Revista_Analytica Ed 97
Capa: A ciência se move rapidamente: atendimento ao cliente precisa manter o ritmo Artigos: - Termogravimetria, calorimetria exploratória diferencial e estudo de degradação forçada do metronidazol insumo farmacêutico e comprimidos de 250 mg - Verificação da atividade microbiológica na região bucal recobertas com batom empregando método pour plate Análise de minerais A Importância da Validação de Métodos Analíticos Espectometria de massas A fonte de íons por impacto de elétrons na espectrometria de massas Microbiologia Dados sobre o Staphylococcus epidermidis E muito mais
Capa: A ciência se move rapidamente: atendimento ao cliente precisa manter o ritmo
Artigos:
- Termogravimetria, calorimetria exploratória diferencial e estudo de degradação forçada do metronidazol insumo farmacêutico e comprimidos de 250 mg
- Verificação da atividade microbiológica na região bucal recobertas com batom empregando método pour plate
Análise de minerais
A Importância da Validação de Métodos Analíticos
Espectometria de massas
A fonte de íons por impacto de elétrons na espectrometria de massas
Microbiologia
Dados sobre o Staphylococcus epidermidis
E muito mais
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artigo 1<br />
Autores:<br />
Margareth B. C. Gallo*1,<br />
Diogo D. do Nascimento2,<br />
Nelson M. Nunes2, José Luiz N. de Aguiar3,<br />
Ana Lúcia P. Cerqueira2,<br />
Juliana J. S. Medeiros2, Lucas G. I. Regis2,<br />
Rafael C. Seiceira2, Janine Boniatti2<br />
Métodos analíticos<br />
Todos os métodos aqui reportados usaram a coluna cromatográfica especificada em equipamentos. Os<br />
métodos de iniciação e limpeza da coluna foram executados à temperatura de 35ºC e comprimento de<br />
onda de 315 nm.<br />
O método preliminar: conforme Farmacopeia Americana (USP 39), solvente A: água; solvente C:<br />
metanol; modo de eluição isocrático usando solventes A/C na proporção 80:20 por 30 minutos ao fluxo<br />
de 1mL/min, temperatura da coluna de 30ºC, comprimento de onda 319 nm, volume injeção 30 µL<br />
(solução 1mg/mL).<br />
Método otimizado: solvente A: água, solvente B: acetato de amônio 10 mM pH 4, solvente C: metanol,<br />
volume de injeção 10 µL (solução 1mg/mL), temperatura 35ºC, comprimento de onda 315 nm. Eluição<br />
gradiente e fluxo conforme tabela 3.<br />
12<br />
REVISTA ANALYTICA - OUT/NOV 18<br />
Materiais e Métodos<br />
Reagentes<br />
MTZ do fabricante Aarti Drugs<br />
(Mumbai, India), lote 1070486.<br />
A mistura dos comprimidos,<br />
lote 1603EX031, o placebo, lote<br />
1603PL032, e comprimidos submetidos<br />
ao estudo de estabilidade<br />
de longo prazo (30º C, 75% UR),<br />
lote 13080736, foram preparados<br />
por Farmanguinhos (FIOCRUZ-RJ).<br />
Metanol grau HPLC, acetato cúprico<br />
e peróxido de hidrogênio 30%<br />
(Merck, Alemanha); ácido clorídrico,<br />
acetato de amônio, hidróxido<br />
de sódio e hidróxido de amônio<br />
(Sigma-Aldrich, EUA).<br />
Equipamentos<br />
Cromatógrafo líquido Elite Lachrom<br />
VWR/Hitach/Merck conectado<br />
ao dispositivo de diodo L-2450,<br />
gerenciador de amostra L-2200 e<br />
bomba L-2130. Coluna cromatográfica<br />
ACE C8 150 x 4,6 mm, tamanho<br />
de partícula 5µm, tamanho<br />
de poro 100Å e 9% de carbono.<br />
Câmara de fotoestabilidade Ethik<br />
modelo 424/CF (SP, Brasil).<br />
Reações de degradação<br />
forçada<br />
Os testes de estresse foram<br />
realizados de acordo com a RDC<br />
53/2015, a saber: hidrólises ácida<br />
e alcalina, oxidação com peróxido<br />
de hidrogênio, reação com íon<br />
metálico de transição (cobre II), degradação<br />
térmica seca e úmida e<br />
fotodegradação. Procurou-se obter<br />
degradação superior a 10% e inferior<br />
à degradação completa, conforme<br />
preconizado pela resolução.<br />
Para cada reação foram preparados<br />
um branco (diluente água/<br />
metanol 9:1 e/ou acetato de amônio<br />
10mM pH 4), um controle da<br />
reação (reagente + diluente), um<br />
material de referência (IFA, produto<br />
ou placebo na concentração final<br />
de 0,5 mg/mL de MTZ) e um material<br />
degradado (IFA, produto ou<br />
placebo na concentração final de<br />
0,5 mg/mL de MTZ + diluente +<br />
reagente). Todas as reações foram<br />
realizadas à temperatura ambiente<br />
e ao abrigo da luz (em balões volumétricos<br />
âmbar acondicionados<br />
dentro de um armário). Todas as<br />
amostras foram previamente filtradas<br />
em filtro de seringa de nylon<br />
25mm x 0,45µm (Sigma) antes de<br />
serem injetadas. Tanto o material<br />
de referência quanto o degradado<br />
foram injetados em duplicata e o<br />
restante somente uma vez.<br />
Na hidrólise ácida, usou-se HCl<br />
na concentração final de 1M, durante<br />
114 horas e, após o tempo<br />
preconizado, a reação foi neutralizada<br />
com NaOH 1M.<br />
Na hidrólise alcalina, usou-se<br />
NaOH na concentração final de 0,1<br />
e 0,01M, durante 70 horas e a reação<br />
foi neutralizada com HCl 0,1M.<br />
Na reação com peróxido de hidrogênio,<br />
usou-se H2O2 na concentração<br />
final de 15% por 70h e, ao final,<br />
a amostra não foi neutralizada.<br />
Na fotodegradação, IFA, medicamento<br />
e placebo foram expostos à<br />
incidência de luz visível, 1,2 milhões<br />
de lux/hora e energia integrada de<br />
UV de 200 w h/m2 por 24 e 220h, à<br />
temperatura de 25º C, em placas de<br />
Petri lacradas com fita transparente<br />
e em placas embrulhadas em papel<br />
alumínio (controle de ausência de<br />
luz) lado a lado no interior da câmara<br />
de fotoestabilidade.<br />
Na termodegradação a seco,<br />
IFA, medicamento e placebo foram<br />
acondicionados dentro de placas<br />
de Petri lacradas com fita transparente<br />
e embrulhadas em papel<br />
alumínio no interior de uma estufa<br />
com vácuo (1000 mbar = 1 kgf/<br />
cm2) a 105ºC por 24 horas.<br />
Na termodegradação úmida, as<br />
amostras foram acondicionadas<br />
em placas de Petri abertas, em<br />
estufa previamente saturada com<br />
vapor de água, a 105ºC por 24 horas.<br />
O vidro da porta da estufa foi<br />
coberto com papel alumínio para<br />
evitar incidência de luz sobre as<br />
amostras durante a exposição.<br />
A reação com íon metálico de<br />
transição foi realizada com acetato<br />
cúprico na concentração final de 3<br />
mM, o qual foi preparado em tampão<br />
acetato de amônio pH 4 para<br />
facilitar sua dissolução, por 114<br />
horas. Ao final, a solução foi neutralizada<br />
com EDTA 100 mM.<br />
Preparo do produto em estudo<br />
de estabilidade<br />
Vinte comprimidos do produto<br />
submetido ao estudo de estabilidade<br />
a longo prazo (30º C, 75% UR) foram<br />
triturados a pó fino em gral com pistilo.<br />
Foi pesada, em duplicata, quantidade<br />
de pó equivalente a 50 mg de<br />
MTZ e transferida para balão volumétrico<br />
âmbar de 100 ml (0,5 mg/<br />
mL de MTZ). Foram adicionados 80<br />
ml de H2O/metanol 9:1 e a mistura<br />
foi sonicada por 10 minutos e, após,<br />
completado o volume qsp.<br />
Métodos analíticos<br />
Todos os métodos aqui reportados<br />
usaram a coluna cromatográfica<br />
especificada em equipamentos.<br />
Os métodos de iniciação e limpeza<br />
da coluna foram executados à temperatura<br />
de 35ºC e comprimento<br />
de onda de 315 nm.<br />
O método preliminar: conforme<br />
Farmacopeia Americana (USP 39),<br />
solvente A: água; solvente C: metanol;<br />
modo de eluição isocrático<br />
usando solventes A/C na proporção<br />
80:20 por 30 minutos ao fluxo de<br />
1mL/min, temperatura da coluna<br />
de 30ºC, comprimento de onda<br />
319 nm, volume injeção 30 µL (solução<br />
1mg/mL).<br />
Método otimizado: solvente A:<br />
água, solvente B: acetato de amônio<br />
10 mM pH 4, solvente C: metanol,<br />
volume de injeção 10 µL (solução<br />
1mg/mL), temperatura 35ºC, comprimento<br />
de onda 315 nm. Eluição<br />
gradiente e fluxo conforme tabela 3.<br />
Tabela<br />
Tabela<br />
3. Métodos<br />
3. Métodos<br />
utilizados<br />
utilizados<br />
na análise<br />
na<br />
das<br />
análise<br />
amostras<br />
das amostras<br />
provenientes<br />
provenientes<br />
do estudo de<br />
do<br />
degradação<br />
estudo de<br />
forçada<br />
degradação forçada<br />
Método de iniciação da coluna<br />
Solvente B<br />
Solvente A<br />
Solvente C Fluxo<br />
Tempo (min)<br />
(%Acetato de amônia<br />
(%Água)<br />
(%Metanol) (mL/min)<br />
10 mM pH 4)<br />
0 10 0 90<br />
10 30 0 70<br />
20 60 0 40<br />
30 40 50 10<br />
30,1 0 99,5 0,5<br />
50 0 99,5 0,5<br />
Método otimizado para análise das amostras<br />
0-2 99,5 0 0,5 0,5<br />
2,1-3 3 92 5 0,5<br />
3,1 0 92 8 0,6<br />
16 0 91 9 0,6<br />
18-19 0 70 30 0,5<br />
19,1-28 99,5 0 0,5 0,5<br />
Método de limpeza da coluna<br />
0-5 90 0 10<br />
10 70 0 30<br />
60 50 0 50<br />
80 20 0 80<br />
90 10 0 90<br />
120 10 0 90<br />
Análises de TG, DSC e estéreo microscopia<br />
Análises de TG, DSC e estéreo dos experimentos.<br />
(cAD) foi comparada à razão entre<br />
Os ensaios de TG foram realizados em um analisador termogravimétrico Mettler Toledo modelo 851E,<br />
microscopia<br />
Todas as amostras foram analisadas<br />
em duplicata.<br />
degradada (AND) e sua concentra-<br />
a média das áreas da amostra não<br />
sob atmosfera dinâmica de nitrogênio com vazão de 50mL/min e razão de aquecimento de 10°C/min, no<br />
Os ensaios de TG foram realizados<br />
em um analisador termogra-<br />
As imagens foram obtidas em ção (cAND), de acordo com a se-<br />
intervalo de temperatura de 25 a 300°C. As amostras foram cuidadosamente pesadas, sendo a faixa de<br />
massa de 9,5 a 10,5mg, em cadinhos de alumínio de 100uL.<br />
vimétrico Mettler Toledo modelo um estéreo microscópio Olympus guinte equação:<br />
Os ensaios de DSC foram realizados em um calorímetro exploratório diferencial Mettler Toledo modelo<br />
851E, sob atmosfera dinâmica de modelo SZX9 acoplado a uma câmera<br />
Olympus modelo OLY 220. cAD)/(AND/cAND)] * 100<br />
% degradação = 100 – [(AD/<br />
822E, sob atmosfera dinâmica de nitrogênio com vazão de 80mL/min e razão de aquecimento de<br />
nitrogênio com vazão de 50mL/min<br />
10°C/min, no intervalo de temperatura de 25 a 200°C.<br />
e razão de aquecimento de 10°C/ Pequena quantidade das amostras<br />
A faixa de massa das amostras foi de 3 a 3,5 mg, em cadinhos de alumínio de 40uL que foram<br />
min, no intervalo de temperatura foram gentilmente depositadas em Resultados e Discussão<br />
posteriormente lacrados com tampas de alumínio e perfuradas no momento dos experimentos.<br />
de 25 a 300°C. As amostras foram suporte específico do equipamento. Degradação forçada<br />
Todas as amostras foram analisadas em duplicata.<br />
cuidadosamente pesadas, sendo a Em seguida, o foco a magnificação Um método indicativo de estabilidade<br />
(MIE) desenvolvido tanto<br />
As imagens foram obtidas em um estéreo microscópio Olympus modelo SZX9 acoplado a uma câmera<br />
faixa de massa de 9,5 a 10,5mg, (6,3) e a objetiva (1x) foram ajustados<br />
para captura das imagens. para o IFA quanto para o PRO é<br />
Olympus modelo OLY 220. Pequena quantidade das amostras foram gentilmente depositadas em suporte<br />
em cadinhos de alumínio de 100uL.<br />
específico do equipamento. Em seguida, o foco a magnificação (6,3) e a objetiva (1x) foram ajustados<br />
Os ensaios de DSC foram realizados<br />
em um calorímetro exploratório Cálculos<br />
tificar todos os produtos de degra-<br />
aquele capaz de detectar e quan-<br />
para a captura das imagens.<br />
diferencial Mettler Toledo modelo Para o cálculo da área percentual<br />
relativa de cada pico detecta-<br />
durante o período de validade dos<br />
dação (PDegs) que podem ocorrer<br />
Cálculos<br />
822E, sob atmosfera dinâmica de<br />
Para o cálculo da área percentual relativa de cada pico detectado, foi realizada a média das áreas<br />
nitrogênio com vazão de 80mL/min do, foi realizada a média das áreas mesmos. No entanto, amostras<br />
percentuais obtidas nas injeções em duplicata, cujo DPR foi igual ou menor que 2%.<br />
e razão de aquecimento de 10°C/ percentuais obtidas nas injeções do IFA ou do medicamento, ao final<br />
do estudo de estabilidade de<br />
Para o cálculo do percentual de degradação obtido, a razão entre a média das áreas obtidas nas injeções<br />
min, no intervalo de temperatura de em duplicata, cujo DPR foi igual ou<br />
em duplicata da amostra degradada (AD) e sua concentração (cAD) foi comparada à razão entre a média<br />
25 a 200°C.<br />
menor que 2%.<br />
longa duração (30º C, 75% UR,<br />
das áreas da amostra não degradada (AND) e sua concentração (cAND), de acordo com a seguinte<br />
A faixa de massa das amostras Para o cálculo do percentual de 24 meses), podem ou não apresentar<br />
alteração de teor aceitável<br />
equação:<br />
foi de 3 a 3,5 mg, em cadinhos de degradação obtido, a razão entre a<br />
% degradação = 100 – [(AD/cAD)/(AND/cAND)] * 100<br />
alumínio de 40uL que foram posteriormente<br />
lacrados com tampas de ções em duplicata da amostra de-<br />
detectados PDegs, o que poderia<br />
média das áreas obtidas nas inje-<br />
sem que necessariamente sejam<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
alumínio e perfuradas no momento gradada (AD) e sua concentração acarretar numa interpretação er<br />
Degradação forçada<br />
Um método indicativo de estabilidade (MIE) desenvolvido tanto para o IFA quanto para o PRO é aquele<br />
capaz de detectar e quantificar todos os produtos de degradação (PDegs) que podem ocorrer durante o<br />
período de validade dos mesmos. No entanto, amostras do IFA ou do medicamento, ao final do estudo de<br />
0,5<br />
1<br />
REVISTA ANALYTICA - OUT/NOV 18<br />
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