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Comentario de Champlin AT V.1

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20 GÊNESIS<br />

fontes. Nesse caso, algum editor reuniu esses informes, com o se o segundo fosse<br />

uma espécie <strong>de</strong> suplemento do primeiro. Alguns intérpretes ju<strong>de</strong>us afirmam, <strong>de</strong><br />

modo muito absurdo, que a criação original (Gên. 1) foi um ser hermafrodita, homem<br />

e mulher ao mesmo tempo, dois corpos, criados costa com costa. Mas a maioria dos<br />

estudiosos prefere pensar que o segundo relato suplem enta o primeiro, conforme<br />

diz o ponto <strong>de</strong> vista conservador. Os críticos atribuem o segundo relato à fonte J, ao<br />

passo que o primeiro capítulo do Gênesis é atribuído à fonte P (S). Ver no Dicionário<br />

o artigo J.E.D.P.(S.), quanto à teoria das várias fontes.<br />

Prim eira Dlspensação: Inocência (1.28-3.24)<br />

1.28<br />

V er no Dicionário o artigo intitulado Dispensação (Dispensacionalism o).<br />

O Pacto Edênico. Esse pacto condicionava a vida do homem em seu estado<br />

<strong>de</strong> inocência. Ele tinha a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reproduzir-se, <strong>de</strong> subjugar a terra e<br />

<strong>de</strong> obe<strong>de</strong>cer à palavra <strong>de</strong> Deus, a fim <strong>de</strong> que não viesse a m orrer. No Dicionário<br />

ver o artigo intitulado Pactos. Há oito <strong>de</strong>sses pactos ou dispensações.<br />

E Deus os abençoou, e lhes disse: Se<strong>de</strong> fecundos, multiplicai-vos. Tal<br />

com o no caso dos animais, era m ister a propagação do gênero humano. Foram<br />

dados po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> procriação ao homem ; a fertilida<strong>de</strong> foi-lhe assegurada por <strong>de</strong>creto<br />

divino. O autor sacro aparentem ente quis dar a enten<strong>de</strong>r que somente mais tar<strong>de</strong> o<br />

homem e a mulher receberam a consciência sexual, em razão da queda (cap. 2). A<br />

vida do homem era abençoada no m ais alto grau, e não só no que dizia respeito à<br />

procriação. A vida do homem é abençoada porque Deus se importa com ele; há<br />

uma provisão divina; o am or flui; o bem-estar faz parte do <strong>de</strong>creto divino.<br />

A Or<strong>de</strong>m para M ultiplicar-se. A té ali, a procriação era um a potencialida<strong>de</strong>.<br />

Alguns intérpretes extrapolam isso até aos tem pos m o<strong>de</strong>rnos, crendo que não<br />

<strong>de</strong>veria haver casais sem filhos. A lguns (com o os m órm ons) chegam a insistir<br />

sobre a obrigação quanto ao próprio casam ento. Mas, segundo penso, essas<br />

duas idéias exageram o texto sagrado. Seja com o for, o m atrim ônio aparece neste<br />

texto com o uma or<strong>de</strong>nança e uma instituição divina. Q ue todos os hom ens e<br />

m ulheres <strong>de</strong>vam reproduzir-se é um a posição exagerada e anacrônica. A m ultiplicação<br />

da raça é necessária para que se cum pra o plano <strong>de</strong> Deus na criação.<br />

Porém, já havendo seis bilhões <strong>de</strong> pessoas em nosso planeta, não é mister<br />

insistir em que todas as pessoas participem <strong>de</strong> um a contínua m ultiplicação. Dentre<br />

a criação física, haverá <strong>de</strong> em anar uma criação espiritual, segundo os vs. 26 e<br />

27 sem dúvida dão a enten<strong>de</strong>r.<br />

Dominai. O homem é uma criatura fraca, m as a sua inteligência lhe permite<br />

dom inar o seu m eio am biente, com o tam bém dom inar e amansar, até certo ponto,<br />

os anim ais irracionais. Isso aparece com o um po<strong>de</strong>r dado por Deus, que o homem<br />

<strong>de</strong>veria exercer. A ciência, pois, tem feito bem em prom over toda espécie <strong>de</strong><br />

conhecim ento e po<strong>de</strong>r.<br />

O Gran<strong>de</strong> Avanço do Homem. A pesar <strong>de</strong> sua queda e <strong>de</strong>gradação, é sim ­<br />

plesmente espetacular com o o hom em tem progredido no conhecim ento científico.<br />

Vivem os em um período <strong>de</strong> estupendo progresso. A bênção <strong>de</strong> Deus está em<br />

tudo isso. O homem foi criado com o um ser dotado <strong>de</strong> natureza tal que ele po<strong>de</strong><br />

realizar essas coisas, e todas as ativida<strong>de</strong>s que fazem parte <strong>de</strong>sse progresso<br />

foram <strong>de</strong>term inadas e abençoadas por Deus.<br />

1.29<br />

Eis que vos tenho dado todas as e r v a s .. . e todas as árvores em que<br />

há fruto.<br />

V eg e ta rian ism o ? O hom em tira vantagem da p ro visã o divina da vida ve ­<br />

getal. Isso faz p arte <strong>de</strong> sua herança divina. V isto que o ve rsículo não m encio ­<br />

na esp e cificam e n te a carne dos anim ais, a lguns e stu d io so s têm pensado que<br />

e ste ve rsícu lo d e term ina um a d ie ta v e g e ta ria n a p ara o hom em . N esse caso, o<br />

dom ín io do hom em sobre os a n im a is (vs. 26) não inclu i o uso <strong>de</strong>les em sua<br />

a lim e n ta çã o . A fim <strong>de</strong> reforçarem sua in te rp re ta çã o ve g e ta ria n a , a lguns e stu ­<br />

dio sos frisam que em outras a n tig a s cosm o lo gías, co m o a quelas dos persas e<br />

dos g re co-rom anos, su punha-se te r h avido antes um a era áurea q uando os<br />

hom e n s estavam em paz com o reino a nim al, não se u tiliz a ndo <strong>de</strong> anim ais<br />

para se a lim entarem . P resum ivelm ente, a h is tó ria do ja rdim do É<strong>de</strong>n (G ên.<br />

2 .18-20) reflete a q uelas a ntigas tra d içõ es. V e r Isa. 11.6-8; 65.2 e Osé. 2.18<br />

quanto a idéias sim ilares. O utros in té rp re te s pensa m que a om issão <strong>de</strong> a n i­<br />

m ais com o a lim e n to s, neste ponto, foi m eram ente inci<strong>de</strong>ntal, sem nenhum<br />

p ro p ó sito básico. John G ill fa la sobre in té rp re te s ju d e u s que supunham que<br />

os a n te d ilu via n o s eram vegeta ria n o s, e que esse regim e a lim e n ta r tin h a por<br />

fin a lid a d e não p ô r em risco as e spécies a n im ais, que se estavam m u ltip lic a n ­<br />

do. O Targum Bab. S anhedrin, foi. 59.2, c o n firm a a in te rp re ta çã o em fa vo r do<br />

ve g e ta ria n ism o do hom em p rim itivo, m as que, a co m e ça r pelos filh o s <strong>de</strong> Noé,<br />

essa p ro ib içã o foi su spensa. A lg u n s pensam que, enquanto o pecado não<br />

entrou no m undo, não havia n enhum ca so <strong>de</strong> m orte, hum ana ou anim al, o que<br />

indica, natura lm e nte , que não eram a b a tid o s a n im a is para fins <strong>de</strong> a lim e n ta ­<br />

ção. A s e sp e cu la çõ e s d os v e g e ta ria n o s, porém , p a recem o lvid a r aqui o sa c rifício<br />

<strong>de</strong> A bel, o fe re cid o d e n tre as o ve lh a s e scolh id a s do rebanho. Po<strong>de</strong>m os<br />

p re su m ir que ta is a n im a is fo ra m u sa d o s co m o a lim e n to . Não som os in fo rm a ­<br />

dos q u a nto a n e n hum a m udança que te n ha fe ito a b a ndonar a dieta ve g e ta ria ­<br />

na, pelo que ta lv e z seja se g u ro p re su m ir que ja m a is houve tal proibição,<br />

exceto na im a g in a çã o <strong>de</strong> ce rto s in té rp re te s. D izer que a ingestão <strong>de</strong> carne,<br />

“após a queda", foi p e rm itid a , m as não a n te s do d ilú vio, é le r m uita coisa on<strong>de</strong><br />

a B íblia fa z silê n cio . P or o u tro lado, nin g u é m re alm ente sabe o que suce<strong>de</strong>u.<br />

Os crítico s a firm a m que to d a s as e sp e cu la çõ e s <strong>de</strong>ssa or<strong>de</strong>m são vãs, pois a<br />

histó ria <strong>de</strong> A dão re alm ente não nos dá in fo rm a çõ e s h istó rica s e cie n tífica s<br />

sobre a o rigem do hom em . A q u e le s que crêem na lite ra lid a <strong>de</strong> do relato talvez<br />

acabem e n vo lvid o s no ve g e ta ria n ism o , p elo m enos com o um i<strong>de</strong>al.<br />

1.30<br />

E a todos os a n im a is .. . a v e s .. . e a todos os répteis da te r r a .. . toda<br />

erva ver<strong>de</strong> lhes será para m antim ento. A provisão <strong>de</strong> Deus abrange todos os<br />

<strong>de</strong>m ais anim ais, e sob as m esm as condições. A ingestão <strong>de</strong> carne também é<br />

om itida aqui, pelo que os com entários sobre o vs. 29 também se aplicam aqui.<br />

Todas as criaturas eram vegetarianas. Devem os supor, <strong>de</strong> acordo com os exageros<br />

<strong>de</strong> alguns estudiosos, que coisas com o os enorm es <strong>de</strong>ntes caninos dos leões<br />

etc. só cresceram <strong>de</strong>pois da queda. P or que um leão precisaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes tão<br />

gran<strong>de</strong>s, se não tivesse <strong>de</strong> <strong>de</strong>spedaçar outros anim ais com eles?<br />

Deus Cuida Até dos Animais. O livro <strong>de</strong> Jonas é o trecho <strong>de</strong> João 3.16 do Antigo<br />

Testamento. É significativo que Jonas 4.11 nos mostre a preocupação <strong>de</strong> Deus com<br />

os animais. Há evidências em favor do fato <strong>de</strong> que as civilizações mais avançadas<br />

mostram maior preocupação com os animais e menor cruelda<strong>de</strong> do que no caso das<br />

civilizações mais primitivas. Por outro lado, lamentamos a matança insensata <strong>de</strong> animais<br />

para efeito <strong>de</strong> experiências científicas, produtos <strong>de</strong> beleza ou glutonaria <strong>de</strong> certas<br />

pessoas. Se a experimentação científica é necessária, e se alguns animais <strong>de</strong>vem ser<br />

sacrificados, isso não justifica os excessos praticados nos laboratórios. Os hindus<br />

exibem gran<strong>de</strong> respeito pelos animais, e isso os toma vegetarianos. Talvez isso seja<br />

realmente melhor para os homens, por motivos morais e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Isaías antecipou o tem po quando a violência não m ais predominará no m undo.<br />

Anim ais ferozes, que agora <strong>de</strong>voram outros, como o lobo e o leopardo, haverão<br />

<strong>de</strong> tornar-se vegetarianos. Uma criança pequena po<strong>de</strong>rá circular entre anim ais<br />

que agora são ferozes, e brincar com eles. Ver Isa. 11.6 e algo sim ilar em Osé.<br />

2.18. Mas m uitas pessoas relutam em alim entar-se <strong>de</strong> carne animal. Talvez nosso<br />

coração esteja querendo dizer-nos algum a coisa.<br />

1.31<br />

Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era m uito bom. A <strong>de</strong>claração sobre<br />

a bonda<strong>de</strong> da criação é repetida após cada um dos dias da criação, excetuando<br />

apenas o caso do segundo dia, o que, provavelm ente, foi uma om issão nãopropositada.<br />

O advérbio m uito cham a a nossa atenção. Essa palavra talvez fale a<br />

respeito da criação inteira, tendo sido inspirada pela obra do sexto e último dia da<br />

criação, a criação do hom em , o clím ax do labor divino. O próprio Deus aparece<br />

com o quem se <strong>de</strong>leitava em Sua criação. Ela era funcionalm ente boa; era esteticam<br />

ente boa; cum pria bons propósitos; e term inou <strong>de</strong> m odo espetacular, no homem.<br />

Uma correta consi<strong>de</strong>ração sobre a criação <strong>de</strong> Deus inspira-nos a alm a e<br />

eleva-nos o espírito. Sem dúvida há algo <strong>de</strong> m agnificente em tudo isso. O próprio<br />

Einstein tirou o chapéu diante das m aravilhas do universo.<br />

Ta rd e e m anhã, o s e x to d ia. Term inou assim o último ciclo criativo <strong>de</strong> vinte<br />

e quatro horas; o m esm o foi dito acerca <strong>de</strong> cada um dos seis dias. Ver os<br />

com entários sobre o vs. 5.<br />

Na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Boston, m uito tem po atrás, foi organizado um clube para m eninas<br />

pequenas, cham ado H appiness Club. O perava em um bairro bastante pobre e<br />

<strong>de</strong>senxabido. Uma das regras <strong>de</strong>sse clube era que cada m embro <strong>de</strong>via ver algo<br />

<strong>de</strong> belo a cada dia, dando notícia do fato. Até o vôo <strong>de</strong> um pássaro é uma linda<br />

cena. A beleza po<strong>de</strong> ser encontrada nos lugares m ais insuspeitos. Um ato <strong>de</strong><br />

gentileza é algo belo. A beleza acha-se em todos os lugares. Deus via Sua<br />

criação original com o bela e m uito boa.<br />

Adam Clarke sentia-se inspirado pela história da criação, e observou (in toe.)-.<br />

“Assim term inou um capítulo que contém as m ais extensas, m ais profundas e<br />

m ais sublim es verda<strong>de</strong>s que talvez cham em a atenção do intelecto humano. Quão<br />

indizivelm ente estam os endividados para com Deus por nos haver dado uma<br />

revelação <strong>de</strong> Sua vonta<strong>de</strong> e <strong>de</strong> Sua criação” .<br />

Ellicott via um paralelo entre o térm ino da criação física e a criação espiritual,<br />

realizada por Cristo, am bas as quais ocorreram em uma sexta-feira. A bênção<br />

divina repousa suprem am ente sobre am bas essas criações.

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