entrevista enfim; você olha exatamente qual é o ponto de competitividade dos modais. E mais, insisto, não conseguimos tratar um país, que quer ser o celeiro do mundo, em cima de pneu. Eu não tenho nada contra, inclusive, acho que os caminhões são a salvação, mas hoje eles tiram a performance e a competitividade. RF – O senhor acredita que com o processo de renovação de concessão em negociação entre operadoras e ANTT, as dificuldades na malha existente de acesso ao Porto de Paranaguá poderão ser resolvidas? LF – Para essa malha se tornar competitiva, porque ela tem um problema de custeio, o investimento é muito alto, na medida em que os trilhos têm quase 200 anos. Então, essa ferrovia, esse ramal que está aí, só vai ter uma performance, e baixo custo e retornar capital, se ele de fato trabalhar com velocidades maiores, em condições melhores; não dá para falar em andar 600/700 km em cinco a oito dias, isso não existe. Então, em função disso que eu acredito que, na minha visão, não é a renovação do contrato, eu acredito que deveria ter uma licitação com uma concessão de 50 anos, no mínimo, ou 100 anos, aí eu acredito que as dificuldades serão superadas. Não se paga 10 bilhões, ou 5 ou 8 bilhões em mais 20 anos. Não vai pagar, essa conta não fecha. Por exemplo, do lado de lá, a PMI que está se fazendo do outro lado, que seria para o ramal Oeste, a concessão é de, no mínimo, 70 anos. RF – Os chineses arremataram recentemente o Terminal de Contêineres de Paranaguá, o TCP. Como a Appa encara a chegada de estrangeiros ao porto? Como isso pode impactar a operação? LF – Encaramos com bastante otimismo. Esta empresa é a maior da China e uma das maiores do mundo atuando no setor. Acreditamos que a movimentação da TCP deve aumentar muito, gerando ainda mais emprego e renda para a cidade de Paranaguá, bem como investimentos na área portuária. RF – O senhor acredita que o fato de o TCP ter sido arrematado por uma empresa chinesa contribuiria para atrair investidores privados interessados na construção da nova Ferroeste? LF – É possível. Isso porque este projeto vai ao encontro da eficiência operacional e logística já demonstrada pelos chineses na operação portuária. E acredito, sim, que a entrada desta empresa atrairá novos investimentos privados para o projeto da Nova Ferroeste. RF – Há alguns terminais no Porto de Paranaguá que serão licitados em breve pelo governo federal. Quais são? Como está essa questão? LF – São dois terminais: PAR 01 e PAR 12, que são destinados à movimentação de veículos e de celulose. Trata-se de terminais para a movimentação de carga geral. O arrendamento do Terminal PAR 01 foi qualificado para compor o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) durante a 2º Reunião do Conselho do PPI, realizada no dia 07 de março de 2017. A área do projeto, que será na modalidade arrendamento, caracteriza-se como greenfield de aproximadamente 28 mil m² e está localizada na extremidade Oeste do Cais Comercial do Porto. Atualmente, o local conta com estruturas subutilizadas e sem produtividade operacional. RF – E o PAR 12? LF – O PAR 12 tem como objetivo a construção e operação de terminal portuário para movimentação de carga geral (veículos e suas partes) no porto. A área em que será instalado o arrendamento é caracterizada como greenfield de aproximadamente 170,2 mil m², localizada na retaguarda do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) – em área adjacente ao terminal arrendado à Volkswagen. RF – Qual á relevância da movimentação de papel e celulose no Porto de Paranaguá? LF – O Porto de Paranaguá está entre os cinco principais portos exportadores de papel e celulose do Brasil. As exportações dessas cargas são destinadas, principalmente, à China e o papel exportado tem origem nos estados do Paraná e Santa Catarina. Baseada em análises de demanda e capacidade, foram identificadas as necessidades de expansão de infraestrutura para superar déficits de movimentação dessas cargas. No setor Oeste do Paraná, próximo aos munícipios de Toledo e Cascavel, que é uma das zonas de maior produtividade do país, não temos ferrovia hoje. 18 REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong>
www.viaquatro.com.br LINHA 4 – AMARELA. MAIS DE 90% DE SATISFAÇÃO NA MAIS MODERNA LINHA DE METRÔ DA AMÉRICA LATINA. Oferecer um transporte público com rapidez, segurança e conforto é o compromisso da ViaQuatro, concessionária da Linha 4 – Amarela, para oferecer mobilidade a milhões de pessoas. O serviço de qualidade é reconhecido por mais de 90% de nossos clientes na Pesquisa de Satisfação de Usuários.