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PIMENTEL E A REFORMA DA<br />
PREVIDÊNCIA<br />
Pouca gente prestou atenção mas em<br />
entrevista publicada em três de julho,<br />
o governador de Minas Gerais,<br />
Fernando Pimentel (PT) caiu na real e culpou<br />
o enorme gasto do governo mineiro<br />
com o pagamento para inativos pela situação<br />
calamitosa que vive o Estado, atrasando<br />
salários de servidores da ativa e<br />
também os repasses obrigatórios de ICMS<br />
e IPVA para os municípios.<br />
De acordo com os dados do Relatório<br />
Resumido de Execução Orçamentária, do<br />
Tesouro Nacional, a afirmação do governador<br />
faz sentido, pois Minas Gerais gastou<br />
62% de sua receita com o pagamento<br />
de servidores, tanto ativos como inativos.<br />
Além disso, o relatório aponta que o Regime<br />
de Previdência dos Servidores Públicos<br />
do estado apresenta o segundo<br />
maior déficit, em proporção à Receita Corrente<br />
Líquida, atingindo 26,3%; perdendo<br />
apenas para o Rio Grande do Sul.<br />
Na ocasião, Pimentel defendeu a realização<br />
de uma reforma da Previdência,<br />
para que o sistema fosse financiado apenas<br />
com os próprios recursos, ou seja,<br />
fosse autossuficiente ou superavitário. O<br />
governador mineiro é o primeiro grande<br />
cacique petista a admitir o grave problema<br />
fiscal que o descontrole de gastos previdenciários<br />
desencadeia, e defender uma<br />
ampla reforma no sistema.<br />
A declaração de Pimentel contrasta<br />
com o discurso nacional de lideranças e<br />
economistas do partido, que em entrevistas,<br />
debates e textos vivem a negar a necessidade<br />
de reformar a Previdência, classificando<br />
a proposta como “outra etapa<br />
do golpe” liderado por Michel Temer. Entretanto,<br />
quando confrontados com a realidade,<br />
fica impossível manter o discurso,<br />
tornando-se inevitável enfrentar o assunto.<br />
De fato, os gastos com Previdência crescem<br />
de maneira vertiginosa, ano após ano,<br />
atingindo quase 60% dos gastos do governo<br />
federal, o que comprime os demais<br />
gastos em serviços essenciais, como educação<br />
e saúde.<br />
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JULHO DE <strong>2018</strong> • MATERIAPRIMAREVISTA.COM.BR