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Matéria Prima 102 - Julho 2018 - web

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EDITORIAL<br />

BRASIL TAMBÉM PADECE<br />

COM INVASÃO DE REFUGIADOS<br />

E IMIGRANTES CLANDESTINOS<br />

“Há uma solução simples e imediata<br />

para a separação de pais e filhos<br />

nos Estados Unidos. Parem com essa<br />

imigração clandestina e fiquem<br />

em seus países”<br />

Donald Trump<br />

Aos olhos de leitores de bom coração,<br />

parece uma perversidade abrir um<br />

editorial com citação de Donald<br />

Trump, esse presidente norte-americano,<br />

tão bombardeado pela imprensa mundial.<br />

Mas a frase apenas mostra aquilo que<br />

poucas pessoas querem ver: a dolorosa<br />

separação de mães e filhos nas zonas de<br />

fronteiras com o México só existe porque<br />

os estrangeiros e a estrangeiras querem<br />

penetrar à força naquele país.<br />

A situação americana desperta o interesse<br />

em pessoas de diversos países em<br />

viver nos Estados, com a expectativa de<br />

melhorar de vida. Muitos, contudo, não<br />

conseguem fazer isso de maneira legal,<br />

optando por meios ilegais para fugir da<br />

miséria em seus países. No caso não há<br />

refugiados nem injustiçados, mas apenas<br />

imigrantes ilegais, sem adequada qualificação<br />

profissional, em uma busca de emprego<br />

e trabalho, utilizando um método<br />

muito perigoso. Arriscam-se a morrer na<br />

aventura que consiste em pular muros,<br />

avançar sobre cercas eletrificadas, atravessar<br />

desertos e enfrentar frio e sede.<br />

Muitos acabam perdendo a vida.<br />

Quatrocentos imigrantes ilegais morrem<br />

anualmente nessa caminhada ilegal. A maioria<br />

escapa. Atualmente há oito milhões de<br />

clandestinos nos EUA, dos quais 150 mil são<br />

brasileiros, muitos aqui de Governador Valadares<br />

e vizinhança no Vale do Rio Doce. A<br />

maioria não oferece nenhuma contribuição<br />

à prosperidade dos EUA, a não ser na lavação<br />

de túmulos, varrição de ruas, atendimentos<br />

como garçons em restaurantes e<br />

outras atividades dessa dimensão intelectual.<br />

Não há, entre eles, médicos, professores universitários<br />

e cientistas. Levam as crianças<br />

porque não há com quem deixar. Só isso.<br />

O Brasil também se tornou vítima desses<br />

desesperados, como uma espécie de escala<br />

rodoviária em viagens que começam na<br />

Bolívia e Paraguai. Mais recentemente fomos<br />

alcançados por multidões de refugiados<br />

que atravessam a fronteira da Venezuela<br />

em busca de melhores condições de<br />

vida. Pelo menos 40 mil venezuelanos invadiram<br />

a fronteira para viver no Brasil nos<br />

últimos dois anos, sob a pele de refugiados,<br />

mas trata-se, apenas de desempregados.<br />

Como há alguma esperança na eventual<br />

substituição do governo Maduro, ainda não<br />

se falou na construção de um muro na fronteira<br />

de Roraima. Mas o tema fatalmente<br />

chegará à imprensa pois é limitadíssima a<br />

capacidade brasileira de prestar ajuda financeira<br />

aos ilegais venezuelanos. E os imigrantes<br />

nunca param de chegar. Como eles<br />

serão contidos?<br />

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JULHO DE <strong>2018</strong> • MATERIAPRIMAREVISTA.COM.BR

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