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edição de 28 de maio de 2018

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canneS<br />

“Quero ser<br />

influente,<br />

influenciadora”<br />

A<br />

jornalista Mônica Salgado fará sua estreia<br />

em júris <strong>de</strong> festivais no Cannes Lions, na<br />

recém-criada área Social & Influencer.<br />

Brinca que só participou <strong>de</strong> júris do Miss<br />

Brasil. Para ela, o convite para o Cannes Lions é<br />

um verda<strong>de</strong>iro Oscar, que reconhece o trabalho <strong>de</strong><br />

uma profissional que abraçou o universo das re<strong>de</strong>s<br />

sociais muito antes da <strong>maio</strong>ria, enfrentando toda<br />

sorte <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s e narizes torcidos nos tempos<br />

em que li<strong>de</strong>rava uma revista impressa. Mônica<br />

apren<strong>de</strong>u na prática e acredita que sua experiência<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sbravadora vai contribuir bastante no júri.<br />

Veja a seguir os principais trechos da entrevista.<br />

Divulgação<br />

Mônica Salgado: “Levo ao festival um histórico <strong>de</strong> quem foi testemunha da revolução”<br />

claudia penteado<br />

SurpreSa e orgulho<br />

Recebi o convite com surpresa<br />

e orgulho. Sou jornalista<br />

<strong>de</strong> formação e atuei 20 anos na<br />

imprensa escrita. Criei-me e estu<strong>de</strong>i<br />

para isso. Cheguei on<strong>de</strong><br />

eu queria: dirigi uma revista e,<br />

mais do que isso, aju<strong>de</strong>i a construir<br />

a versão nacional, cheia<br />

<strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> um título<br />

bem-sucedido mundialmente.<br />

Na Glamour, minha relação<br />

com re<strong>de</strong>s sociais foi intensa:<br />

nascemos logo <strong>de</strong>pois do Instagram<br />

e abraçamos esse universo.<br />

Elementar: as estrelas nascentes<br />

das re<strong>de</strong>s sociais à época<br />

conquistaram uma conexão<br />

com suas leitoras/seguidoras<br />

que as revistas começavam a<br />

per<strong>de</strong>r em níveis preocupantes.<br />

Surfar nessa onda e trazer essa<br />

galera para revista, além <strong>de</strong><br />

manter a relevância do meu veículo,<br />

foram minhas obsessões.<br />

Então, diante <strong>de</strong>sse histórico<br />

do qual me orgulho, o convite<br />

foi meu Oscar!<br />

prática<br />

Vejo um mercado <strong>de</strong>sbravando<br />

essa realida<strong>de</strong> à medida<br />

que ela acontece. É tudo muito<br />

novo, <strong>de</strong>safiador e veloz. Sinto<br />

que o mercado carece <strong>de</strong> profissionais<br />

que realmente entendam<br />

o mundo dos influenciadores.<br />

Na teoria e na prática. Levo<br />

para o festival um histórico <strong>de</strong><br />

quem foi testemunha ocular e<br />

ativa <strong>de</strong>ssa revolução. Tenho<br />

a prática e venho estudando<br />

a teoria. Meu conhecimento é<br />

empírico, intuitivo e baseado<br />

no que testemunhei e vivi na<br />

pele. Minha visão é vida real.<br />

Não respondo por uma agência<br />

ou um cliente/marca.<br />

credibilida<strong>de</strong><br />

Seleciono bem meus jobs<br />

para não per<strong>de</strong>r meu principal<br />

asset: a credibilida<strong>de</strong>. Então,<br />

minhas ativida<strong>de</strong>s profissionais<br />

hoje são variadas e um<br />

tanto difíceis <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir. Tenho<br />

o quadro no Ví<strong>de</strong>o Show, faço<br />

palestras no Brasil todo, presto<br />

consultoria, gero conteúdo<br />

para marcas, medio talks, faço<br />

mestres <strong>de</strong> cerimônia e licencio<br />

produtos com a minha marca.<br />

Quero ser influente, influenciadora,<br />

veículo e marca.<br />

“Tenho muiTa<br />

aflição <strong>de</strong> TíTulos<br />

esnobes que se<br />

levam a sério<br />

<strong>de</strong>mais. a leiTora<br />

não Tolera<br />

mais isso”<br />

MarcaS<br />

Cada caso é um caso. Faço<br />

palestras em shoppings para<br />

público final. Faço palestras<br />

para franqueados e representantes<br />

<strong>de</strong> marcas tradicionais<br />

que precisam introjetar a importância<br />

das re<strong>de</strong>s sociais em<br />

seus negócios. Falo em eventos<br />

como o Vtex Day, para citar o<br />

mais recente, abordando os<br />

influenciadores da moda <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o século 17 até os dias <strong>de</strong> hoje.<br />

Enfim, como as re<strong>de</strong>s sociais<br />

mudaram a moda e o mundo (e<br />

como fazer isso trabalhar pelo<br />

seu negócio) é um assunto que<br />

me fascina.<br />

Mercado editorial faShion<br />

Difícil convencer leitores a<br />

pagar por um conteúdo que<br />

eles encontram <strong>de</strong> graça online.<br />

Levam vantagem os títulos<br />

premium, que funcionarão<br />

cada vez mais como coffee ta-<br />

ble books, obras caprichadas<br />

e bem acabadas, com ensaios<br />

e análises especiais, que não<br />

se encontram na internet. A<br />

força da marca faz muita diferença<br />

aí. É um endosso <strong>de</strong> um<br />

material confiável. Lá fora, há<br />

títulos como a Teen Vogue e a<br />

Glamour UK, que reduziram<br />

suas edições impressas a duas<br />

por ano. Há os títulos que amo<br />

(Tatler inglesa, adoro a Po<strong>de</strong>r,<br />

a Vogue inglesa também adoro...),<br />

mas que não necessariamente<br />

são cases <strong>de</strong> renovação.<br />

São irreverentes, não se levam<br />

a sério. Tenho muita aflição <strong>de</strong><br />

títulos esnobes que se levam<br />

a sério <strong>de</strong>mais. A leitora não<br />

tolera mais isso. E ela quer sonhar,<br />

mas também se i<strong>de</strong>ntificar.<br />

As revistas <strong>de</strong> moda fizeram<br />

parte, por muito tempo,<br />

<strong>de</strong> uma elite <strong>de</strong> moda que dizia<br />

o que era moda e o que não<br />

era. As editoras se mantinham<br />

ali em seu tronos, impondo<br />

visões e construindo ou <strong>de</strong>struindo<br />

reputações. Hoje, esse<br />

conhecimento fashion não é<br />

mais privilégio <strong>de</strong> um ou outro.<br />

Esse conhecimento é <strong>de</strong> todos<br />

nós. Não acho que as revistas<br />

superaram isso <strong>de</strong> vez. Vivem<br />

<strong>de</strong> bran<strong>de</strong>d content e eventos.<br />

Isso as <strong>de</strong>ixa vulneráveis, muito<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do comercial. É<br />

o fim <strong>de</strong>ste mercado como nós<br />

o conhecemos. É enten<strong>de</strong>r isso<br />

ou morrer.<br />

jornal propmark - <strong>28</strong> <strong>de</strong> <strong>maio</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 53

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