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Edição Março/Abril - 2018

Edição de Março/Abril 2018 da Revista Ferroviária

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entrevista<br />

enfim; você olha exatamente qual é o ponto de competitividade<br />

dos modais. E mais, insisto, não conseguimos<br />

tratar um país, que quer ser o celeiro do mundo, em cima<br />

de pneu. Eu não tenho nada contra, inclusive, acho que os<br />

caminhões são a salvação, mas hoje eles tiram a performance<br />

e a competitividade.<br />

RF – O senhor acredita que com o processo de renovação de<br />

concessão em negociação entre operadoras e ANTT, as dificuldades<br />

na malha existente de acesso ao Porto de Paranaguá<br />

poderão ser resolvidas?<br />

LF – Para essa malha se tornar competitiva, porque ela<br />

tem um problema de custeio, o investimento é muito alto,<br />

na medida em que os trilhos têm quase 200 anos. Então,<br />

essa ferrovia, esse ramal que está aí, só vai ter uma performance,<br />

e baixo custo e retornar capital, se ele de fato<br />

trabalhar com velocidades maiores, em condições melhores;<br />

não dá para falar em andar 600/700 km em cinco a<br />

oito dias, isso não existe. Então, em função disso que eu<br />

acredito que, na minha visão, não é a renovação do contrato,<br />

eu acredito que deveria ter uma licitação com uma<br />

concessão de 50 anos, no mínimo, ou 100 anos, aí eu acredito<br />

que as dificuldades serão superadas. Não se paga 10<br />

bilhões, ou 5 ou 8 bilhões em mais 20 anos. Não vai pagar,<br />

essa conta não fecha. Por exemplo, do lado de lá, a PMI<br />

que está se fazendo do outro lado, que seria para o ramal<br />

Oeste, a concessão é de, no mínimo, 70 anos.<br />

RF – Os chineses arremataram recentemente o Terminal de Contêineres<br />

de Paranaguá, o TCP. Como a Appa encara a chegada de<br />

estrangeiros ao porto? Como isso pode impactar a operação?<br />

LF – Encaramos com bastante otimismo. Esta empresa é a<br />

maior da China e uma das maiores do mundo atuando no setor.<br />

Acreditamos que a movimentação da TCP deve aumentar<br />

muito, gerando ainda mais emprego e renda para a cidade de<br />

Paranaguá, bem como investimentos na área portuária.<br />

RF – O senhor acredita que o fato de o TCP ter sido arrematado<br />

por uma empresa chinesa contribuiria para atrair investidores<br />

privados interessados na construção da nova Ferroeste?<br />

LF – É possível. Isso porque este projeto vai ao encontro<br />

da eficiência operacional e logística já demonstrada pelos<br />

chineses na operação portuária. E acredito, sim, que a entrada<br />

desta empresa atrairá novos investimentos privados<br />

para o projeto da Nova Ferroeste.<br />

RF – Há alguns terminais no Porto de Paranaguá que serão licitados<br />

em breve pelo governo federal. Quais são? Como está<br />

essa questão?<br />

LF – São dois terminais: PAR 01 e PAR 12, que são destinados<br />

à movimentação de veículos e de celulose. Trata-se<br />

de terminais para a movimentação de carga geral. O arrendamento<br />

do Terminal PAR 01 foi qualificado para compor o<br />

Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) durante a 2º<br />

Reunião do Conselho do PPI, realizada no dia 07 de março<br />

de 2017. A área do projeto, que será na modalidade arrendamento,<br />

caracteriza-se como greenfield de aproximadamente<br />

28 mil m² e está localizada na extremidade Oeste do Cais<br />

Comercial do Porto. Atualmente, o local conta com estruturas<br />

subutilizadas e sem produtividade operacional.<br />

RF – E o PAR 12?<br />

LF – O PAR 12 tem como objetivo a construção e operação<br />

de terminal portuário para movimentação de carga<br />

geral (veículos e suas partes) no porto. A área em que será<br />

instalado o arrendamento é caracterizada como greenfield<br />

de aproximadamente 170,2 mil m², localizada na retaguarda<br />

do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) – em<br />

área adjacente ao terminal arrendado à Volkswagen.<br />

RF – Qual á relevância da movimentação de papel e celulose<br />

no Porto de Paranaguá?<br />

LF – O Porto de Paranaguá está entre os cinco principais<br />

portos exportadores de papel e celulose do Brasil. As exportações<br />

dessas cargas são destinadas, principalmente,<br />

à China e o papel exportado tem origem nos estados do<br />

Paraná e Santa Catarina. Baseada em análises de demanda<br />

e capacidade, foram identificadas as necessidades de<br />

expansão de infraestrutura para superar déficits de movimentação<br />

dessas cargas.<br />

No setor Oeste do Paraná, próximo aos munícipios<br />

de Toledo e Cascavel, que é uma das zonas de maior<br />

produtividade do país, não temos ferrovia hoje.<br />

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REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>

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