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Revista Apólice #234

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❙❙<br />

João Gilberto Possiede, do SindSeg PR/MS<br />

são companhias de seguros, mas não são.<br />

Muitas vezes o cliente não olha que está<br />

comprando um benefício. Ele olha apenas<br />

o preço final, o que prejudica o mercado<br />

e nos atrapalha”, revela Carlos Alberto<br />

Tiem, da Protecorr Corretora de Seguros,<br />

de Cascavel. Para alertar os clientes, o<br />

caminho usado pelo profissional é mostrar<br />

reportagens veiculadas na TV, no<br />

jornal, ou até mesmo alguma ação que já<br />

tenha ocorrido pelo Ministério Público.<br />

“De certa forma, o cliente está sendo<br />

enganado. O que ele compra através das<br />

associações é um contrato de risco em<br />

que tem uma participação dentro dos<br />

sinistros. Se ele é um associado, participa<br />

tanto do lucro quanto do prejuízo”, frisa.<br />

O Sincor-PR, junto com o Sindseg<br />

PR-MS, entrou com mais de 30 ações no<br />

Ministério Público contra as associações<br />

de proteção veicular que operavam no<br />

estado. A medida resultou em três determinações<br />

judiciais sobre essas empresas,<br />

o que de acordo com Castro é bastante<br />

difícil, visto que elas possuem nomes<br />

curtos e siglas que mudam constantemente.<br />

Na tentativa de combater o mercado<br />

marginal, a entidade não mede esforços<br />

para mostrar para a população e para a<br />

sociedade que, na busca de se fazer um<br />

seguro, as pessoas acabam sendo raptadas<br />

pela marginalidade, postura que denigre<br />

a imagem da indústria. “Hoje temos um<br />

caso em Londrina que está gerando mais<br />

fervor no estado, mas estamos tomando<br />

todas as ações no sentido de impedir que<br />

eles avancem. Não fazemos propaganda<br />

para as associações, apenas orientamos a<br />

população”, esclarece Castro.<br />

Em um local que abriga aproximadamente<br />

6 mil corretores – mais de 1.370<br />

deles associados ao Sincor-PR –, outra<br />

dificuldade é o distanciamento entre<br />

seguradoras e corretoras. Ainda que o<br />

Paraná tenha a prestação de companhias<br />

dentro do estado ou até mesmo nas regiões<br />

mais fortes, Claudemir Rossetto,<br />

diretor-presidente do Grupo Rossetto<br />

Seguros, de Londrina, alega que a proximidade<br />

dessas companhias acontece<br />

apenas na ponta. “Na matriz da seguradora,<br />

nos departamentos das companhias,<br />

as pessoas que subscrevem os riscos e que<br />

sabem da regulação dos sinistros estão<br />

muito distantes da realidade do mercado<br />

segurador”, diz ele, que tem mais de 40<br />

anos de atuação no setor, sendo 17 deles<br />

dentro de uma seguradora e 25 em uma<br />

corretora. “Conheço os dois lados. Com<br />

raras exceções, parece que as seguradoras<br />

não estão vivendo no mesmo mundo que<br />

o corretor”, acrescenta.<br />

Do lado das seguradoras, João<br />

Gilberto Possiede, do Sindseg PR-MS,<br />

explica que essas companhias, por seus<br />

diretores, superintendentes e gerente locais,<br />

mantêm, sim, estreito relacionamento<br />

com os corretores de seguros e buscam<br />

atender suas demandas. O que pode<br />

ocorrer é que alguns corretores cujas<br />

matrizes ficam nos grandes centros (Rio<br />

de Janeiro e São Paulo) buscam contatos<br />

diretos com os técnicos e até mesmo com<br />

a direção das seguradoras. “Não há falta<br />

de atendimento, mas conveniência dos<br />

players em muitas das vezes”, contrapõe.<br />

❙❙Carlos Alberto Tiem, da Protecorr<br />

❙❙Claudemir Rossetto, do Grupo Rossetto<br />

Aceitação de riscos<br />

O mercado paranaense enfrenta<br />

algo semelhante ao que o Brasil todo<br />

enfrenta: problemas na aceitação de riscos.<br />

“Muitas vezes nos faltam garantias<br />

suficientes para que possamos fazer as<br />

coberturas necessárias. Precisamos que<br />

a indústria se desenvolva para que as seguradoras<br />

precifiquem e comecem a nos<br />

dar abertura a riscos necessários que o<br />

mercado não subsidia e que muitas vezes<br />

o corretor, que tem a fonte para trazer<br />

novos negócios para o segmento, não<br />

consegue da seguradora a condição de<br />

fazer aquele negócio. A indústria precisa<br />

evoluir nisso. Precisamos de resseguradores<br />

com contratos de resseguros mais<br />

bem redigidos”, explica José Antonio de<br />

Castro, do Sincor-PR.<br />

Por outro lado, Possiede, do Sindseg<br />

PR-MS, diz que a falta ou insuficiência<br />

de sistema de prevenção nas empresa e<br />

mesmo indústrias inibe a aceitação pela<br />

exposição dos riscos. Ao mesmo tempo,<br />

ele faz uma provocação ao corretor. “Se<br />

o corretor quer iniciar um trabalho dentro<br />

de uma modalidade ainda não desenvolvida,<br />

ele precisa mergulhar, procurar, encontrar<br />

uma seguradora que aceite iniciar<br />

um estudo dessa naturalidade. Ele pode<br />

ter dificuldade, estar na porta errada, mas<br />

não concordo com a colocação que não<br />

existe seguradora para isso ou aquilo” diz<br />

ele, que se mostra otimista. “Não existe<br />

problema sem solução. Você precisa ter<br />

capacidade, vontade ou desejo de fazer<br />

algo a mais, algo melhor ou algo novo”,<br />

finaliza Possiede.<br />

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