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Comentario de Champlin AT V.1

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22 GÊNESIS<br />

sábado. Se tiverm os tal preocupação, estarem os m ostrando nossa insensatez.<br />

Não obstante, estarem os pecando se nos esquecerm os do espírito do sábado,<br />

que nos convida a estacar, <strong>de</strong>scansar, adorar e servir.<br />

O M andam ento contra o Ócio. Foi or<strong>de</strong>nado ao hom em que trabalhasse por<br />

seis dias, e não apenas que <strong>de</strong>scansasse no sétim o. “Aquele que se mostra<br />

ocioso por seis dias é igualm ente culpado, aos olhos <strong>de</strong> Deus, do que se vier a<br />

trabalhar no sétimo dia” (Adam Clark, in loc.)<br />

O cum prim ento dos <strong>de</strong>veres espirituais, em nossa vida diária,<br />

é algo vital para a nossa sobrevivência.<br />

(W inston Churchill)<br />

Na civilização não há lugar para o o c io s o .. .<br />

Nenhum <strong>de</strong> nós tem o direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>m orar-se no lazer.<br />

Pois Satanás sem pre achará algum a m alignida<strong>de</strong><br />

Para as m ãos ociosas fazerem.<br />

A História Humana (2.4 - 11.32)<br />

A Criação do Homem (2.4-17)<br />

Feito do Pó da Terra (2.4-7)<br />

(Henry Ford)<br />

(Issac W atts)<br />

O Senhor Deus é agora o agente no segundo relato da criação do homem. O<br />

original hebraico tem aqui a combinação Yahweh-Elohim. Os críticos vêem nisso e no<br />

pressuposto <strong>de</strong> que temos aqui um hebraico histórico diferente (ou seja, um tipo <strong>de</strong><br />

hebraico usado em um diferente período histórico, em contraste com o que se vê no<br />

primeiro capítulo do Gênesis), prova <strong>de</strong> que um novo autor está dando sua contribuição<br />

aqui. O mais certo, porém, é que um editor estava adicionando outro relato ou<br />

versão da criação do homem. Presume-se que o primeiro relato da criação origine-se<br />

da fonte P (S), e que o segundo venha da fonte J. Ver sobre J.E.D.P.(S.) no Dicionário.<br />

O duplo nome divino é reiterado nos vss. 5,7-9,15,16,18,19 e 21,22. Ver no Dicionário<br />

os artigos sobre Yahweh e Eiohim. Os críticos datam a fonte J nos séculos X ou IX A.<br />

C., e a fonte P (Sj, no século V A. C. Se esse raciocínio estiver certo, então o relato<br />

que passamos a examinar é o mais antigo dos dois. Trata-se <strong>de</strong> uma história <strong>de</strong>talhada<br />

da criação do homem e da mulher, ao passo que a primeira narrativa é mais<br />

generalizada. Um relato não parece <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do outro. São nanativas distintas, se<br />

é que o raciocínio dos críticos esteja correto. Contra tais teorias, entretanto, os conservadores<br />

meramente informam-nos que os dois nomes divinos po<strong>de</strong>riam ter sido<br />

facilmente usados intercambiavelmente. Quanto às datas dos dois tipos <strong>de</strong> hebraico<br />

usados (se é que isso representa diferentes períodos históricos), não <strong>de</strong>scobri nenhuma<br />

explanação. Isso <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>ixado ao encargo <strong>de</strong> especialistas no hebraico, e<br />

precisamos ouvir o parecer <strong>de</strong>les. Os críticos, todavia, pensam haver intrusões no<br />

texto atribuído à fonte J, a saber, os vs. 5,9,10-14,15,19 e 20, que <strong>de</strong>veriam então ser<br />

reputados originários da fonte ou seja, provenientes <strong>de</strong> um autor posterior. É<br />

precisamente esse tipo <strong>de</strong> fragmentação que, <strong>de</strong> acordo com os eruditos conservadores,<br />

põe em dúvida toda essa questão das supostas fontes originárias.<br />

Sem embargo, o segundo relato tem suas características distintas, que ja ­<br />

m ais figuram no primeiro. Para os críticos, isso evi<strong>de</strong>ncia uma história diferente.<br />

M as para os conservadores, isso é apenas preenchim ento <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes, com o se<br />

um m esm o autor tivesse querido com plem entar o prim eiro relato com o segundo.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista da com posição literária, am bas as coisas po<strong>de</strong>riam ter acontecido.<br />

A<strong>de</strong>m ais, no segundo relato há alguns paralelos com as lendas babilónicas da<br />

criação. Irei salientando as m esm as, conform e a exposição for progredindo.<br />

O relato fornece várias respostas a indagações básicas: o mundo está cheio <strong>de</strong><br />

espécies vivas, incluindo o homem. Como isso po<strong>de</strong>ria ter sucedido? Existimos como<br />

homem e mulher. Qual foi a origem <strong>de</strong>sse arranjo? Como suce<strong>de</strong>u que o mundo está<br />

tão admiravelmente adaptado para satisfazer às nossas necessida<strong>de</strong>s? Foi formada a<br />

unida<strong>de</strong> familiar original. Quais foram e quais são as implicações disso? Mas como a<br />

harmonia e a beleza da criação chegaram a ser perturbadas, teremos <strong>de</strong> esperar pelo<br />

terceiro capítulo. A queda do homem no pecado alterou a or<strong>de</strong>m e a beleza que<br />

predominam no primeiro e no segundo capítulo do Gênesis.<br />

2.4<br />

Esta é a gênese. O utras traduções dizem aqui “ Estas são as gerações...”.<br />

No livro <strong>de</strong> Gênesis, essa expressão ocorre por onze vezes. A lguns estudiosos<br />

pensam que a ocorrência <strong>de</strong>ssa expressão m arque a divisão do livro, feita pelo<br />

próprio autor sacro. No hebraico, tem os a palavra toledoth. A m enção original da<br />

criação, porém, não tem o seu toledoth, m as <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada a primeira<br />

seção. As onze ocorrências da palavra são com o se vê abaixo:<br />

1. Criação (1.1-2.3 — sem a palavra)<br />

2. Dos céus e da terra (2.4-4.26)<br />

3. De Adão (5.1-6.8)<br />

4. De Noé (6.9-9.29)<br />

5. De Sem, Cão e Jafé (10.1-11.9)<br />

6. De Sem (11.10-26)<br />

7. De Terá (11.27-25.11)<br />

8. De Ismael (25.12-18)<br />

9. De Isaque (25.19-35.29)<br />

10. De Esaú (36.1-8)<br />

11. De Esaú, pai dos edom itas (36.9-37.1)<br />

12. De Jacó (37.2-50.26).<br />

Os livros antigos, mui tipicamente, não eram divididos por esboços, sendo possível<br />

que o autor do Gênesis fosse o criador <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> arranjo primitivo. Nesse caso,<br />

excetuando a primeira seção, temos um arranjo que po<strong>de</strong> falar em favor <strong>de</strong> um único<br />

autor, ou, pelo menos, <strong>de</strong> um único editor. Em outras palavras, houve um <strong>de</strong>sígnio que<br />

orientou, <strong>de</strong> forma lógica, a compilação do livro. Não foi apenas um trabalho <strong>de</strong><br />

compilação tipo colcha <strong>de</strong> retalhos, produzido por vários autores e editores.<br />

Os escritos babilónicos continham tipos <strong>de</strong> cólofons reunindo informações<br />

básicas como título, data, núm ero <strong>de</strong> série, uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> que algo fora<br />

term inado, o nome do escriba ou o nom e do proprietário. Alguns eruditos têm<br />

confrontado isso com os toledoth do G ênesis; m as não parece haver nenhum a<br />

associação ou sim ilarida<strong>de</strong> entre os dois sistem as.<br />

Dos céus e da terra. Tem os aqui a <strong>de</strong>scrição do modo <strong>de</strong> criação dos céus<br />

e da terra, um paralelo com Gên. 1.1. Dia, um paralelo coletivo dos seis dias da<br />

criação. A criação é aqui cham ada <strong>de</strong> génese. Os criticos vêem nesse estilo e<br />

fraseado um autor diferente. Os estudiosos conservadores, porém, crêem que um<br />

único autor sim plesm ente contou a m esm a história <strong>de</strong> form a diferente.<br />

2.5<br />

Deus fez (subentendido com base no vs. 4) toda planta etc. O caos total e as<br />

trevas não permitiam que brotasse nenhuma vida vegetal. A<strong>de</strong>mais, toda forma <strong>de</strong><br />

vida teve a sua origem no <strong>de</strong>creto divino da criação. Alegadas incoerências têm levado<br />

alguns intérpretes a suporem adições posteriores feitas por J , conforme se viu na<br />

introdução ao vs. 4. O que se evi<strong>de</strong>ncia é que esse relato é bem diferente daquele do<br />

primeiro capítulo do livro. Ou é uma completa revisão do relato, ou é um suplemento,<br />

ou então veio <strong>de</strong> uma fonte informativa separada, tendo sido incorporado na porção<br />

inicial do Gênesis por causa das informações adicionais que tinha a dar.<br />

Não fizera chover. Por causa do caos reinante, não havia nenhuma vida<br />

vegetal. Também não havia chuvas, necessárias para tal tipo <strong>de</strong> vida. Contudo, a<br />

vida vegetal prosperava, por causa <strong>de</strong> uma outra provisão, a neblina (vs. 6). A vida<br />

vegetal prosperava, apesar <strong>de</strong> não haver homem para cultivar o solo. Deus fizera<br />

surgir a vida vegetal no terceiro dia da criação, antes <strong>de</strong> o homem vir à existência.<br />

Assim, por <strong>de</strong>creto divino, prosperava a vida vegetal, sem o concurso humano.<br />

2.6<br />

Neblina. Esse versículo tem embaraçado e <strong>de</strong>ixado perplexos os intérpretes.<br />

Po<strong>de</strong> significar que, no começo, não havia nenhuma chuva, e, sim, um sistema alternativo<br />

<strong>de</strong> irrigação da terra. Presume-se que, após o caos primevo, não se formaram<br />

prontamente as nuvens, mas que uma espécie <strong>de</strong> neblina prevalecia, fornecendo um<br />

tipo <strong>de</strong> lenta irrigação, sem que chovesse realmente. Ou então, a intenção do autor<br />

sagrado foi dizer-nos, em termos bem gerais, como apareceram afinal as nuvens <strong>de</strong><br />

chuva, produzindo aguaceiros. Presumivelmente, nesse caso, a neblina foi o começo<br />

do processo da formação das nuvens. Parece que a primeira alternativa é a mais<br />

correta, pelo que po<strong>de</strong>mos supor que o intuito do autor foi o <strong>de</strong> informar a seus leitores<br />

que não somente a vida vegetal foi criada por <strong>de</strong>creto divino, mas também que a<br />

maneira <strong>de</strong> prover umida<strong>de</strong> fora outro ato divino, não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> nuvens naturais.<br />

O jardim, prestes agora a ser criado, recebia cuidados sob forma sobrenatural, antes<br />

que ao homem fosse entregue tal tarefa. Os antigos ficavam abismados diante dos<br />

processos naturais, ten<strong>de</strong>ndo por atribuí-los aos po<strong>de</strong>res divinos. O trecho <strong>de</strong> Jó 36.27<br />

tem sido usado na tentativa <strong>de</strong> mostrar que a neblina, no presente versículo, produziu<br />

o processo natural da chuva, mas isso parece um tanto fora <strong>de</strong> lugar.<br />

2.7<br />

Então form ou o Senhor Deus ao hom em . O nome divino, no original<br />

hebraico, é aqui Yahweh-Elohim , com entado no vs. 4, on<strong>de</strong> há referência a artigos<br />

que explicam o significado <strong>de</strong>sses nomes.<br />

Formou. No hebraico, yasar. Esse m esm o vocábulo é usado para indicar a<br />

form ação <strong>de</strong> um vaso, por parte do oleiro (Isa. 29.16; Jer. 18.4). As cosmogonias<br />

antigas aceitavam literalm ente a questão e retratavam os po<strong>de</strong>res divinos a tom ar

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