br />
negócio que sempre foi muito<br />
ligado à tecnologia. De 25% a<br />
30% das pessoas que trabalham<br />
na Wun<strong>de</strong>rman são especialistas<br />
em tecnologias e trabalham<br />
com Adobe, Salesforce, Google<br />
e Oracle. É um formato diferente<br />
<strong>de</strong> agência, sendo a comunicação<br />
e a mídia, um pedaço.<br />
TALEnTOS<br />
Elenquei priorida<strong>de</strong>s quando<br />
cheguei aqui e minha priorida<strong>de</strong><br />
número um é a retenção<br />
<strong>de</strong> talentos. Acredito muito<br />
em gestão <strong>de</strong> carreira. Quando<br />
ouço pessoas falando que querem<br />
sair <strong>de</strong> agência para trabalhar<br />
em empresa, tenho vonta<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> morrer. Agência é uma<br />
empresa. Eu não conheço outro<br />
mercado em que pessoas sejam<br />
tão importantes para o negócio<br />
quanto o mercado <strong>de</strong> agências.<br />
E, por algum motivo, as agências<br />
cuidam muito mal <strong>de</strong>sse<br />
assunto. Quero que as pessoas<br />
cresçam e se <strong>de</strong>senvolvam aqui<br />
<strong>de</strong>ntro. E, como consequência,<br />
vão ficar. O turnover aqui está<br />
muito mais alto do que eu gostaria.<br />
Fiz uma meta <strong>de</strong> redução<br />
<strong>de</strong> turnover para a meta<strong>de</strong> no<br />
primeiro ano. Estou superfeliz,<br />
porque em janeiro a gente teve<br />
o menor turnover dos últimos<br />
três anos. Acho que estamos no<br />
caminho certo.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 49
AgênciAs<br />
Tribal reúne diretoras em evento<br />
<strong>de</strong> apoio ao movimento FreeTheBid<br />
Grupo <strong>de</strong> Representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>bate presença feminina nos mercados<br />
publicitário e audiovisual com profissionais das principais produtoras<br />
Paulo Macedo<br />
Para celebrar o mês das mulheres,<br />
a Tribal Worldwi<strong>de</strong><br />
reuniu diretoras <strong>de</strong> comerciais<br />
na sua se<strong>de</strong> para a segunda<br />
edição do Grupo <strong>de</strong> Representativida<strong>de</strong>.<br />
Foram convidas<br />
algumas das principais diretoras<br />
<strong>de</strong> comerciais do mercado<br />
brasileiro, que integram o movimento<br />
FreeTheBid, que passou<br />
a contar com a a<strong>de</strong>são da<br />
agência. Iniciativa do brasileiro<br />
PJ Pereira (Pereira & O’Dell) e<br />
Alma Harel (diretora do documentário<br />
Bombay Beach), nos<br />
Estados Unidos, o FreeTheBid<br />
estimula uma espécie <strong>de</strong> triple<br />
bid nas concorrências para contratação<br />
<strong>de</strong> produtoras, ou seja,<br />
sempre com uma mulher presente.<br />
O movimento já conta<br />
com 160 agências signatárias.<br />
“O FreeTheBid nos mostra a<br />
importância do <strong>de</strong>bate. Apesar<br />
<strong>de</strong> sentir na pele as dificulda<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> ser mulher no mercado audiovisual,<br />
o publicitário, principalmente,<br />
nunca soube ao certo<br />
os dados e eles mostram que<br />
a participação feminina no setor<br />
segue muito inferior. Acho<br />
justo que possamos ter espaço<br />
para mostrar nossos talentos e<br />
competências, não nos restringindo<br />
a prejulgamentos. Além<br />
disso, a representativida<strong>de</strong> não<br />
po<strong>de</strong> vir <strong>de</strong> quem está à frente<br />
da tela, é importante ser pensada<br />
e executada também por<br />
quem está atrás das câmeras”,<br />
disse a diretora Gabe Maruyama,<br />
da dupla Angry, da Aca<strong>de</strong>mia<br />
<strong>de</strong> Filmes.<br />
Ivy Abujamra, do elenco<br />
da Dogs Can Fly, afirma que o<br />
olhar feminino é uma realida<strong>de</strong>,<br />
mas que a hierarquia ainda<br />
é masculina. “O que me empolga<br />
é que as mulheres estão se<br />
mostrando, estão aparecendo<br />
cada vez mais. Eu torço para<br />
que um dia seja 50%, 50%. Não<br />
acredito em trabalho <strong>de</strong> mulher<br />
e trabalho <strong>de</strong> homem, acredito<br />
em trabalho que é bem feito,<br />
seja por qualquer pessoa”.<br />
A diretora Ivy Abujamra, da produtora Dogs Can Fly, participou do evento da Tribal que marcou sua a<strong>de</strong>são ao movimento FreeTheBid<br />
Africa estimula negócios<br />
Jose Boralli vai comandar conta da Vivo e prospecção<br />
Profissional experiente, que<br />
tem passagens pela Almap-<br />
BBDO, DM9DDB e J. Walter<br />
Thompson, além <strong>de</strong> ter presidido<br />
as operações da Momentum,<br />
BFerraz e We, Jose Boralli<br />
chega à Africa para comandar a<br />
divisão novos negócios e também<br />
vai li<strong>de</strong>rar o atendimento<br />
da conta da operadora <strong>de</strong> telecomunicações<br />
Vivo.<br />
“Boralli é um profissional<br />
extremamente experiente, que<br />
traz na bagagem a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> comandar todas as disciplinas<br />
<strong>de</strong> uma agência com maestria.<br />
Sua trajetória profissional<br />
é marcada pela brilhante<br />
li<strong>de</strong>rança à frente <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />
operações, sempre pontuada<br />
pela geração <strong>de</strong> negócios. Sua<br />
experiência à frente <strong>de</strong> empresas<br />
com diferentes focos <strong>de</strong> negócio<br />
e expertise <strong>de</strong>u a ele uma<br />
visão completamente holística,<br />
o que é fundamental no negó-<br />
José Boralli e Marcio Santoro: reforço na área <strong>de</strong> negócios e no atendimento à Vivo<br />
Divulgação<br />
Divulgação<br />
cio da comunicação. Estamos<br />
muito animados”, disse Marcio<br />
Santoro, CEO e copresi<strong>de</strong>nte da<br />
agência. “A Africa é referência<br />
no mercado. Ao longo <strong>de</strong> sua<br />
história, sempre protagonizou<br />
e li<strong>de</strong>rou gran<strong>de</strong>s projetos. Basta<br />
olhar para a carteira <strong>de</strong> clientes<br />
<strong>de</strong>la e para os profissionais<br />
que trabalham na agência. É<br />
impressionante a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>la <strong>de</strong> reunir os maiores talentos<br />
do mercado. Sem falar do<br />
po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> inovação e da capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> realização que a Africa<br />
tem”, finaliza Boralli.<br />
50 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
agências<br />
DM9DDB continua reestruturação<br />
e altera comando do atendimento<br />
Após 17 anos no ABC,<br />
Marcelo Passos <strong>de</strong>ixa<br />
o grupo e po<strong>de</strong> seguir<br />
como empreen<strong>de</strong>dor<br />
processo <strong>de</strong> reestruturação na DM9DDB<br />
O após a chegada <strong>de</strong> Marcio Oliveira à<br />
presidência da agência, posição que divi<strong>de</strong><br />
com o criativo Paulo Coelho, continua.<br />
A primeira gran<strong>de</strong> mudança na sua estrutura<br />
é a saída do executivo Marcelo Passos<br />
da vice-presidência <strong>de</strong> atendimento. Ele<br />
estava na estrutura do Grupo ABC, controlador<br />
do negócio com a holding americana<br />
Omnicom, há 17 anos, primeiro na Africa e<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2013 na DM9DDB. O profissional<br />
foi comunicado da <strong>de</strong>cisão na semana<br />
passada.<br />
“Ainda não <strong>de</strong>cidi o que vou fazer. Tenho<br />
um projeto pessoal, quem sabe agora eu o<br />
tire da gaveta. Não sei se vou para o empreen<strong>de</strong>dorismo<br />
ou se continuo no mercado,<br />
se alguém me chamar. Desejo boa sorte à<br />
agência nessa nova fase”, ele <strong>de</strong>clarou.<br />
A agência, que per<strong>de</strong>u a conta da montadora<br />
Subaru também na última semana,<br />
cujo rumo po<strong>de</strong> ser a z515, sua parceira estratégica<br />
na Tamboré no atendimento ao<br />
Walmart, emitiu um comunicado sobre a<br />
saída <strong>de</strong> Passos.<br />
“Des<strong>de</strong> que cheguei à DM9DDB, venho,<br />
junto com o também copresi<strong>de</strong>nte Paulo<br />
Coelho, conduzindo uma restruturação na<br />
agência, com ajustes <strong>de</strong> equipe e na gestão<br />
<strong>de</strong> clientes. Essa nota <strong>de</strong> hoje é para anunciar<br />
a saída do gran<strong>de</strong> Marcelo Passos. Conheço<br />
o Marcelo há muitos anos. Fundamos<br />
juntos o Grupo <strong>de</strong> Atendimento, uma<br />
entida<strong>de</strong> que valorizou o profissional <strong>de</strong><br />
atendimento e suas atribuições em todo o<br />
mercado. A DM9 agra<strong>de</strong>ce todos esses anos<br />
<strong>de</strong> grupo ABC e tem certeza <strong>de</strong> que Marcelo<br />
continuará sua trajetória <strong>de</strong> sucesso”. O documento<br />
foi assinado por Marcio Oliveira.<br />
Para celebrar o Dia da Mulher, na última<br />
quinta-feira (8), a agência ativou a campanha<br />
A promoção, que fala da igualda<strong>de</strong><br />
e <strong>de</strong> merecimento no ambiente <strong>de</strong> trabalho.<br />
“Estamos muito à vonta<strong>de</strong> para criar<br />
essa campanha, por um simples motivo:<br />
o McDonald’s não tem teto <strong>de</strong> vidro sobre<br />
esse assunto. Lá, 60% dos cargos <strong>de</strong> gerência<br />
em restaurantes são ocupados por mulheres<br />
e 53% <strong>de</strong> toda equipe também é formada<br />
por elas. Então, escolhemos mostrar<br />
isso da maneira mais real possível”, comentou<br />
o diretor <strong>de</strong> criação Adriano Alarcon. O<br />
filme foi produzido pelo Estúdio Dead Pixel,<br />
com trilha sonora da Jamute.<br />
O executivo Marcelo Passos <strong>de</strong>ixou a vice-presidência <strong>de</strong> atendimento da DM9DDB<br />
Alê Oliveira<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 51
EXPANSÃO E<br />
DEMOCRATIZAÇÃO<br />
DO CONSUMO<br />
*Evolução anual do comércio varejista restrito | Fonte: IBGE | Adaptação: GS&Inteligência/GS&MD | Legenda: Dado registrado Projeção<br />
O CONSUMO É<br />
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FORNECEDORES OFICIAIS:
arena do esporte<br />
Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />
andorinha<br />
Quando Sônia Maria <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> se tornou<br />
a primeira vice-presi<strong>de</strong>nte da história do<br />
Vasco, em janeiro <strong>de</strong>ste ano, logo soube que<br />
os <strong>de</strong>safios seriam bem maiores do que já<br />
estava acostumada como registradora pública.<br />
“As re<strong>de</strong>s sociais começaram a ferver<br />
quando meu nome saiu. A primeira coisa<br />
que vi estampado foi o questionamento<br />
sobre <strong>de</strong> qual cozinha <strong>de</strong> São Januário eu<br />
teria saído”, revelou a executiva durante o<br />
ESPNW Summit, em São Paulo, evento que<br />
marcou os dois anos da plataforma voltada<br />
para mulheres do canal ESPN. Determinada<br />
a contribuir para ampliação da presença<br />
feminina no futebol, Sônia se prepara para<br />
lançar a marca “Delas”, projeto do Vasco<br />
que vai dialogar diretamente com as torcedoras.<br />
O clube também mudará seu estatuto,<br />
dando 20% <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto para sócias-<br />
-torcedoras. Há expectativas para que elas<br />
também tenham direito a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, algo<br />
que, por enquanto, não está previsto. “Eu<br />
quero trazer o maior número <strong>de</strong> mulheres,<br />
para que a nossa voz se fortaleça e seja<br />
ouvida por mais pessoas. Uma andorinha<br />
não faz verão, mas eu acredito no coletivo.<br />
O Vasco vai ter uma marca específica para<br />
mulheres. A gente precisa chamar a atenção<br />
<strong>de</strong>sse segmento, que há algum tempo é<br />
esquecido <strong>de</strong>ntro do esporte”.<br />
elas têm a Força<br />
O aumento do interesse do público feminino por artes marciais no Brasil tem transformado<br />
as estratégias <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s esportivas <strong>de</strong> e-commerce. A categoria teve<br />
um crescimento <strong>de</strong> 21% nas compras na Netshoes nos últimos dois anos, o que motivou a<br />
companhia a fechar parceria exclusiva <strong>de</strong> vendas com a Naja, marca brasileira <strong>de</strong> artigos<br />
para boxe, kickboxing e muay thai. A companhia traz a coleção Países, com referências ao<br />
Japão, México, Reino Unido, EUA e Tailândia, on<strong>de</strong> as artes marciais ganharam mais força.<br />
As luvas são hoje um dos produtos mais adquiridos pelos praticantes <strong>de</strong> artes marciais<br />
que procuram a Netshoes para adquirir equipamentos esportivos, com uma representação<br />
média <strong>de</strong> 34% do total <strong>de</strong> vendas da categoria em 2017. A projeção para <strong>2018</strong> é que este<br />
ritmo continue, o que evi<strong>de</strong>ncia um número cada vez maior <strong>de</strong> pessoas que procuram<br />
praticar lutas, seja para lazer ou esporte.<br />
F-1 em todas as telas<br />
Sentir-se <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um<br />
carro <strong>de</strong> Fórmula 1, ou pelo<br />
menos ter acesso à mesma<br />
visão interna dos pilotos,<br />
será apenas um dos<br />
atrativos do novo serviço<br />
<strong>de</strong> streaming da competição.<br />
Está previsto para este<br />
semestre o lançamento da<br />
F-1 TV, serviço over the top<br />
no mo<strong>de</strong>lo já popularizado<br />
pelo Netflix. Segundo<br />
comunicado da companhia,<br />
a audiência po<strong>de</strong>rá<br />
acompanhar os torneios ao<br />
vivo sem comerciais e com<br />
comentaristas em diversos<br />
idiomas. Nessa primeira fase, os conteúdos serão exibidos em inglês, alemão, francês e<br />
espanhol. A versão “pro” fornecerá ainda feeds <strong>de</strong> conteúdo disponíveis apenas para assinantes,<br />
ou seja, nenhum outro veículo que transmita as competições terá acesso a tal grau<br />
<strong>de</strong> personalização e combinação <strong>de</strong> telas. De quebra, o serviço fornecerá conteúdo das 20<br />
câmeras instaladas <strong>de</strong>ntro dos automóveis. Com assinatura entre US$ 8 e US$ <strong>12</strong>, o serviço<br />
será disponibilizado em pelo menos <strong>12</strong> países. O Brasil, que tem as transmissões feitas<br />
pela TV Globo, por enquanto, não fará parte do projeto.<br />
endorfina criativa<br />
A competitivida<strong>de</strong> e o<br />
espírito esportivo <strong>de</strong> união<br />
e cumplicida<strong>de</strong> são valores<br />
caros para nós. Tanto que somos<br />
patrocinadores do time oficial <strong>de</strong><br />
han<strong>de</strong>bol da cida<strong>de</strong> em que atuamos,<br />
que é Guarulhos. Então,<br />
não po<strong>de</strong>ria ser diferente comigo.<br />
Procuro praticar exercícios físicos<br />
diariamente para, além <strong>de</strong> manter<br />
o corpo e a mente saudáveis, me<br />
conectar em maior intensida<strong>de</strong> com<br />
a cultura da corporação.”<br />
Gustavo Coutinho, diretor <strong>de</strong> marketing<br />
da Vegus Construtora e Incorporadora<br />
Lucas Diniz/ Divulgação<br />
54 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
MArCAs<br />
McDonald’s convoca Neymar Jr. e Anitta<br />
para campanha da Copa do Mundo <strong>2018</strong><br />
Comunicação criada pela DPZ&T e produzida pela Sentimental Filmes<br />
dá o pontapé inicial às ações da marca para a competição na Rússia<br />
Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />
Amenos <strong>de</strong> 100 dias para o<br />
início da Copa do Mundo da<br />
Rússia, o McDonald’s dá o pontapé<br />
inicial em suas ações para<br />
o mundial. Na se<strong>de</strong> da DPZ&T,<br />
em São Paulo, no último dia 7,<br />
a agência apresentou a campanha<br />
da marca, que estreou no<br />
mesmo dia, no intervalo do Jornal<br />
Nacional, da Re<strong>de</strong> Globo. A<br />
campanha, intitulada Prepara,<br />
produzida pela Sentimental Filmes,<br />
traz o craque da seleção<br />
brasileira Neymar Jr. e a cantora<br />
Anitta num filme embalado por<br />
uma versão especial <strong>de</strong> Show<br />
das Po<strong>de</strong>rosas. “Queremos que<br />
essa música seja o gran<strong>de</strong> hit da<br />
Copa do Mundo. O ‘prepara’ na<br />
boca da Anitta será para convocar<br />
e levantar a torcida, com o<br />
intuito <strong>de</strong> vamos juntos, vamos<br />
torcer e cantar. Já o ‘prepara’ do<br />
Neymar representa a preparação<br />
do jogador em enfrentar o<br />
<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> mais um mundial.<br />
Este ano, a agência traz uma<br />
campanha grandiosa com dois<br />
dos maiores ídolos brasileiros<br />
do momento”, diz Rafael Urenha,<br />
CCO da DPZ&T.<br />
Segundo Roberto Gnypek,<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marketing<br />
do McDonald’s no Brasil, é muito<br />
fácil cair em certos chavões<br />
quando se fala em campanhas<br />
<strong>de</strong> Copa do Mundo. “O conceito<br />
do ‘prepara’ tem uma conexão<br />
muito forte com o nosso<br />
negócio. O Neymar é muito<br />
mais do que um garoto-propaganda<br />
da marca, ele é um fã do<br />
McDonald’s. Se você percorrer<br />
as suas re<strong>de</strong>s sociais vai encontrar<br />
posts do jogador <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />
anos atrás falando que ele adora<br />
os lanches da marca. Então,<br />
como um fã da marca, achamos<br />
muito coerente trazê-lo. Já a<br />
Anitta é uma pessoa que reflete<br />
felicida<strong>de</strong>, engajamento e que<br />
vai convocar toda a torcida para<br />
a festa. Também não po<strong>de</strong>mos<br />
esquecer dos nossos funcionários,<br />
pois não há pessoas mais<br />
preparadas para receber essa<br />
Cena da campanha com Neymar Jr., que será também garoto-propaganda em diversas outras ações do McDonald’s<br />
Com versão especial da música show das Po<strong>de</strong>rosas, a cantora Anitta tem a missão <strong>de</strong> convocar a torcida para o Mundial da Rússia<br />
Roberto Gnypek: “Conceito do ‘prepara’ tem conexão muito forte com o nosso negócio”<br />
Fotos: Divulgação e Marçal Neto<br />
torcida em nossos restaurantes<br />
antes e <strong>de</strong>pois dos jogos. Somos<br />
uma empresa global, mas com<br />
presença local”, diz.<br />
A campanha que abre o caminho<br />
para uma série <strong>de</strong> outras<br />
ações que a marca vai realizar<br />
nos próximos meses terá veiculação<br />
em televisão aberta,<br />
fechada e nas plataformas digitais<br />
da marca. “O McDonald’s é<br />
um dos principais patrocinadores<br />
do mundial há muitos anos,<br />
então, agora, a gente dispara o<br />
tema <strong>de</strong> campanha, mas logo<br />
os consumidores vão conhecer<br />
<strong>de</strong>talhes do programa Player<br />
Escort, que escolhe as crianças<br />
que entrarão <strong>de</strong> mãos dadas<br />
com os jogadores nas partidas<br />
e o lançamento dos sanduíches<br />
campeões”, conclui Urenha.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 55
marcaS<br />
Santan<strong>de</strong>r realiza concorrência e<br />
remunera as agências convidadas<br />
Medida inédita no mercado brasileiro é elogiada por li<strong>de</strong>ranças do setor<br />
em um momento <strong>de</strong> margens mais apertadas e altos custos para o pitch<br />
Divulgação<br />
Processo seletivo do Santan<strong>de</strong>r, que promoveu seu encontro anual em São Paulo, envolve a participação <strong>de</strong> sete agências; vencedora vai dividir a conta com a Suno<br />
Terceiro colocado no ranking<br />
<strong>de</strong> bancos privados do Brasil,<br />
atrás do Itaú-Unibanco e do<br />
Bra<strong>de</strong>sco, e sexto na relação<br />
que inclui os estatais Banco do<br />
Brasil, Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral<br />
e BNDES, o Santan<strong>de</strong>r está<br />
promovendo concorrência para<br />
a contratação <strong>de</strong> agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />
O pitch está em andamento<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o último dia 2 e<br />
o resultado é prometido para o<br />
início <strong>de</strong> abril.<br />
O processo em questão contempla<br />
o pedaço da conta administrado<br />
atualmente pela Talent<br />
Marcel, que busca manter o<br />
seu lugar ao lado das empresas<br />
Accenture Digital, FCB, JWT,<br />
mcgarrybowen, Y&R e Z+. A<br />
vencedora vai dividir o atendimento<br />
do anunciante, que teve<br />
lucro líquido <strong>de</strong> aproxidamente<br />
R$ 10 bilhões no ano passado,<br />
com a agência Suno United<br />
Crexators, do publicitário Guga<br />
Ketzer, que está à frente da conta<br />
há cerca <strong>de</strong> sete meses.<br />
O processo contempla uma<br />
<strong>de</strong>cisão inédita no mercado<br />
brasileiro: o Santan<strong>de</strong>r vai remunerar<br />
cada uma das agências<br />
convidadas para o certame<br />
com valor não revelado. A<br />
medida recebeu o apoio <strong>de</strong> algumas<br />
li<strong>de</strong>ranças do mercado<br />
publicitário. Afinal, os custos<br />
para participar <strong>de</strong> forma consistente<br />
em uma concorrência<br />
são elevados e, caso a agência<br />
não assegure o negócio, não há<br />
nenhum retorno.<br />
Aurélio Lopes, presi<strong>de</strong>nte da<br />
FCB Brasil, disse que essa serieda<strong>de</strong><br />
do banco é surpreen<strong>de</strong>nte.<br />
“Nós estamos consi<strong>de</strong>rando<br />
a <strong>de</strong>cisão muito positivamente.<br />
Também estamos muito<br />
contentes com o formato e os<br />
objetivos da instituição para a<br />
agência que vai eleger. Remunerar<br />
as participantes está muito<br />
acima <strong>de</strong> tudo o que vimos<br />
nesse mercado até hoje. Talvez<br />
o valor <strong>de</strong>stinado nem cubra os<br />
custos das agências, mas é um<br />
“RemuneRaR as<br />
paRticipantes<br />
está muito acima<br />
<strong>de</strong> tudo que o<br />
que vimos nesse<br />
meRcado até hoje”<br />
ato simbólico que tem gran<strong>de</strong><br />
valor. Quem concorda com<br />
Lopes é Marcos Quintela, presi<strong>de</strong>nte<br />
do Grupo Newcomm,<br />
controlador da Y&R, que está<br />
no processo seletivo do Santan<strong>de</strong>r.<br />
“Só posso dizer que a ativida<strong>de</strong><br />
publicitária está sendo<br />
muito valorizada. Essa <strong>de</strong>cisão<br />
coloca a publicida<strong>de</strong> em um patamar<br />
mais plausível”, afirma<br />
Quintela, que também é vice-<br />
-presi<strong>de</strong>nte da Abap (Associação<br />
Brasileira das Agências <strong>de</strong><br />
Publicida<strong>de</strong>).<br />
A última concorrência <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> realizada pelo Santan<strong>de</strong>r<br />
foi em 2014 e as vencedoras<br />
foram a Talent Marcel<br />
e a antiga Loducca, à época<br />
comandada por Guga Ketzer.<br />
A Talent, porém, tem uma relação<br />
mais antiga, iniciada à<br />
época do Banco Real, absorvido<br />
em 2009 pelo Santan<strong>de</strong>r. O slogan<br />
O que a gente po<strong>de</strong> fazer por<br />
você hoje tem a assinatura da<br />
agência presidida por João Livi.<br />
56 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
míDia<br />
Debate dará o<br />
tom da Copa da<br />
Rússia na ESPN<br />
Depois <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r acompanhar os jogos das<br />
três últimas edições da Copa pela ESPN, a<br />
audiência do canal terá um perfil diferente<br />
<strong>de</strong> cobertura neste ano durante o evento.<br />
O canal pago não renovou os direitos <strong>de</strong> transmissão<br />
para o mundial, mas nem por isso <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong><br />
fornecer conteúdo <strong>de</strong> análise e profundida<strong>de</strong>.<br />
Segundo João Palomino, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />
jornalismo e produção da ESPN Brasil, se conformar<br />
não está nos planos da emissora, que aposta no seu<br />
time <strong>de</strong> talentos e em estúdio direto <strong>de</strong> Moscou para<br />
trazer discussões no pós-jogo. Na entrevista a seguir,<br />
o executivo fala sobre pacote comercial, estratégia no<br />
digital e credibilida<strong>de</strong>.<br />
Palomino: credibilida<strong>de</strong> da ESPN vai atrair anunciantes para a cobertura do pós-jogo<br />
Divulgação<br />
Danúbia Paraizo<br />
CoPa SEm CoPa<br />
Nós temos duas opções na<br />
vida: sentar e chorar ou fazer<br />
acontecer. E nós optamos por<br />
agir. Quando você propõe para<br />
os anunciantes alternativas <strong>de</strong><br />
se associar à ESPN, que tem<br />
a credibilida<strong>de</strong> como principal<br />
palavra <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação,<br />
as marcas querem se associar.<br />
Os jogos se encerram às 17h, a<br />
partir dali as marcas po<strong>de</strong>rão<br />
se associar a algo muito importante,<br />
que é a figura dos nossos<br />
talentos. Teremos o programa<br />
Linha <strong>de</strong> Passe todos os dias. O<br />
Resenha, que é uma atração feita<br />
por ex-jogadores, com uma<br />
rotina muito maior. O Esporte<br />
Center e o Bate Bola terão edições<br />
especiais. As pessoas vão<br />
querer saber e interagir com o<br />
que está sendo realizado.<br />
PRofuNDiDaDE<br />
Estamos calejados <strong>de</strong> discutir<br />
futebol e aprofundar essa discussão.<br />
Mesmo quando tínhamos<br />
os direitos <strong>de</strong> transmissão,<br />
a gente via <strong>de</strong> forma bem diferente<br />
o entorno da competição.<br />
Nós gostamos <strong>de</strong> trabalhar a<br />
informação em torno dos jogos.<br />
E como as partidas na Rússia<br />
vão ser realizadas até as 17h, a<br />
partir daí os programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate<br />
é que vão tomar conta <strong>de</strong><br />
todos os canais, inclusive dos<br />
que <strong>de</strong>têm os direitos. Por isso<br />
nossos esforços nos talentos da<br />
casa no pós-jogo, que é quando<br />
o nosso fã <strong>de</strong> esporte vai estar<br />
em casa.<br />
PRogRamação<br />
Nós teremos, até a Copa,<br />
uma série <strong>de</strong> novos programas<br />
e produtos que adquirimos e já<br />
fazem parte do nosso plano comercial.<br />
Temos um formato que<br />
estamos apostando muito com<br />
o ex-jogador Alex, um <strong>de</strong> nossos<br />
talentos. A gente acredita<br />
muito nesse mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ter uma<br />
figura próxima. Vamos, evi<strong>de</strong>ntemente,<br />
acompanhar a seleção<br />
brasileira. Teremos uma equipe<br />
fixa em Moscou. Lá, os canais<br />
ESPN estarão posicionados em<br />
um local exclusivo, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> serão<br />
transmitidas as entradas ao<br />
vivo. Vamos trazer informações<br />
em primeira mão, com a participação<br />
do Bruno Vicari e do Everaldo<br />
Marques, além <strong>de</strong> toda a<br />
equipe que estará aqui, no Brasil,<br />
levando mais informações<br />
para as pessoas como opção <strong>de</strong><br />
segunda tela. E quando a bola<br />
estiver parada, aí é com a gente.<br />
Teremos uma gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />
para o <strong>de</strong>bate.<br />
iNvEStimENto<br />
O plano comercial já está na<br />
rua. Algumas marcas já estão<br />
confirmadas, como Ipiranga e<br />
Sportingbet. A Tecnisa adquiriu<br />
“antes você fazia<br />
um produto <strong>de</strong><br />
qualida<strong>de</strong> e<br />
esperava que as<br />
pessoas viessem<br />
assistir. Hoje isso<br />
não basta. você<br />
tem <strong>de</strong> respeitar<br />
as pessoas”<br />
a cota <strong>de</strong> apoio. E vamos começar<br />
o processo <strong>de</strong> entrega para<br />
a Copa. As marcas enxergam<br />
enorme valor com o que preten<strong>de</strong>mos<br />
fazer. Teremos, por<br />
exemplo, a presença forte dos<br />
influenciadores digitais Cid Cidoso<br />
(@naosalvo), Carter Batista<br />
(@essediafoilouco) e Luana<br />
Maluf (@luanamaluf), que nos<br />
ajudam a multiplicar o alcance,<br />
que é o que a gente necessita.<br />
Nossa mensagem precisa<br />
chegar ao fã <strong>de</strong> esportes. Nosso<br />
objetivo e sair <strong>de</strong>ssa Copa com<br />
o torcedor tendo a sensação <strong>de</strong><br />
que esteve no torneio porque<br />
acompanhou o <strong>de</strong>bate na ESPN.<br />
Digital<br />
A gente vem adotando essa<br />
estratégia <strong>de</strong> disponibilizar <strong>de</strong>terminados<br />
conteúdos na íntegra<br />
no digital primeiro. Alguns<br />
documentários, por exemplo,<br />
como o feito por Gustavo Hofman<br />
com a Polícia Militar <strong>de</strong><br />
Belo Horizonte. Ele passou uma<br />
semana treinando com eles,<br />
como se fosse policial da Tropa<br />
<strong>de</strong> Choque, para atuar num<br />
clássico do futebol mineiro. Durante<br />
esse período ele enten<strong>de</strong>u<br />
e humanizou a figura do policial,<br />
que também é pai <strong>de</strong> família,<br />
torcedor, talvez até já tenha<br />
brigado em estádio e, acima<br />
<strong>de</strong> tudo, uma figura humana<br />
que precisa ter controle em um<br />
momento que <strong>de</strong>ve controlar a<br />
massa. Fizemos essa estratégia<br />
no digital e tem dado resultado.<br />
multitEla<br />
O que mudou muito em relação<br />
ao nosso fã <strong>de</strong> esporte é<br />
que antes você fazia um produto<br />
<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e esperava<br />
que as pessoas viessem assistir.<br />
Hoje isso não basta. Você tem<br />
<strong>de</strong> respeitar as pessoas. On<strong>de</strong><br />
elas querem ver, como e em<br />
que hora. Você tem <strong>de</strong> disponibilizar<br />
o conteúdo on<strong>de</strong> o fã se<br />
sente mais confortável. Nossa<br />
missão mundial é levar o melhor<br />
conteúdo on<strong>de</strong> a audiência<br />
estiver. Então, na série O Último<br />
Trem para a Rússia, disponibilizamos<br />
os <strong>12</strong> episódios para<br />
quem quiser ver <strong>de</strong> uma vez só<br />
e também na TV. Não pensamos<br />
como produtos distintos. Nosso<br />
conteúdo precisa aten<strong>de</strong>r esse<br />
360 para termos novos pontos<br />
<strong>de</strong> contato com o fã <strong>de</strong> esporte.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 57
we<br />
mkt<br />
LDProd/iStock<br />
Burrice natural<br />
“A burrice no Brasil tem um passado<br />
glorioso e um futuro promissor”.<br />
Roberto Campos<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
Meu dia começa às 4 da manhã. Acordo,<br />
barba e banho, café, parabéns<br />
aos aniversariantes do “Feice” e uma primeira<br />
olhada em meus integradores <strong>de</strong><br />
notícias. Às 05h20min pego minhas coisas<br />
e vou para a sala. Sento no sofá, ligo o<br />
smartphone e abro o aplicativo do 99 para<br />
chamar um táxi.<br />
Em qualquer <strong>de</strong>cisão que eu tome sempre<br />
privilegio um especialista. Um profissional<br />
que se <strong>de</strong>dique <strong>de</strong> alma e coração a<br />
uma <strong>de</strong>terminada ativida<strong>de</strong>.<br />
Assim, não uso o Uber, um agrupamento<br />
<strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> profissionais fazendo bico<br />
ou aguardando por um emprego.<br />
Sei que os motoristas <strong>de</strong> táxi nos trataram<br />
mal todos estes anos. Sei que começaram<br />
a acordar recentemente, diante da<br />
existência <strong>de</strong> concorrência. Sei que ainda<br />
<strong>de</strong>ixam muito a <strong>de</strong>sejar. Mas ainda me sinto<br />
melhor, mais confortável e mais seguro<br />
recorrendo a alguém que vive do que trabalha<br />
e faz. Que, em tese, se <strong>de</strong>dica a isso.<br />
Assim, salto todas as <strong>de</strong>mais alternativas<br />
que o 99 oferece com <strong>de</strong>scontos, promoções<br />
e tudo o mais. Só chamo táxi e tabela<br />
cheia.<br />
Numa segunda-feira <strong>de</strong>ste ano <strong>de</strong> <strong>2018</strong><br />
tentei fazer isso. E aí entrou uma versão<br />
nova do aplicativo do 99. E começou a me<br />
pedir uma série <strong>de</strong> informações que já forneci<br />
no correr <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> relacionamento<br />
diário.<br />
Depois <strong>de</strong> quatro ou cinco tentativas<br />
<strong>de</strong>sisti e me lembrei <strong>de</strong> um aplicativo que<br />
instalara no celular, da Porto Seguro, o Vá<br />
<strong>de</strong> Táxi.<br />
Cliquei, rápido, direto, e mais que correspon<strong>de</strong>u<br />
às minhas expectativas mesmo<br />
sendo a primeira vez. No dia seguinte, tentei<br />
uma vez mais o 99 e nem mesmo a opção<br />
táxi consegui encontrar. Eliminaram a<br />
palavra táxi do aplicativo. Voltei a recorrer<br />
ao Vá <strong>de</strong> Táxi e funcionou.<br />
Conclusão, <strong>de</strong>sisti do 99. E a que conclusão<br />
cheguei? Que o 99, aplicativo lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
chamada <strong>de</strong> táxis e outros formatos <strong>de</strong> condução<br />
para pessoas, acaba <strong>de</strong> abrir mão <strong>de</strong><br />
todas as vantagens e facilida<strong>de</strong>s da inteligência<br />
artificial e opta pela burrice natural.<br />
Por razões que a própria razão <strong>de</strong>sconhece,<br />
<strong>de</strong>cidiu melhorar o aplicativo. Melhorar<br />
não sob a ótica do cliente e usuário, mas <strong>de</strong><br />
uma maneira tal que quase constrangesse<br />
a todos que recorrem ao aplicativo para <strong>de</strong>mandarem<br />
pelos serviços que garantem ao<br />
99 maiores margens.<br />
Ou seja, privilegiaram o produto sob a<br />
ótica <strong>de</strong>les, empresa, e os clientes que tratem<br />
<strong>de</strong> se adaptar e reiniciar do zero seu relacionamento<br />
com o aplicativo.<br />
Naquela segunda, o 99 per<strong>de</strong>u mais e<br />
muitos clientes conforme sucessivas manifestações<br />
no correr dos dias e semanas<br />
seguintes nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
Cada um <strong>de</strong> nós, empresários, tem o direito<br />
e o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> escolher. Usar a inteligência<br />
artificial para favorecer e agradar nossos<br />
clientes e fortalecer, por <strong>de</strong>corrência<br />
nosso relacionamento, ou optar pela burrice<br />
natural por ganância porca e ambição<br />
<strong>de</strong>smedida e pornográfica. O 99 optou pelo<br />
segundo caminho.<br />
Fica a lição. Só tente evoluir do bom para<br />
o ótimo se isso for <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> ótimo e em<br />
todos os sentidos para seus clientes. Caso<br />
contrário, prevalece o velho e sábio ditado:<br />
O Ótimo é Inimigo do Bom. E nas duas situações,<br />
ótimo e bom, só é ótimo e bom <strong>de</strong><br />
verda<strong>de</strong>, e, repetindo, se for bom e ótimo<br />
para o cliente.<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
58 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
curtas<br />
No Dia da Mulher,<br />
McDonald’s vira alvo<br />
nas re<strong>de</strong>s sociais<br />
Fotos: Divulgação<br />
O McDonald’s inverteu seus arcos em<br />
ação para o Dia da Mulher, celebrado no<br />
último dia 8, em uma loja na Califórnia.<br />
Com a mudança, foi formado um W, em<br />
referência à palavra “woman” (mulher em<br />
inglês). Essa foi a primeira vez na história<br />
que o logo foi invertido. O logo também foi<br />
estampado nos canais digitais da marca.<br />
Enquanto isso, no Brasil, a homenagem<br />
às mulheres causou polêmica, já que a re<strong>de</strong><br />
disponibilizou operação 100% feminina<br />
em 20 lojas. Nas re<strong>de</strong>s sociais, os clientes<br />
questionaram as mulheres trabalharem,<br />
enquanto os homens estariam, supostamente,<br />
<strong>de</strong> folga. Por meio <strong>de</strong> nota oficial, o<br />
McDonald’s respon<strong>de</strong>u que “houve apenas<br />
uma troca <strong>de</strong> locais <strong>de</strong> trabalho entre eles<br />
para que esses 20 restaurantes pu<strong>de</strong>ssem<br />
reunir apenas mulheres na operação”.<br />
Uma loja da Califórnia teve seu logo invertindo para formar um W, em alusão à palavra mulher em inglês<br />
Veja sai CoM Capa falsa ogilVy Cria para BMW X3 reD asset estreia na MíDia<br />
A Veja <strong>de</strong>sta<br />
semana traz<br />
um manifesto<br />
contra as fake<br />
news em uma<br />
capa falsa, que<br />
aparece quando<br />
o leitor inverte<br />
a revista.<br />
A ação é uma<br />
parceria com a<br />
DM9DDB e preten<strong>de</strong><br />
alertar os<br />
leitores sobre<br />
Revista faz manifesto esta semana<br />
os problemas<br />
causados pelas<br />
notícias falsas. Nas três páginas editoriais<br />
do manifesto, que imitam as seções da<br />
própria revista, são apresentadas fake<br />
news que circularam pela mídia digital.<br />
A revista ainda traz o anúncio Veja se é<br />
verda<strong>de</strong>, que critica as fake news e <strong>de</strong>staca<br />
a importância <strong>de</strong> usar uma fonte confiável<br />
para se informar, exaltando a própria publicação<br />
da Editora Abril como a “maior e<br />
mais prestigiada revista semanal do país” e<br />
aconselha os leitores a “antes <strong>de</strong> comentar,<br />
antes <strong>de</strong> postar, antes <strong>de</strong> curtir, antes <strong>de</strong><br />
compartilhar: Veja. Veja se é verda<strong>de</strong>”.<br />
O BMW X3 chega às concessionárias nesta semana<br />
A Ogilvy é a agência responsável pela<br />
campanha que comunica o novo BMW X3,<br />
que chega às concessionárias da marca<br />
nesta semana. O filme, adaptado ao país,<br />
explora os atrativos do carro e a i<strong>de</strong>ia<br />
“Nada menos que o máximo”. “Criamos<br />
um conceito que é muito representativo<br />
para o novo BMW X3 e reforça o seu posicionamento<br />
premium. É um carro <strong>de</strong> estilo<br />
único e inconfundível, que tem a tecnologia<br />
como um dos maiores <strong>de</strong>staques”,<br />
comenta Félix <strong>de</strong>l Valle, diretor <strong>de</strong> criação<br />
executivo da Ogilvy Brasil. A campanha<br />
ainda contempla ações nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />
publieditoriais, mídia online e peças para<br />
mídia impressa.<br />
Filme criado pela Mar Comunicação para Red Asset<br />
A Mar Comunicação assina a primeira<br />
campanha da Red Asset, empresa <strong>de</strong> recebíveis,<br />
que estreia nesta segunda-feira (<strong>12</strong>).<br />
No filme <strong>de</strong> 45 segundos, que será veiculado<br />
na GloboNews, um executivo tenta solucionar<br />
um cubo mágico, mas não chega a<br />
um bom resultado. A campanha contempla<br />
ainda anúncio <strong>de</strong> página inteira no jornal O<br />
Valor, além <strong>de</strong> peça <strong>de</strong> rádio, anúncios <strong>de</strong><br />
revista e comunicação nos principais portais<br />
<strong>de</strong> internet e nas re<strong>de</strong>s sociais. Sob o<br />
tema Muito além <strong>de</strong> recebíveis, a campanha<br />
busca mostrar uma empresa ágil e sólida<br />
que se <strong>de</strong>staca no mercado. Em 2017, a<br />
Red Asset movimentou aproximadamente<br />
R$ 10 bilhões.<br />
Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo,<br />
Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editora-assistente: Cristiane Marsola<br />
Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP),<br />
Danúbia Paraizo (SP), Jéssica Oliveira (SP),<br />
Claudia Penteado (RJ)<br />
Editor <strong>de</strong> Arte: Adu nias Bis po da Luz<br />
Assistente <strong>de</strong> Arte: Lucas Boccatto<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Site: propmark.com.br<br />
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rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />
CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />
as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 59
supercenas<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
Grazi Massafera, a vilã Lívia <strong>de</strong> O Outro Lado do Paraíso, passa a integrar o time <strong>de</strong> celebrida<strong>de</strong>s da marca Eudora, <strong>de</strong> O Boticário; ela grava cenas para exibição em canais proprietários como o Fac<br />
EFEITO MATE<br />
No ar com a personagem Lívia, vilã da novela global O Outro Lado<br />
do Paraíso, a atriz Grazi Massafera passa a integrar o time <strong>de</strong> celebrida<strong>de</strong>s<br />
da marca Eudora, lançada por O Boticário no primeiro trimestre<br />
<strong>de</strong> 2011 para atingir um público diferente do que frequenta<br />
suas mais <strong>de</strong> três mil lojas em todo o país. A atriz empresta sua<br />
imagem para a campanha do novo batom Nu<strong>de</strong> Caramelo, da linha<br />
Soul Kiss Me. Grazi conheceu o produto, que possui efeito mate, ou<br />
seja, sem brilho, da Eudora, quando ganhou um kit promocional<br />
no ano passado. Ela se junta a personalida<strong>de</strong>s como Claudia Leitte,<br />
Juliana Paes e Sabrina Sato. O portfólio da Eudora só está disponível<br />
em sua única loja própria, em Belo Horizonte, no e-commerce<br />
e através <strong>de</strong> reven<strong>de</strong>doras cre<strong>de</strong>nciadas. “A Grazi representa<br />
a mulher que traça seus caminhos e conquista seus objetivos, se<br />
colocando como protagonista da própria vida. Eudora acredita na<br />
força <strong>de</strong>ssa mulher e quer ajudar nessas conquistas diárias”, conta<br />
Daniel Knopfholz, diretor da Eudora. Por enquanto, não está programada<br />
nenhuma campanha publicitária para promover a marca.<br />
A ativação se dá com a imagem da artista nos canais proprietários<br />
da Eudora nas re<strong>de</strong>s sociais (Facebook e Instagram), forte trabalho<br />
<strong>de</strong> relações públicas e no catálogo <strong>de</strong> vendas, on e off.<br />
Zito Campos (Hands), Vanessa Brandão, do marketing da Heineken, e Marcelo Lenhard (Hands)<br />
60 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Roberto Gnypek, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> marketing do McDonald’s, Anitta e Rafael Urenha, CCO da agência DPZ&T<br />
PREPARADA<br />
Presente em campanhas da Doritos, Renault, iFood, Claro e Niely,<br />
a onipresente Anitta vai animar a campanha Prepara, criada pela<br />
agência DPZ&T para a Copa do Mundo na Rússia da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fast-<br />
-food McDonald’s, que é uma das patrocinadoras oficiais da Fifa.<br />
Anitta o remake do seu hit, feito pela equipe <strong>de</strong> criação da agência,<br />
para <strong>de</strong>stacar a preparação do McDonald’s, do craque Neymar, que<br />
vai ser uma das estrelas da campanha, e da torcida brasileira. O<br />
flight teve início na última quarta-feira (7) no Jornal Nacional.<br />
LER<br />
A Jotacom está à frente do segundo flight da campanha do Clube<br />
Leiturinha, que promove o hábito da leitura compartilhada<br />
para mais <strong>de</strong> 85 mil famílias, distribuídas em mais <strong>de</strong> 5.200 cida<strong>de</strong>s<br />
do país. É o maior clube <strong>de</strong> assinatura <strong>de</strong> livros infantis<br />
do país. O protagonista do comercial é o apresentador e ator<br />
Marcio Garcia, com participação da sua mulher, Andréa Santa<br />
Rosa, e do filho, Felipe. “Buscamos assim, como na primeira<br />
fase (realizada por Tania Khalill, Jairzinho Oliveira e as filhas),<br />
famosos que são a cara da marca e aparecem juntamente com<br />
suas famílias. Tudo para afirmar ainda mais a credibilida<strong>de</strong> e<br />
ajudar a fortalecer a posição da marca como gran<strong>de</strong> empresa do<br />
setor infantil”, justificou Jurgis Figueiredo, CEO da agência. A<br />
direção <strong>de</strong> criação do projeto foi conduzida por Fabio Mello; e<br />
a produção, pela Bros.co. O projeto criativo também envolveu<br />
os profissinais Rodrigo Franz, Raíssa Palamarczuk, Felipe Ruiz<br />
e Aline Strobelt.<br />
FORMATO<br />
I<strong>de</strong>alizada para permitir<br />
acesso rápido e sem<br />
comprometer o plano<br />
<strong>de</strong> dados dos usuários<br />
<strong>de</strong> smartphones,<br />
a plataforma AMP<br />
(Acelerated Mobile Pages)<br />
já está sendo usada pelo<br />
UOL, assim como<br />
a Wired, CNN, Mashable<br />
e Washington Post.<br />
SHARE<br />
A mão <strong>de</strong> obra feminina<br />
no Twitter representa<br />
38,4% da força <strong>de</strong><br />
trabalho da marca. A meta<br />
e encerrar <strong>2018</strong> com 43%.<br />
COZINHA<br />
O Masterchef, segundo a<br />
SEMrush, li<strong>de</strong>rou buscas<br />
na web, com 733,5 mil<br />
pesquisas em 2017.<br />
ebook e Instagram, além do catálogo <strong>de</strong> vendas<br />
AR LIVRE<br />
O espaço Heineken Block se<br />
aproveitou do conjunto arquitetônico<br />
da Vila dos Ingleses,<br />
na área central <strong>de</strong> São Paulo, e<br />
fez sucesso. O projeto, que foi<br />
encerrado no último domingo<br />
(11), teve a assinatura da agência<br />
<strong>de</strong> live marketing Hands. É<br />
mais uma iniciativa <strong>de</strong>scolada<br />
do anunciante, que usa os canais<br />
tradicionais para promover<br />
a marca, mas recorre a iniciativas<br />
como as block parties,<br />
festas ao ar livre com música<br />
e arte. A marca já realizou a<br />
Heineken Up On The Roof, que<br />
ocupou a cobertura <strong>de</strong> um edifício<br />
em São Paulo para reunir<br />
tribos em torno <strong>de</strong> festas pra lá<br />
<strong>de</strong> animadas.<br />
Marcio, o filho Felipe e a mulher Andréa; Fabio Mello (Jotacom) e Drico Mello (Bros.co)<br />
MONTADORAS<br />
Se o governo brasileiro<br />
não aprovar o<br />
investimento <strong>de</strong><br />
R$ 1,5 bilhão no projeto<br />
Rota 2030, algumas<br />
montadoras po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar<br />
o país, como informa<br />
a Anfavea, entida<strong>de</strong><br />
que representa o tra<strong>de</strong><br />
automobilístico.<br />
RISCO<br />
Sem reforma da<br />
Previdência, a agência<br />
<strong>de</strong> classificação <strong>de</strong> risco<br />
Fitch rebaixou a nota do<br />
Brasil para a realização <strong>de</strong><br />
investimentos.<br />
FRÁGIL<br />
Brasil é o 7° no ranking<br />
da OMS sobre violência<br />
à mulher. A análise<br />
contempla 83 países.<br />
jornal propmark - <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 61
última página<br />
GeogeRudy/iStock<br />
Eu,<br />
consumidor<br />
Stalimir Vieira<br />
Outro dia, me perguntei quando foi a última<br />
vez em que tomei uma iniciativa<br />
<strong>de</strong> consumo influenciado pela propaganda.<br />
Para os padrões brasileiros, acredito que<br />
pertenço a uma faixa <strong>de</strong> cidadãos favorecidos<br />
por serem dotados <strong>de</strong> alguma cultura e<br />
por ter a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar o bastante<br />
para se dizer estáveis e em condições<br />
<strong>de</strong> tomar iniciativas <strong>de</strong> consumo num espectro<br />
razoável.<br />
Ou seja, acho que sou interessante para as<br />
marcas. Colocando-me do outro<br />
lado do balcão – o do anunciante<br />
– a primeira questão que me ocorre<br />
é “on<strong>de</strong> encontro esse sujeito?”.<br />
Po<strong>de</strong> parecer bobagem, mas,<br />
se pensar bem, não será por causa<br />
<strong>de</strong>sse <strong>de</strong>sconhecimento que<br />
o meu carro é o mesmo há mais <strong>de</strong> nove<br />
anos? É fato que não sou um aficionado por<br />
carros, mas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que pu<strong>de</strong> pagar por um,<br />
nunca mais <strong>de</strong>ixei <strong>de</strong> ter, pagando, aliás,<br />
cada vez mais, pelo seguinte. Isso é bom<br />
para o negócios <strong>de</strong> carros ou não é?<br />
Mas, então, por que não tenho cruzado<br />
com eles nos meus hábitos <strong>de</strong> consumo<br />
<strong>de</strong> comunicação? Aliás, tenho, sim, nos<br />
anúncios-paisagem dos jornais <strong>de</strong> domingo<br />
e nos comerciais-paisagem dos intervalos<br />
dos telejornais.<br />
Lembrei-me <strong>de</strong> outro “cruzamento”: no<br />
Facebook, uma série <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os em que alguma<br />
das chamadas celebrida<strong>de</strong>s discorre<br />
sobre a experiência <strong>de</strong> dirigir uma marca<br />
francesa, se não me engano. Assisti a um inteiro<br />
e pareceu que não era comigo. Talvez,<br />
não fosse mesmo, embora, como se sabe,<br />
a faixa etária da re<strong>de</strong> social teria subido,<br />
o que me incluiria como target da marca.<br />
Mas, por on<strong>de</strong> mais eu ando, perguntaria,<br />
como gestor <strong>de</strong> marcas, além dos telejornais,<br />
da leitura domingueira dos jornais e<br />
do Facebook, meios, aliás, em que, na forma,<br />
nenhum anúncio me tem feito avaliar<br />
uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo?<br />
“On<strong>de</strong> fOi<br />
parar essa<br />
inteligência<br />
da mídia?”<br />
E pensaria: por que não pegar esse sujeito<br />
num ambiente mais exclusivo e a que<br />
ele atribua prestígio? Ajudo: ando também<br />
no Netflix, no Spotify e no Vicenews, <strong>de</strong><br />
um lado e, <strong>de</strong> outro, na Piauí, no Le Mon<strong>de</strong><br />
Diplomatique, na Quatro Cinco Um e na<br />
Scientific American, por exemplo. Se nos<br />
meios, digamos, mais óbvios, nenhuma<br />
marca parece querer falar comigo<br />
do “jeito certo”, nesses últimos,<br />
então, parecem não quererem<br />
falar com ninguém <strong>de</strong> jeito<br />
nenhum.<br />
Anos ou décadas atrás seria<br />
normal eu cruzar, por exemplo,<br />
com um anúncio do uísque preferido nos<br />
meus hábitos <strong>de</strong> leitura. Era agradável, fazia<br />
sentido. Inclusive, quando a marca concorrente<br />
se atravessava por lá também para<br />
me tentar para uma experiência.<br />
Ou alguma marca <strong>de</strong> carro resolvendo<br />
lhes fazer companhia, como que compondo<br />
uma mesma “família”, cujo traço comum<br />
era reconhecer e valorizar o meu padrão <strong>de</strong><br />
consumo <strong>de</strong> cultura. On<strong>de</strong> foi parar essa inteligência<br />
da mídia?<br />
Aparentemente, foi dispensada e substituída<br />
por algoritmos. Talvez a razão para<br />
que, viajante frequente, eu seja “punido”<br />
diariamente com uma avalanche <strong>de</strong> e-mails<br />
das companhias aéreas carregados do mais<br />
ordinário varejo ou tenha a minha timeline<br />
frequentemente invadida por postagens<br />
miseravelmente inconvenientes.<br />
Enquanto isso, os meios que me dão<br />
mais prazer pa<strong>de</strong>cem <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> anúncios.<br />
Stalimir Vieira é diretor da Base Marketing<br />
stalimircom@gmail.com<br />
62 <strong>12</strong> <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark
Rafael Cinoto,<br />
matemático.<br />
Doar seu Imposto <strong>de</strong> Renda para<br />
o Con<strong>de</strong>ca é bem simples e rápido.<br />
Sem dúvida, você já superou <strong>de</strong>safios maiores!<br />
Doar é fácil e você contribui para a inclusão<br />
<strong>de</strong> pessoas com Deficiência Intelectual.<br />
Doar seu Imposto <strong>de</strong> Renda para<br />
o Con<strong>de</strong>ca é bem simples e rápido.<br />
Sem dúvida, você já superou <strong>de</strong>safios maiores!<br />
Doar é fácil e você contribui para a inclusão<br />
<strong>de</strong> pessoas com Deficiência Intelectual.<br />
Acredite: você já fez<br />
coisa mais complicada.<br />
#DoarÉmaisFácil<br />
DOE ATÉ<br />
<strong>2018</strong><br />
30DOE Abril ATÉ<br />
<strong>2018</strong><br />
O limite para doação <strong>de</strong> Pessoas Físicas é <strong>de</strong> até 3%<br />
do Imposto <strong>de</strong> Renda <strong>de</strong>vido até 30 DE ABRIL DE <strong>2018</strong>.<br />
Vale lembrar que a doação só é possível para Declarações Completas.<br />
Acesse: www.doaremaisfacil.org.br<br />
O limite para doação <strong>de</strong> Pessoas Físicas é <strong>de</strong> até 3%<br />
do Imposto <strong>de</strong> Renda <strong>de</strong>vido até 30 DE ABRIL DE <strong>2018</strong>.