Edição Março/Abril - 2018
Edição de Março/Abril 2018 da Revista Ferroviária
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Linha 15-Prata: busca por operadoras asiáticos<br />
A inauguração de mais quatro estações da Linha 15-Prata,<br />
do Metrô de São Paulo, coloca à prova a capacidade do<br />
monotrilho. O modal é usado majoritariamente na Ásia,<br />
principalmente na China – e é exatamente neste mercado<br />
que o governo do estado quer buscar um operador privado<br />
para o trecho.<br />
As duas primeiras estações da linha, Vila Prudente e<br />
Oratório, foram inauguradas no final de 2014. Agora, no<br />
começo de abril de <strong>2018</strong>, o governo de Geraldo Alckmin<br />
entregou as estações São Lucas, Camilo Haddad, Vila<br />
Tolstói e Vila União, adicionando 5,5 km ao trecho, que<br />
passou a percorrer 7,8 km na Zona Leste, a mais populosa<br />
da capital paulista, onde vivem cerca de quatro milhões<br />
de pessoas.<br />
A promessa é que até junho deste ano, mais quatro estações<br />
estejam prontas: Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda<br />
da Juta e São Mateus. Mais uma estação, a Jardim Colonial,<br />
está em fase de licitação e deve ser entregue em 2021. Com<br />
ela, a Linha 15-Prata terá 15,3 km de extensão, 11 estações e<br />
deverá transportar 400 mil passageiros diariamente.<br />
O secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo<br />
Pelissioni, afirma que a ideia é terminar a operação assistida<br />
em junho nas quatro estações já inauguradas e, “ao mais<br />
tardar”, em agosto ou setembro nas outras quatro que serão<br />
entregues. Terminado o período de testes e ajustes, ele<br />
quer ter, antes do final de <strong>2018</strong>, um contrato assinado com<br />
o futuro concessionário para a operação comercial da linha.<br />
“Pretendemos fazer roadshow no exterior para trazer<br />
novos operadores. Na concessão das linhas 5-Lilás e<br />
17-Ouro tivemos a participação de um operador estrangeiro,<br />
o metrô de Seul. Nós queremos trazer mais, aí uma<br />
proposta de irmos à China, onde estarão todos os operadores<br />
da Ásia, que tem a maior quantidade de monotrilhos.<br />
Queremos atrair muitos concorrentes”, explica.<br />
Novo trecho<br />
Para isso, porém, é necessário otimizar a velocidade de<br />
viagem e o intervalo entre os trens, que hoje supera os sete<br />
minutos nas estações Oratório e Vila Prudente, as mais<br />
antigas. Pelissioni explica que o sistema de sinalização da<br />
linha é o CBTC e que todos os trens serão automatizados,<br />
sem condutor.<br />
No trecho novo, além da velocidade reduzida da fase<br />
de operação, os solavancos também foram notados – vale<br />
lembrar que os trens do monotrilho usam pneus. Outro<br />
problema foi o pouco tempo de intervalo entre o apito e o<br />
fechamento das portas na viagem de volta, após as inaugurações<br />
das estações. Como muita gente acompanhou a<br />
primeira viagem do trecho, algumas pessoas ficaram momentaneamente<br />
presas nas portas.<br />
Estações Oscar Freire e Moema<br />
Inauguradas na primeira semana de abril, as estações<br />
Oscar Freire, da Linha 4-Amarela, e Moema, da Linha<br />
5-Lilás, vão ser operadas pela CCR, que aguarda ainda<br />
outras expansões prometidas pelo governo do estado.<br />
Até dezembro, a Linha 5-Lilás vai ganhar mais cinco<br />
estações (AACD-Servidor, Hospital São Paulo, Santa<br />
Cruz – ligação com Linha 1-Azul, Chácara Kalbin – ligação<br />
com Linha 2-Verde, e Campo Belo), o que levou a<br />
STM a reservar para o trecho parte da nova frota, encomendada<br />
recentemente à CAF. O sistema de sinalização<br />
da Linha 5-Lilás é o CBTC, fornecido pela Bombardier.<br />
“No total, 26 novos trens da CAF se juntaram a outros<br />
oito da Alstom, que já serviam à linha. Tivemos que<br />
implementar em todas as composições o novo sistema<br />
de sinalização. Aquele que operava no primeiro trecho é<br />
um sistema que a gente chama de bloco fixo, que não nos<br />
permitia ter um headway (intervalo entre trens) adequado<br />
para essa linha, com menor tempo. Então nós implementamos<br />
esse novo sistema, o CBTC, baseado em rádio”,<br />
explica o diretor de Engenharia do Metrô de São Paulo,<br />
Paulo Sérgio Amalfi Meca.<br />
“Se o concessionário tomar iniciativa de fazer algumas<br />
adequações para tirar os operadores do trem na Linha 5-Lilás<br />
vai ser muito fácil, porque a grande parte do sistema que daria<br />
essa condição já está implementada” acrescenta, se referindo<br />
ao sistema utilizado na Linha 4-Amarela, cuja operação se dá<br />
por meio de driveless, ou seja, trens sem condutores.<br />
Para o presidente da ViaQuatro, Harald Zwektoff, a automação<br />
da Linha 5-Lilás ainda requer estudos. “Vamos, a<br />
partir de agora, nos debruçarmos sobre essa questão. É muita<br />
coisa acontecendo a curto prazo. Vamos assumir a linha do<br />
jeito que está e, evidentemente, da mesma forma que o grupo<br />
CCR faz com todas as concessões, buscaremos inovação,<br />
melhorias de processo, qualidade e atendimento”, justifica.<br />
REVISTA FERROVIÁRIA | <strong>Março</strong>/<strong>Abril</strong> DE <strong>2018</strong> 43