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Revista Apólice #234

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O<br />

mercado de corretagem de<br />

seguros passa por uma nova<br />

onda de consolidação no<br />

Brasil. Enquanto os pesos<br />

pesados internacionais do segmento<br />

como Aon e Marsh estão digerindo as últimas<br />

aquisições feitas, players de médio<br />

porte caçam bons negócios e que tenham,<br />

sobretudo, a tecnologia em seu DNA. O<br />

movimento pode, inclusive, mexer na<br />

vida dos pequenos corretores de seguros<br />

com algumas empresas apostando em<br />

modelos de plataformas digitais para<br />

plugarem esses consultores e, sobretudo,<br />

venderem mais e melhor. A pulverização<br />

do segmento, que está longe de ser concentrado<br />

como outros mercados no Brasil<br />

como o das próprias seguradoras – que<br />

a despeito de ainda ter diversos players<br />

também experimentou uma onda de<br />

fusões e aquisições nos últimos anos –<br />

associada a uma retomada da economia<br />

verde e amarela mais lenta que a esperada<br />

por empresários e economistas, contribui<br />

para que novos negócios se concretizem.<br />

Ao final de junho, o mercado brasileiro<br />

somava mais de 90 mil corretoras de<br />

seguros, de acordo com balanço da Federação<br />

Nacional dos Corretores de Seguros<br />

(Fenacor). Do total, cerca de 47,6 mil atuam<br />

como pessoas físicas e em torno de 43<br />

mil são pessoas jurídicas. Considerando<br />

o fato de que há duplicidade nas bases de<br />

dados da Federação uma vez que muitos<br />

consultores operam sob dois registros, o<br />

mar de oportunidades, conforme fontes<br />

❙❙Thomaz Kastrup, do Mattos Filho<br />

ouvidas por <strong>Apólice</strong>, é gigantesco. “O<br />

mercado é muito pulverizado. Mas, no<br />

contexto atual, não tem como falar de<br />

fusões e aquisições entre corretoras de<br />

seguros e deixar de lado a questão da<br />

tecnologia. As grandes e médias vão ter<br />

poder suficiente para se adaptar a este<br />

cenário, os players menores terão de se<br />

associar em plataformas digitais”, avalia<br />

o sócio da área de seguros do Mattos Filho,<br />

Thomaz Kastrup. “Quem não aderir<br />

à venda digital de seguros corre o risco<br />

de ser extinto. Está claro”, acrescenta ele.<br />

Há quem aposte, inclusive, que a<br />

figura do agente de seguros, sempre criticada<br />

no Brasil embora bem difundida em<br />

outros mercados, possa, de fato, ganhar<br />

espaço no mercado. A diferença, porém,<br />

é que esses profissionais não estarão à<br />

mercê de apenas uma seguradora, mas<br />

se associarão a corretoras de seguros<br />

maiores em busca de estrutura digital de<br />

venda, já que sozinhos além de ser uma<br />

tarefa bem mais desafiadora exige um investimento<br />

que, na maioria dos casos, não<br />

condiz com o orçamento desses players.<br />

Esse movimento começou a se desenhar<br />

nos últimos anos e ganha mais força no<br />

cenário atual com a onda de fintechs e<br />

insurtechs – novatas do setor financeiro<br />

e de seguros – que se multiplicaram no<br />

mercado brasileiro. “Acho que até o ano<br />

que vem a figura do agente pode estar<br />

mais amadurecida no mercado de seguros<br />

brasileiro, a partir dessas plataformas que<br />

podem ser uma alternativa aos pequenos<br />

corretores”, diz um importante porta-voz<br />

do setor, na condição de anonimato.<br />

Insurtechs<br />

Depois de estudar o mercado brasileiro<br />

de corretagem de seguros e também<br />

experiências internacionais, o empresário<br />

André Gregori, que estruturou do<br />

zero as operações de seguros de bancos<br />

como BTG Pactual e Fator, começou a<br />

desenvolver um novo modelo de negócios<br />

sob o formado de plataforma e que deu<br />

origem à Thinkseg, lançada há dois anos.<br />

O objetivo do negócio, explica ele, é aliar<br />

a tecnologia ao seguro, aproveitando-se<br />

das redes sociais para efetuar vendas, mas<br />

também com base no comportamento<br />

individual de cada um, o chamado “pague<br />

como você dirige”, do inglês “pay how<br />

“O mercado de<br />

consultoria de seguros<br />

ainda não passou por<br />

um forte processo de<br />

consolidação. É preciso<br />

seguir nesta direção para<br />

ser mais competitivo e<br />

oferecer valor agregado<br />

aos clientes”<br />

Thomaz Cabral de Menezes,<br />

presidente da It’sSeg Company<br />

you drive”. Desde que colocou o negócio<br />

para rodar, já atraiu mais de 5 mil corretores<br />

de seguros. Em junho, o executivo<br />

deu um passo além ao concluir o primeiro<br />

negócio entre insurtechs no Brasil a partir<br />

da aquisição da Bidu Corretora, uma das<br />

primeiras empresas a apostar na venda<br />

online de seguros no mercado brasileiro.<br />

A partir da transação, a Thinkseg alcança<br />

a marca de 23 mil clientes ativos e quase 2<br />

milhões de cadastros, num total estimado<br />

de prêmios de R$ 85 milhões. “Veremos<br />

outras transações no Brasil e no mundo<br />

que devem ir na mesma direção de não<br />

só consolidar o mercado de distribuição<br />

de seguros no País bem como de garantir<br />

uma presença maior no Produto Interno<br />

Bruto (PIB) brasileiro, aproveitando-<br />

-se da tecnologia e da inovação”, avalia<br />

Gregori.<br />

O movimento de fusões e consolidações<br />

no mercado de seguros, de acordo<br />

com o atual presidente da Fenacor, Robert<br />

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