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EDITORIAL<br />
BRASIL TAMBÉM PADECE<br />
COM INVASÃO DE REFUGIADOS<br />
E IMIGRANTES CLANDESTINOS<br />
“Há uma solução simples e imediata<br />
para a separação de pais e filhos<br />
nos Estados Unidos. Parem com essa<br />
imigração clandestina e fiquem<br />
em seus países”<br />
Donald Trump<br />
Aos olhos de leitores de bom coração,<br />
parece uma perversidade abrir um<br />
editorial com citação de Donald<br />
Trump, esse presidente norte-americano,<br />
tão bombardeado pela imprensa mundial.<br />
Mas a frase apenas mostra aquilo que<br />
poucas pessoas querem ver: a dolorosa<br />
separação de mães e filhos nas zonas de<br />
fronteiras com o México só existe porque<br />
os estrangeiros e a estrangeiras querem<br />
penetrar à força naquele país.<br />
A situação americana desperta o interesse<br />
em pessoas de diversos países em<br />
viver nos Estados, com a expectativa de<br />
melhorar de vida. Muitos, contudo, não<br />
conseguem fazer isso de maneira legal,<br />
optando por meios ilegais para fugir da<br />
miséria em seus países. No caso não há<br />
refugiados nem injustiçados, mas apenas<br />
imigrantes ilegais, sem adequada qualificação<br />
profissional, em uma busca de emprego<br />
e trabalho, utilizando um método<br />
muito perigoso. Arriscam-se a morrer na<br />
aventura que consiste em pular muros,<br />
avançar sobre cercas eletrificadas, atravessar<br />
desertos e enfrentar frio e sede.<br />
Muitos acabam perdendo a vida.<br />
Quatrocentos imigrantes ilegais morrem<br />
anualmente nessa caminhada ilegal. A maioria<br />
escapa. Atualmente há oito milhões de<br />
clandestinos nos EUA, dos quais 150 mil são<br />
brasileiros, muitos aqui de Governador Valadares<br />
e vizinhança no Vale do Rio Doce. A<br />
maioria não oferece nenhuma contribuição<br />
à prosperidade dos EUA, a não ser na lavação<br />
de túmulos, varrição de ruas, atendimentos<br />
como garçons em restaurantes e<br />
outras atividades dessa dimensão intelectual.<br />
Não há, entre eles, médicos, professores universitários<br />
e cientistas. Levam as crianças<br />
porque não há com quem deixar. Só isso.<br />
O Brasil também se tornou vítima desses<br />
desesperados, como uma espécie de escala<br />
rodoviária em viagens que começam na<br />
Bolívia e Paraguai. Mais recentemente fomos<br />
alcançados por multidões de refugiados<br />
que atravessam a fronteira da Venezuela<br />
em busca de melhores condições de<br />
vida. Pelo menos 40 mil venezuelanos invadiram<br />
a fronteira para viver no Brasil nos<br />
últimos dois anos, sob a pele de refugiados,<br />
mas trata-se, apenas de desempregados.<br />
Como há alguma esperança na eventual<br />
substituição do governo Maduro, ainda não<br />
se falou na construção de um muro na fronteira<br />
de Roraima. Mas o tema fatalmente<br />
chegará à imprensa pois é limitadíssima a<br />
capacidade brasileira de prestar ajuda financeira<br />
aos ilegais venezuelanos. E os imigrantes<br />
nunca param de chegar. Como eles<br />
serão contidos?<br />
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JULHO DE <strong>2018</strong> • MATERIAPRIMAREVISTA.COM.BR