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Matéria Prima 102 - Julho 2018 - web

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para matriculá-la, imediatamente numa<br />

escola privada, de formação religiosa e<br />

horário integral. Depois, a inscrevemos<br />

num plano de saúde importante. Em resumo:<br />

a mãe estava<br />

usando a<br />

mesada simplesmente<br />

para<br />

sustentar toda a<br />

família. Isso po -<br />

de, Arnaldo?<br />

O problema<br />

ainda está longe<br />

de ser totalmente<br />

resolvido, pois a<br />

guarda continuará<br />

com a mãe.<br />

Mas haverá controles:<br />

o pai ficará<br />

com a filha<br />

durante em todas<br />

as férias e<br />

nomeou uma tia,<br />

residente em<br />

Belo Horizonte,<br />

para acompanhar<br />

todos os<br />

passos da garota.<br />

Que vai e volta<br />

para casa em transporte especial.<br />

A JUSTIÇA ENTRA EM CENA. Situações<br />

como essa não são examinadas apenas<br />

nos consultórios de psicólogos, mas também<br />

já chegaram à Justiça. Praticamente<br />

não há um único dia em que os pais são<br />

colocados diante dos juízes para buscar<br />

uma solução para esse tormentoso conflito<br />

envolvendo filhos de diferentes níveis<br />

sociais no mesmo lar de uma mãe recasada.<br />

Os litígios não chegam, porém, à<br />

imprensa nem ao conhecimento da sociedade,<br />

pois como todas as demandas<br />

ligadas ao direito de Família, são julgados<br />

sob segredo de Justiça. Isto é, são confidenciais.<br />

Mas nada fica totalmente oculto. Numa<br />

das visita ao fórum de Belo Horizonte, tomei<br />

conhecimento de que, recentemente,<br />

um pai quis garantir o acesso de seu filho,<br />

sob a guarda da mãe, já com outros filhos,<br />

a uma escola diferenciada, de alto nível:<br />

a decisão foi desfavorável ao pai, que tinha<br />

dinheiro para efetuar folgadamente<br />

as despesas, mas o magistrado levou em<br />

conta diversos fatores, inclusive a distância<br />

geográfica entre a escola e o lar. Assim,<br />

os dois filhos, frequentarão a mesma<br />

péssima escola. A situação é semelhante<br />

à do meu amigo Carlos Henrique, que<br />

teve melhor sorte, ao resolver o problema<br />

amigavelmente.<br />

JEITO DE SAMBA-CANÇÃO. Esse é um<br />

drama sem solução idêntica e feliz para<br />

todos os casos. Os psicólogos apelam<br />

para a maturidade do novo casal. Eles<br />

afirmam que o ideal é tentar limitar um<br />

pouco as diferenças, de forma pacífica,<br />

escutar as crianças, dialogar em busca<br />

do consenso e transmitir bons valores,<br />

lembrando sempre que os adultos são<br />

referência para os filhos.<br />

“As pessoas acham que casar e separar<br />

são coisas simples. Não são. Na verdade,<br />

são complicadíssimas, sobretudo quando<br />

há filhos, e trarão conflitos e dor para a<br />

vida inteira. Os jovens deveriam pensar<br />

demoradamente nisso antes de subirem<br />

ao altar”, disse-me uma terapeuta. É uma<br />

situação que só tende a piorar. As estatísticas<br />

mostram que os casamentos duram<br />

dez anos, em média, mas há alguns que<br />

não passam de algumas semanas. E no<br />

meio a tudo isso, é sempre presente<br />

aquela velha canção de Herivelto Martins:<br />

“Quando o infortúnio bate à porta, o amor<br />

foge pela janela”.<br />

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