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Comentario de Champlin AT V.1

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ÈXODO 34 9<br />

12.7<br />

T o m a rã o d o sa n g u e . O u seja, a q uela p o rçã o do sa c rifíc io que, <strong>de</strong> acordo<br />

com a antiga crença, <strong>de</strong>stinava-se ao po<strong>de</strong>r divino. V er Lev. 1.5. O riginalm ente, o<br />

sangue foi aplicado às om breiras e à verga da porta <strong>de</strong> cada casa, ou seja, a parte<br />

m ais sa n ta e d e d icada da casa (Lev. 21.6; Deu. 6.9). No dia da m atança dos<br />

prim ogênitos no Egito, isso atuou com o um a m edida protetora contra o anjo d estruidor,<br />

que, vendo o sangue aplicado, passaria por sobre a casa assim protegida.<br />

V er os vss. 22 e 23 <strong>de</strong>ste capítulo, com o tam bém Èxo. 4.24, e as notas expositivas<br />

ali existentes.<br />

No D icionário ve r os artigos S angue e E xpiação (quanto a este seus pontos<br />

quinto e sexto). V er tam bém ali os verbetes Expiação e Expiação p e lo Sangue. E<br />

na Enciclopédia <strong>de</strong> Biblia, Teologia e Filosofia ver o artigo Expiação p elo Sangue<br />

<strong>de</strong> Cristo.<br />

Alguns estudiosos supõem que o uso do sangue, conform e aparece na primeira<br />

páscoa, realmente antece<strong>de</strong>u o evento, com o um rito antigo que apelava aos po<strong>de</strong>res<br />

divinos em busca <strong>de</strong> proteção contra forças espirituais malignas, para que fosse preservada<br />

a paz na família. A poria, com o entrada que dava acesso à casa, seria o lugar<br />

lógico on<strong>de</strong> era aplicado o sangue protetor.<br />

Vida ou Morte. O m esm o anjo <strong>de</strong>struidor (o Anjo <strong>de</strong> Yahweh) que m atou os<br />

prim ogênitos do Egito tam bém foi o anjo protetor <strong>de</strong> Israel. Assim foi e assim será<br />

sem pre: escolhem os com o o Po<strong>de</strong>r Divino haverá <strong>de</strong> relacionar-se conosco. No<br />

caso dos israelitas, o cor<strong>de</strong>iro era m orto em lugar dos filhos primogênitos, o que<br />

aponta para o po<strong>de</strong>r vicário do sacrifício <strong>de</strong> Cristo.<br />

Talvez o sangue tam bém sim bolizasse um laço que congregava a fam ília e a<br />

com unida<strong>de</strong>, tendo-se tornado assim um sinal do pacto que todos eles com partilhavam<br />

com Yahweh. V er as notas sobre o Pacto A braàm ico em Gên. 15.18.<br />

Expiação. O sangue do cor<strong>de</strong>iro pascal fazia um a expiação sim bólica pelos<br />

m em bros da fam ília que se protegesse com o sangue aplicado à porta <strong>de</strong> sua<br />

casa. Isso os protegeu da ira divina que estava à solta naquela noite. V er no<br />

Dicionário o verbete intitulado Ira <strong>de</strong> Deus.<br />

12.8<br />

A ca m e assada no fogo. Alguns têm pensado que o rito, antes <strong>de</strong> fazer parte da<br />

páscoa, consistia em comer came crua. Mas essa prática teria sido <strong>de</strong>scontinuada por<br />

Israel. O trecho <strong>de</strong> Deuteronômio 16.7 parece sugerir que cam e cozida era uma alternativa<br />

para a cam e assada. A proibição ao consum o <strong>de</strong> sangue não perm itia que a<br />

cam e fosse comida crua. A M ishna diz que o cor<strong>de</strong>iro era assado mediante o uso <strong>de</strong><br />

um espeto <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> romãzeira, que atravessava a carcaça. Não eram permitidos<br />

nem metais e nem grelhas. Em suas condições primitivas, no <strong>de</strong>serto, o povo <strong>de</strong> Israel<br />

podia assar o cor<strong>de</strong>iro com m ais facilida<strong>de</strong> do que usar qualquer outra form a <strong>de</strong><br />

cozimento. Posteriormente, porém, os cor<strong>de</strong>iros e rarr cortados em pedaços e cozidos (I<br />

Sam. 2.14,15).<br />

Com pães asm os. Ver no Dicionário o verbete Pães Asmos. Ver as notas sobre o<br />

vs. 15 quanto ao rito com os pães asmos, a segunda comemoração vinculada à observância<br />

original. A terceira comemoração era a <strong>de</strong>dicação dcs filhos primogênitos (Êxo.<br />

13.2). Ver as notas <strong>de</strong> introdução à atual seção quanto a comentários sobre a combinação<br />

dos três eventos em um só, na páscoa original. No Dicionário há notas sobre cada<br />

um <strong>de</strong>sses eventos.<br />

“Originalmente, o malzoth, a festa dos pães asm os, era distinto da páscoa'<br />

(J. Coert Rylaarsdam, in loc.). Porém, havia um a festa prelim inar e prim itiva dos<br />

pães asmos, em conjunção com a páscoa. Todos esses ritos <strong>de</strong>senvolveram -se<br />

em tem pos posteriores, e todos eles, em algum a form a prim itiva, provavelm ente<br />

antece<strong>de</strong>ram o evento do êxodo e da páscoa.<br />

E rvas a m argas. V er no Dicionário o artigo E rvas Am argas. Essas ervas<br />

sim bolizavam os sofrim entos <strong>de</strong> Israel antes <strong>de</strong> sua libertação, e, com o tipo,<br />

apontavam para os sofrim entos <strong>de</strong> Cristo. A M ishna (Pesahim , 2.6) dá os ingredientes<br />

necessários, sobre os quais com entam os no artigo acim a referido.<br />

12.9<br />

A carne do cor<strong>de</strong>iro não podia ser com ida crua, por causa do sangue. Ver no<br />

Dicionário o artigo intitulado Sangue quanto a inform ações sobre esse ponto. Ver<br />

Gên. 9.4; Lev. 3.8; 7.26 quanto a essa proibição e suas razões. Intérpretes ju<strong>de</strong>us<br />

chegaram a <strong>de</strong>bater se o anim al <strong>de</strong>veria ser assado com suas pernas dobradas<br />

<strong>de</strong>ntro ou fora da carcaça. Isso parecia im portante para eles, em bora para nós<br />

seja algo inteiramente sem valor. Fato é que o cor<strong>de</strong>iro <strong>de</strong>veria ser assado sem<br />

que nenhum osso fosse quebrado (vs. 46; cf. com a experiência <strong>de</strong> Jesus, em<br />

João 19.32-36). As entranhas <strong>de</strong>veriam ser tiradas, lim padas cuidadosam ente, e<br />

repostas em seu lugar.<br />

“Justino M ártir disse que o anim al era preparado para ser usado m ediante o<br />

j s o <strong>de</strong> dois espetos <strong>de</strong> m a<strong>de</strong>ira, um perpendicular e outro transverso, form ando<br />

uma espécie <strong>de</strong> cruz, o que, sem dúvida, tipifica mui aptam ente o Cristo crucificado”<br />

(Ellicott, in loc.).<br />

O fato <strong>de</strong> que o cor<strong>de</strong>iro tinha <strong>de</strong> ser preparado e consum ido inteiro, apontava<br />

para a obra divina completa e perfeita, o perfeito sacrifício expiatório <strong>de</strong> Cristo.<br />

12.10<br />

C oisa algum a podia restar do cor<strong>de</strong>iro pascal; mas, se porventura sobrasse,<br />

isso te ria <strong>de</strong> se r co n s u m id o no fo g o, sem so b ra r n e nhum a porção da carne. A<br />

razão disso é que co isa alg u m a do sa c rifíc io sa g ra d o podia ser consum ido com<br />

p ro p ó sito s p ro fa n o s , co m o a lm o ç a r no d ia se g u in te . A <strong>de</strong> m a is, ao e scapar do<br />

E gito p ara o d e se rto , Israel não se ria ca p a z <strong>de</strong> le va r co n sig o a lm oços e xtra s.<br />

Tinham <strong>de</strong> cam inhar o m ais <strong>de</strong>sim p e d id o s que fosse possível. Talvez a to ta lid a ­<br />

<strong>de</strong> do sacrifício (o seu uso por inteiro) tipificasse C risto em Sua com pleta pessoa<br />

divino-hum ana, o qual realizou um sa crifício perfeito, uma expiação sem o m ínimo<br />

<strong>de</strong>feito. Cristo cum priu a Sua m issão nos papéis <strong>de</strong> Profeta, Sacerdote e Rei,<br />

e isso <strong>de</strong> m odo perfeito.<br />

A<strong>de</strong>mais, era um sacrifício noturno que não permitia que nada sobrasse até a luz<br />

do dia seguinte.<br />

A Jornada Próspera. Na literatura clássica há um paralelo geral <strong>de</strong>ste versículo do<br />

livro <strong>de</strong> Êxodo. Catão referiu-se a um certo G. Albidius que queimou todos os vestígios<br />

<strong>de</strong> seu sacrifício por motivo da propter viam, ou seja, uma viagem apropriada e próspera,<br />

que ele faria no dia seguinte. Cum prir <strong>de</strong> modo absoluto o sacrifício era reputado<br />

como algo que agradava aos <strong>de</strong>uses, que então conce<strong>de</strong>riam uma jornada próspera<br />

(Macrobius, Satum. lib. ii.2).<br />

12.11<br />

C o m ê -lo -e is à p re ssa. Essa foi a instrução final. Israel estava com pressa<br />

para <strong>de</strong>ixar para trás a servidão. O cor<strong>de</strong>iro pascal era com ido estando as pessoas<br />

em pé, <strong>de</strong> sandálias e as vestes cingidas. Esses eram sinais externos da<br />

pressa que eles sentiam , por or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Deus. Esse foi um dos quatro elem entos<br />

que não prosseguiram na observância da páscoa em tem pos posteriores. V er as<br />

notas sobre Êxo. 12.6 quanto a isso. O cajado e as sandálias eram objetos que as<br />

pessoas usavam fora da casa. Assim , apesar <strong>de</strong> estarem ainda <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas<br />

casas, eles estavam preparados para s á r <strong>de</strong>las, prontos para a jornada. Comiam vestidos<br />

para viajar. Já tinham estado no Egito por tempo bastante. Um novo lar e um novo<br />

<strong>de</strong>stino esperavam por eles.<br />

As sandálias usualm ente eram tiradas por ocasião das festivida<strong>de</strong>s e dias santos.<br />

V er G ên. 18.4,5; Luc. 7.44; Jo ã o 13.5. Na páscoa, porém , essa s.tuação era<br />

revertida. O cajado era com panhia constante dos viajantes, seu apoio e ajuda, e,<br />

ocasionalm ente, sua <strong>de</strong>fesa contra algum anim al ou bandido que porventura a ta ­<br />

cassem. Ver Sal. 23.4.<br />

A p á scoa. A palavra hebraica equivalente <strong>de</strong>riva-se <strong>de</strong> um term o que significa<br />

“coxear” ou “s a lta i (II Sam. 4.4; I Reis 18.21,26). M as aponta para o fato que o anjo<br />

<strong>de</strong>struidor passou por cim a das casas protegidas pelo sangue do cor<strong>de</strong>iro, aplicado<br />

às om breiras e ve rg a da porta (Ê xo. 12.23). V er no D icionário o artigo <strong>de</strong>talhado<br />

intitulado Páscoa. V er o N ovo Testam ento Interpretado em I Cor. 5.7 quanto a “Cristo,<br />

nossa páscoa”.<br />

Tem os aqui o prim eiro uso da palavra páscoa na Bíblia. A lguns pensam que<br />

a palavra é <strong>de</strong> origem egípcia e significaria então “abrir as asas para proteger” ,<br />

m as a m aioria dos estudiosos prefere o sentido do hebraico. V er os vs. 24-27<br />

quanto ao fato <strong>de</strong> que a páscoa foi fatal para os egípcios, m as serviu <strong>de</strong> livram ento<br />

para o povo <strong>de</strong> Israel.<br />

12.12<br />

Este versículo prediz o que acabou acontecendo, segundo se vê nos vss. 24-<br />

27, dizendo-nos p o r que a festa foi cham ada “páscoa” , conform e já foi explicado<br />

nas notas sobre o vs. 11, e <strong>de</strong>scrito com abundância <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes no verbete<br />

Páscoa, no Dicionário. As nove pragas anteriores tinham ferido gravem ente o<br />

Egito, tinham -no virtualm ente esm agado; m as coisa algum a com parou-se ao golpe<br />

<strong>de</strong>sfechado pela décim a praga. Yahweh, por m eio <strong>de</strong> Seu Anjo Destruidor (vs.<br />

23), passaria por cim a do povo <strong>de</strong> Israel, poupando-lhe as vidas. Mas, ao passar<br />

pelo Egito, foram <strong>de</strong>struídas m uitas vidas, a vida <strong>de</strong> todos os filhos primogênitos,<br />

dos seres hum anos e dos anim ais. Foi um a passagem p elo Egito, com o fim <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>struí-lo.<br />

Os D euses Egípcios Foram Julgados. Nas notas sobre Êxo. 7.14 dou um<br />

gráfico que ilustra quais <strong>de</strong>uses foram hum ilhados a cada praga. Este versículo<br />

contém uma <strong>de</strong>claração genérica. O panteão egípcio inteiro sofreria um golpe<br />

<strong>de</strong>vastador por ocasião da décim a praga, sem prejuízo, naturalm ente, dos danos<br />

causados pelas pragas anteriores.<br />

Min, o <strong>de</strong>us egípcio da reprodução, teria roubado o seu fruto; Heqet, <strong>de</strong>usa<br />

protetora das m ulheres por ocasião do parto, per<strong>de</strong>ria a guerra contra a <strong>de</strong>struição

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