Revista Apólice #234
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e Profissional, o próprio Empresarial<br />
voltado para as pequenas empresas, pois<br />
há uma demanda significativa; agrícola<br />
e implementos, os produtos na linha de<br />
benefícios como vida, saúde, odontológico,<br />
previdência privada. Enfim, reinventar o<br />
trabalho de corretor junto aos seus próprios<br />
clientes e o seu mercado”, acredita.<br />
Para atender as demandas geradas<br />
pelos novos riscos, o corretor precisa se<br />
preparar, pois será grande a dificuldade<br />
que terá em relação ao já conhecido ramo<br />
de automóvel. O estado reúne em torno de<br />
3.400 corretores pessoas físicas e jurídicas<br />
– cerca de 1 mil corretores associados<br />
ao Sincor-SC.<br />
“O Sincor não mede esforços para<br />
trazer palestrantes, fazer workshops e<br />
reuniões. Agora, a dificuldade que nós<br />
temos para reunir um grupo de profissionais<br />
é muito grande. “O profissional<br />
precisa rever seus conceitos. Ele precisa<br />
buscar muito mais da atividade dele<br />
como profissional. Não temos mais mercado<br />
para amadores. O corretor precisa<br />
se especializar, ser tratado como um<br />
empresário, ter uma corretora e buscar<br />
novos nichos de mercado, porque senão<br />
vai ficar para trás”, alerta.<br />
Por outro lado, Claudio Rotava, administrador<br />
da Certa Administradora e<br />
Corretora de Seguros, de Chapecó, alega<br />
que, naturalmente, a demanda maior é<br />
pela carteira de automóvel, o que não<br />
significa que seja a mais fácil de comercializar,<br />
pois requer conhecimento dos<br />
produtos oferecidos pelas seguradoras e<br />
seus diferenciais como assistências, coberturas<br />
e franquias”, explica Rotava, que<br />
orienta os vendedores a oferecer outros<br />
tipos de seguros em suas visitas, além da<br />
certificação digital.<br />
Sobre a capacitação dos corretores,<br />
destaca a necessidade de uma atenção<br />
especial na área de treinamento. “Estamos<br />
distantes dos grandes centros e falta<br />
treinamento específico para as corretoras.<br />
A Escola Nacional de Seguros está em<br />
Blumenau, a 500 quilômetros de distância<br />
de Chapecó”, pontua.<br />
Relacionamento entre<br />
seguradoras e corretoras<br />
De olho nas oportunidades que o<br />
mercado catarinense traz para o setor,<br />
❙❙<br />
Claudio Rotava, da Certa Corretora<br />
as seguradoras investem no estado tanto<br />
com estruturas físicas ou mesmo com<br />
a ampliação de sua área de atuação na<br />
região. Na parte de agronegócio, inovam<br />
em produtos e oferecem cada vez mais<br />
aderência às necessidades dos clientes.<br />
“Não temos o destaque que os nossos<br />
estados co-irmãos possuem, eles são<br />
muito maiores em produção. Mas as<br />
seguradoras continuam apostando em<br />
Santa Catarina e buscando conquistar<br />
espaços em outras carteiras, sabendo que<br />
podem continuar crescendo ainda acima<br />
da média nacional, como aconteceu no<br />
primeiro quadrimestre de 2018, quando<br />
nos destacamos principalmente nas carteiras<br />
de automóvel, patrimonial e pessoas”,<br />
afirma Rogério Spezia, presidente<br />
do Sindicato das Seguradoras do Estado<br />
de Santa Catarina (SindsegSC).<br />
❙❙Rogério Spezia, do Sindseg SC<br />
Os corretores, no entanto, se queixam<br />
de desgaste e desamparo no atendimento<br />
direto. “Elas [as seguradoras] nos passaram<br />
todo o operacional e não tem nos<br />
dado um retorno merecido”, alega Charles<br />
José Firmo, dono da Firmo Corretora<br />
de Seguros, de Blumenau, ressaltando<br />
que o estado também carece de mais<br />
atenção na área da saúde. “Pelo poder<br />
aquisitivo e pela pujança do Sul como um<br />
todo, Santa Catarina carece de um investimento<br />
por parte de empresas de planos<br />
de saúde ou de seguro saúde. Percebo que<br />
estamos na mão de poucos”, diz.<br />
Spezia esclarece que a demanda de<br />
decisão na ponta já vem sendo discutida<br />
junto aos corretores. A maioria das seguradoras,<br />
segundo ele, tem procurado criar<br />
canais e situações que facilitem a comunicação<br />
do dia a dia entre o corretor e a<br />
seguradora. “A maioria das seguradoras<br />
associadas ao SindsegSC está espalhada<br />
pelas principais regiões de Santa Catarina,<br />
como Blumenau, Florianópolis, Criciúma,<br />
Joinville e Chapecó, justamente<br />
com a preocupação de encurtar distâncias<br />
e facilitar o dia a dia do corretor. Entendo<br />
que elas estão fazendo o seu papel de<br />
se aproximar cada vez mais dos nossos<br />
corretores e clientes”, sentencia.<br />
Proliferação do seguro pirata<br />
No mercado há pelo menos oito<br />
anos, as associações de proteção veicular<br />
cresceram nos últimos três anos em Santa<br />
Catarina.<br />
“A Susep não tem poder de polícia,<br />
muito menos os sindicatos”, lembra Auri<br />
Bertelli, do Sincor-SC. “O que temos<br />
feito é acompanhar os vários programas<br />
da própria Fenacor, que fez grupos de<br />
trabalho e denúncias. Já fomos ao Ministério<br />
Público, entregamos tudo o que<br />
aconteceu no estado durante esse período.<br />
Fizemos reuniões regionais, tocamos em<br />
rádio, falamos que a proteção veicular<br />
não é segura. Os Sincors, junto com os<br />
corretores, tiveram uma ação muito forte<br />
em Brasília. Tivemos uma vitória, mas<br />
ainda há um longo caminho a ser percorrido.<br />
“Sabemos que as associações devem<br />
ficar, talvez com algumas alterações<br />
necessárias e com um órgão regulador,<br />
mas esperamos que esse trabalho todo<br />
não se perca”, torce Bertelli.<br />
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