A NOVA NOVELA DA RECORD R TV. DE SEGUNDA A SEXTA, ÀS 20H 45*. À S 2 0 H 4 5 *. A VIDA DE JESUS S COMO O R7.COM/JESUS *HORÁRIO DE BRASÍLIA FOTO: EDU MORAES / RECORD TV VOCÊ NUNCA N VIU. DAY MESQUITA COMO O MARIA A MADALENA DE PAULA RICHARD E DIREÇÃO-GERAL DE EDGARD MIRANDA PRODUÇÃO: CASABLANCA /// CONSULTE A CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA.
editorial Armando Ferrentini aferrentini@editorareferencia.com.br História sem fim es<strong>de</strong> o bem-sucedido lançamento da revista infantil em quadrinhos O Pato Do- em <strong>julho</strong> <strong>de</strong> 1950 (portanto, há 68 anos este mês), da qual o editorialista Dnald, foi um gran<strong>de</strong> fã, Victor Civita – o “seu” Victor – e a sua então pequena Editora Abril (que suce<strong>de</strong>u a Editora Primavera, nascida dois meses antes), não pararam <strong>de</strong> crescer. Ele, como editor apaixonado por revistas e pelo novo mundo que se abria nas Américas com o fim da Segunda Guerra Mundial, e ela, a editora, consequência dos sonhos e da força <strong>de</strong> trabalho do “seu” Victor, nascida com ele e com apenas seis funcionários, todos intuindo que O Pato Donald po<strong>de</strong>ria ser apenas o começo <strong>de</strong> uma história fantástica. E assim realmente foi, com a Abril não parando <strong>de</strong> crescer, lançando novos títulos e embrenhando-se na chamada gran<strong>de</strong> imprensa, cuja maior glória foi o surgimento <strong>de</strong> Veja, publicação semanal baseada em mo<strong>de</strong>los do Primeiro Mundo que rapidamente se transformou em leitura obrigatória dos brasileiros cansados d’O Cruzeiro e da Manchete, com os seus escândalos (muitos pré-fabricados) e carnavais. A própria Abril, já agora tendo passado por várias se<strong>de</strong>s e com indústria gráfica interna, atrevia-se a lançar outras publicações tão polêmicas quanto Veja, como foi Realida<strong>de</strong>. Se Veja, porém, era consentânea com a sua época, Realida<strong>de</strong> tentou dar um passo à frente, na tentativa <strong>de</strong> inverter o processo histórico até então vigente <strong>de</strong> seguir as mudanças e não provocá-las. Ao mostrar em farta reportagem ilustrada uma mulher com as pernas abertas dando à luz uma criança chocou uma socieda<strong>de</strong> conservadora, ávida por atrevimentos editoriais, guardadas, porém, as <strong>de</strong>vidas proporções... O caso foi rapidamente parar nas mãos das chamadas autorida<strong>de</strong>s competentes, tendo o Juizado <strong>de</strong> Menores <strong>de</strong> São Paulo <strong>de</strong>cretado a sua imediata apreensão. Tratou-se <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> rebuliço para a época, provocando pelo menos três gran<strong>de</strong>s efeitos: os aplausos dos carolas que ainda não estavam preparados mentalmente para os novos tempos, as vaias dos mais avançados, que nada viam <strong>de</strong> extraordinário em mostrar como todos vêm ao mundo e, opinião <strong>de</strong>ste editorialista, o sorriso <strong>de</strong> satisfação da família Civita, percebendo ali a alavancagem <strong>de</strong> Realida<strong>de</strong>. Inúmeros foram os casos provocados por matérias <strong>de</strong>sse naipe em outras revistas do agora já <strong>de</strong>nominado Grupo Abril, mas o maior embate <strong>de</strong>u-se no campo político, já no caso da censura ditatorial às publicações politicamente “atrevidas” como Veja, burlando os agentes censores ainda resistentes e obedientes às or<strong>de</strong>ns do Planalto. Falamos em algumas revistas, sem tocar no que muitos acreditam ter sido uma espécie <strong>de</strong> Waterloo para a Abril: a aquisição e ampliação <strong>de</strong> uma emissora <strong>de</strong> TV, seu primeiro gran<strong>de</strong> fracasso que todavia precisava prosseguir, pois o fechamento <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> TV não é tão fácil como <strong>de</strong>scontinuar uma revista. A Abril, porém, resistiu à tormenta, acabou em boa hora com o sonho da sua TV, evitando com isso as consequências sempre danosas à época <strong>de</strong> uma concessão oficial (e não eram poucas as autorida<strong>de</strong>s que possuíam ressentimentos das verda<strong>de</strong>s divulgadas pelas revistas da editora) e seguiu em frente, inclusive com investimentos em famosa re<strong>de</strong> hoteleira no Nor<strong>de</strong>ste brasileiro, batizada, à semelhança <strong>de</strong> uma das suas principais publicações e para usufruir do prestígio <strong>de</strong>sta, <strong>de</strong> “Quatro Rodas”. Os tempos, porém, não param e todo sucesso não é para sempre. Novas forças chegaram ao mercado, novos pensamentos políticos invadiram nossas principais casas <strong>de</strong> leis e – talvez o pior <strong>de</strong> tudo – anunciava-se, <strong>de</strong> um distante Vale do Silício, a chegada <strong>de</strong> um novo formato informativo, que acabaria por revolucionar o planeta. Junte-se a isso o fim do período <strong>de</strong> vida concedido ao admirável “seu” Victor, o comando do conglomerado transferido para o filho mais velho, Roberto, os <strong>de</strong>sentendimentos <strong>de</strong>ste com o irmão, a mídia digital explodindo <strong>de</strong> vez em todos os lugares, as sucessivas crises econômicas vitimando o Brasil e, pior que tudo, a morte prematura <strong>de</strong> Roberto Civita, culto, inteligente, criativo, fazedor incansável e com uma visão <strong>de</strong> mundo como poucos. Nova sucessão e seus filhos, netos do sempre saudoso “seu” Victor assumem o comando do Grupo Abril, já com o dono <strong>de</strong> tudo, esse ente misterioso que chamamos <strong>de</strong> mercado, <strong>de</strong>sequilibrando os pratos <strong>de</strong> todas as balanças do mundo. Muito provavelmente nenhuma culpa lhes cabe pela retração do grupo. Seria assim também com “seu” Victor ainda no comando, ou mesmo o Dr. Roberto, quem sabe? Alguém um dia iria coincidir com o alto momento <strong>de</strong>ssa transformação. Passam-se os meses, o tempo corre solto e é então chamado um executivo <strong>de</strong> renome no mercado para assumir a Abril. Walter Longo, repleto <strong>de</strong> amigos e admiradores, com <strong>de</strong>staque no segmento publicitário. Vi pessoalmente, em muitas visitas que fiz ao gabinete majestoso <strong>de</strong> Longo, seu incansável esforço para recuperar o terreno perdido pela Abril. Observei seus movimentos sem pausas, como o chinês que gira os pratos sobre varetas no palco, sob o olhar <strong>de</strong> otimistas e pessimistas, mais <strong>de</strong>stes do que daqueles. Distinto, cavalheiro, permanente sorriso nos lábios, Longo fingia não saber o que todos sabiam: aceitara uma missão impossível, certo <strong>de</strong> que o seu eventual sucesso o consagraria <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>lével. Fica com o crédito, porém, <strong>de</strong> ter feito o possível e o impossível. A saída <strong>de</strong> Longo ocorreu antes do fim dos estudos da consultoria Alvarez & Marsal, levando Giancarlo Civita, um dos filhos <strong>de</strong> Roberto Civita, a assumir interinamente e por quatro meses a presidência da Abril. O título da matéria que o PROPMARK hoje publica em página inteira, <strong>de</strong> autoria do jornalista Paulo Macedo, revela a nova etapa <strong>de</strong> uma das mais brilhantes histórias <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo dos mercados editorial e publicitário brasileiro: Família Civita <strong>de</strong>ixa comando da Abril e Alvarez & Marsal assume. A matéria registra: “O executivo Marcos Haaland vai ser o presi<strong>de</strong>nte-executivo do grupo (...) com o objetivo <strong>de</strong> sanar dívida <strong>de</strong> R$ 450 milhões”. Saiba, Haaland, que muito mais que a sua família, muito mais que a Alvarez & Marsal da qual você é sócio, muito mais que jornalistas, publicitários, funcionários da Abril, muito mais que seus leitores e 205 milhões <strong>de</strong> brasileiros, torcemos todos por você. A Abril é uma história sem fim. *** Nesta terça, 24, a revista Propaganda promoverá a entrega dos troféus aos vencedores do 31º Prêmio Veículos <strong>de</strong> Comunicação, no auditório da ESPM (Rua Dr. Álvaro Alvim, 1<strong>23</strong> – Vila Mariana – SP), com recepção a partir das 19 horas. A premiação refere-se aos meios que mais se <strong>de</strong>stacaram em 2017, segundo escolha do júri formado por membros da Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Marketing. *** A cerimônia <strong>de</strong> entrega do Prêmio Colunistas, regional <strong>de</strong> São Paulo e o Nacional, ambos relativos a 2017, ocorrerá no Limelight, em São Paulo (Av. Dr. Cardoso <strong>de</strong> Melo, 1.433 – V. Olímpia), na noite <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> agosto, a partir das 19 horas. Serão comemorados na ocasião os 50 anos da mais tradicional premiação da publicida<strong>de</strong> brasileira. Reserva <strong>de</strong> convites com Nanny Lima (nanny@editorareferencia.com.br). Este Editorial é em homenagem às memórias <strong>de</strong> Victor e Roberto Civita. *** jornal propmark - <strong>23</strong> <strong>de</strong> <strong>julho</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> 3