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edição de 4 de fevereiro de 2019

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FenapRo VÊ otimiSmo<br />

RecoR<strong>de</strong> daS agÊnciaS<br />

Pesquisa Van Pro mostra<br />

índice <strong>de</strong> 70,6% com boa<br />

expectativa. O presi<strong>de</strong>nte<br />

Glaucio Bin<strong>de</strong>r indica retomada<br />

<strong>de</strong> conversas. pág. 38<br />

Sadia completa 75 anoS<br />

e apoSta na noStalgia<br />

Cecília Alexandre, gerente<br />

executiva <strong>de</strong> marketing,<br />

conta sobre ação da marca<br />

na novela Verão 90 e as estratégias<br />

para <strong>2019</strong>. pág. 46<br />

eSpm inaUgURa campUS<br />

paRa eXecUtiVoS em Sp<br />

Dalton Pastore, presi<strong>de</strong>nte da<br />

escola, fala que unida<strong>de</strong> no<br />

Itaim vai oferecer cursos <strong>de</strong><br />

superatualização profissional<br />

para c-level. pág. 39<br />

propmark.com.br<br />

ano 54 - Nº 2731 - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> R$ 15,00<br />

Paul Abell/Divulgação<br />

Super Bowl amplia negócio<br />

como plataforma <strong>de</strong> mídia<br />

transmitida para 180 países em mais <strong>de</strong> 25 idiomas, final da nFl expan<strong>de</strong> fronteiras<br />

e atinge anunciantes <strong>de</strong>ntro e fora dos estados Unidos. intervalo comercial continua<br />

como carro-chefe para pepsi, Budweiser e toyota, entre outras gran<strong>de</strong>s marcas.<br />

Jogo do patriots vs. Rams foi realizado no merce<strong>de</strong>s-Benz Stadium, em atlanta. pág. 12<br />

Vale tenta SUpeRaR a<br />

cRiSe com comUnicaÇão<br />

Empresa aposta em mídias<br />

diversas para se posicionar.<br />

Outras marcas criam<br />

iniciativas para ajudar<br />

Brumadinho. pág. 43<br />

edUaRdo loRenzi e SeU<br />

pRimeiRo ano <strong>de</strong> geStão<br />

O copresi<strong>de</strong>nte da Publicis<br />

Brasil é o primeiro<br />

entrevistado da série<br />

do PROPMARK De frente<br />

com o presi<strong>de</strong>nte. pág. 15<br />

maRcaS inVeStem na<br />

indúStRia <strong>de</strong> SoRVeteS<br />

Nestlé, Mon<strong>de</strong>lēz, Kibon e<br />

Cacau Show apresentam<br />

novida<strong>de</strong>s. Parcerias lançam<br />

novas versões <strong>de</strong> produtos<br />

clássicos. pág. 40


Os melhores sabores E<br />

OPORTUNIDADES <strong>de</strong> são paulo<br />

em um mesmo en<strong>de</strong>reço<br />

<strong>2019</strong><br />

Vem aí a 3ª edição do principal evento gastronômico <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Unindo alguns dos melhores chefs da cida<strong>de</strong> e a audiência qualificada<br />

<strong>de</strong> Veja São Paulo, a Feira dos Campeões tem a receita perfeita<br />

para o sucesso da sua marca. Venha fazer parte <strong>de</strong>sse encontro!<br />

29 A 31 DE MARÇO<br />

ARCA<br />

54 MIL<br />

PRATOS<br />

VENDIDOS<br />

14 MIL<br />

PESSOAS NO<br />

EVENTO<br />

NÚMEROS DA 2ª EDIÇÃO<br />

30<br />

MARCAS<br />

APOIADORAS<br />

GARANTA UM LUGAR NESSA DELICIOSA FESTA<br />

E CONQUISTE UM PÚBLICO QUE RECONHECE<br />

O VALOR DAS BOAS COISAS DA VIDA.<br />

• Experiência <strong>de</strong> marca • Lojas, ativações e venda <strong>de</strong> produtos •<br />

• Interação com público <strong>de</strong> alto po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra •<br />

rose.resston@abril.com.br • (11) 3037-5756


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

i<strong>de</strong>ias estatizantes<br />

Após o recente episódio das BVs (Bonificações por Volume)<br />

concedidas pela mídia às agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e protagonizado<br />

por membros do novo governo fe<strong>de</strong>ral, que se insurgiram<br />

contra essa antiga prática do mercado publicitário<br />

brasileiro (ver nosso Editorial da edição <strong>de</strong> 14/01/19), surge recentemente<br />

mais uma implicância das mesmas autorida<strong>de</strong>s,<br />

<strong>de</strong>sta feita con<strong>de</strong>nando as contas publicitárias do governo fe<strong>de</strong>ral<br />

sendo atendidas por agências <strong>de</strong> propaganda do mercado<br />

privado brasileiro.<br />

A i<strong>de</strong>ia, segundo esse grupo, é o governo fe<strong>de</strong>ral criar uma house<br />

agency (agência da casa), naturalmente chapa-branca, para<br />

aten<strong>de</strong>r todas as contas publicitárias do mesmo.<br />

Além <strong>de</strong> contrariar a i<strong>de</strong>ia cada vez mais dominante em todo o<br />

mercado brasileiro (e não apenas no publicitário) sobre a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cada vez mais privatizarmos o vasto rol <strong>de</strong> empresas<br />

estatais que o Brasil ainda possui e que geralmente não só trabalham<br />

mal (com algumas louváveis exceções), mas também servem<br />

<strong>de</strong> cabi<strong>de</strong>s <strong>de</strong> empregos a apadrinhados políticos e <strong>de</strong> base<br />

para falcatruas como as que vimos ocorrer muito recentemente<br />

no país, facilitando a existência <strong>de</strong> mensalões e toda sorte <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>svios do dinheiro público, sob diversas rubricas, é patente<br />

e notório que no caso da publicida<strong>de</strong>, disciplina cuja própria<br />

natureza se escora na competitivida<strong>de</strong>, uma house agency é a<br />

menos indicada para contribuir para que os seus clientes-anunciantes<br />

vençam no mercado.<br />

A razão é simples: antes <strong>de</strong> fazerem seus clientes bem concorrer<br />

nos segmentos on<strong>de</strong> atuam, as agências também se movem<br />

em concorrer entre si, criando para anunciantes que atuam no<br />

mesmo segmento empresarial campanhas e peças isoladas brilhantes,<br />

que, além <strong>de</strong> melhor fazer funcionar as vendas dos seus<br />

clientes-anunciantes, mostram para todos os players do mercado<br />

até on<strong>de</strong> vai o seu DNA criativo.<br />

Nesse particular resi<strong>de</strong> a motivação <strong>de</strong> muitas agências hoje:<br />

obter através dos trabalhos que assinam para os seus clientes-<br />

-anunciantes a condição <strong>de</strong> agência imbatível na sua capacida<strong>de</strong><br />

criativa.<br />

Esse é um dos gran<strong>de</strong>s estímulos proporcionados pela livre iniciativa,<br />

que não po<strong>de</strong> ser tolhido por governos <strong>de</strong>mocráticos,<br />

mas que pensam em adotar para as suas prestadoras <strong>de</strong> serviços<br />

uma camisa <strong>de</strong> força oficial, que só fará mal a elas próprias e –<br />

eureka! – aos seus próprios clientes-anunciantes.<br />

Tudo o que acima está dito po<strong>de</strong>ria ser objeto <strong>de</strong> larga contestação,<br />

caso fosse apenas mais uma divagação jornalística, esta<br />

classe sonhadora que nem sempre consegue distinguir o sonho<br />

da realida<strong>de</strong>.<br />

Pela sua própria essência, o jornalismo almeja cotidianamente<br />

um mundo melhor, embora nem sempre acertando nas suas<br />

próprias escolhas.<br />

No caso em tela, po<strong>de</strong> parecer a esses profissionais da esperança,<br />

<strong>de</strong>ntre os quais não raro nos incluímos, que a possibilida<strong>de</strong><br />

da criação <strong>de</strong> uma house agency pelo governo fe<strong>de</strong>ral resolverá<br />

todos os seus problemas <strong>de</strong> comunicação com os diversos públicos<br />

que fazem parte do enorme espectro <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> oficial.<br />

Muitos já pensaram nisso antes e quebraram a cara, chegando<br />

à conclusão, ou por si próprios, ou pelo aconselhamento <strong>de</strong><br />

empresários e profissionais mais próximos do problema, que<br />

seria um erro clamoroso a lembrar os já velhos tempos <strong>de</strong> países<br />

enclausurados por sistemas ditatoriais <strong>de</strong> governo, on<strong>de</strong><br />

contraditar é crime.<br />

A antiga URSS, por exemplo, mantinha uma agência <strong>de</strong> propaganda<br />

em funcionamento, que jamais produziu um trabalho<br />

brilhante que fosse, para ser aplaudido pelo mundo livre da propaganda.<br />

Ao contrário, sua produção <strong>de</strong> anúncios e campanhas era <strong>de</strong> tal<br />

or<strong>de</strong>m abaixo da crítica que foi um dos primeiros organismos <strong>de</strong>scontinuados,<br />

com o início da lenta abertura soviética (glasnost).<br />

Então, o que se pe<strong>de</strong> ao nosso novo governo central é que abandone<br />

i<strong>de</strong>ias centralizadoras e contribua para um país mais aberto,<br />

mais <strong>de</strong>mocrático, no qual <strong>de</strong>ve imperar a livre iniciativa e uma<br />

das maiores forças propulsoras do progresso: a concorrência.<br />

Basta olhar para os países mais adiantados do planeta, para a<br />

constatação inevitável: a raiz do seu progresso tem origem na<br />

livre concorrência, ou livre iniciativa.<br />

O estatismo só faz bem para os seus inimigos, que sabem ver<br />

nele adversário fraco e acomodado, incapaz <strong>de</strong> superar com a<br />

rapi<strong>de</strong>z necessária as dificulda<strong>de</strong>s que acometem as gran<strong>de</strong>s organizações<br />

como o Estado.<br />

No caso em tela, se uma agência <strong>de</strong> propaganda não aten<strong>de</strong> bem<br />

ao governo, rescin<strong>de</strong>-se o contrato, abre-se nova concorrência e<br />

se escolhe a melhor.<br />

As houses são entida<strong>de</strong>s do passado e as poucas que hoje ainda<br />

funcionam bem, se é que funcionam, não passam <strong>de</strong> exceções.<br />

Aqui mesmo, no Brasil, temos inúmeras histórias <strong>de</strong> houses que<br />

não se <strong>de</strong>ram bem e <strong>de</strong>sapareceram com o tempo.<br />

Nada como uma boa agência in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte para indicar o melhor<br />

caminho.<br />

O acerto é quase inevitável.<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 3


conexões<br />

Facebook<br />

Post: Marca faz “protesto” por<br />

Brumadinho com mo<strong>de</strong>los cobertos<br />

<strong>de</strong> lama<br />

Tenho a impressão que as pessoas estão<br />

mais preocupadas em ganhar likes<br />

do que com a tragédia em si.<br />

Sandro Fernan<strong>de</strong>s<br />

dorinHo<br />

Acabo <strong>de</strong> ouvir falar sobre essa marca.<br />

Já me <strong>de</strong>ixou uma péssima impressão.<br />

Vai apren<strong>de</strong>r sobre valores <strong>de</strong> marca e<br />

respeito!<br />

Maria Jose Lousada Villafanha<br />

Oportunismo barato!!!<br />

Marcelo Bacil Pires<br />

Post: Agências e perfis celebram o<br />

Dia do Publicitário<br />

Até no Dia do Publicitário a gente trabalha.<br />

Bruno Pinaud<br />

Post: Portal R7 muda <strong>de</strong> nome para<br />

campanha do McDonald’s: R7,90<br />

Ótimo, bacana... só o timing que complicou<br />

um pouco. Página <strong>de</strong> Brumadinho,<br />

falando que estão sacrificando animais<br />

que não têm chances <strong>de</strong> serem salvos,<br />

e o MC baixando os preços.<br />

Suelen Maistro<br />

Errata<br />

Diferentemente do que foi publicado<br />

na edição nº 2730, na matéria Patrocinadores<br />

privilegiam festas carnavalescas<br />

fora <strong>de</strong> São Paulo, não foi a<br />

primeira vez que o Extra patrocinou o<br />

evento do SBT Folia.<br />

última Hora<br />

CONCORRÊNCIA 1<br />

Segundo fontes ouvidas<br />

pelo PROPMARK, a<br />

Perdigão, marca que<br />

pertence ao Grupo BRF,<br />

está em concorrência. As<br />

agências DPZ&T, Talent<br />

Marcel e AlmapBBDO<br />

estariam envolvidas no<br />

processo <strong>de</strong> conquista da<br />

conta publicitária. Vale<br />

lembrar que a DM9DDB foi<br />

a responsável pelas últimas<br />

campanhas da marca.<br />

CONCORRÊNCIA 2<br />

Ainda segundo as fontes,<br />

a JDE, que é <strong>de</strong>tentora<br />

das marcas Café do Ponto,<br />

Pilão, Caboclo e Café<br />

Pelé, estaria na reta final<br />

<strong>de</strong> sua concorrência que<br />

envolve as agências JWT<br />

(que aten<strong>de</strong> a empresa<br />

atualmente), Havas e<br />

Lew’Lara/TBWA.<br />

CONQUISTA<br />

A Gloria Brasil acaba <strong>de</strong><br />

anunciar a conquista <strong>de</strong><br />

duas novas contas: Maped<br />

e MSB Sanchez. A agência<br />

será responsável por<br />

<strong>de</strong>senvolver a estratégia<br />

digital das marcas.<br />

PRIMEIRO ANO<br />

A agência Rock Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro acaba <strong>de</strong> completar<br />

um ano <strong>de</strong> atuação no<br />

mercado. A operação,<br />

que começou como<br />

um braço local da Rock<br />

Comunicação, sediada em<br />

São Paulo, fechou 2018<br />

com faturamento <strong>de</strong> R$ 9,2<br />

milhões. No comando da<br />

Rock Rio <strong>de</strong> Janeiro estão<br />

a diretora <strong>de</strong> atendimento<br />

Laila Dias e a diretora<br />

<strong>de</strong> produção Carolina<br />

Carvalho.<br />

Vicente Varela <strong>de</strong>ixa a SunsetDDB<br />

DE SAÍDA<br />

Vicente Varela <strong>de</strong>ixou<br />

a SunsetDDB na última<br />

quinta-feira (31). O<br />

profissional atuava<br />

originalmente como<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> mídia<br />

e digital intelligence da<br />

DM9, agência fundida com<br />

a Sunset em <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 2018. Ainda não há<br />

informações sobre o<br />

<strong>de</strong>stino profissional<br />

<strong>de</strong> Varela.<br />

UMA DÉCADA<br />

A TW, agência com foco na<br />

tangibilização <strong>de</strong> cultura<br />

<strong>de</strong> marcas, completa <strong>de</strong>z<br />

anos <strong>de</strong> mercado e anuncia<br />

a criação da metodologia<br />

do Endoculture, para<br />

fortalecer as marcas<br />

atendidas pela empresa,<br />

como Itaú, Mapfre e Claro.<br />

AUDIÊNCIA<br />

O SBT segue como a<br />

segunda emissora mais<br />

vista na Gran<strong>de</strong> São Paulo.<br />

Em janeiro, na média<br />

das 24 horas, a emissora<br />

registrou 6,1 pontos <strong>de</strong><br />

média e garantiu, pelo<br />

22º mês consecutivo, o<br />

segundo lugar isolado<br />

no ranking geral das<br />

audiências.<br />

Laila Dias e Carolina Carvalho<br />

CARNAVAL<br />

O Clube <strong>de</strong> Criação do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro – CCRJ - apresentou<br />

na sexta-feira (1), no Dia<br />

do Publicitário, a iniciativa<br />

Publicitário Sangue Bom.<br />

Visando a época do<br />

Carnaval, a campanha tem<br />

como principal objetivo<br />

aumentar o estoque <strong>de</strong><br />

sangue do Hemorio.<br />

A assinatura da campanha<br />

é da agência Onzevinteum.<br />

4 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


Índice<br />

Divulgacão<br />

Super Bowl se<br />

populariza cada<br />

vez mais no Brasil<br />

Mais <strong>de</strong> 180 países receberam<br />

as transmissões da final da NFL,<br />

em 25 idiomas, entre eles, o<br />

português. No Brasil, cresce o<br />

interesse das marcas pelo jogo.<br />

caPa<br />

12<br />

Divulgação<br />

BrUMadinHo<br />

empresas se mobilizam<br />

e divi<strong>de</strong>m opiniões<br />

iFood e Leroy Merlin recolheram doações<br />

para as vítimas da tragédia em Minas<br />

Gerais e foram elogiadas nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />

Já a Jendayi Cosméticos foi duramente<br />

criticada por produção autointitulada<br />

“ensaio-protesto Brumadinho Clama”<br />

(foto). pág. 44<br />

Alê Oliveira<br />

entreviSta<br />

Divulgação<br />

caSa nova<br />

eSPM abre campus<br />

para altos executivos<br />

Nova unida<strong>de</strong> no Itaim foi inaugurada<br />

na semana passada pelo presi<strong>de</strong>nte da<br />

escola, Dalton Pastore. Ele disse que espaço<br />

vai oferecer cursos <strong>de</strong> superatualização<br />

profissional para c-level. pág. 39<br />

Mercado<br />

Divulgação<br />

abap faz primeira<br />

reunião do ano no rJ<br />

Mario D’Andrea, presi<strong>de</strong>nte da entida<strong>de</strong>,<br />

falou na ocasião sobre temas polêmicos,<br />

como o BV e a especulação em torno<br />

da criação <strong>de</strong> uma house agency pelo<br />

governo fe<strong>de</strong>ral. pág. 35<br />

Sonae Sierra quer<br />

humanizar shoppings<br />

Laureane Cavalcanti, diretora-executiva<br />

<strong>de</strong> marketing e comunicação, fala sobre<br />

as estratégias do grupo para ressignificar<br />

os shopping centers para o consumidor.<br />

Ela <strong>de</strong>staca que um dos caminhos é ver<br />

os espaços <strong>de</strong> compra com um olhar mais<br />

humano. pág. 32<br />

editorial ................................................................3<br />

curtas ....................................................................8<br />

digital ...................................................................9<br />

Mídia ...................................................................12<br />

<strong>de</strong> frente com o presi<strong>de</strong>nte................................15<br />

agências .............................................................16<br />

Beyond the Line ................................................24<br />

inspiração ..........................................................25<br />

Quem Fez ............................................................26<br />

We Love MKt ................................................ . . . . . . 2 8<br />

Storyteller...........................................................29<br />

Marketing & negócios ......................................30<br />

opinião ................................................................31<br />

entrevista ...........................................................32<br />

arena do esporte ...............................................34<br />

Mercado ..............................................................35<br />

Marcas .................................................................43<br />

Produtoras ..........................................................48<br />

Última Página ....................................................50<br />

O jornalista Paulo Macedo está <strong>de</strong> férias<br />

e a coluna Supercenas voltará em 18 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong><br />

6 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


curtas<br />

Yellow e Grin realizam<br />

fusão e criam a Grow<br />

para expandir na aL<br />

Fotos: Divulgação<br />

A brasileira Yellow e a mexicana Grin,<br />

plataformas <strong>de</strong> bicicletas sem estação e patinetes<br />

elétricos, anunciaram planos para<br />

a fusão das companhias. O objetivo é criar<br />

a maior re<strong>de</strong> <strong>de</strong> soluções em micromobilida<strong>de</strong><br />

da América Latina. A parceria dará<br />

origem à holding Grow Mobility Inc.<br />

Juntas, as companhias contam atualmente<br />

com mais <strong>de</strong> 135 mil patinetes<br />

e bikes em sete países, já realizaram 2,7<br />

milhões <strong>de</strong> viagens em apenas seis meses<br />

e contam com 1,1 mil funcionários. O plano<br />

<strong>de</strong> curto prazo é dobrar sua frota, além <strong>de</strong><br />

expandir para outros pontos da América<br />

Latina nos próximos meses.<br />

“Estamos empolgados em unir duas<br />

empresas latino-americanas <strong>de</strong> tecnologia,<br />

que compartilham a mesma visão <strong>de</strong><br />

transformar não apenas o transporte, mas<br />

também melhorar os serviços e impulsionar<br />

a ativida<strong>de</strong> econômica”, diz Jonathan<br />

Lewy, presi<strong>de</strong>nte do conselho da Grow.<br />

Juntas, as companhias já contam com mais <strong>de</strong> 135 mil patinetes e bikes em sete países<br />

DenTSU BRASIL pRoMove nA MíDIA<br />

A agência<br />

Dentsu Brasil<br />

anuncia a<br />

promoção <strong>de</strong><br />

Gabriel Cardoso<br />

como o mais<br />

novo diretor<br />

<strong>de</strong> mídia da empresa.<br />

“A promoção é<br />

o reconhecimento<br />

do excelente<br />

trabalho <strong>de</strong>senvolvido<br />

ao longo<br />

O mídia Gabriel Cardoso <strong>de</strong>sse período e<br />

o compromisso da Dentsu em valorizar e<br />

investir em nossos profissionais”, <strong>de</strong>staca<br />

Mauro Rabello, COO da Dentsu Brasil.<br />

O profissional, que atuava como gerente<br />

<strong>de</strong> mídia da conta <strong>de</strong> Toyota até <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 2018, continuará respon<strong>de</strong>ndo<br />

para Rodolpho Eufrosino, diretor-geral <strong>de</strong><br />

mídia da agência. “Estou muito feliz em<br />

fazer parte do crescimento da Dentsu ao<br />

longo <strong>de</strong>sses quatro anos. Fazer a diferença<br />

como mídia em um grupo <strong>de</strong>sta dimensão<br />

é o meu maior <strong>de</strong>safio”, comenta<br />

Gabriel Cardoso.<br />

CAnneS LIonS eLeGe eMBAIxADoRA<br />

O Festival<br />

Internacional<br />

<strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />

Cannes Lions<br />

escolheu Swati<br />

Bhattacharya,<br />

executiva-chefe<br />

<strong>de</strong> criação da<br />

agência FCBUlka,<br />

como embaixadora<br />

do See It Be<br />

It <strong>2019</strong>. Ela vai<br />

guiar os participantes<br />

durante<br />

A indiana Swati Bhattacharya o programa e<br />

li<strong>de</strong>rar a discussão sobre o tema <strong>de</strong>ste ano,<br />

que pe<strong>de</strong> aos participantes que “Convi<strong>de</strong>m-se”.<br />

Uma das principais CCOs da<br />

Índia, Swati li<strong>de</strong>ra 113 pessoas na FCBUlka,<br />

trabalhando em marcas como The Times of<br />

Índia, Nestlé, Unicef, GSK e Pizza Hut.<br />

“Como mulheres, não nos sentimos<br />

muitas vezes merecedoras do lugar que<br />

ocupamos. Nossas vozes nem sempre<br />

cooperam. Quero que saiamos <strong>de</strong> Cannes<br />

acreditando que não apenas <strong>de</strong>vemos nos<br />

convidar, mas também <strong>de</strong>ixar as portas<br />

abertas para nossas irmãs”, comenta Swati.<br />

BRASIL MARCA pReSençA no D&AD<br />

O festival <strong>de</strong><br />

criativida<strong>de</strong><br />

D&AD, que será<br />

realizado em<br />

Londres, entre<br />

21 e 23 <strong>de</strong> maio,<br />

divulgou a lista<br />

<strong>de</strong> jurados das<br />

34 competições<br />

que integram a<br />

premiação <strong>de</strong>ste<br />

ano.<br />

Na relação o<br />

Brasil conta com<br />

Sergio Gordilho, da Africa 11 representantes<br />

nos júris, entre eles, o diretor <strong>de</strong> arte<br />

Sergio Gordilho, copresi<strong>de</strong>nte da agência<br />

Africa, que vai presidir os trabalhos <strong>de</strong><br />

avaliação <strong>de</strong> Press & Outdoor.<br />

Segundo o D&AD, há um total <strong>de</strong> 18<br />

profissionais <strong>de</strong> comunicação da América<br />

Latina nos júris do festival <strong>de</strong>ste ano. Além<br />

<strong>de</strong> Sergio Gordilho, entre os presi<strong>de</strong>ntes<br />

do júri representantes <strong>de</strong> países latino-<br />

-americanos, também está o mexicano<br />

Javier Campopiano, da FCB México, que<br />

presidirá o júri da competição Writing for<br />

Advertising.<br />

Diretor e Jor na lis ta Res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo Macedo<br />

e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Danúbia Paraizo<br />

e Leonardo Araujo<br />

Repórteres: Alisson Fernán<strong>de</strong>z (SP), Felipe<br />

Turlão (SP), Jéssica Oliveira (SP), Mariana<br />

Barbosa (SP) e Claudia Penteado (RJ)<br />

Arte: Adu nias Bis po da Luz, Anilton<br />

Rodrigues Marques e Lucas Boccatto<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani Ferrentini<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Departamento <strong>de</strong> Assinaturas<br />

Coor<strong>de</strong>nadora: Regina Sumaya<br />

regina-sumaya@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas/Renovação/<br />

Atendimento a assinantes<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

São Paulo (11) 2065-0738<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

8 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


dIgItal<br />

“Engajamento<br />

com marcas não<br />

<strong>de</strong>ve ser forçado”<br />

Uma plataforma com 1,4 bilhão <strong>de</strong> usuários<br />

por mês e alcance <strong>de</strong> 91% da população<br />

brasileira com acesso à internet. No fim<br />

<strong>de</strong> 2018, a Teads (<strong>de</strong> origem francesa)<br />

<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> se posicionar como um marketplace <strong>de</strong><br />

ví<strong>de</strong>os para se tornar uma plataforma global <strong>de</strong><br />

mídia. Após oito anos <strong>de</strong> sua fundação, a empresa<br />

vivencia a ascensão da publicida<strong>de</strong> mobile e, <strong>de</strong><br />

acordo com Bertrand Quesada, cofundador e<br />

CEO da Teads, está comprometida em investir<br />

em formatos que acompanham a jornada <strong>de</strong><br />

consumo dos usuários com foco em aumentar<br />

o awareness sobre as soluções da plataforma,<br />

entregar resultados com transparência e oferecer<br />

experiências não invasivas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>.<br />

Confira a seguir a entrevista concedida pelo<br />

executivo francês ao PROPMARK.<br />

Alê Oliveira<br />

Segundo Bertrand Quesada, palaforma cria engajamento com consumidores em etapas<br />

MARIANA BARBOSA<br />

Evolução<br />

Nossa empresa nasceu em<br />

2011 e se tornou conhecida por<br />

criar formatos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os publicitários<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> conteúdos<br />

<strong>de</strong> mídia. Na época, isso foi<br />

um gran<strong>de</strong> avanço porque os<br />

usuários não eram obrigados<br />

a assistir aos anúncios. Para<br />

os anunciantes, o formato garantia<br />

impressões reais, já que<br />

o ví<strong>de</strong>o só era exibido quando<br />

as pessoas estavam na tela.<br />

Depois <strong>de</strong> oito anos, 1,4 bilhão<br />

<strong>de</strong> usuários na plataforma e alcance<br />

<strong>de</strong> 91% da população da<br />

internet brasileira, a gente começou<br />

a querer expandir. Por<br />

isso nos tornamos uma plataforma<br />

global que reúne vários<br />

tipos <strong>de</strong> mídia com a missão<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o mercado e<br />

os negócios dos anunciantes.<br />

Jornada dE consumo<br />

A i<strong>de</strong>ia é criar engajamento<br />

com os usuários em etapas.<br />

Com o mobile é difícil, o celular<br />

não fica 100% do tempo<br />

na sua mão, as pessoas estão<br />

sempre se movimentando,<br />

prestando atenção em outras<br />

coisas. Então a gente começa<br />

com uma campanha em ví<strong>de</strong>o.<br />

Se a pessoa assistiu a ele, na<br />

próxima vez que a encontrarmos,<br />

temos <strong>de</strong> mostrar algo<br />

diferente: aí entram os displays.<br />

Assim, mais familiarizada<br />

com <strong>de</strong>terminada marca<br />

e seus produtos, da próxima<br />

vez que ela for impactada, talvez<br />

ela queira comprar o que<br />

é oferecido. Só então que inserimos<br />

um formato que po<strong>de</strong><br />

direcionar para a venda. De<br />

qualquer forma, engajamento<br />

com marcas não <strong>de</strong>ve ser forçado,<br />

oferecemos aos usuários<br />

a escolha <strong>de</strong> interagir com os<br />

nossos anúncios.<br />

atuação<br />

Queremos que o mercado<br />

entenda que há uma gran<strong>de</strong><br />

audiência premium e engajada<br />

que po<strong>de</strong> gerar negócios.<br />

O Facebook é o lugar para ser<br />

sociável, o LinkedIn é para negócios<br />

e a plataforma Teads é<br />

para mídia. Estamos presentes<br />

em cerca <strong>de</strong> 400 veículos no<br />

Brasil e temos parcerias com<br />

grupos <strong>de</strong> mídia como Abril,<br />

Editora Globo e Grupo Estado.<br />

Trabalhamos a quatro mãos<br />

com as agências para as marcas.<br />

Nossa priorida<strong>de</strong> é fazer<br />

com que os gran<strong>de</strong>s anunciantes<br />

expandam seus negócios,<br />

“Marcas quereM<br />

resultados e nós<br />

entregaMos o que<br />

elas precisaM”<br />

porque é assim que a gente<br />

cresce. Marcas querem resultados<br />

e nós entregamos o que<br />

elas precisam. Sempre enten<strong>de</strong>mos<br />

quais os objetivos dos<br />

clientes e conduzimos pesquisas<br />

para entregar <strong>de</strong> acordo<br />

com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada<br />

um. Há quem prefira mensuração<br />

por impressões, outros<br />

por visualizações completas<br />

ou novos visitantes. A Teads é<br />

flexível para se adaptar a cada<br />

uma das <strong>de</strong>mandas.<br />

InvEstImEnto Em mobIlE<br />

Somos uma empresa em<br />

mobile que criou novas experiências<br />

mobile. Os nossos<br />

formatos são diferentes dos<br />

tradicionais. Às vezes a gente<br />

recebe campanhas que foram<br />

feitas para TV para rodar no<br />

mobile. Nosso papel é fazer<br />

as pessoas enten<strong>de</strong>rem que se<br />

elas quiserem ter sucesso nas<br />

campanhas digitais, elas precisam<br />

direcionar as suas criações<br />

para isso.<br />

tEndêncIas<br />

Não somos uma gran<strong>de</strong> corporação<br />

on<strong>de</strong> é difícil efetuar<br />

mudanças, temos agilida<strong>de</strong><br />

em nos adaptar. Contamos<br />

com uma gran<strong>de</strong> área que une<br />

profissionais criativos ao time<br />

<strong>de</strong> tecnologia, e reinventamos<br />

as experiências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

unindo esses perfis. Foi assim<br />

com os formatos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o e<br />

com os displays. Estamos lançando<br />

coisas bacanas em VR,<br />

por exemplo, especialmente<br />

no Brasil, que é um mercado<br />

<strong>de</strong> early adopters.<br />

transparêncIa<br />

Algumas plataformas, incluindo<br />

o Facebook, não têm<br />

sido transparentes em relação<br />

a seus dados e métodos. Algo<br />

que a gente faz <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo<br />

é ter uma plataforma completamente<br />

aberta, e estamos<br />

comprometidos a garantir os<br />

resultados apresentados – coisa<br />

que o Facebook, por exemplo,<br />

não abre porque o engajamento<br />

<strong>de</strong>les é muito baixo.<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 9


digitAl<br />

ASMR é usado como recurso para<br />

<strong>de</strong>stacar diferencial <strong>de</strong> marcas<br />

Surpreen<strong>de</strong>r o consumidor e oferecer experiências sensoriais atrai a<br />

atenção <strong>de</strong> Popeyes e Bohemia, que veem futuro no uso da tecnologia<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

som da abertura <strong>de</strong> uma<br />

O garrafa ou <strong>de</strong> uma latinha,<br />

o ruído do gás <strong>de</strong>ixando o recipiente,<br />

o barulho do líquido<br />

ao atingir o fundo do copo e o<br />

leve som das bolhas. Todos são<br />

exemplos do que a ASMR (Resposta<br />

Sensorial Autônoma do<br />

Meridiano, em português) po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stacar ao consumidor.<br />

O recurso é matéria-prima<br />

<strong>de</strong> diversos canais no YouTube<br />

e tem chamado a atenção <strong>de</strong><br />

marcas que buscam transformar<br />

a tecnologia em solução<br />

criativa <strong>de</strong> mídia para trabalhar<br />

um atributo. No Brasil, Bohemia,<br />

da Ambev, e Popeyes, do<br />

Burger King, investiram e exploraram<br />

essas potencialida<strong>de</strong>s<br />

em novembro <strong>de</strong> 2018 e janeiro<br />

<strong>de</strong> <strong>2019</strong>, respectivamente.<br />

José Octavio Freitas, gerente<br />

<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> Bohemia, comenta<br />

que a tecnologia ASMR,<br />

apesar <strong>de</strong> ainda pouco conhecida,<br />

casa muito bem como a proposta<br />

da marca e foi bem recebido<br />

pelos consumidores. “Um<br />

dos aspectos da cerveja é trabalhar<br />

com as sensações das pessoas.<br />

A ASMR traz um estímulo<br />

sonoro que provoca uma sensação<br />

<strong>de</strong> prazer em quem está assistindo.<br />

Conseguimos mostrar<br />

que o ato <strong>de</strong> beber cerveja não<br />

<strong>de</strong>sperta apenas as sensações<br />

visuais e <strong>de</strong> paladar”, diz.<br />

Para o executivo, a opção<br />

<strong>de</strong>sperta interesse e <strong>de</strong>ve ser<br />

mais usada nos próximos anos<br />

porque os consumidores querem<br />

estar perto das marcas.<br />

“Mais do que assistir à propaganda,<br />

querem vivenciá-la e<br />

se i<strong>de</strong>ntificarem com ela. Conseguimos<br />

nos aproximar mais<br />

das pessoas, trazendo novas<br />

experiências e surpreen<strong>de</strong>ndo.<br />

Os filmes comerciais <strong>de</strong>ixam<br />

<strong>de</strong> ser algo mais visual e ativam<br />

outras sensações”, indica.<br />

Dos copos para os pratos, o<br />

ASMR também é <strong>de</strong>fendido por<br />

Ariel Grunkraut, diretor <strong>de</strong> vendas<br />

e marketing do Burger King<br />

A influenciadora Sweet Carol, youtuber especializada no segmento, <strong>de</strong>gusta itens do cardápio <strong>de</strong> Popeyes em campanha da F.biz<br />

Brasil, <strong>de</strong>tentor da Popeyes.<br />

Segundo ele, o interesse por<br />

ASMR vem crescendo há cinco<br />

anos e se populariza pelo fator<br />

surpresa. Para ser usado, ele<br />

fala que a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>ve reforçar<br />

um diferencial real da marca.<br />

No caso <strong>de</strong> Popeyes, o objetivo<br />

é <strong>de</strong>stacar a crocância dos<br />

produtos, cujos frangos passam<br />

por empanamento manual<br />

e diário, além <strong>de</strong> marinação<br />

por pelo menos 12 horas. “O<br />

ASMR pareceu uma forma direta<br />

e mo<strong>de</strong>rna <strong>de</strong> mostrar essa<br />

característica. Popeyes é uma<br />

marca nova no mercado e estamos<br />

buscando esses formatos<br />

únicos para comunicar nossos<br />

assets. Esse tipo <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />

nos dá relevância numa conversa<br />

superatual que ao mesmo<br />

tempo faz todo sentido, sem<br />

parecer forçado”, <strong>de</strong>staca.<br />

O profissional conta ainda<br />

que a estratégia <strong>de</strong>u certo e<br />

houve um aumento <strong>de</strong> mais<br />

<strong>de</strong> 700% <strong>de</strong> menções nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais com a entrada da campanha,<br />

mais <strong>de</strong> 95% <strong>de</strong>las positivas.<br />

“A repercussão nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais e na imprensa ajudou a<br />

aumentar o conhecimento e os<br />

“Os filmes<br />

cOmerciais <strong>de</strong>ixam<br />

<strong>de</strong> ser algO mais<br />

visual e ativam<br />

Outras sensações”<br />

diferenciais da marca. A taxa<br />

<strong>de</strong> views 100% no Facebook foi<br />

na média dos melhores criativos<br />

<strong>de</strong> 2018, o que mostra que<br />

ví<strong>de</strong>os com influenciadores talvez<br />

sejam uma boa pedida para<br />

Facebook e Instagram”, opina.<br />

EficáciA E pRopóSito<br />

Mas não é só <strong>de</strong>ixar o som<br />

rolar. A criação precisa seguir<br />

algumas “regras”. Alessandro<br />

Bernardo, diretor-executivo<br />

<strong>de</strong> criação da F.biz, que assina<br />

a ação <strong>de</strong> Popeys, fala que<br />

é imprescindível trabalhar em<br />

parceria com os produtores <strong>de</strong><br />

conteúdo, respeitando a experiência<br />

<strong>de</strong>les, tipo <strong>de</strong> abordagem<br />

e o formato já aceitos pela<br />

audiência do canal.<br />

“Escolhemos creators que<br />

têm canais e conteúdo rele-<br />

Divulgação<br />

vantes <strong>de</strong> ASMR. A criação foi<br />

pensada juntamente com eles,<br />

que sabem a melhor maneira<br />

<strong>de</strong> fazer os ví<strong>de</strong>os e o que a<br />

audiência gosta <strong>de</strong> consumir.<br />

A produção também foi cocriada:<br />

a agência ficou responsável<br />

pelo backdrop, que reproduz os<br />

tijolos das lojas, e por colocar<br />

carpete no piso, que melhora<br />

a acústica. O cliente preparou<br />

toda a comida. Cada um dos influenciadores<br />

provi<strong>de</strong>nciou ví<strong>de</strong>o,<br />

áudio e os <strong>de</strong>mais equipamentos<br />

necessários. E foram os<br />

influenciadores que nos alertaram<br />

para termos ví<strong>de</strong>os longos,<br />

por exemplo. A diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

conteúdo e <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong><br />

consumo foi um dos resultados<br />

mais interessantes que tivemos”,<br />

revela.<br />

Na visão do criativo, o recurso<br />

po<strong>de</strong> ser usado por diferentes<br />

marcas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que cumpra<br />

ainda outros requisitos, como<br />

ter um propósito claro <strong>de</strong> marca.<br />

“A mensagem da marca<br />

precisa chegar <strong>de</strong> forma espontânea,<br />

pertinente e a<strong>de</strong>quada,<br />

senão soa como algo forçado<br />

e quem segue o influenciador<br />

percebe isso bem rápido.”<br />

10 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


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mídia<br />

Paul Abell/Divulgação<br />

As ruas <strong>de</strong> Atlanta, na Geórgia, receberam mídia exterior personalizada ao longo da semana que antece<strong>de</strong>u o Super Bowl; prédios, trens e ônibus foram envelopados<br />

Super Bowl se consolida como palco<br />

global <strong>de</strong> conteúdo para as marcas<br />

Final da NFL é transmitida em 180<br />

países, em mais <strong>de</strong> 25 idiomas;<br />

partida do New England Patriots e<br />

Los Angeles Rams agitou mercado<br />

Reprodução<br />

Danúbia Paraizo<br />

– <strong>de</strong> atlanta, Geórgia<br />

Não foi a primeira vez que<br />

Atlanta recebeu uma final<br />

da National Football League<br />

(NFL), mas o Super Bowl LIII, no<br />

último domingo (3), entra para<br />

a história como um dos eventos<br />

mais vistos, compartilhados<br />

e comentados do mundo.<br />

Mais <strong>de</strong> 180 países receberam<br />

as transmissões da partida, em<br />

25 idiomas, entre eles, o português,<br />

no Brasil, on<strong>de</strong> o futebol<br />

americano tem se popularizado<br />

nos últimos 20 anos. Mas o impacto<br />

do Big Game na capital da<br />

Geórgia vai além da partida em<br />

si, transmitida nos Estados Unidos<br />

pelo canal CBS. A estratégia<br />

<strong>de</strong> comunicação massiva para<br />

atrair patrocinadores começou<br />

em 2016, com o anúncio <strong>de</strong><br />

Atlanta como se<strong>de</strong> da final. De<br />

lá para cá, a NFL e a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> TV<br />

vêm negociando com gran<strong>de</strong>s<br />

marcas as ativações e experiências<br />

que os fãs encontrariam na<br />

semana que antece<strong>de</strong> a partida.<br />

Para Ivan Martinho, professor<br />

<strong>de</strong> marketing esportivo da<br />

ESPM, essa combinação é praticamente<br />

irresistível para a audiência<br />

como um todo, fãs ou<br />

não <strong>de</strong> esporte. “A temporada<br />

regular dura cinco meses e durante<br />

todo esse tempo, tanto<br />

a liga, quanto o marketing <strong>de</strong><br />

cada uma das equipes somado<br />

aos noticiários esportivos vão<br />

gradativamente soltando informações<br />

sobre o gran<strong>de</strong> dia. Essa<br />

combinação vai criando uma<br />

expectativa enorme que resulta<br />

nessa audiência e engajamento<br />

fantásticos, não só na TV, mas<br />

também nas re<strong>de</strong>s sociais”.<br />

Harrison Ford e Forest Whitaker protagonizaram campanha da Amazon<br />

12 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


De fato, o Super Bowl <strong>de</strong>ixou<br />

há muito tempo <strong>de</strong> ser apenas<br />

um evento esportivo local para<br />

se transformar em uma plataforma<br />

<strong>de</strong> entretenimento global.<br />

Como prova <strong>de</strong>ssa agenda,<br />

a NFL promoveu, dos dias 26<br />

<strong>de</strong> janeiro a 2 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong>, uma<br />

programação intensa. Para os<br />

fãs <strong>de</strong> música, por exemplo,<br />

a Verizon patrocinou o Super<br />

Bowl Live, que trouxe diariamente<br />

apresentações gratuitas<br />

<strong>de</strong> artistas locais, além <strong>de</strong><br />

experiências para os fãs com a<br />

presença <strong>de</strong> jogadores da NFL.<br />

A Ford e a Bridgestone foram<br />

marcas que patrocinaram algumas<br />

das ativações.<br />

A poucos metros dali, no Georgia<br />

World Congress Center, a<br />

Hyundai promoveu uma gran<strong>de</strong><br />

feira em que os principais anunciantes<br />

e parceiros da NFL receberam<br />

o público para brinca<strong>de</strong>iras,<br />

experiências <strong>de</strong> realida<strong>de</strong><br />

virtual, exposição <strong>de</strong> uniformes<br />

e outras ações gratuitas. A Wilson,<br />

por exemplo, fabricante<br />

oficial das bolas da NFL, levou<br />

parte <strong>de</strong> seu maquinário para o<br />

espaço a fim <strong>de</strong> que o público<br />

tivesse mais intimida<strong>de</strong> com o<br />

processo artesanal.<br />

A rapper Cardi B. ri <strong>de</strong> si mesma no comercial More than ok, da Pepsi<br />

“O que eu mais<br />

gOstO nO super<br />

BOwl é que ele dá a<br />

chance <strong>de</strong> cOntar<br />

essa história <strong>de</strong><br />

fOrma mais ampla”<br />

nimento foram as apostas do<br />

grupo, seguindo tendência <strong>de</strong><br />

anos anteriores. Na maior estilo<br />

nostalgia, Doritos resgatou a<br />

banda Backstreet Boys em um<br />

filme protagonizado também<br />

por Chance The rapper. Na paródia<br />

do hit I want it that way,<br />

os artistas aparecem ainda mais<br />

“quentes” para divulgar o sabor<br />

Flamin’ Hot Nacho. O comercial<br />

teve quase quatro milhões <strong>de</strong><br />

views no YouTube e é assinado<br />

pela agência Goodby, Silverstein<br />

& Partner.<br />

Para Pepsi, a irreverência<br />

também foi o fio condutor do<br />

comercial More Than Ok, que<br />

reuniu artistas da música. Se-<br />

SuPer Bowl em númeroS<br />

ano<br />

2008<br />

2009<br />

2010<br />

2011<br />

2012<br />

2013<br />

2014<br />

2015<br />

2016<br />

2017<br />

2018<br />

audiência (nos EUA)<br />

97.45 milhões<br />

98.73 milhões<br />

106.5 milhões<br />

111 milhões<br />

111.3 milhões<br />

108.7 milhões<br />

112.2 milhões<br />

114.4 milhões<br />

111.9 milhões<br />

111.3 milhões<br />

103.4 milhões<br />

Reprodução<br />

TendênciaS<br />

Apesar do crescimento e popularida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ativações extrajogo,<br />

a partida em si, bem como<br />

seus intervalos, continua sendo<br />

o carro-chefe. E para gerar ainda<br />

mais expectativa em relação<br />

ao momento, gran<strong>de</strong>s anunciantes,<br />

como Pepsi, Doritos,<br />

Budweiser, Stella Artois, Toyota<br />

e Amazon, entre outros, começaram<br />

a ativar o Big Game quase<br />

um mês antes da partida.<br />

Aos poucos, a audiência foi<br />

conhecendo teasers dos filmes,<br />

e muitas marcas, como Colgate<br />

e M&M’s, divulgaram os comerciais<br />

na íntegra antes mesmo da<br />

partida. Se no passado, a palavra<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m era causar surpresa,<br />

hoje o negócio é gerar engajamento<br />

e ampliar as conversas<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais antes, durante<br />

e <strong>de</strong>pois do jogo. Essa é uma<br />

forma <strong>de</strong> fazer valer o investimento,<br />

que neste ano custou<br />

em média US$ 5 milhões por 30<br />

segundos aos anunciantes.<br />

O Grupo Pepsico foi um dos<br />

que melhor soube converter<br />

seu investimento em conversas.<br />

O grupo, que levou ao Big<br />

Game as marcas Doritos, Pepsi<br />

e a água gaseificada Bubly, também<br />

é patrocinador do show do<br />

intervalo, com Pepsi. Este ano,<br />

o evento contou com as apresentações<br />

<strong>de</strong> Maroon 5 e dos rappers<br />

Travis Scott e Big Boi.<br />

Na TV, o humor e o entreteguindo<br />

o conceito <strong>de</strong> que o refrigerante<br />

é mais do que uma<br />

mera opção, os rappers Lil Jon e<br />

Cardi B contracenam com o ator<br />

Steve Carell, <strong>de</strong> O Virgem <strong>de</strong> 40<br />

anos e Pequena Miss Sunshine,<br />

em uma lanchonete.<br />

ProPóSiTo<br />

Mas nem só <strong>de</strong> entretenimento<br />

e bom humor foram feitas<br />

as campanhas <strong>de</strong>ste ano.<br />

Contrariando a maioria dos<br />

americanos que preferem menos<br />

polêmica nos comerciais<br />

do Super Bowl, como revelou<br />

a consultoria Morning Consult,<br />

marcas como Coca-Cola, Toyota<br />

e Budweiser trouxeram filmes<br />

com temas ligados a causas sociais.<br />

No filme A Coke is a Coke,<br />

a Coca-Cola se inspirou em uma<br />

famosa citação do artista plástico<br />

Andy Warhol para falar sobre<br />

diversida<strong>de</strong> e igualda<strong>de</strong>. No livro<br />

The Philosophy of Andy Warhol,<br />

<strong>de</strong> 1975, o artista escreveu:<br />

“O que é maravilhoso neste país<br />

é que americanos introduziram<br />

canaL<br />

Fox<br />

NBC<br />

CBs<br />

Fox<br />

NBC<br />

CBs<br />

Fox<br />

NBC<br />

CBs<br />

Fox<br />

NBC<br />

Fonte: Nielsen<br />

a tradição em que os consumidores<br />

ricos compram essencialmente<br />

as mesmas coisas que os<br />

mais pobres. (...) Uma Coca-Cola<br />

é uma Coca-Cola e nenhuma<br />

quantia <strong>de</strong> dinheiro po<strong>de</strong>rá te<br />

trazer uma Coca-Cola melhor”.<br />

Com o mote A diferença é bonita<br />

e a unida<strong>de</strong> entre as pessoas<br />

também, a animação reforça<br />

um discurso que a marca tem<br />

adotado há décadas. No filme<br />

Hilltop, <strong>de</strong> 1971, por exemplo,<br />

pessoas <strong>de</strong> inúmeras etnias se<br />

encontram para compartilhar<br />

seus <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> harmonia e, claro,<br />

uma Coca-Cola.<br />

No ano em que Atlanta, terra<br />

natal da marca, recebe um<br />

evento da magnitu<strong>de</strong> do Super<br />

Bowl, o momento se torna ainda<br />

mais oportuno para a marca<br />

reafirmar seu posicionamento.<br />

Pensando nisso, anunciou a doação<br />

<strong>de</strong> US$ 1 milhão ao Centro<br />

Nacional para Direitos Civis e<br />

Humanos para garantir a gratuida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> todos os visitantes que<br />

passassem pelo local ao longo<br />

do mês <strong>de</strong> janeiro até o fim <strong>de</strong><br />

semana do Super Bowl. O espaço<br />

fica em Atlanta e é vizinho da<br />

se<strong>de</strong> da marca.<br />

audiência<br />

O Super Bowl tem provado<br />

que visibilida<strong>de</strong> e valor cobrado<br />

pelos comerciais do intervalo<br />

não precisam necessariamente<br />

andar juntos. Segundo<br />

informações da Nielsen, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2008, os jogos finais da NFL<br />

obtiveram audiência crescente,<br />

alcançando recor<strong>de</strong> histórico<br />

em 2015, quando 114,4 milhões<br />

assistiram a partida no canal<br />

NBC nos Estados Unidos. De<br />

lá para cá, os números têm caído,<br />

registrando em 2018, 103,4<br />

milhões. Ainda assim, o evento<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 13


mídia<br />

foi a transmissão ao vivo mais<br />

vista do ano.<br />

Os dados po<strong>de</strong>riam fazer com<br />

que anunciantes repensassem<br />

se manteriam o investimento<br />

no ano seguinte, mas o que se<br />

viu foi um festival <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

marcas já consolidadas que seguem<br />

fiéis. Levantamento do<br />

Kantar Ibope Media revelou que<br />

na última década, o Super Bowl<br />

teve crescimento <strong>de</strong> 96% no valor<br />

cobrado pelos comerciais.<br />

Enquanto em 2008 o valor pago<br />

por 30 segundos era <strong>de</strong> US$ 2,7<br />

milhões; em 2018, alcançou a<br />

cada dos US$ 5,24 milhões.<br />

Durante coletiva <strong>de</strong> imprensa<br />

antes do Super Bowl, Rich<br />

McKay, presi<strong>de</strong>nte e CEO do<br />

Atlanta Falcons, falou sobre<br />

esse fenômeno e como o evento<br />

não se limita a apenas as duas<br />

equipes que estão na final. Fãs<br />

dos <strong>de</strong>mais times também participam,<br />

ampliando a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong><br />

público. “O que eu mais gosto<br />

no Super Bowl é que ele dá a<br />

chance <strong>de</strong> contar essa história<br />

<strong>de</strong> forma mais ampla. Você<br />

tem fãs chegando <strong>de</strong> diferentes<br />

partes do país, tanto dos times<br />

que estão na final, quanto apenas<br />

fãs amantes do esporte. Nós<br />

gostamos da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que eles<br />

estejam tendo uma excelente<br />

experiência e que eles possam<br />

levar essa história <strong>de</strong> volta para<br />

que continuemos a ampliar<br />

nossa visibilida<strong>de</strong>”.<br />

Essa estratégia tem contribuído<br />

para a permanência <strong>de</strong><br />

anunciantes <strong>de</strong> peso. O Grupo<br />

AB Inbev, por exemplo, veiculou<br />

oito comerciais para cinco<br />

marcas, totalizando quase seis<br />

minutos no ar. Destaque para a<br />

Budweiser, que neste ano completou<br />

sua 30ª participação no<br />

Big Game. No filme Wind Never<br />

Os Backstreet Boys contam com novo integrante, o rapper Chance, no comercial <strong>de</strong> Doritos<br />

Felt Better, a cervejaria comunica<br />

aos seus consumidores que<br />

seu processo <strong>de</strong> produção envolve<br />

apenas o uso <strong>de</strong> energias<br />

renováveis. Tendo como trilha<br />

sonora o clássico Blowin in the<br />

wind, <strong>de</strong> Bob Dylan, a cervejaria<br />

traz como um dos personagens<br />

principais um simpático cãozinho<br />

que tem suas orelhas ao<br />

vento ao pegar uma carona em<br />

uma das charretes da marca.<br />

O segmento <strong>de</strong> tecnologia<br />

também é sempre bem representado<br />

e neste ano, a Amazon<br />

repetiu o trabalho que tem sido<br />

feito nos últimos anos. Segundo<br />

levantamento da Kantar Media,<br />

a empresa ficou em quarto lugar<br />

entre os maiores investidores<br />

do evento, ao lado <strong>de</strong> AB Inbev<br />

(1), Fiat Chrysler (2), Toyota (3)<br />

e P&G (5).<br />

Campanha da Budweiser para a torcida brasileira dá prêmios para os fãs da NFL e para os vizinhos<br />

“nOs últimOs anOs<br />

cOnseguimOs ver<br />

a evOluçãO e<br />

a intensida<strong>de</strong><br />

dO fã da nfl”<br />

trado aquecido. No Brasil, on<strong>de</strong><br />

o Super Bowl e as partidas da<br />

NFL como um todo são transmitidas<br />

há mais <strong>de</strong> duas décadas<br />

pelo canal ESPN, gran<strong>de</strong>s<br />

marcas também têm ampliado<br />

sua presença nas transmissões.<br />

Neste ano, Motorola, Mitsubishi,<br />

O Boticário, Bra<strong>de</strong>sco,<br />

Mapfre, Havan e iFood apoiaram<br />

a temporada. Não era para<br />

menos. Cerca <strong>de</strong> quatro milhões<br />

<strong>de</strong> pessoas assistiram<br />

aos jogos da NFL na temporada<br />

2018/<strong>2019</strong>, sendo que o número<br />

Reprodução<br />

BraSil<br />

Fora dos Estados Unidos, o<br />

mercado também tem se mos<strong>de</strong><br />

mulheres só tem crescido.<br />

Atualmente, elas já correspon<strong>de</strong>m<br />

a um quarto da audiência.<br />

Diante da consistência e<br />

da diversida<strong>de</strong> do público, os<br />

anunciantes têm pensado em<br />

estratégias personalizadas para<br />

o Super Bowl. O iFood, por<br />

exemplo, montou um war room<br />

<strong>de</strong>ntro da ESPN. E a cada touchdown<br />

na partida, o serviço<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>livery conce<strong>de</strong>u <strong>de</strong>scontos<br />

em dinheiro <strong>de</strong> acordo com<br />

o número da camisa do jogador<br />

que marcou.<br />

A Budweiser também ativou<br />

sua marca no mercado local.<br />

Para promover seu concurso<br />

cultural Ship Your Neighbor,<br />

em que tanto o vizinho incomodado<br />

com o barulho da torcida<br />

quanto o torcedor saem<br />

ganhando, a cervejaria preparou<br />

conteúdos em parceria com<br />

a ESPN. A criação é da agência<br />

Africa. “O futebol americano é<br />

um esporte fascinante, mas a<br />

maioria dos jogos ocorre em um<br />

horário pouco favorável para<br />

os brasileiros. A Budweiser resolveu<br />

tal problema <strong>de</strong> forma<br />

inusitada, proporcionando uma<br />

experiência inesperada para o<br />

fã da modalida<strong>de</strong> e o seu vizinho”,<br />

explica Alice Alcântara<br />

Bernardo, gerente <strong>de</strong> marketing<br />

<strong>de</strong> Budweiser.<br />

Segundo Rafael Davini, VP <strong>de</strong><br />

ad sales da ESPN, os anunciantes<br />

evoluíram suas estratégias à<br />

medida que a torcida também<br />

amadureceu. “Nos últimos anos<br />

conseguimos ver a evolução<br />

e a intensida<strong>de</strong> do fã da NFL.<br />

Temos orgulho <strong>de</strong> fazer parte<br />

<strong>de</strong>ssa construção, <strong>de</strong> contribuir<br />

para ver o que a liga se transformasse<br />

no mercado brasileiro”.<br />

14 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


De frente cOm O PresiDente<br />

“Os clientes estão<br />

interessados em<br />

coisas novas”<br />

Divulgação<br />

Para enten<strong>de</strong>r quais são os <strong>de</strong>safios<br />

enfrentados pelos presi<strong>de</strong>ntes das 25<br />

maiores agências do país, o PROPMARK<br />

apresenta o projeto De frente com o<br />

presi<strong>de</strong>nte, uma série <strong>de</strong> entrevistas com alguns<br />

dos principais lí<strong>de</strong>res da publicida<strong>de</strong> brasileira. Em<br />

nosso primeiro episódio, falamos com Eduardo<br />

Lorenzi, que é o copresi<strong>de</strong>nte, ao lado <strong>de</strong> Miriam<br />

Shirley, da Publicis Brasil. O executivo, que possui<br />

mais <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong> carreira como profissional <strong>de</strong><br />

planejamento, faz um balanço do seu primeiro<br />

ano <strong>de</strong> gestão na agência, fala das mudanças na<br />

jornada dos consumidores e das transformações<br />

que <strong>de</strong>ixam o mercado e os clientes mais<br />

inquietos.<br />

Eduardo Lorenzi: “O volume <strong>de</strong> concorrências está alto, mas ele sempre foi assim”<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

PrimeirO anO<br />

Acabamos <strong>de</strong> entregar o primeiro<br />

ano inteiro sob o nosso<br />

comando na Publicis Brasil, e<br />

ele foi muito positivo. Conquistamos<br />

a conta <strong>de</strong> Motorola Brasil,<br />

projetos <strong>de</strong> Motorola Global<br />

e Oracle. E crescemos com os<br />

nossos clientes atuais, como<br />

Pampers, Latam, Heineken etc.<br />

Neste último ano também promovemos<br />

uma virada criativa<br />

com o Bra<strong>de</strong>sco, que li<strong>de</strong>rou a<br />

discussão do mercado financeiro<br />

em três oportunida<strong>de</strong>s. A<br />

primeira foi com a inteligência<br />

artificial, com a campanha <strong>de</strong><br />

Bia, <strong>de</strong>pois com o lançamento<br />

da conta para o microempreen<strong>de</strong>dor<br />

individual e, no fim<br />

do ano, a campanha com o vagalume,<br />

que foi o filme mais<br />

visto <strong>de</strong>ste Natal no YouTube.<br />

Ou seja, um primeiro ano muito<br />

positivo na nossa gestão.<br />

DesafiO na trajetória<br />

A nossa gestão foi <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong><br />

e não <strong>de</strong> mudança.<br />

Fazíamos parte do boarding da<br />

agência e já vínhamos participando<br />

das <strong>de</strong>cisões estratégicas<br />

junto aos clientes <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2015. Então, <strong>de</strong> certa forma,<br />

continuamos este trabalho e<br />

não houve uma gran<strong>de</strong> ruptura.<br />

Os <strong>de</strong>safios foram expandir<br />

a atuação <strong>de</strong> um <strong>de</strong>partamento,<br />

pois antes era o gestor diário <strong>de</strong><br />

planejamento para a agência<br />

inteira. Você precisa enten<strong>de</strong>r e<br />

dar conta <strong>de</strong> todos os assuntos<br />

da empresa.<br />

PlanejamentO<br />

Comecei em planejamento<br />

na agência Talent e fiquei lá<br />

nove anos, apren<strong>de</strong>ndo com<br />

Julio Ribeiro e José Eustáquio.<br />

Depois fiquei 10 anos na Neogama/BBH,<br />

apren<strong>de</strong>ndo com<br />

as pessoas da BBH <strong>de</strong> Londres,<br />

on<strong>de</strong> o lado <strong>de</strong> planejamento<br />

criativo e <strong>de</strong> negócios tinha a<br />

mesma força nos dois países.<br />

Sempre me envolvi muito na<br />

área <strong>de</strong> gestão empresarial e<br />

estratégia <strong>de</strong> negócios, não só<br />

<strong>de</strong> comunicação.<br />

mercaDO inquietO<br />

O volume <strong>de</strong> concorrências<br />

está alto, mas ele sempre foi<br />

assim. Acredito que o mercado<br />

está inquieto. É um mercado<br />

que está em constante transformação<br />

e os clientes estão<br />

vendo uma série <strong>de</strong> novos fornecedores,<br />

formatos e novas<br />

maneiras <strong>de</strong> atingir o mesmo<br />

objetivo, que é ser relevante<br />

para o consumidor e manter<br />

“Vamos Ver cada<br />

Vez menos marcas<br />

em cima do muro<br />

e mais corajosas<br />

<strong>de</strong> tomar uma<br />

posição”<br />

um bom relacionamento. Os<br />

clientes estão interessados em<br />

coisas novas.<br />

OnDa cOnservaDOra<br />

Não acho que o conservadorismo<br />

está crescendo. O que<br />

ocorre é que as pessoas estão<br />

tendo mais coragem <strong>de</strong> expressar<br />

o conservadorismo que<br />

sempre tiveram. Por outro lado,<br />

você também percebe o aumento<br />

<strong>de</strong> coragem <strong>de</strong> diversos movimentos<br />

contra esse conservadorismo<br />

<strong>de</strong> uma forma mais<br />

livre. Muitas coisas que eram<br />

tabus agora são expressas <strong>de</strong><br />

uma forma mais corajosa. Vejo<br />

mais marcas abraçando causas<br />

contrárias ao conservadorismo<br />

do que o inverso. Mesmo com<br />

esse crescimento <strong>de</strong> consumidores<br />

dizendo que esses são<br />

os seus valores, acredito que<br />

seja difícil uma marca abraçar<br />

isso como causa publicamente.<br />

Seria muito estranho ver isso<br />

acontecer.<br />

tenDência<br />

Acredito que essa questão da<br />

coragem seja uma tendência.<br />

Das marcas terem os seus valores<br />

e segui-los, mesmo que isso<br />

signifique você abrir mão <strong>de</strong><br />

algumas coisas. Em um mundo<br />

que começa a se polarizar<br />

cada vez mais e tem posições<br />

radicais, acredito que isso seja<br />

uma tendência. Vamos ver cada<br />

vez menos marcas em cima do<br />

muro e mais corajosas <strong>de</strong> tomar<br />

uma posição.<br />

PersPectivas<br />

Acredito que <strong>2019</strong> será um<br />

ano <strong>de</strong> crescimento econômico,<br />

da aprovação <strong>de</strong> reformas<br />

e da volta do capital estrangeiro<br />

investido no Brasil. Se<br />

tudo isso ocorrer, teremos um<br />

reflexo positivo no mercado<br />

<strong>de</strong> comunicação. Mas, como<br />

estamos no começo do ano,<br />

não sei até que ponto eventuais<br />

instabilida<strong>de</strong>s políticas<br />

po<strong>de</strong>m atrapalhar essa jornada.<br />

Sou otimista, acredito que<br />

vai ser um ano bom. Dentro da<br />

agência teremos diversas novida<strong>de</strong>s<br />

que serão anunciadas<br />

em breve.<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 15


agênCias<br />

WMcCann estreia formato inovador<br />

para intensificar entrega ao cliente<br />

Companhia realiza mudanças e preten<strong>de</strong> direcionar seu trabalho para<br />

um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócios que vai mesclar “agência + consultoria + digital”<br />

De olho nas transformações<br />

do mercado, a WMcCann<br />

realiza mudanças em seu formato<br />

para oferecer uma entrega<br />

100% client driven. Para<br />

isso, Kevin Zung e Ana Castelo<br />

Branco assumiram em janeiro,<br />

respectivamente, como COO<br />

(Chief Operating Officer) e diretora<br />

<strong>de</strong> criação. Já a profissional<br />

Tatiana Miana chegou à agência<br />

para um projeto especial <strong>de</strong><br />

consultoria <strong>de</strong> negócios.<br />

Com as novas li<strong>de</strong>ranças, a<br />

WMcCann afirma que direciona<br />

seu trabalho para um mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> “agência + consultoria<br />

+ digital”. “O mercado vive um<br />

gran<strong>de</strong> processo <strong>de</strong> transformação,<br />

exigindo novas estruturas<br />

e reestabelecendo padrões, e<br />

nós temos <strong>de</strong> puxar isso para<br />

aten<strong>de</strong>r melhor os clientes”,<br />

David vai cuidar da performance da<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> idiomas Wizard by Pearson<br />

Agência amplia estrutura da área, que agora passa a agregar profissionais<br />

<strong>de</strong> criação <strong>de</strong>dicados ao tema e ferramental <strong>de</strong> listening aplicado<br />

agência David venceu a<br />

A concorrência pela conta <strong>de</strong><br />

performance da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> idiomas<br />

Wizard by Pearson. A área,<br />

que foi ampliada na agências<br />

nos últimos meses, atualmente<br />

é li<strong>de</strong>rada por Toni Ferreira,<br />

head <strong>de</strong> inovação e tecnologia.<br />

“Sem dúvida é um gran<strong>de</strong><br />

início <strong>de</strong> ano para a David, uma<br />

agência que trabalha ao lado <strong>de</strong><br />

seus clientes em todas as áreas<br />

da comunicação e vem consolidando<br />

cada vez mais seu trabalho<br />

em tecnologia e digital”, diz<br />

Sylvia Panico, managing director<br />

da David.<br />

De acordo com Toni, a agência<br />

tem hoje uma estrutura que,<br />

além da gestão tradicional <strong>de</strong><br />

performance, agrega também<br />

Ana Castelo Branco, Tatiana Miana e Kevin Zung assumem novas posições<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

Toni Ferreira, head <strong>de</strong> inovação e tecnologia: “Estamos felizes com a chegada da Wizard”<br />

comenta Hugo Rodrigues,<br />

chairman e CEO da WMcCann.<br />

Segundo a empresa, um dos<br />

objetivos é respon<strong>de</strong>r ao crescimento<br />

do <strong>de</strong>sejo do mercado<br />

<strong>de</strong> trocar <strong>de</strong> agência: 17,3% em<br />

comparação aos 13,4% <strong>de</strong> 2016,<br />

segundo a pesquisa Scopen, divulgada<br />

em novembro <strong>de</strong> 2018.<br />

“Estamos em um momento<br />

<strong>de</strong> mercado muito especial, em<br />

plena transição <strong>de</strong> mentalida<strong>de</strong>,<br />

principalmente por conta<br />

do impacto tecnológico que o<br />

tem afetado, e por conta disso<br />

também cheio <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s”,<br />

ressalta Kevin Zung.<br />

Para Ana Castelo Branco, a<br />

experiência representa uma<br />

nova fase. “Minha chegada<br />

à WMcCann representa uma<br />

nova fase em minha carreira e<br />

um <strong>de</strong>safio <strong>de</strong>licioso”, diz.<br />

profissionais <strong>de</strong> criação <strong>de</strong>dicados<br />

ao tema e ferramental <strong>de</strong><br />

listening aplicado, ajudando a<br />

agência a conseguir maiores resultados<br />

em conversão.<br />

“As ferramentas <strong>de</strong> listening<br />

são um layer adicional que implementamos<br />

na operação.<br />

Enten<strong>de</strong>ndo melhor como as<br />

pessoas falam, conseguimos<br />

trabalhar com um discurso que<br />

é mais claro, mais forte e eficiente,<br />

aplicado na criação das<br />

peças para performance”, explica<br />

Toni, reforçando ainda o<br />

trabalho lado a lado <strong>de</strong> performance<br />

e business intelligence.<br />

“Estamos felizes com a chegada<br />

da Wizard, um cliente que buscou<br />

a David e apostou no nosso<br />

trabalho”, finaliza.<br />

16 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


AGêNciAs<br />

AlmapBBDO aposta na estratégia <strong>de</strong><br />

trabalhar com três núcleos criativos<br />

Duplas <strong>de</strong> diretores-executivos ampliarão presença junto aos clientes da<br />

empresa; time seguirá respon<strong>de</strong>ndo ao chairman & CCO Luiz Sanches<br />

Com o intuito <strong>de</strong> atuar cada<br />

vez mais próxima aos negócios<br />

<strong>de</strong> seus clientes, a Almap-<br />

BBDO inaugura um novo modo<br />

<strong>de</strong> conceber e operar o trabalho<br />

criativo da agência. Com isso,<br />

a empresa passa a contar com<br />

três núcleos <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças executivas<br />

<strong>de</strong> criação, com presenças<br />

ainda mais estratégicas no<br />

dia a dia das marcas.<br />

Os núcleos serão conduzidos<br />

por três duplas <strong>de</strong> diretores-<br />

-executivos <strong>de</strong> criação. São eles:<br />

Bruno Prosperi e Ricardo Chester;<br />

Marcelo Nogueira e Keka<br />

Morelle; e André Gola e Pernil.<br />

O time segue respon<strong>de</strong>ndo ao<br />

chairman & CCO Luiz Sanches.<br />

“São profissionais que po<strong>de</strong>riam<br />

li<strong>de</strong>rar qualquer operação<br />

<strong>de</strong> criação no Brasil, e que,<br />

reunidos em um mesmo time,<br />

Artplan Rio conquista a conta dos<br />

canais da Globosat GNT e Viva<br />

Escritório carioca será responsável pela comunicação integrada<br />

das marcas e terá como <strong>de</strong>safio a ampliação e conexão com o target<br />

escritório do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

O da Artplan acaba <strong>de</strong> ganhar<br />

a conta dos canais da Globosat<br />

GNT e Viva. A agência será responsável<br />

pela comunicação integrada<br />

das marcas e tem como<br />

<strong>de</strong>safio a ampliação do target,<br />

com foco na audiência e, igualmente,<br />

a conexão com os inúmeros<br />

fãs para que a percepção<br />

dos canais junto ao tra<strong>de</strong> seja<br />

uma das priorida<strong>de</strong>s.<br />

“Estamos muito felizes com<br />

essa conquista. Nosso objetivo<br />

será todo voltado para o <strong>de</strong>safio<br />

<strong>de</strong> comunicação das marcas.<br />

Queremos estabelecer com o<br />

GNT e o Viva o tipo <strong>de</strong> relação<br />

que temos convicção <strong>de</strong> que é<br />

eficaz para um parceiro <strong>de</strong> negócios.<br />

Estamos sempre aber-<br />

As três duplas <strong>de</strong> criação seguem respon<strong>de</strong>ndo a Luiz Sanches (sentado ao centro)<br />

Alessandra Sadock e Ana Paula Sanchez, da Artplan RJ, e Polika Teixeira, do GNT<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

trazem uma imensa vantagem<br />

competitiva para a Almap-<br />

BBDO. Além disso, conhecem<br />

como ninguém os clientes e<br />

construíram uma sólida relação<br />

com as marcas”, afirma Luiz<br />

Sanches.<br />

A mudança também acompanha<br />

o crescimento da própria<br />

AlmapBBDO nos últimos<br />

meses, com a chegada <strong>de</strong> novos<br />

clientes e o aumento no escopo<br />

dos parceiros <strong>de</strong> longa data. Ao<br />

mesmo tempo que reconhece o<br />

enorme potencial das li<strong>de</strong>ranças<br />

criativas da agência.<br />

“Esses profissionais fizeram<br />

por merecer. É uma promoção,<br />

um reconhecimento e um <strong>de</strong>safio.<br />

Exatamente o que esses<br />

seis diretores procuram e merecem”,<br />

finaliza o CCO da AlmapBBDO.<br />

tos a todo tipo <strong>de</strong> conversa e<br />

acreditamos que é <strong>de</strong>sta proximida<strong>de</strong><br />

que nascem as verda<strong>de</strong>iras<br />

i<strong>de</strong>ias capazes <strong>de</strong> fazer<br />

a diferença”, afirma Ana Paula<br />

Sanchez, diretora-geral <strong>de</strong><br />

atendimento da Artplan RJ.<br />

A Artplan celebra também<br />

um bom momento, pois em<br />

2018 saltou da 10ª posição para<br />

7ª no ranking das agências divulgado<br />

pelo Kantar Ibope Media,<br />

<strong>de</strong> novembro. Além disso,<br />

tem se <strong>de</strong>stacado, durante quatro<br />

anos seguidos, no ranking<br />

Great Place to Work.<br />

Com o grupo li<strong>de</strong>rado por<br />

Rodolfo Medina, o escritório<br />

carioca é comandado por Marco<br />

Antonio Vieira Souto, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Artplan Rio.<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 17


AgênciAs<br />

Attach Live Marketing abre filial<br />

em Fortaleza e projeta bom ano<br />

Empresa dá continuida<strong>de</strong> a plano <strong>de</strong> expansão após a criação da<br />

holding TMGroupe; objetivo do novo hub é suprir <strong>de</strong>manda no Nor<strong>de</strong>ste<br />

KELLY DORES<br />

Após anunciar a criação da holding TM-<br />

Groupe no fim <strong>de</strong> 2018, a Attach Live<br />

Marketing dá continuida<strong>de</strong> ao seu plano<br />

<strong>de</strong> expansão e abre uma filial da agência<br />

em Fortaleza nos próximos dias. “Nosso<br />

mercado, diferentemente do advertising,<br />

não sofre tanto com as crises econômicas,<br />

porque o PDV é vivo. Essa é uma vantagem<br />

do live marketing. O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio interno<br />

<strong>de</strong>ste ano é organizar o time, fazer substituições<br />

ou novas contratações, para que a<br />

gente melhore cada vez mais as nossas entregas”,<br />

<strong>de</strong>staca Alberto Kim, sócio da operação<br />

ao lado <strong>de</strong> Guto Rodrigues.<br />

Com o novo <strong>de</strong>senho, o grupo passou<br />

a agrupar empresas que os sócios já cuidavam<br />

separadamente, com o objetivo<br />

<strong>de</strong> agregar soluções <strong>de</strong> tra<strong>de</strong> marketing.<br />

Fazem parte do TMGroupe Attach Live Marketing,<br />

Catch Visual Merchandisign, Batch<br />

Logística e Distribuição; Grupo A Comunicação<br />

(agência <strong>de</strong> eventos que foi absorvida<br />

no ano passado). Somadas, as empresas<br />

contam com cerca <strong>de</strong> 200 pessoas. Os sócios<br />

não <strong>de</strong>scartam aquisições ou parcerias<br />

com agências digitais para aumentar o escopo.<br />

A expectativa é repetir um bom ano,<br />

com crescimento <strong>de</strong> 30% a 50%.<br />

“A gente tem um controle da ca<strong>de</strong>ia por<br />

completo. Cria as estratégias e planejamento<br />

criativo, produz o material com a nossa<br />

empresa <strong>de</strong> produção e cenografia e distribui<br />

com a nossa terceira empresa, o que<br />

também foi um bom catalizador <strong>de</strong> negócios.<br />

As pessoas me perguntam como fizemos<br />

tudo isso em cinco anos e eu digo que<br />

não tem segredo. É fazer o certo e ir atrás<br />

<strong>de</strong> executar o trabalho da melhor maneira<br />

possível, entregando efetivamente o que é<br />

prometido”, acrescenta Kim, criativo que<br />

fez carreira em agências como DPZ (on<strong>de</strong><br />

ficou por <strong>de</strong>z anos), Y&R e Africa.<br />

“Em todas as agências que passei, sempre<br />

gostei <strong>de</strong> trabalhar com a parte do que<br />

era chamado below the line, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> material<br />

<strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> venda até eventos. Achava muito<br />

chato ficar preso a um formato <strong>de</strong> filme,<br />

anúncio. Eu não entendia como os clientes<br />

investiam milhões em gran<strong>de</strong>s filmes, sendo<br />

que é uma ativação, uma peça extraordinária<br />

na loja que faz o consumidor pensar<br />

na hora, na <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> compra <strong>de</strong>le”.<br />

Com se<strong>de</strong> em São Paulo e filiais em Brasília,<br />

Curitiba e Rio <strong>de</strong> Janeiro, o novo hub<br />

<strong>de</strong> Fortaleza da Attach visa suprir as <strong>de</strong>mandas<br />

dos clientes no Nor<strong>de</strong>ste. Entre os<br />

Os sócios Guto Rodrigues e Alberto Kim: “Controle da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> live marketing por completo”<br />

Attach fez o lançamento da bebida Tanqueray Flor <strong>de</strong> Sevilla<br />

Fotos: Divulgação<br />

“Nosso mercado,<br />

difereNtemeNte do<br />

advertisiNg, Não<br />

sofre taNto com as<br />

crises ecoNômicas”<br />

principais clientes estão Ambev,<br />

Souza Cruz, Diageo, BRF, Nestlé,<br />

Vivo, Pepsico, Uber e L’Oréal.<br />

Para a Diageo, por exemplo, uma<br />

das contas mais novas da casa, a<br />

Attach fez o lançamento da bebida<br />

Tanqueray Flor <strong>de</strong> Sevilla com<br />

criação <strong>de</strong> todos os materiais e<br />

ativações neste verão, em praias<br />

como Búzios, Ilhabela, Maresias e<br />

Jurerê Internacional.<br />

“Tudo que não requer mídia<br />

a gente entra. Hoje, ajudamos as<br />

agências, como F/Nazca, DPZ&T,<br />

Crispin+Porter, Wie<strong>de</strong>n+Kennedy<br />

e Africa, a viabilizar os projetos<br />

<strong>de</strong> produção que eles não têm<br />

know-how, construindo a quatro<br />

mãos”, completa Kim.<br />

18 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


AgêNciAS<br />

TracyLocke prepara relatório sobre<br />

tendências chamado Work Shopper<br />

O CEO Pipo Calazans fala sobre a fusão com a Tudo e do objetivo em se<br />

tornar uma referência cada vez maior quando o tema é shopper market<br />

MARINA OLIVEIRA<br />

Após um longo período <strong>de</strong><br />

planejamento, a incorporação<br />

da agência Tudo pela<br />

TracyLocke Brasil, do Grupo<br />

ABC, foi concluída e a operação<br />

já está trabalhando a plenos<br />

pulmões. Des<strong>de</strong> o início <strong>de</strong><br />

<strong>2019</strong>, a companhia ocupa um<br />

mo<strong>de</strong>rno escritório <strong>de</strong> mil metros<br />

quadrados na Vila Madalena,<br />

em São Paulo, com direito a<br />

piso único dividido em hubs <strong>de</strong><br />

trabalho, mezanino, arquibancada<br />

e varanda.<br />

Pipo Calazans é quem comanda<br />

o time <strong>de</strong> 160 pessoas,<br />

que aten<strong>de</strong> Heineken, Johnson<br />

& Johnson, Burger King, Claro,<br />

NET, Sanofi, 99, Itaú, Re<strong>de</strong>, Samsung,<br />

Electrolux e Alpargatas,<br />

entre outras. Para o CEO, o trabalho<br />

da TracyLocke é pautar o<br />

mercado <strong>de</strong> comunicação baseado<br />

em informação estratégica<br />

com foco no consumidor e reimaginar<br />

a sua experiência <strong>de</strong>ntro<br />

e fora do ponto <strong>de</strong> venda.<br />

“O digital trouxe a revolução<br />

na maneira com que a gente se<br />

relaciona com as pessoas, com<br />

a notícia, a mídia e, agora, na<br />

forma como nos relacionamos<br />

com o consumo. Hoje, o shopper<br />

é hiperconectado e dono<br />

<strong>de</strong> si. Estamos num momento<br />

da comunicação em que precisamos<br />

parar <strong>de</strong> ser ATL, digital,<br />

BTL e começarmos a ser shopper<br />

centric. Temos <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />

‘from Google to shelf’ como<br />

esse consumidor superempo<strong>de</strong>rado<br />

age”, aponta.<br />

Nesse sentido, Calazans <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

que a aquisição da Tudo<br />

foi importante por aliar uma<br />

agência referência em execução<br />

à tendência shopper centric<br />

da outra. “Juntamos a cabeça e<br />

o coração.”<br />

NOVOS TEMPOS<br />

Segundo Calazans, os clientes<br />

estão começando a enten<strong>de</strong>r<br />

que “experiência é o novo<br />

branding” e acredita que a tendência<br />

é criar pontos <strong>de</strong> contato<br />

Pipo Calazans, CEO da TracyLocke Brasil, apresenta novo escritório após fusão com a agênciaTudo: “Experiência é o novo branding”<br />

“A gente não AturA<br />

mAis, enquAnto<br />

consumidores, A<br />

mensAgem que não<br />

é pArA A gente”<br />

relevantes para que a indústria<br />

possa ven<strong>de</strong>r mais. Para isso,<br />

a TracyLocke utiliza ferramentas<br />

<strong>de</strong> criativida<strong>de</strong>, dados e inovação.<br />

O objetivo é ter precisão<br />

no momento da tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões<br />

<strong>de</strong> um cliente e auxiliá-lo<br />

a comprar mais e melhor.<br />

Por meio <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas ferramentas,<br />

chamada ‘in their<br />

shoes’, é possível, em até dois<br />

dias, reunir uma média <strong>de</strong> 500<br />

ví<strong>de</strong>os <strong>de</strong> consumidores relatando<br />

voluntariamente as suas<br />

experiências com um produto.<br />

“São 700 mil consumidores conectados<br />

a um clique <strong>de</strong> distância.<br />

Eu proponho uma missão<br />

para esses shoppers [separados<br />

por classe econômica, faixa<br />

etária e região], e eles nos falam<br />

sobre a sua experiência <strong>de</strong><br />

compra. A partir daí, temos um<br />

material rico para tomarmos<br />

<strong>de</strong>cisões”, aponta.<br />

Mesmo diante <strong>de</strong> um país polarizado,<br />

em que as marcas têm<br />

sofrido pressões para se posicionar<br />

a favor ou contra <strong>de</strong>terminado<br />

tema e acabam estando<br />

ainda mais expostas, fi<strong>de</strong>lizar<br />

o cliente é, na visão do CEO, ser<br />

relevante. “A gente não atura<br />

mais, enquanto consumidores,<br />

a mensagem que não é para<br />

a gente. A experiência <strong>de</strong> compra<br />

é o que vai <strong>de</strong>terminar<br />

quem vai ganhar e quem vai<br />

per<strong>de</strong>r mercado nos próximos<br />

anos”, diz.<br />

Alê Oliveira<br />

DESAFiOS DA AgêNciA<br />

Apesar <strong>de</strong> ter sido indicada<br />

recentemente pela Agency<br />

Scope como a agência que mais<br />

enten<strong>de</strong> <strong>de</strong> shopper market,<br />

a mais preocupada com ROI e<br />

a que mais enten<strong>de</strong> <strong>de</strong> digital<br />

e novas mídias, a TracyLocke<br />

ainda tem um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio:<br />

precisa que as marcas a conheçam.<br />

“Temos <strong>de</strong> mostrar para o<br />

mercado o que estamos fazendo<br />

para que sejamos referência.<br />

Queremos que nos percebam<br />

como a agência que está transformando<br />

a relação dos shoppers<br />

com as marcas”, afirma<br />

Calazans.<br />

Para ele, ainda que a<br />

TracyLocke não seja uma agência<br />

<strong>de</strong> campanha, eles estão<br />

pautando o mercado com informações<br />

e criando produtos, experiências<br />

e inovando o PDV. “A<br />

próxima revolução é a do consumo<br />

e queremos reinventar a<br />

experiência do consumidor.”<br />

“Quando a gente é aficionado<br />

pelo entendimento do shopper,<br />

passamos a tomar <strong>de</strong>cisões que<br />

não são tomadas em uma sala<br />

<strong>de</strong> reuniões da Vila Madalena<br />

ou da Berrini, porque isso não<br />

vai funcionar. Elas têm base em<br />

insights potentes que mudam<br />

completamente a maneira <strong>de</strong><br />

se relacionar com a marca e o<br />

produto” vaticina.<br />

Pensando nisso, a agência<br />

<strong>de</strong>ve lançar em breve um projeto<br />

bimestral chamado “Work<br />

Shopper”, on<strong>de</strong> vão apresentar<br />

a diferentes players, com base<br />

em informação concreta, novas<br />

tendências <strong>de</strong> mercado. O<br />

primeiro <strong>de</strong>ve abordar a transformação<br />

do consumo na maturida<strong>de</strong>.<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 19


eyond the line<br />

stuartmiles99/iStock<br />

Reputação<br />

Como justificar minimamente um novo<br />

<strong>de</strong>sastre <strong>de</strong>pois da comoção <strong>de</strong> Mariana?<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

Leio surpreso que os executivos da Vale<br />

contam com um seguro reputação. É um<br />

seguro para proteger os bens dos executivos<br />

<strong>de</strong> atos e <strong>de</strong>cisões no exercício das suas<br />

funções. E não é pequeno: US$ 150 milhões!<br />

E talvez eles precisarão mesmo lançar mão<br />

<strong>de</strong> tal seguro. Mas e a reputação da empresa?<br />

Esta não há seguro que dê jeito fácil.<br />

Como justificar minimamente um novo<br />

<strong>de</strong>sastre <strong>de</strong>pois da comoção <strong>de</strong> Mariana?<br />

Este agora, <strong>de</strong> Brumadinho, é ainda mais<br />

impactante, por ter provocado um gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> mortes, além do <strong>de</strong>sastre ambiental.<br />

Como cuidar da imagem <strong>de</strong> uma<br />

empresa submetida a um impacto <strong>de</strong>sses?<br />

Ninguém nega a excelência da empresa<br />

no seu setor, uma das maiores do mundo, a<br />

terceira empresa brasileira. Mas o povo faz<br />

um linchamento moral. Totalmente justificável!<br />

Embora, <strong>de</strong> cabeça fria, seja difícil<br />

acreditar que houve enganação <strong>de</strong>liberada.<br />

Eles não seriam loucos <strong>de</strong> negligenciar.<br />

Não <strong>de</strong>pois do <strong>de</strong>sastre <strong>de</strong> Mariana.<br />

Segundo informações <strong>de</strong> bastidores, o<br />

próprio presi<strong>de</strong>nte se autointitulava “Mariana<br />

nunca mais”. Mas aconteceu. A empresa<br />

não escapará <strong>de</strong> um prejuízo enorme,<br />

financeiro e moral. Leio também que um<br />

publicitário <strong>de</strong> peso foi contatado para trabalhar<br />

a imagem da Vale nessa crise. Conseguirá?<br />

A empresa está fazendo tudo como <strong>de</strong>ve<br />

ser. Expôs seu presi<strong>de</strong>nte, que <strong>de</strong>u sua cara<br />

para bater, bem no calor do <strong>de</strong>sastre. Tem<br />

praticado ações paliativas cabíveis, ajudando<br />

financeiramente as famílias <strong>de</strong> vítimas<br />

e ce<strong>de</strong>ndo recursos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> monta para a<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brumadinho, até que se julguem<br />

sanções mais contun<strong>de</strong>ntes. E tem comunicado<br />

essas ações <strong>de</strong> forma correta.<br />

Antes <strong>de</strong> continuar, quero <strong>de</strong>ixar claro<br />

que não minimizo – nem um pouco – a<br />

culpa da empresa. O que estou tentando<br />

fazer aqui, neste texto, é uma análise fria<br />

<strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> reputação perante fatos <strong>de</strong>ssa<br />

magnitu<strong>de</strong>.<br />

Qualquer peça <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>ssa<br />

empresa será objeto <strong>de</strong> – no mínimo – um<br />

julgamento rigoroso <strong>de</strong> quem é submetido<br />

a ela. Como trabalhar nesse clima <strong>de</strong> cri-<br />

se? É coisa pra especialistas. Lembro-me<br />

bem do <strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> um navio<br />

da Exxon (o texto a seguir foi baseado<br />

em matéria <strong>de</strong> O Globo). Num dos maiores<br />

aci<strong>de</strong>ntes ambientais da história, um vazamento<br />

<strong>de</strong> 36 mil toneladas <strong>de</strong> petróleo poluiu<br />

1.800 km <strong>de</strong> praias, matando animais<br />

e provocando comoção mundial.<br />

Bombar<strong>de</strong>ada pelos ecologistas e pressionada<br />

pela opinião pública mundial – comovida<br />

com as imagens <strong>de</strong> pássaros, lontras<br />

e baleias mortos no meio do óleo – a<br />

Exxon mobilizou um exército <strong>de</strong> 11 mil homens<br />

para a inédita operação <strong>de</strong> limpeza.<br />

Equipou-os com 1.400 barcos, 85 aviões<br />

e recursos como bombas <strong>de</strong> sucção e bactérias<br />

<strong>de</strong>voradoras <strong>de</strong> petróleo. Biólogos<br />

limpavam as penas <strong>de</strong> pássaro por pássaro,<br />

lontras eram alimentadas com lagostas<br />

frescas, cada pedra <strong>de</strong> cada praia era meticulosamente<br />

lavada e esfregada.<br />

O trabalho levou seis meses e custou US$<br />

1 bilhão. Isso em 1989! 30 anos atrás! De lá<br />

para cá, a empresa se fundiu com a Mobil,<br />

criando o ExxonMobil, um dos maiores<br />

grupos do mundo, continuando sua operação<br />

lucrativa. No momento em que escrevo<br />

este artigo, vejo que as ações da Vale até<br />

subiram um pouco, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma queda<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 20%. O prejuízo financeiro será<br />

enorme, mas a empresa tem porte e saú<strong>de</strong><br />

financeira para suportar e sobreviver.<br />

Mas o que nos resta analisar é com que<br />

reputação a empresa sairá <strong>de</strong>sse evento terrível.<br />

A tal Geração Z é formada por pessoas<br />

muito mais críticas com a atitu<strong>de</strong> das empresas.<br />

Esses jovens escolhem criteriosamente<br />

os produtos que vão consumir ou as<br />

empresas em que trabalharão, tendo como<br />

base a sua reputação e autenticida<strong>de</strong>.<br />

Por muito menos, empresas são preteridas,<br />

no momento <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong>sse público.<br />

Daí a minha preocupação com o <strong>de</strong>senlace<br />

<strong>de</strong>sse fato que será lembrado para sempre<br />

como uma das maiores tragédias brasileiras.<br />

A nós, só nos resta cobrar uma mobilização<br />

exemplar para minimizar a dor dos<br />

que per<strong>de</strong>ram seus entes e o impacto ambiental<br />

<strong>de</strong>corrente <strong>de</strong>ssa tragédia. E, como<br />

profissionais <strong>de</strong> comunicação, acompanhar<br />

a estratégia <strong>de</strong> resgate <strong>de</strong> imagem da<br />

megaempresa.<br />

Alexis Thuller Pagliarini é superinten<strong>de</strong>nte<br />

da Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional das Agências<br />

<strong>de</strong> Propaganda)<br />

alexis@fenapro.org.br<br />

24 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


inspiração<br />

Gerenciamento apurado<br />

travellinglight/iStock e Arquivo Pessoal<br />

“Se no ‘céu’ temos as vidas <strong>de</strong> pessoas em nossas mãos, aqui<br />

em ‘solo’ temos a reputação <strong>de</strong> uma marca/empresa envolvida”<br />

Nico Prochaska<br />

Especial para o ProPMark<br />

Des<strong>de</strong> minha infância eu sempre tive uma<br />

relação muito próxima à aviação graças<br />

ao meu pai. Quando pequeno, costumava<br />

pegar carona na “Muriçoca”, como era conhecido<br />

seu avião. O que era apenas uma admiração<br />

acabou tornando-se uma profissão.<br />

Com 17 anos e repleto <strong>de</strong> dúvidas <strong>de</strong> qual<br />

carreira seguir, o meu pai me orientou para<br />

tirar o brevet. No ano seguinte, tomei a <strong>de</strong>cisão<br />

<strong>de</strong> me tornar piloto comercial, entrei<br />

no Aeroclube <strong>de</strong> São Paulo para ser instrutor<br />

<strong>de</strong> pilotagem básica.<br />

E aos 20, ingressei na Transbrasil, como<br />

copiloto <strong>de</strong> Boeing 727 e mais tar<strong>de</strong> do 737-<br />

300. Seguindo carreira na aviação, aos 26<br />

anos, já era comandante <strong>de</strong> Boeing, saindo<br />

da Transbrasil para pilotar na Vasp.<br />

Atuando hoje na área <strong>de</strong> eventos, percebo<br />

que, consciente ou inconscientemente,<br />

aplico muitos dos meus aprendizados e inspirações<br />

<strong>de</strong>ste período como piloto. Posso<br />

dizer, então, que minha memória afetiva,<br />

além <strong>de</strong> formar minha personalida<strong>de</strong> profissional,<br />

tem me guiado nestes 20 anos<br />

como profissional <strong>de</strong> live marketing.<br />

“Nossa Nico, mas o que aviação tem a ver<br />

com eventos?”. As semelhanças entre as<br />

duas ativida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m parecer iguais, mas<br />

não é bem assim. Na aviação, assim como<br />

nos eventos, tudo <strong>de</strong>ve ser muito bem pré-<br />

-planejado e executado com zero <strong>de</strong> margem<br />

<strong>de</strong> erro. Se no “céu” temos as vidas <strong>de</strong><br />

pessoas em nossas mãos, aqui em “solo”<br />

temos a reputação <strong>de</strong> uma marca/empresa<br />

envolvida, sendo também <strong>de</strong> nossa responsabilida<strong>de</strong>.<br />

É preciso um gerenciamento<br />

apurado, com muitos quesitos técnicos,<br />

operacionais e <strong>de</strong> serviços.<br />

Em ambos os casos, a habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lidar<br />

rapidamente e <strong>de</strong> forma assertiva, em um<br />

ambiente extremamente dinâmico, é fundamental!<br />

Como disse, não existe margem<br />

para erros nem na aviação e nem no “live”<br />

marketing.<br />

Verificar todos os itens dos check lists e<br />

flows aplicáveis às várias fases <strong>de</strong> um voo<br />

é algo semelhante ao follow up, que hoje<br />

fazemos junto a toda ca<strong>de</strong>ia envolvida na<br />

produção <strong>de</strong> um evento ou promoção.<br />

Nos dois casos, os cuidados, o planejamento<br />

e a atenção aos <strong>de</strong>talhes são aspectos<br />

essenciais. E isso eu faço com exaustão,<br />

sendo conhecido em brinca<strong>de</strong>iras entre a<br />

minha equipe como “o CMTE, rei do double<br />

check”.<br />

Sem dúvidas, você já <strong>de</strong>ve ter voado,<br />

algumas vezes, e sabe bem que basta uma<br />

coisa não sair como o esperado para a companhia<br />

aérea cair no seu conceito e padrão<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

E na área <strong>de</strong> eventos, cada vez mais, a<br />

experiência precisa ser única, segura e perfeita,<br />

para que as marcas não sejam questionadas<br />

pelos consumidores.<br />

Para isso, é importante ter uma equipe<br />

bem treinada, alinhada e preparada para<br />

operar equipamentos <strong>de</strong> ponta. Além disso,<br />

é importante ser hábil em diferentes disciplinas<br />

para executar serviços com riqueza e<br />

beleza nos <strong>de</strong>talhes. Pilotar aeronaves mais<br />

complexas e fazer todo o gerenciamento do<br />

voo, e ainda proporcionar o serviço <strong>de</strong> bordo,<br />

realizar a limpeza, reabastecer e falar no<br />

rádio seria uma tarefa impossível e pouco<br />

segura. Colocando tudo e todas as pessoas,<br />

a bordo e em terra, diante <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> risco.<br />

Como comandante <strong>de</strong> uma operação <strong>de</strong><br />

eventos, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte e alta complexida<strong>de</strong>,<br />

o organizador precisa conhecer a fundo<br />

todo o planejamento e os <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong> produção,<br />

além <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gestão do que está sendo feito, sem falar a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> orquestração <strong>de</strong> vários fornecedores<br />

e profissionais diferentes que<br />

<strong>de</strong>vem estar igualmente focados em uma<br />

entrega com excelência.<br />

Como diz uma famosa empresa aérea,<br />

“sabemos que a escolha da companhia aérea<br />

é uma <strong>de</strong>cisão do cliente”, venha voar<br />

com a gente.<br />

Nico Prochaska é COO da Bem+ Comunicação<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 25


quem fez<br />

Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />

Mal-aCostuMado<br />

A segunda fase da campanha Giga Chip, serviço<br />

pré-pago da Vivo, traz mais uma vez Ivete<br />

Sangalo como protagonista. Cantando o hit<br />

Mal-Acostumado, do grupo Araketu, a artista<br />

reforça o conceito <strong>de</strong> que os clientes ficam<br />

mal-acostumados com os benefícios do serviço.<br />

O plano <strong>de</strong> mídia da campanha prevê dois<br />

filmes para TV aberta, além <strong>de</strong> digital.<br />

Y&R<br />

TeLefônica BrasiL s/a<br />

fotos: Divulgação<br />

Título: Placar; produto: Voz + internet + SVAs + SMS;<br />

criação: Guilherme Aché e Jean Guelre; produtora<br />

<strong>de</strong> filme: Delicatessen Filmes; direção: Gustavo Leme;<br />

produtora <strong>de</strong> som: S <strong>de</strong> Samba; aprovação do<br />

cliente: Marina Daineze, Juliana Covino, Bruno Chamas<br />

e Bianca Formiga.<br />

projEto vErÃo<br />

Como forma <strong>de</strong> dar uma forcinha nas promessas<br />

<strong>de</strong> Ano Novo, a Danone colocou<br />

seus consumidores para malhar. Para divulgar<br />

o novo YoPRO, a marca foi ao Litoral<br />

Norte <strong>de</strong> São Paulo com a Máquina <strong>de</strong> Cumprir<br />

Promessas. A vending machine adaptada<br />

fornecia aos banhistas uma amostra do<br />

iogurte após uma sessão <strong>de</strong> exercícios.<br />

DavID SP<br />

Danone<br />

Título: Máquina <strong>de</strong> Cumprir Promessas; produto:<br />

iogurte funcional; criação: Bernardo Tavares<br />

e Thiago Ferreira; produtora <strong>de</strong> filme: Trust Filmes;<br />

direção: Luiz Zutin e Eric Ruiz; aprovação<br />

do cliente: Vagner Paes, Mariana Dutra e Maria<br />

Pessoa.<br />

CoNEXÃo<br />

O que é melhor para um turista do que receber<br />

dicas <strong>de</strong> viagens <strong>de</strong> moradores locais? Essa é a<br />

proposta da KLM com campanha que combina<br />

holografia para aproximar consumidores nos aeroportos<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro-Galeão, Amsterdã e<br />

Oslo. No filme, viajantes compartilham em tempo<br />

real dicas <strong>de</strong> seus países e cida<strong>de</strong>s para estranhos<br />

do outro lado do mundo enquanto aguardam<br />

seus voos. Os momentos mais curiosos<br />

<strong>de</strong>ssas interações foram reunidos na campanha.<br />

DDB UNLIMITED<br />

KLM<br />

Título: Take-Off Tips; produto: KLM Royal Dutch Airlines;<br />

produtora <strong>de</strong> filme: Circus Family; produção<br />

do cenário: Goed Bezig e Beam Brothers; aprovação<br />

do cliente: Marit Badia e Thije Nobbe.<br />

26 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


propÓsIto<br />

Para apresentar sua nova plataforma social Detalhes que<br />

Alimentam a Vida, a Adria trouxe campanha com histórias<br />

reais <strong>de</strong> pessoas que contribuem para um mundo<br />

melhor. Os relatos são transformados em documentários<br />

exibidos no Facebook, Instagram e YouTube da marca.<br />

O primeiro episódio conta a história do artista plástico<br />

Jorge, do projeto Nóiz. Para resgatar a autoestima das<br />

crianças que moram na Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, comunida<strong>de</strong><br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro, o artista criou personagens em quadrinhos<br />

para representá-los. Para agra<strong>de</strong>cer o reconhecimento<br />

e o incentivo, em parceria com a Adria, os pequenos<br />

ajudaram a criar um personagem que representasse<br />

a superforça <strong>de</strong> Jorge.<br />

GREY<br />

aDria aLiMenTos<br />

Título: Super Jorge; produto: Adria; criação: Augusto Nogueira<br />

Correia, Pedro Henrique Rodrigues Rosas e Airton Augusto Bittencourt<br />

Dias; ilustração: Estúdio Ícone; produtora <strong>de</strong> filme: Cinerama<br />

Brasilis; direção: Daniel Vargas; ilustração: Estúdio Ícone;<br />

aprovação do cliente: Rodrigo Mainieri, Vanessa <strong>de</strong> Oliveira Macedo<br />

Costa e Deivid <strong>de</strong> Oliveira Pereira.<br />

dIvErsÃo<br />

A jornada <strong>de</strong> verão promete ser mais conectada<br />

com os serviços <strong>de</strong> conectivida<strong>de</strong> da<br />

Claro. Essa é a proposta da campanha da<br />

Claro com foco na qualida<strong>de</strong> do seu 4.5G.<br />

Além da velocida<strong>de</strong>, a cobertura em regiões<br />

litorâneas é outro atributo <strong>de</strong>stacado no filme.<br />

A trilha dos ví<strong>de</strong>os é a versão remix do<br />

hit O sol, <strong>de</strong> Vitor Kley.<br />

TaLENT MaRcEL<br />

cLaro BrasiL<br />

Título: Verão Claro 4.5G; produto: 4.5G; criação:<br />

Camila Miyamura e Marcelo Sato; produtora <strong>de</strong><br />

filme: Barry Company; direção: Killthebuddha;<br />

produtora <strong>de</strong> som: Sonido; aprovação do cliente:<br />

Marcio Carvalho, Ane Lopes, Denise Carvalho, Alan<br />

Rossi e Fabiana Almeida da Silva.<br />

Gás<br />

A conexão com os jovens em diversos<br />

momentos, como na faculda<strong>de</strong>, férias e<br />

balada, embala a nova campanha Vai no<br />

Gás, <strong>de</strong> Coca-Cola. O filme reforça como a<br />

marca traz mais intensida<strong>de</strong> aos momentos.<br />

No digital, a hashtag VaiNoGás será<br />

explorada por influenciadores trazendo o<br />

conceito para temas ligados à cultura pop.<br />

J WT BRaSIL<br />

coca-coLa<br />

Título: Uplift; produto: Coca-Cola; criação: Vinícius<br />

Pegoraro, João Gandara e Thomás Lugris<br />

Paiva; produtora <strong>de</strong> filme: Nomads; direção:<br />

Pedro Becker; produtora <strong>de</strong> som: A9 Audio;<br />

Aprovação do cliente: Selman Careaga, Beatriz<br />

Bottesi, Yugo Motta, Carla Dart e Flavio Reghini.<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 27


we<br />

mkT<br />

Vaselena/iStock<br />

Trump e sua assinatura<br />

“Mentir é malda<strong>de</strong> absoluta. Não é possível<br />

mentir pouco ou muito; quem mente, mente.<br />

A mentira é a própria face do <strong>de</strong>mônio”.<br />

Victor Hugo<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Um dia o mundo amanheceu tentando<br />

enten<strong>de</strong>r o que existia <strong>de</strong> sincero, real<br />

e verda<strong>de</strong>iro no aperto <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> dois<br />

malucos, irresponsáveis, truculentos e<br />

inconsequentes: Donald Trump e King<br />

Jong-Un. Semanas atrás, e em manifestação<br />

nos Estados Unidos, Trump confessou<br />

que King está apaixonado por ele... Será?<br />

De qualquer maneira, o novo casal da política<br />

mundial vem ocupando as primeiras<br />

páginas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> jornais em todo o<br />

mundo, mais horas e horas das principais<br />

emissoras <strong>de</strong> televisão, mais re<strong>de</strong>s sociais,<br />

mais todas as e-news e muito e muito mais.<br />

Assim, absolutamente impossível quantificar-se<br />

o impacto daquele primeiro aperto<br />

<strong>de</strong> mão. Em valor <strong>de</strong> mídia, centenas <strong>de</strong><br />

milhões <strong>de</strong> dólares... Li a <strong>de</strong>claração. Absolutamente<br />

formal, quatro ou cinco parágrafos<br />

<strong>de</strong> manifestação <strong>de</strong> intenções e generalida<strong>de</strong>s.<br />

Nada, além disso... De qualquer<br />

maneira, e se Deus e o diabo encontram-se<br />

nos <strong>de</strong>talhes, não há como ignorar um pequeno<br />

e fantástico <strong>de</strong>talhe que caracteriza<br />

as aparições públicas <strong>de</strong> Trump, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

primeiro dia <strong>de</strong> seu mandato. Invariavelmente<br />

sentando na posição central <strong>de</strong> uma<br />

mesa, e sempre, em todas as solenida<strong>de</strong>s e<br />

reuniões, uma mesma cena final se repete.<br />

Trump, exibindo, além <strong>de</strong> sua vermelhidão,<br />

<strong>de</strong> seu topete, e <strong>de</strong> suas expressões,<br />

uma imponente caneta preta.<br />

E tudo milimetricamente calculado,<br />

na dimensão exata para que a cada final<br />

<strong>de</strong> ato, coletiva, entrevista, ao final sempre<br />

apareça uma mesma pasta presta, que<br />

Trump, empunhando sua imponente caneta,<br />

assine um suposto e qualquer documento<br />

na frente <strong>de</strong> todos... E <strong>de</strong>pois,<br />

olhando fixo para as câmaras do mundo,<br />

vira a pasta preta e exibe sua megablaster<br />

exponencial e inesquecível assinatura.<br />

Simplesmente irretocável, precisa, clara,<br />

harmônica, não me lembro <strong>de</strong> ter visto<br />

nada parecido ou semelhante em todo os<br />

meus 50 anos <strong>de</strong> marketing. Imagino que<br />

todos os dias antes <strong>de</strong> sair para o trabalho,<br />

e logo após o café, Trump treine umas 50<br />

vezes sua absurda assinatura. Isso posto, a<br />

logomarca Trump sintetiza-se na soma <strong>de</strong><br />

seu corpanzil, no paletó aberto, olhar impositivo<br />

e sem qualquer manifestação <strong>de</strong><br />

compromisso, a vermelhidão do rosto, o<br />

topete, o olhar <strong>de</strong> menosprezo, <strong>de</strong>sapreço<br />

e tédio, e muito especialmente, e coroando<br />

todo o ritual, a assinatura.<br />

Em termos <strong>de</strong> ativação <strong>de</strong> seu processo<br />

<strong>de</strong> branding, <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> sinais e códigos<br />

<strong>de</strong> comunicação, 10! A câmara foca Trump,<br />

fecha em suas mãos enquanto assina, a câmera<br />

abre, Trump olha, gira a pasta preta, e<br />

exibe ao mundo... Sua monumental assinatura.<br />

Tudo em quase 5 segundos. E volta os<br />

olhos para o mundo, esboço <strong>de</strong> sorriso dissimulado,<br />

reiterando, no movimento sutil<br />

dos lábios e em perfeita sincronia com as<br />

bochechas, seu imenso <strong>de</strong>sprezo por todos<br />

os <strong>de</strong>mais seres humanos. Até mesmo, pela<br />

forma como trata e ainda se refere, a muitas<br />

das pessoas da própria família.<br />

A câmera quer fugir e tirá-lo do foco,<br />

mas ele impe<strong>de</strong> com um rápido movimento<br />

<strong>de</strong> mãos. Mantém o olhar fixo para os<br />

milhões que estão do outro lado da câmera,<br />

em todas as partes do mundo, como a<br />

dizer, Viram... Eu sou, eu posso, eu faço...<br />

Jamais duvi<strong>de</strong>m <strong>de</strong> que eu seja capaz. Acho<br />

Trump uma piada. Já a sua assinatura, o<br />

máximo! Quase como se fosse o acor<strong>de</strong> final<br />

da Rhapsody in Blue dos irmãos George<br />

e Ira Gershwin...<br />

E você, sua empresa, produtos, serviços,<br />

cuidaram <strong>de</strong> um último acor<strong>de</strong>, <strong>de</strong> um <strong>de</strong>rra<strong>de</strong>iro<br />

sinal ou código <strong>de</strong> comunicação,<br />

que prolongue sua presença mesmo <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> ter se retirado? Se sim, parabéns! Caso<br />

contrário, mais que recomendo. Todo o<br />

restante jamais referencie-se em Donald<br />

Trump.<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

28 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


STORYTELLER<br />

cmannphoto/iStock<br />

O Feice da besta<br />

Acho que as re<strong>de</strong>s sociais se equivalem<br />

a um campo <strong>de</strong> futebol, um lugar on<strong>de</strong><br />

qualquer tipo <strong>de</strong> pudor é posto <strong>de</strong> lado<br />

lula vieira<br />

juiz observa os jogadores em campo,<br />

O consulta o relógio e apita. Começa o jogo.<br />

Logo em seguida ouve-se um grito vindo<br />

da geral: “juiz ladrão!” No campo <strong>de</strong> futebol<br />

as pessoas botam para fora o que têm guardado<br />

no peito. Fazem coro, choram, xingam<br />

o adversário. Torcer não é pensar, é extravasar<br />

a dor da vida. Numa disputa <strong>de</strong> bola,<br />

o lateral entra pesado sobre o centroavante<br />

e o aleija. Um torcedor berra: “sacrifica esse<br />

puto e enterra aí mesmo!” Provavelmente<br />

no dia a dia ele é um pai <strong>de</strong> família, um<br />

zeloso funcionário. Mas ali no campo vira<br />

uma besta fera. Ele quer sangue. Protegido<br />

pela certeza <strong>de</strong> que não precisa prestar contas<br />

do que fala, o torcedor agri<strong>de</strong> jogadores<br />

e a torcida adversária com as palavras mais<br />

vis que seu vocabulário po<strong>de</strong> encontrar.<br />

É uma terra sem mães <strong>de</strong>centes, pois elas<br />

comparecem na arena com os mais exóticos<br />

predicados. Puta é quase um lugar-comum,<br />

um mimo. Mãe no campo <strong>de</strong> futebol existe<br />

unicamente para ser achincalhada. Não há<br />

homens na torcida contrária. Só viados e bichas<br />

xexelentas, além <strong>de</strong> cornos. E esse ódio<br />

contra jogadores e torcida adversária vai até<br />

a hora que o próprio time começa a per<strong>de</strong>r.<br />

Daí entram na dança o imbecil do técnico,<br />

o goleiro vendido e toda a diretoria, um<br />

bando <strong>de</strong> ladrões estúpidos sem nenhum<br />

amor ao clube. Se alguém obe<strong>de</strong>cesse às or<strong>de</strong>ns<br />

emanadas da plateia, os proctologistas<br />

teriam muito trabalho para retirar após<br />

cada partida o apito do lugar que a horda<br />

manda os juízes colocarem. Acho que as<br />

re<strong>de</strong>s sociais se equivalem a um campo <strong>de</strong><br />

futebol, um lugar on<strong>de</strong> qualquer tipo <strong>de</strong><br />

pudor ou civilização é posto <strong>de</strong> lado.<br />

Digo isso porque não quero admitir que<br />

as pessoas sejam como se mostram pela<br />

internet. Gostaria mesmo <strong>de</strong> imaginar que<br />

exista na vida diária um cidadão diferente<br />

do que encontro nos Facebooks da vida, tal<br />

como acredito que os furibundos <strong>de</strong> estádio<br />

sejam na relação interpessoal. “Quero<br />

que o Jean Wyllys morra”, “Lula <strong>de</strong>via apodrecer<br />

na prisão”, “tem <strong>de</strong> tocar fogo em<br />

todos os presídios e matar todo mundo lá<br />

<strong>de</strong>ntro”, “os ju<strong>de</strong>us vieram aqui para espionar”.<br />

Na internet se pe<strong>de</strong> pena <strong>de</strong> morte,<br />

genocídios organizados, espalha-se mentiras<br />

e <strong>de</strong>stroem-se reputações. Tal como<br />

um maluco <strong>de</strong> arquibancada que se sente<br />

capaz <strong>de</strong> organizar um esquema tático<br />

muito melhor que o técnico do time, nas<br />

re<strong>de</strong>s sociais todo mundo enten<strong>de</strong> <strong>de</strong> tudo,<br />

opina sobre tudo e tem soluções para a política,<br />

para a vida e para a morte. Não é possível<br />

existir a velha arte da conversação. “O<br />

amigo me <strong>de</strong>sculpe, mas discordo <strong>de</strong> sua<br />

posição” inicia um “isto porque você não<br />

passa <strong>de</strong> um petralha <strong>de</strong> merda” respon<strong>de</strong><br />

o outro. “Nazista mau-caráter e escroto” é a<br />

resposta. Daí a requisitar a mãe na zona <strong>de</strong><br />

meretrício é um pulo.<br />

Os milhares <strong>de</strong> blogueiros em ação no<br />

país não cansam <strong>de</strong> ter um furo para o qual<br />

pe<strong>de</strong>m atenção especial. E falam que foram<br />

os venezuelanos que explodiram as barragens,<br />

todo médico cubano tinha protocolo<br />

a ser cumprido com mapeamento das possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> subversão, Bolsonaro vai intervir<br />

nas comissões <strong>de</strong> agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>,<br />

ninguém mais assiste a Globo, Jean<br />

Wyllys teve caso com o esfaqueador do Bolsonaro.<br />

Tudo isso com fontes e links fajutos<br />

para veículos respeitáveis. Quem não recebeu<br />

notícias como estas, muitas vezes em<br />

meio a outras com aparência <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>?<br />

Como as pessoas têm imensa preguiça <strong>de</strong><br />

pesquisar, muitas vezes as afirmações mais<br />

enlouquecidas vêm acobertadas por aspas<br />

que partem <strong>de</strong> especialistas no assunto.<br />

Como recente pesquisa da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Cambridge aponta, o internauta médio ten<strong>de</strong><br />

a acreditar mais nos sofismas transmitidos<br />

pela re<strong>de</strong> do que na vida diária, “offline”.<br />

Ou como disse o professor Richard G.<br />

Watson, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Riverstone,<br />

consi<strong>de</strong>rado a maior autorida<strong>de</strong> em comunicação<br />

digital no meio acadêmico, “está<br />

provado que os algoritmos buscam encontrar<br />

o grau <strong>de</strong> irritabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada internauta,<br />

para alimentar seus recalques da<br />

mesma maneira que se treina um pitbull ou<br />

um galo <strong>de</strong> briga. “Dê-nos um recalcado,<br />

diz o CEO da IVCTRU – agência ucraniana<br />

<strong>de</strong> Mobilização <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>s Sociais – que nós<br />

criamos um criminoso conectado”.<br />

Segundo ele, uma ração <strong>de</strong> ódio e agressivida<strong>de</strong><br />

transforma em dois meses uma<br />

pessoa num psicopata digital, prazo este<br />

que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> apenas do grau <strong>de</strong> ressentimento<br />

preexistente. Claro que fui eu que<br />

inventei essas pesquisas. Mas parecem<br />

mesmo <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, não? Compartilhe.<br />

Lula Vieira é publicitário, diretor do Grupo Mesa<br />

e da Approach Comunicação, radialista, escritor,<br />

editor e professor<br />

lulavieira@grupomesa.com.br<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 29


mArketing & negócios<br />

gpetric/iStock<br />

A era da televisão<br />

continua, com mais força<br />

A atualização <strong>de</strong> um estudo pioneiro<br />

sobre o consumo da televisão, feito pela<br />

britânica ThinkBox, indica o vigor da TV<br />

RAFAEL SAMPAIO<br />

Em 2013, a entida<strong>de</strong> que representa os<br />

interesses comerciais da televisão no<br />

Reino Unido, a ThinkBox, fez um estudo<br />

pioneiro sobre como as pessoas consomem<br />

a TV, avaliando não apenas hábitos e comportamentos,<br />

mas as razões e o espírito<br />

(mood) com que elas assistem à varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> programação da TV em seus diversos<br />

formatos: broadcast, a cabo, por satélite,<br />

em streaming e outros.<br />

O estudo, chamado <strong>de</strong> “Need states”<br />

(estados <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>), <strong>de</strong>monstrou que<br />

eram seis as razões/modos pelas quais as<br />

pessoas assistem TV - unwid (<strong>de</strong>scontrair),<br />

distract (distrair), comfort (confortar), escape<br />

(escapar), indulge (saciar) e experience<br />

(experimentar) - e que os níveis <strong>de</strong>sse<br />

consumo continuavam muito próximos ao<br />

padrão histórico, com a “live TV” (formato<br />

tradicional) dominando amplamente.<br />

De lá para cá a evolução da tecnologia,<br />

a ampliação do espectro <strong>de</strong> canais e a explosão<br />

dos smartphones e das opções do<br />

streaming levaram muitos a se perguntarem<br />

se as bases <strong>de</strong>sse padrão <strong>de</strong> consumo<br />

permaneciam semelhantes ou haviam se<br />

alterado muito. Um novo estudo nos mesmos<br />

mol<strong>de</strong>s do anterior foi encomendado<br />

para a MTM e foi divulgado no fim do ano<br />

passado (suas principais conclusões estão<br />

em https://www.thinkbox.tv).<br />

Os resultados comprovam que a era da<br />

TV continua em pleno vigor e ainda está<br />

mais forte do que antes, pois a expansão<br />

<strong>de</strong> formatos e da sua programação tem<br />

aumentado a atrativida<strong>de</strong> e a utilida<strong>de</strong> da<br />

televisão, com a opção tradicional da TV<br />

aberta por broadcast mantendo sua inconteste<br />

li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> consumo. Além <strong>de</strong><br />

reclassificar a or<strong>de</strong>m das razões/modo <strong>de</strong><br />

consumo da TV seguindo os critérios anteriores,<br />

foram incluídos - em função das<br />

observações empíricas feitas no mercado<br />

real (Reino Unido) - duas novas: o intouch<br />

(conectar) e o do (fazer). O aumento do<br />

consumo por streaming, seja nos smart-<br />

phones, seja nos aparelhos “tradicionais”<br />

e outros <strong>de</strong>vices, através do VOD (vi<strong>de</strong>o on<br />

<strong>de</strong>mand), estão ampliando e fortalecendo a<br />

TV entre os meios <strong>de</strong> comunicação mistos,<br />

que combinam informação, entretenimento,<br />

educação e utilização para se fazer alguma<br />

coisa.<br />

Mesmo sendo um estudo realizado sobre<br />

a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um mercado mais maduro<br />

e sofisticado que o brasileiro, a lógica das<br />

<strong>de</strong>scobertas é absolutamente válida para<br />

a nossa situação, na qual a predominância<br />

do formato TV aberta em broadcast é muito<br />

maior, mas as outras alternativas já estão<br />

presentes junto aos consumidores <strong>de</strong> maior<br />

padrão econômico.<br />

Os atuais hábitos e comportamento em<br />

relação às razões/modo <strong>de</strong> consumo da TV<br />

são, como relevou o estudo, os seguintes:<br />

Unwid, para relaxar no fim do dia ou da<br />

semana (26% do tempo); distract, para passar<br />

algum tempo <strong>de</strong> forma entretida (18%<br />

do tempo); comfort, para conviver socialmente<br />

com a família ou amigos (16%); in<br />

touch, para estar conectado ao que acontece<br />

no mundo e com outras pessoas (12%);<br />

experience, para compartilhar a mesma<br />

“experiência” <strong>de</strong> informação, entretenimento<br />

ou lazer com o grupo mais próximo,<br />

comunida<strong>de</strong>s específicas ou a população<br />

em geral, da cida<strong>de</strong> ao mundo (10%); indulge,<br />

para saciar algum tipo <strong>de</strong> prazer<br />

estético ou <strong>de</strong> interesse específico (9%);<br />

escape, para se afastar por algum tempo<br />

da vida real, seus compromissos e dificulda<strong>de</strong>s<br />

(7%); e do, para fazer alguma coisa<br />

<strong>de</strong> cunho profissional, familiar ou pessoal<br />

(2% do tempo).<br />

O que o estudo constata é que a proliferação<br />

<strong>de</strong> conteúdos e a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong><br />

da TV em diversas plataformas<br />

significa que todas as formas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o coexistem<br />

em harmonia, mas cada uma <strong>de</strong>las<br />

está “liberada” para fazer o que faz melhor.<br />

O que reforça a própria li<strong>de</strong>rança da TV nos<br />

seus formatos mais tradicionais.<br />

Rafael Sampaio é consultor em propaganda<br />

rafael.sampaio@uol.com.br<br />

30 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


opinião<br />

FG Tra<strong>de</strong>/iStock<br />

Como construir<br />

uma marca em um<br />

mundo polarizado?<br />

AnAhí LucAs e FeLipe RAmiRez<br />

movimento <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero<br />

O no Brasil cresceu imensamente nos últimos<br />

cinco anos. Como resultado, novas<br />

formas <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r e expressar o gênero<br />

surgiram e agora coexistem com as visões<br />

mais tradicionais. O mesmo se aplica às<br />

tendências sociais, como a inclusão da diversida<strong>de</strong><br />

étnica, o aumento <strong>de</strong> startups<br />

com foco em propósitos sociais, o crescimento<br />

do consumo <strong>de</strong> produtos naturais<br />

e orgânicos e a sustentabilida<strong>de</strong>, entre outros.<br />

Então, como uma marca po<strong>de</strong> criar<br />

uma imagem <strong>de</strong> sucesso, que se relacione<br />

com os consumidores, em um contexto em<br />

que as opiniões são polarizadas?<br />

O estudo O futuro do consumo,<br />

da Kantar Consulting, nos<br />

<strong>de</strong>u uma pista importante: o<br />

pequeno é o novo gran<strong>de</strong>. Graças<br />

às mídias sociais, os consumidores<br />

po<strong>de</strong>m compartilhar<br />

experiências com facilida<strong>de</strong> e<br />

apren<strong>de</strong>r sobre seus interesses.<br />

Com o crescimento tanto<br />

do comércio eletrônico quanto<br />

das startups, agora existem pequenas<br />

empresas que po<strong>de</strong>m<br />

oferecer produtos e serviços projetados para<br />

cada necessida<strong>de</strong>: produtos orgânicos,<br />

soluções sustentáveis para o lar, produtos<br />

capilares que celebram cabelos afronegros<br />

naturais, roupas para as mulheres empo<strong>de</strong>radas<br />

e uma gran<strong>de</strong> tendência <strong>de</strong> “pink<br />

money”. Uma marca não precisa mais, nem<br />

po<strong>de</strong>, abraçar todas as tendências. Ela <strong>de</strong>ve<br />

criar submarcas projetadas especificamente<br />

para cada nicho e chegar a cada uma<br />

usando algoritmos. A marca <strong>de</strong> alimentos<br />

orgânicos Mãe Terra, recentemente comprada<br />

pela Unilever, por exemplo, tem sido<br />

uma jogada inteligente nesse sentido.<br />

Portanto, aqui estão alguns pontos que são<br />

extremadamente importantes se a marca<br />

quiser ser eficaz em termos <strong>de</strong> construção<br />

<strong>de</strong> imagem:<br />

“Uma marca<br />

não precisa<br />

mais, nem<br />

po<strong>de</strong>,<br />

abraçar<br />

todas as<br />

tendências”<br />

1. Posicione-se, ou será posicionado - Se<br />

uma marca não se posicionar, ela será posicionada<br />

pelos consumidores. Mesmo os<br />

astros do pop sofreram: a cantora Anitta foi<br />

forçada a se posicionar claramente contra<br />

figuras públicas homofóbicas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ser<br />

criticada pelos próprios fãs, que acharam<br />

controverso o posicionamento <strong>de</strong> permanecer<br />

neutra enquanto se beneficiava <strong>de</strong><br />

uma audiência LGBTQ+.<br />

2. Escolha sua ban<strong>de</strong>ira - Marcas como a<br />

L’Oréal, que escolheu uma pessoa trans para<br />

ser a porta-voz brasileira, e a Zona-Jobs,<br />

site <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> emprego, se beneficiaram<br />

muito ao serem disruptivas, precisas e por<br />

se comunicarem <strong>de</strong> forma oportuna.<br />

3. Esteja à frente do jogo - Marcas como<br />

Skol e Tecate mudaram toda sua<br />

imagem na hora certa, passando<br />

da misoginia para uma visão<br />

mais diversa e inclusiva. Outras<br />

marcas <strong>de</strong> cerveja copiaram este<br />

estilo, mas não foram vistas como<br />

verda<strong>de</strong>iros agentes <strong>de</strong> mudança.<br />

4. Conheça seu público - As marcas<br />

precisam conhecer o perfil exato<br />

<strong>de</strong> seus alvos, ser segmentadas<br />

claramente em vários nichos e se<br />

comunicar <strong>de</strong> forma eficaz usando<br />

imagens e linguagem sociais apropriadas.<br />

Caso contrário, os esforços não se<br />

traduzirão em apelo <strong>de</strong> marca, porque o consumidor<br />

não se i<strong>de</strong>ntificará com isso.<br />

5. Entregando com precisão - Seu alvo<br />

não é mais único, você precisa alcançar os<br />

diferentes nichos que agora compõem sua<br />

marca. Portanto, a compra <strong>de</strong> mídia programática<br />

precisa ser cuidadosamente planejada.<br />

Caso contrário, você po<strong>de</strong> ter uma<br />

ótima i<strong>de</strong>ia, mas ela não será entregue às<br />

pessoas certas.<br />

O que este novo contexto social nos mostrou<br />

é que a inteligência <strong>de</strong> mercado é fundamental.<br />

Um posicionamento eficaz exige<br />

a análise cuidadosa <strong>de</strong> variáveis complexas<br />

que só po<strong>de</strong>m ser fornecidas <strong>de</strong> forma eficaz<br />

pela integração e consultoria <strong>de</strong> dados.<br />

Anahí Lucas é Regional Latam Client Manager<br />

Insights Division, Kantar<br />

(anahi.lucas@kantar.com)<br />

Felipe Ramirez é Chief Solutions Officer Latam<br />

Insights Division, Kantar<br />

(felipe.ramirez@kantar.com)<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 31


entrevista<br />

Laureane CavaLCanti<br />

diretora-executiva <strong>de</strong> marketing e comunicação da Sonae Sierra Brasil<br />

Começamos a ver os<br />

shoppings Com um<br />

oLhar mais humano<br />

Na Sonae Sierra <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2001, Laureane Cavalcanti trabalhou quatro<br />

anos em Portugal e está no Brasil <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005. Na re<strong>de</strong> que tem<br />

<strong>de</strong>z shoppings no país, ela li<strong>de</strong>ra atualmente uma equipe <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />

pessoas, além <strong>de</strong> times locais em cada shopping. Saindo <strong>de</strong> um<br />

ano atípico, que reuniu Copa do Mundo, eleições e greve dos caminhoneiros,<br />

a empresa inicia <strong>2019</strong> com otimismo, preparando um marketplace e<br />

ressignificando o shopping para o consumidor. Na entrevista a seguir, ela<br />

sinaliza o caminho que a empresa e o segmento <strong>de</strong>vem trilhar.<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

Em um ano como 2018, como foi o relacionamento<br />

com os lojistas?<br />

O importante é se colocar no<br />

mesmo lado do balcão. Temos<br />

<strong>de</strong> tratar com muita empatia. No<br />

fim do dia quem faz a venda é ele.<br />

Nossa i<strong>de</strong>ia é sempre lastrear o lojista<br />

com ferramentas comerciais<br />

e <strong>de</strong> marketing para que ele consiga<br />

entrar junto com nossa campanha,<br />

sem um esforço individual<br />

tão gran<strong>de</strong>. 200 lojas no mesmo<br />

sentido é diferente <strong>de</strong> ele ir sozinho.<br />

Nos vemos num papel <strong>de</strong> fomentar<br />

essa venda com apoio do<br />

fundo <strong>de</strong> promoção.<br />

O brasileiro está mais consciente sobre<br />

consumo?<br />

A consciência chegou há algum<br />

tempo nessa questão. No Natal,<br />

por exemplo, percebemos uma<br />

mudança <strong>de</strong> comportamento nos<br />

últimos quatro anos. O presente<br />

para o outro é uma lembrancinha<br />

e para si continua sendo<br />

uma compensação. O volume <strong>de</strong><br />

telefonia é impressionante e não<br />

cai. O número <strong>de</strong> lembrancinhas<br />

é muito gran<strong>de</strong> e a gente vê isso<br />

pela quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quiosques<br />

temporários nos últimos meses do<br />

ano. E tem o crescimento <strong>de</strong> lojas<br />

como Imaginarium, com presentes<br />

como plaquinhas <strong>de</strong> frases bonitas.<br />

Coisas <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração, bons<br />

fluidos e relaxamento têm sido<br />

muito forte. Li um texto sobre<br />

tendências <strong>de</strong> <strong>2019</strong> que fala muito<br />

<strong>de</strong> escapismo, aquela coisa <strong>de</strong><br />

fugir um pouco da realida<strong>de</strong> dura<br />

do ano, das perspectivas <strong>de</strong> futuro<br />

e economia, que nos <strong>de</strong>ixam em<br />

situação <strong>de</strong> incerteza. Isso tem<br />

dado espaço para a lacuna do conforto<br />

e satisfação, com mimos que<br />

fazem a diferença.<br />

Quais outros produtos estão fortalecidos<br />

nesse sentido?<br />

Chocolate virou presente para<br />

todas as datas. Esse segmento se<br />

reinventou com força gigantesca.<br />

É presente em todo ano. No Dia do<br />

Professor, dá chocolate; no Dia da<br />

Educação Física, dá <strong>de</strong> presente<br />

para o personal. Outro segmento<br />

que mudou e cresceu muito foi<br />

perfumaria, que antigamente era<br />

muito caro. Olha o tanto <strong>de</strong> quiosques<br />

L’Occitane au Brésil que abriram,<br />

com oferta <strong>de</strong> presentes <strong>de</strong><br />

vários valores, kits, embalagens.<br />

Tem segmentos que se reinventam<br />

a cada ano e ganham mais<br />

datas. Perfume antigamente você<br />

dava para os pais e Dia dos Namorados.<br />

Acabou isso. Para o shopping,<br />

esses novos pensamentos se<br />

adaptando para as necessida<strong>de</strong>s<br />

atuais têm feito com que as pessoas<br />

gastem até mais. A percepção<br />

<strong>de</strong> que está gastando menos no ticket<br />

é maior. Não fica mais só nos<br />

amigos secretos. Tem oferta para<br />

todo tipo <strong>de</strong> perfil.<br />

A frequência nos estabelecimentos<br />

se manteve ao longo dos anos? O que<br />

mudou?<br />

Sou uma frequentadora muito<br />

crítica <strong>de</strong> shopping porque não<br />

vejo sentido em apenas comprar,<br />

comprar, comprar. Existe uma<br />

mudança <strong>de</strong> frequência dos consumidores.<br />

Deixou <strong>de</strong> ser o ponto<br />

obrigatório porque não havia outro<br />

ponto na cida<strong>de</strong>. A pessoa marcava<br />

com o paquera, os colegas<br />

e os amigos no shopping. A vida<br />

começou a ficar tão em torno <strong>de</strong><br />

shopping que a cida<strong>de</strong> começou a<br />

reagir. Já há alguns anos começamos<br />

tentar enten<strong>de</strong>r isso. Quando<br />

a Paulista fechou foi o ápice. Como<br />

vão ficar os shoppings em São<br />

Paulo? Porque a rua começa a ficar<br />

bastante atrativa. Os parques estão<br />

ficando mais cools. Antigamente<br />

podiam dizer ‘faz calor’, ‘não é seguro’,<br />

mas as cida<strong>de</strong>s se obrigam a<br />

ficar cada vez mais seguras. Essa<br />

cultura da mobilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> ocupar<br />

a rua vai intensificando o movimento<br />

<strong>de</strong> respeito e influenciando<br />

novos comportamentos.<br />

Como se adaptaram a isso?<br />

Há uns três anos contratamos<br />

uma consultoria especializada<br />

em negócios com o ser humano<br />

no centro. Como ressignificar o<br />

shopping focando no ser humano<br />

hoje? Por exemplo, em Manaus,<br />

que tem floresta para todo lado,<br />

como construir um shopping reduzindo<br />

o impacto? Vamos ouvir<br />

os clientes, ver o terreno, adaptar<br />

para as nossas necessida<strong>de</strong>s, mas<br />

reduzindo ao máximo e oferecendo<br />

as contrapartidas. E com o shopping<br />

operando, que lugar quero<br />

preencher na vida das pessoas?<br />

Comprar não é mais necessida<strong>de</strong>.<br />

O e-commerce foi o gran<strong>de</strong> pontapé<br />

para começar a olhar para o futuro<br />

do negócio. Porque comprar<br />

não é mais sobrevivência para o<br />

shopping. Começamos a ver os<br />

shoppings com um olhar mais humano.<br />

Que tipo <strong>de</strong> adaptações e mudanças<br />

vieram a partir <strong>de</strong>ssa consultoria e<br />

reflexão?<br />

Por exemplo, se as pessoas têm<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar mais ao ar<br />

livre, faz sentido ficar preocupado<br />

com ar-condicionado gelado?<br />

Como seria o estacionamento se<br />

tem tanta gente andando <strong>de</strong> bicicleta?<br />

Quais movimentos precisávamos<br />

fazer para ressignificar o papel<br />

do shopping? Tenho na minha<br />

sala um quadro que a gente chama<br />

<strong>de</strong> roda da vida, que tem oito pilares:<br />

conveniência, cultura, educação,<br />

natureza, entretenimento,<br />

trabalho, gastronomia e saú<strong>de</strong> e<br />

bem-estar. Temos olhado o mix <strong>de</strong><br />

shoppings sempre pelo viés <strong>de</strong>sses<br />

oito pilares. Não é colocar uma<br />

loja <strong>de</strong> roupas. Moda não está aqui<br />

no quadro. Qual o nosso papel<br />

na vida das pessoas. Se eu estou<br />

no centro <strong>de</strong> São Paulo, tenho <strong>de</strong><br />

pensar um pouco no pilar <strong>de</strong> trabalho,<br />

dar mais estrutura para as<br />

pessoas que estão lá <strong>de</strong>ntro. Hoje<br />

já se vê shoppings com espaço <strong>de</strong><br />

co-workings. Fechamos uma internet<br />

<strong>de</strong> altíssima performance. Não<br />

adianta dizer que oferece wi-fi e,<br />

se tem <strong>de</strong>z pessoas no shopping,<br />

não funciona mais. Recentemente,<br />

no Plaza Sul, fizemos uma reforma<br />

e incluímos lá em cima um<br />

espaço que tem cara <strong>de</strong> parque. A<br />

i<strong>de</strong>ia é cada vez mais pesar a mão<br />

no que faz sentido para cada estabelecimento<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sses pilares,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da localização e do<br />

perfil dos frequentadores.<br />

A agenda dos shoppings está em<br />

crescimento? Que outra mudança<br />

veio nesse sentido <strong>de</strong> adaptação?<br />

A agenda é muito intensa hoje.<br />

Todos os shoppings têm eventos<br />

o ano todo, especialmente para<br />

32 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


crianças. Outra coisa é que <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

aquele tempo dos sorvetes <strong>de</strong><br />

iogurte, com apelo <strong>de</strong> ser leve,<br />

fresco, saudável, apareceram várias<br />

marcas e só ficou Yogoberry.<br />

Temos <strong>de</strong> estar preparados para as<br />

modas, como das paletas mexicanas<br />

e barbearias. Obrigar contratos<br />

<strong>de</strong> cinco anos quando a gente<br />

sabe que vai durar um ano e meio<br />

ou dois, não faz sentido. Temos <strong>de</strong><br />

nos adaptar. A duração do contrato<br />

às vezes precisa ser revista. Porque<br />

se não tiver isso no shopping<br />

a pessoa não vai, porque está na<br />

moda. Não é mais formar o cliente,<br />

é preencher a lacuna ou você<br />

sai da cartela <strong>de</strong> escolhas <strong>de</strong>le. E<br />

isso passa por transformar o espaço.<br />

Ele ganha características diferentes<br />

do que era antigamente.<br />

Qual a próxima transformação?<br />

É experimentar o shopping<br />

como marketplace para a pessoa<br />

comprar como ela quiser. Quer<br />

comprar em casa? Beleza, compra<br />

e escolhe se quer retirar no shopping<br />

quando for ao cinema, se quer<br />

receber em casa, se quer pegar<br />

<strong>de</strong>ntro da loja etc. Temos <strong>de</strong> estar<br />

on<strong>de</strong> o cliente precisa. O propósito<br />

é não per<strong>de</strong>r a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interagir<br />

com o cliente como, on<strong>de</strong> e<br />

na forma que ele quiser.<br />

É uma onda a questão dos pets? Os<br />

shoppings têm <strong>de</strong> se adaptar?<br />

Para você ver o nível da petmania<br />

recebemos uma ligação <strong>de</strong> um<br />

cliente que queria levar a cobra<br />

<strong>de</strong>le em um shopping em Campinas<br />

(SP). Dissemos que podia levar<br />

a cobra, mas na gaiola. Ele disse<br />

que a cobra só andava no braço.<br />

Somos pet friendly, mas não radicalizamos<br />

para um lado nem<br />

para o outro. Buscamos o meio-<br />

-termo. Existem pessoas que não<br />

gostam e têm medo. Seguimos<br />

como critério-base a legislação<br />

sobre tamanho, acessórios. Acredito<br />

que tenha petshop em todos<br />

porque é uma <strong>de</strong>manda cada vez<br />

mais natural. Fico impressionada<br />

com esse movimento. Há shoppings<br />

criando parque específicos<br />

para pets e disponibilizam até carrinhos.<br />

No Metrópole criamos um<br />

espaço chamado DiverCão, com<br />

circuito para eles brincarem. E já<br />

há muitos anos participamos com<br />

ONGs <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong> doação e<br />

“e-commerce<br />

foi o gran<strong>de</strong><br />

pontapé para<br />

começar<br />

a olhar o<br />

futuro do<br />

negócio”<br />

Divulgação<br />

adoção <strong>de</strong> animais abandonados<br />

e resgatados. Temos um trabalho<br />

muito forte nesse sentido, mas<br />

sempre respeitando todos os lados,<br />

porque os shoppings são muito<br />

diversos. Não são só mais dois<br />

lados, são quatro, cinco, <strong>de</strong>z... Antigamente<br />

o que a gente colocasse<br />

era regra, não existe mais isso.<br />

Quem faz as campanhas da re<strong>de</strong>?<br />

Quem aten<strong>de</strong> a gente hoje é a<br />

E<strong>de</strong>lman em 360º, em PR e publicida<strong>de</strong>,<br />

sempre com o olhar<br />

<strong>de</strong> PR, a raiz <strong>de</strong> toda criação<br />

da agência. Tínhamos o pacote<br />

tradicional, TV, rádio, jornal<br />

e mídia interna. Mas já vínhamos<br />

nos provocando para fazer algumas<br />

mudanças, porque a partir<br />

do momento que a remuneração<br />

das agências se dá em cima<br />

do boleto da mídia isso cria um<br />

vício sem fim. Esse foi o principal<br />

motivo <strong>de</strong> ir para a E<strong>de</strong>lman:<br />

buscar uma agência que tivesse<br />

uma preocupação maior com a<br />

história para criar e personalizar<br />

a mídia em função dos mercados<br />

em que a gente atua ou do que a<br />

gente quer contar. Hoje temos um<br />

nível <strong>de</strong> investimento em TV, rádio<br />

e jornal que é completamente<br />

diferente do que já foi. Também<br />

temos digital, com YouTube, Instagram<br />

e Facebook, e um peso<br />

bastante interessante no relacionamento<br />

com influenciadores<br />

sempre buscando relevância.<br />

Quais as principais características da<br />

comunicação?<br />

Não é chamar pessoas bonitas<br />

com muitos seguidores. Fomos enten<strong>de</strong>r<br />

quem são os influenciadores<br />

que moram perto dos shoppings<br />

e que os frequentam, para criar<br />

coisas que fazem sentido. E nas<br />

“faz muita<br />

diferença<br />

quando você<br />

mexe com<br />

gente <strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong>”<br />

produções, buscamos quem trabalha<br />

com histórias com pessoas<br />

<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Se na campanha tem<br />

avó e neto, é avó e neto. Não é colocar<br />

discurso em boca <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo.<br />

Não investimos nem acreditamos<br />

mais nisso. Faz muita diferença<br />

quando você mexe com gente <strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong>. Temos sido muito felizes<br />

com esse tipo <strong>de</strong> ação.<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 33


arena do esporte<br />

Danúbia Paraizo danubia@propmark.com.br<br />

Fotos;Divulgação<br />

endorfina criativa<br />

Des<strong>de</strong> pequenininha, eu já<br />

corria por aí com uma bola<br />

nos pés. Com o tempo, fui<br />

apren<strong>de</strong>ndo que minha relação com<br />

o esporte era mais do que passional.<br />

Dentro das quadras, pu<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r<br />

muito sobre trabalho em grupo, tolerância<br />

e criativida<strong>de</strong>.”<br />

Paloma Peixoto, redatora<br />

(e boleira) na W3haus.<br />

força<br />

Um dos principais mercados para o UFC, o Brasil seguirá com o patrocínio da Volkswagen<br />

até 2020. A renovação do contrato foi feita na semana passada e prevê a promoção da picape<br />

Amarok como o carro oficial no país. Como parte do acordo, a marca terá exposição<br />

<strong>de</strong>ntro do famoso octógono em eventos no Brasil, além da oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ativações e<br />

ações <strong>de</strong> engajamento com os fãs. Neste sábado (2) já ocorre a primeira aparição da marca<br />

sob o novo contrato, durante o UFC Fight Night: Assunção vs. Moraes, em Fortaleza.<br />

<strong>de</strong>u onda 1<br />

Em meio às expectativas <strong>de</strong> sua estreia nos Jogos Olímpicos <strong>de</strong> 2020, em Tóquio, o surfe<br />

tem atraído cada vez mais a atenção <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s anunciantes. O bicampeonato mundial <strong>de</strong><br />

Gabriel Medina, no fim <strong>de</strong> 2018, tem contribuído para a popularização do esporte, que terá<br />

mais um atleta brasileiro com condições <strong>de</strong> medalha. Apostando na força do surfe feminino,<br />

a TCL acaba <strong>de</strong> anunciar Tatiana Weston-Webb (foto) como nova integrante do time <strong>de</strong><br />

atletas patrocinados pela marca.<br />

<strong>de</strong>u onda 2<br />

A empresa <strong>de</strong> eletrônicos tem ampliado sua<br />

presença no esporte <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2018, quando<br />

anunciou parcerias com os jogadores Neymar<br />

Jr. e Rodrygo Goes. A partir <strong>de</strong> agora, Tatiana<br />

se junta a sua colega <strong>de</strong> modalida<strong>de</strong>, a surfista<br />

Tia Blanco, que já era patrocinada pela marca.<br />

Segundo o Comitê Olímpico Internacional,<br />

20 surfistas mulheres serão classificadas para<br />

as competições <strong>de</strong> Tóquio. Tia e Tatiana têm<br />

boas chances <strong>de</strong> conseguir classificação.<br />

<strong>de</strong>u jogo<br />

O cenário <strong>de</strong> eSports é uma das gran<strong>de</strong>s<br />

apostas do Grupo Globo para os próximos<br />

anos. Isso ficou claro com a entrevista <strong>de</strong><br />

Roberto Marinho Neto ao PROPMARK no<br />

fim do ano passado. Um dos movimentos<br />

mais expressivos da TV Globo e Globosat<br />

nesse sentido foi o anúncio recente da<br />

inclusão <strong>de</strong> São Paulo como etapa fixa<br />

do BLAST Pro Series, torneio mundial <strong>de</strong><br />

Counter Strike (CS). Com a inclusão do Brasil<br />

na competição, a capital paulista abre o<br />

torneio nos dias 22 e 23 <strong>de</strong> março, no Ginásio<br />

do Ibirapuera. Com o acordo, os canais<br />

SporTV e Sportv.com transmitirão, ao vivo,<br />

todo o campeonato. “A partir do BLAST,<br />

queremos dar visibilida<strong>de</strong> aos talentos brasileiros<br />

e promover novas competições <strong>de</strong><br />

CS em cenário nacional”, analisa Leandro<br />

Valentim (foto), head <strong>de</strong> novos negócios da<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esporte do Grupo Globo.<br />

<strong>de</strong>u onda 3<br />

Apesar dos investimentos no surfe, o futebol<br />

segue como o principal filão da Semp TCL<br />

no esporte. A marca patrocina os árbitros<br />

da Copa do Brasil, do Campeonato Brasileiro e<br />

da Copa do Nor<strong>de</strong>ste. Também foi a primeira a<br />

apoiar a utilização da tecnologia do<br />

VAR no país, nos jogos da Copa do Brasil. Mais<br />

recentemente, no começo <strong>de</strong>ste ano, a marca<br />

anunciou também o patrocínio à seleção<br />

brasileira <strong>de</strong> futebol. O contrato terá duração<br />

<strong>de</strong> três anos.<br />

34 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


mercAdo<br />

Abap lança guia <strong>de</strong> compliance e<br />

aborda temas críticos em reunião<br />

Em encontro no RJ, presi<strong>de</strong>nte da entida<strong>de</strong> disse que momento é <strong>de</strong><br />

conversa para esclarecer questões como o BV ao governo fe<strong>de</strong>ral<br />

CLAUDIA PENTEADO<br />

Associação Brasileira <strong>de</strong><br />

A Agências <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong><br />

(Abap) realizou no último dia<br />

28, no Hotel Grand Hyatt, no<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, a primeira reunião<br />

do ano com as suas 16 li<strong>de</strong>ranças<br />

regionais. Na pauta,<br />

questões específicas <strong>de</strong> cada<br />

mercado, balanços, prestações<br />

<strong>de</strong> contas e, naturalmente, a<br />

abordagem <strong>de</strong> temas que vêm<br />

<strong>de</strong>spertando polêmica, como as<br />

críticas ao BV (Bonificação por<br />

Volume) levantadas pelo governo<br />

fe<strong>de</strong>ral e a informação que<br />

teria vindo da Secretaria Especial<br />

<strong>de</strong> Comunicação Social<br />

da Presidência da República<br />

(Secom), do plano <strong>de</strong> criar uma<br />

agência interna para cuidar das<br />

comunicações do governo fe<strong>de</strong>ral<br />

(veja matéria a respeito na<br />

página X).<br />

Durante o encontro foi lançada<br />

a primeira versão, que ainda<br />

terá modificações, do Guia <strong>de</strong><br />

Compliance da Abap, elaborado<br />

com o auxílio da Fundação Dom<br />

Cabral, para auxiliar agências a<br />

criarem as próprias normas <strong>de</strong><br />

compliance. A Abap também <strong>de</strong>talhou<br />

na reunião seu novo plano<br />

<strong>de</strong> benefícios para as agências<br />

associadas, com 55 novos acordos<br />

que têm como foco auxiliar<br />

as agências na gestão do negócio.<br />

“A i<strong>de</strong>ia é ir ampliando o<br />

plano, com foco na melhoria,<br />

na segurança, na qualida<strong>de</strong> e<br />

na agilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> administração<br />

<strong>de</strong> uma agência”, explica Mario<br />

D’Andrea, presi<strong>de</strong>nte da<br />

entida<strong>de</strong>.<br />

Entre os benefícios estão <strong>de</strong>scontos<br />

em universida<strong>de</strong>s, cursos<br />

especializados e eventos,<br />

e diversas soluções <strong>de</strong> gestão -<br />

que vão <strong>de</strong> business inteligence<br />

a mídia digital e proprieda<strong>de</strong> intelectual.<br />

O material foi <strong>de</strong>spachado<br />

para cerca <strong>de</strong> 150 agências<br />

em todo o Brasil.<br />

Também foi tratado na reunião<br />

do programa <strong>de</strong> formatação<br />

<strong>de</strong> licitações li<strong>de</strong>rado pelo<br />

advogado da entida<strong>de</strong>, Paulo<br />

Mario D’Andrea: “Estamos falando, conversando. Não é momento <strong>de</strong> enfrentamento”<br />

Gomes, que vem viajando pelo<br />

país oferecendo o serviço.<br />

“Estamos ouvindo as necessida<strong>de</strong>s<br />

locais para incrementar<br />

o programa <strong>de</strong> benefícios. Há<br />

questões fiscais que precisam<br />

<strong>de</strong> atenção em alguns estados.<br />

Muitas prefeituras precisam enten<strong>de</strong>r<br />

como funciona a nossa<br />

ativida<strong>de</strong>, por isso programamos<br />

visitas com nossa área jurídica”,<br />

disse D’Andrea.<br />

Durante o encontro, foi feita<br />

uma homenagem a Décio Vomero,<br />

que durante 21 anos ocupou<br />

a posição <strong>de</strong> diretor-executivo<br />

da Abap e agora segue ligado à<br />

nova diretoria como consultor.<br />

Em seu lugar hoje está Alexandre<br />

Gibotti, para quem esta foi a<br />

primeira reunião nacional <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que assumiu o cargo.<br />

Quanto aos temas mais polêmicos<br />

que fizeram parte da pauta<br />

do encontro, D’Andrea fala<br />

que o momento é <strong>de</strong> conversa.<br />

“Estamos<br />

procurando<br />

canais para<br />

Explicar como a<br />

nossa atividadE<br />

funciona, para<br />

procurar<br />

nEutralizar<br />

informaçõEs<br />

lEvianas”<br />

Roberto Teixeira/Divulgação<br />

“Estamos falando, conversando.<br />

Não é momento <strong>de</strong> enfrentamento”,<br />

disse D’Andrea.<br />

polêmicA do BV<br />

Sobre BV, a questão maior é<br />

lidar a<strong>de</strong>quadamente com as<br />

acusações levantadas por algumas<br />

partes <strong>de</strong> que o mercado<br />

publicitário estaria praticando<br />

uma ativida<strong>de</strong> ilícita. Segundo<br />

D’Andrea, é preciso esclarecer<br />

uma série <strong>de</strong> questões.<br />

“Estamos falando sobre o<br />

tema e esclarecendo na imprensa,<br />

por exemplo, e procurando<br />

canais - e já conseguindo alguns<br />

- para explicar como a nossa ativida<strong>de</strong><br />

funciona, para procurar<br />

neutralizar informações levianas<br />

que estão sendo espalhadas.<br />

Há quem esteja disposto a<br />

ouvir. Por outro lado, acredito<br />

que o governo tem problemas<br />

maiores para se preocupar agora”,<br />

disse o executivo.<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 35


mercado<br />

especulação sobre house agency no<br />

governo fe<strong>de</strong>ral reacen<strong>de</strong> polêmica<br />

Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> agência interna é alvo <strong>de</strong> críticas; comercial <strong>de</strong> Pepsi criado<br />

pela sua in-house foi consi<strong>de</strong>rado um dos maiores fiascos da história<br />

Reprodução<br />

Comercial da Pepsi com a mo<strong>de</strong>lo Kendall Jenner, criado por sua in-house, foi duramente criticado e saiu do ar<br />

CLAUDIA PENTEADO<br />

Quem não lembra do comercial da Pepsi<br />

criado por sua agência in-house, em<br />

2017, estrelado por Kendall Jenner e consi<strong>de</strong>rado<br />

um dos maiores fiascos da história<br />

da propaganda? No filme, a mo<strong>de</strong>lo aparece<br />

em um protesto, quando oferece uma lata<br />

do refrigerante a um policial. A campanha<br />

foi alvo <strong>de</strong> críticas por minimizar o movimento<br />

Black Lives Matter (vidas negras<br />

importam), que se opõe à violência policial<br />

contra a população negra norte-americana.<br />

Na ocasião, a marca pediu <strong>de</strong>sculpas em<br />

comunicado e tirou o ví<strong>de</strong>o do ar.<br />

O acontecimento gerou inúmeras reportagens,<br />

artigos, milhares <strong>de</strong> comentários<br />

nas re<strong>de</strong>s sociais e algumas críticas inflamadas<br />

a anunciantes que criam suas estratégias<br />

<strong>de</strong> comunicação internamente.<br />

O tema das houses voltou à cena na semana<br />

passada, quando a revista Época publicou<br />

que a Secretaria Especial <strong>de</strong> Comunicação<br />

Social da Presidência da República (Secom)<br />

estaria planejando criar uma agência interna<br />

para cuidar das comunicações do governo<br />

fe<strong>de</strong>ral. De acordo com a publicação, o<br />

plano partiu <strong>de</strong> Carlos Bolsonaro, vereador<br />

pelo Rio <strong>de</strong> Janeiro e responsável indireto<br />

pela Secom. O objetivo do filho do presi<strong>de</strong>nte,<br />

segundo a revista, é reduzir os gastos<br />

com as agências <strong>de</strong> propaganda em até<br />

70%.<br />

Declarações variadas e atitu<strong>de</strong>s vêm<br />

apontando para o combate ao BV (Bonificação<br />

por Volume) e um endurecimento<br />

nas licitações das contas públicas fe<strong>de</strong>rais,<br />

bem como reduções <strong>de</strong> verbas. Mas não há,<br />

ainda, qualquer indício concreto <strong>de</strong> que o<br />

governo fe<strong>de</strong>ral esteja, <strong>de</strong> fato, disposto a<br />

montar uma house e ir muito além <strong>de</strong> uma<br />

central <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> mídia na Secom, por<br />

exemplo. Resta saber se on<strong>de</strong> há fumaça,<br />

há fogo.<br />

A assessoria <strong>de</strong> comunicação da Secom<br />

não <strong>de</strong>u retorno à <strong>de</strong>manda do PROPMARK<br />

sobre o tema e, embora ele ainda esteja no<br />

plano da especulação, chegou a ser comentado<br />

durante a última reunião da Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Agências <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong><br />

(Abap), no Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Mario D’Andrea, presi<strong>de</strong>nte da entida<strong>de</strong>,<br />

disse que nunca viu um governo montar<br />

house. “Já vi empresas fazerem e se arrepen<strong>de</strong>rem.<br />

Meu primeiro emprego foi na<br />

house <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> anunciante, que hoje<br />

“Uma agência própria<br />

é criar mais Um órgão<br />

público qUando estão<br />

tentando acabar<br />

com Uma<br />

centena <strong>de</strong>les”<br />

não tem mais house. A conta não fecha.<br />

Nem falo sobre qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho, esta<br />

é uma outra discussão. Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong><br />

negócio, não faz o menor sentido”, afirmou<br />

o publicitário.<br />

As chamadas houses vêm e vão, e um<br />

mo<strong>de</strong>lo que está se tornando bastante popular<br />

são estruturas internas em anunciantes<br />

administradas por agências <strong>de</strong> pu-<br />

36 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


licida<strong>de</strong>, como é o caso do Walmart e sua<br />

agência interna tocada pelo Grupo Publicis<br />

nos Estados Unidos. Um caso interessante é<br />

o da house do Pão <strong>de</strong> Açúcar, a PA, mantida<br />

durante oito anos, que chegou a ter 280<br />

pessoas, e foi comprada pelo Grupo Havas.<br />

Um advogado do mercado comentou que<br />

há restrições às houses pelas normas padrões<br />

do mercado publicitário, que são normas<br />

convencionais.<br />

“Houses não po<strong>de</strong>m negociar mídia e<br />

receber os <strong>de</strong>scontos das agências, que são<br />

apenas <strong>de</strong> agências <strong>de</strong> propaganda. A agência<br />

cria, produz, planeja e negocia a mídia.<br />

Uma house aten<strong>de</strong> um cliente exclusivo e<br />

a questão é como fica a negociação com os<br />

veículos”, comentou.<br />

Outra fonte, que preferiu não se i<strong>de</strong>ntificar,<br />

comentou que ter uma house sempre<br />

teria sido o sonho <strong>de</strong> quem assume o po<strong>de</strong>r<br />

em Brasília. “Já pensou quantos empregos,<br />

quantas boquinhas novas seriam criadas?”,<br />

especulou.<br />

Outra fonte comentou: “Uma agência<br />

própria é criar mais um órgão público quando<br />

estão tentando acabar com uma centena<br />

<strong>de</strong>les. Não ajuda porque o novo órgão vai<br />

ter <strong>de</strong> licitar tudo, da produtora <strong>de</strong> filmes e<br />

ví<strong>de</strong>os aos veículos que farão a inserção da<br />

publicida<strong>de</strong>, inclusive nas re<strong>de</strong>s. É inviável.”<br />

Eduardo Domingues, fundador e diretor-<br />

-geral da Nova!Comm, fala que o movimento<br />

para criar uma house agency no governo<br />

fe<strong>de</strong>ral não é salutar porque leva a crer que<br />

existe uma <strong>de</strong>sconfiança <strong>de</strong> todas as agências<br />

que hoje trabalham para o governo,<br />

como se todas fossem envolvidas com corrupção<br />

e trapaças.<br />

“Agência <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, no fundo, nada<br />

mais é do que uma consultoria e executora<br />

(feita por pessoas) <strong>de</strong> comunicação. Quando<br />

o trabalho é feito <strong>de</strong> uma forma isenta,<br />

fica melhor. As pessoas numa house agency<br />

são empregadas do cliente e, assim, planejam<br />

e executam aquilo que o cliente quer,<br />

não aquilo que ele precisa”, comenta.<br />

De fato, uma das críticas mais veementes<br />

que o mercado em geral costuma fazer<br />

às houses é que existem, no processo <strong>de</strong><br />

produção e aprovação <strong>de</strong> trabalhos, simplesmente<br />

poucas pessoas para dizer “não”<br />

e eventualmente impedir que certos trabalhos<br />

sejam produzidos. A perspectiva<br />

externa, mais isenta, é uma das gran<strong>de</strong>s<br />

vantagens <strong>de</strong> trabalhar com fornecedores<br />

<strong>de</strong> fora, especialmente em uma tarefa tão<br />

essencial quanto a comunicação.<br />

“A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> criar uma ‘house agency’ para<br />

aten<strong>de</strong>r o governo fe<strong>de</strong>ral é ruim sob vários<br />

pontos <strong>de</strong> vista. Cito três: tecnicamente<br />

pelas mesmas razões que há décadas não é<br />

recomendação entre as boas práticas preconizadas<br />

pelas associações que congregam<br />

anunciantes mundo afora, entre as quais a<br />

nossa, da qual, inclusive, fazem parte várias<br />

empresas controladas pelo Estado brasileiro.<br />

Juridicamente por significar quebra<br />

<strong>de</strong> contratos recentes assinados com a<br />

própria Secom da Presidência da República<br />

e <strong>de</strong>srespeito com a legislação vigente. E<br />

Strozenberg: “Não é recomendação entre as boas práticas preconizadas por associações que congregam anunciantes”<br />

“a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> criar Uma<br />

hoUse agency para<br />

aten<strong>de</strong>r o governo<br />

fe<strong>de</strong>ral é rUim<br />

sob vários<br />

pontos <strong>de</strong> vista”<br />

politicamente por sinalizar excesso <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> criação, produção e distribuição <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong> - não necessariamente a crítica<br />

- concentrado nas mãos do po<strong>de</strong>r central, o<br />

que nunca é bom, nem para a boa flui<strong>de</strong>z do<br />

processo <strong>de</strong>mocrático, muito menos para o<br />

exercício pleno da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão<br />

<strong>de</strong> um país”, comenta Armando Strozenberg,<br />

ex-Havas e hoje consultor.<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 37


MerCAdO<br />

Agências estão otimistas para o<br />

ano <strong>de</strong> <strong>2019</strong>, mas mantêm cautela<br />

Pesquisa Van Pro da Fenapro aponta índice recor<strong>de</strong> em expectativa<br />

positiva para o período; <strong>de</strong>sempenho do trimestre é mais mo<strong>de</strong>rado<br />

JÉSSICA OLIVEIRA<br />

nível <strong>de</strong> otimismo para<br />

O <strong>2019</strong> é recor<strong>de</strong>, segundo<br />

pesquisa Van Pro (Visão <strong>de</strong> Ambiente<br />

<strong>de</strong> Negócios em Agências<br />

<strong>de</strong> Propaganda), realizada<br />

pela Fenapro (Fe<strong>de</strong>ração Nacional<br />

das Agências <strong>de</strong> Propaganda).<br />

70,6% dos respon<strong>de</strong>ntes<br />

esperam um ano melhor, 18,1%<br />

igual a 2018 e 11,3%, pior.<br />

Os dados coletados nas três<br />

primeiras semanas <strong>de</strong> janeiro<br />

refletem a performance das<br />

agências no 4º trimestre <strong>de</strong><br />

2018, além das perspectivas<br />

para o primeiro <strong>de</strong> <strong>2019</strong>. O otimismo<br />

quando comparado ao<br />

início <strong>de</strong> 2017 é ligeiramente<br />

melhor (68,2%), mas quase dobra<br />

o do fim <strong>de</strong> 2018 (36%). No<br />

entanto, as agências estão cautelosas<br />

sobre a melhora nesse<br />

primeiro trimestre: 36,9% esperam<br />

algo melhor e 36,5% que<br />

seja parecido com o anterior.<br />

Glaucio Bin<strong>de</strong>r, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Fenapro, ressalta que a propaganda<br />

reflete a motivação <strong>de</strong><br />

outras áreas da economia. “Se<br />

há um otimismo nos <strong>de</strong>mais<br />

setores, ele é rapidamente observado<br />

no nosso. O Brasil está<br />

torcendo para dar certo. Há<br />

uma motivação emocional nessa<br />

história que vai refletindo<br />

como ondas. Estamos sentindo<br />

retomada <strong>de</strong> conversas”, diz.<br />

OlhAr <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntrO<br />

Ligia Vulcano, copresi<strong>de</strong>nte<br />

da SunsetDDB, confirma a pesquisa.<br />

Ela conta que a agência<br />

fechou bem o ano <strong>de</strong> 2018 e está<br />

otimista para <strong>2019</strong>. “Sentimos<br />

um bom aquecimento no nosso<br />

mercado, uma inquietação dos<br />

empresários e da indústria no<br />

geral. E temos clientes cada vez<br />

mais dispostos a retomar planos<br />

e projetos. A nossa perspectiva<br />

é das melhores”, afirma.<br />

A percepção do otimismo<br />

calçada na recuperação da economia<br />

também é <strong>de</strong>stacada por<br />

Marcio Toscani, co-CEO e COO,<br />

da Leo Burnett. “Faz com que<br />

Ligia Vulcano: “Sentimos um bom aquecimento no mercado” David Laloum: “A Young está realista para <strong>2019</strong>”<br />

Marcio Toscani <strong>de</strong>staca recuperação da economia Marcia Esteves: “A Grey obteve resultados históricos em 2017 e 2018”<br />

os anunciantes tenham mais<br />

apetite <strong>de</strong> investimento, <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> produtos e<br />

soluções. Isso impacta <strong>de</strong> forma<br />

direta e positiva na comunicação<br />

e no trabalho que <strong>de</strong>senvolvemos<br />

com os clientes”,<br />

diz. A agência vai continuar um<br />

processo <strong>de</strong> reestruturação que<br />

começou há dois anos. “Contratamos<br />

cerca <strong>de</strong> 100 colaboradores,<br />

reformulamos a li<strong>de</strong>rança,<br />

promovemos talentos e re<strong>de</strong>senhamos<br />

áreas. Tudo já nos preparando<br />

para este momento.”<br />

Também otimista e com o<br />

radar alerta, a Grey iniciou <strong>2019</strong><br />

partindo <strong>de</strong> uma premissa <strong>de</strong><br />

seguir colocando criativida<strong>de</strong><br />

no centro <strong>de</strong> tudo e pessoas<br />

em primeiro lugar. A presi<strong>de</strong>nte<br />

Marcia Esteves afirma que<br />

a agência está otimista, mas<br />

sem euforia. “Vamos continuar<br />

acompanhando as mudanças<br />

na economia e no país com<br />

muita atenção. A Grey obteve<br />

“Vamos continuar<br />

acompanhando<br />

as mudanças na<br />

economia e no<br />

país com muita<br />

atenção”<br />

resultados históricos em 2017 e<br />

2018. Nossa expectativa é que<br />

<strong>2019</strong> seja ainda melhor para a<br />

agência e seus clientes”, conta.<br />

A Y&R também vislumbra<br />

um bom ano. O presi<strong>de</strong>nte David<br />

Laloum acredita que a percepção<br />

é positiva. “A Young<br />

está realista para <strong>2019</strong>. Quando<br />

olhamos os <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> negócio<br />

que temos à frente, temos uma<br />

percepção positiva, que é resultado<br />

da conquista <strong>de</strong> novos<br />

clientes em 2018, e crescimento,<br />

principalmente das entregas<br />

digitais no escopo dos clientes<br />

que já são <strong>de</strong> casa”, conta.<br />

Fotos: Divulgação<br />

A agência vai focar em três<br />

pontos principais no ano: excelência<br />

na qualida<strong>de</strong> da entrega<br />

criativa, estratégica e operacional;<br />

impacto no resultado<br />

<strong>de</strong> negócios dos clientes, na<br />

experiência do consumidor e<br />

na socieda<strong>de</strong>; e aceleração nos<br />

territórios <strong>de</strong> social e conteúdo,<br />

complementando a visão <strong>de</strong> BI,<br />

Data e performance da agência.<br />

Já Carolina Boccia, diretora-<br />

-geral <strong>de</strong> atendimento da Africa,<br />

comenta que a agência está bem<br />

animada por ter fechado um<br />

ano forte. Entre os <strong>de</strong>staques ela<br />

aponta a colocação da agência no<br />

ranking da Scopen e o crescimento<br />

financeiro com a conquista <strong>de</strong><br />

contas importantes, levando a<br />

entrada no Top 3 do ranking das<br />

maiores agências brasileiras pelo<br />

Kantar Ibope Media. “Nossas expectativas<br />

se mantêm altas, principalmente<br />

porque tivemos um<br />

2018 excepcional, diria que até<br />

fora da curva no nosso mercado.”<br />

38 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


MERCADO<br />

ESPM inaugura novo campus no<br />

Itaim e mira em executivos c-level<br />

Unida<strong>de</strong> vai ofertar aulas <strong>de</strong> MBA e pós-graduação no horário do almoço;<br />

segundo Dalton Pastore, presi<strong>de</strong>nte da escola, iniciativa é inédita no país<br />

MARINA OLIVEIRA<br />

ESPM inaugurou, na última<br />

A quinta-feira (31), o campus<br />

Itaim. A unida<strong>de</strong>, localizada<br />

em um dos principais centros<br />

<strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> São Paulo, vai<br />

ofertar exclusivamente formação<br />

em pós-graduação e MBA<br />

para altos executivos, o chamado<br />

c-level.<br />

Durante a abertura do prédio,<br />

Dalton Pastore, presi<strong>de</strong>nte da<br />

ESPM, afirmou que, num mundo<br />

conectado e em constante<br />

mutação, é preciso se atualizar.<br />

“Nessa revolução digital que<br />

transforma o mundo, as novas<br />

profissões, as tecnologias e, sobretudo,<br />

as formas <strong>de</strong> fazer negócios,<br />

surgiu o conceito <strong>de</strong> life<br />

long learning, ou seja, não dá<br />

para estagnar, você terá <strong>de</strong> voltar<br />

para a escola”, diz.<br />

“Nossa i<strong>de</strong>ia foi criar um espaço<br />

on<strong>de</strong> executivos já estabelecidos<br />

no mercado façam<br />

cursos <strong>de</strong> superatualização profissional”,<br />

complementa.<br />

Roberto Duailibi, conselheiro<br />

da ESPM, exaltou a publicida<strong>de</strong><br />

em seu discurso. “Sinto que,<br />

no momento atual, essa escola<br />

tem, também, a missão <strong>de</strong> restaurar<br />

a nossa profissão”, disse<br />

o lendário criador da DPZ.<br />

“Quando olhamos quem fez<br />

a história <strong>de</strong>sse país e essa re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> comunicação que criamos,<br />

<strong>de</strong>vemos máximo respeito<br />

aos publicitários. Fica aqui a<br />

minha gran<strong>de</strong> alegria <strong>de</strong> participar<br />

<strong>de</strong>sse momento tão<br />

importante da nossa história”,<br />

acrescentou Duailibi.<br />

De acordo com Tatsuo Iwata<br />

Neto, pró-reitor <strong>de</strong> pós-graduação<br />

latu sensu e educação continuada<br />

da ESPM, a i<strong>de</strong>ia da nova<br />

se<strong>de</strong> é abrigar programas inovadores<br />

que dialoguem com os<br />

profissionais das organizações.<br />

“Oferecemos programas em formatos<br />

diferentes e um MBA em<br />

parceria com o ITA, com o objetivo<br />

<strong>de</strong> atrair um público ligado<br />

a inovação, tecnologia e marketing,<br />

que são os nossos pilares.”<br />

Conselheiros e dirigentes da ESPM prestigiam inauguração do campus Itaim, em São Paulo; foco é nos executivos c-level<br />

A nova instalação privilegia o<br />

networking e traz para os alunos<br />

áreas <strong>de</strong> convívio e salas <strong>de</strong> aula<br />

que remetem a espaços para<br />

reunião. Os executivos também<br />

contam com bancadas individuais<br />

<strong>de</strong> trabalho nas áreas comuns<br />

do prédio.<br />

Pastore afirma que para aten<strong>de</strong>r<br />

os alunos da unida<strong>de</strong> Itaim<br />

foi preciso inovar no horário das<br />

classes. A escola vai ofertar turmas<br />

na hora do almoço, iniciativa<br />

inédita no Brasil. Com duração<br />

aproximada <strong>de</strong> uma hora e<br />

meia, os executivos também terão<br />

a opção <strong>de</strong> turmas no início<br />

da manhã ou à noite.<br />

“Nossa i<strong>de</strong>ia é que esse profissional,<br />

que já está num nível<br />

elevado da carreira, faça um curso<br />

<strong>de</strong> atualização sacrificando o<br />

menos possível a si, à empresa e<br />

à família”, aponta o presi<strong>de</strong>nte.<br />

INVESTIMENTO NO FUTURO<br />

A inauguração do campus<br />

Itaim faz parte <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong><br />

mudanças estruturais realiza-<br />

“Nossa i<strong>de</strong>ia é que<br />

esse profissioNal<br />

faça um curso<br />

<strong>de</strong> atualização<br />

sacrificaNdo o<br />

meNos possível<br />

a si, à empresa<br />

e à família”<br />

Alê Oliveira<br />

das pela ESPM nos últimos dois<br />

anos. Des<strong>de</strong> 2016, houve um investimento<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> R$ 26 milhões<br />

na reforma dos dois prédios<br />

da Vila Mariana, no campus<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro, em Porto Alegre<br />

e nesta nova unida<strong>de</strong>.<br />

De acordo com Pastore, a escola<br />

<strong>de</strong>ve inaugurar, no primeiro<br />

semestre, uma nova se<strong>de</strong> em<br />

Florianópolis, o ESPM Tech. O<br />

campus estará no chamado cinturão<br />

<strong>de</strong> tecnologia da capital<br />

catarinense. “Acreditamos que<br />

seja em abril, haverá pós-graduação<br />

e educação continuada<br />

e temos parceria com a Ace para<br />

esse projeto”, pontua.<br />

A inauguração contou com<br />

a presença <strong>de</strong> conselheiros da<br />

ESPM, dirigentes e convidados,<br />

como o presi<strong>de</strong>nte do conselho<br />

da escola e diretor do PROP-<br />

MARK, Armando Ferrentini. A<br />

se<strong>de</strong> no Itaim tem capacida<strong>de</strong><br />

para nove turmas <strong>de</strong>, em média,<br />

35 alunos e fica na Rua Bento <strong>de</strong><br />

Andra<strong>de</strong>, 700. As aulas na nova<br />

casa iniciam segunda-feira (11).<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 39


Mercado<br />

Marcas <strong>de</strong> alimentos e bebidas<br />

reavivam a indústria <strong>de</strong> sorvetes<br />

Diferenciação dos momentos <strong>de</strong> consumo permite que companhias<br />

realizem parcerias para compor portfólio e linhas <strong>de</strong> produtos sazonais<br />

iStock/ fcafotodigital<br />

Diversas marcas <strong>de</strong> sorvete lançaram no último ano as próprias versões para tradicionais chocolates, achocolatados, biscoitos e até mesmo petit suisse e bebida alcoólica<br />

MARIANA BARBOSA<br />

Houve um tempo em que<br />

as opções <strong>de</strong> sorvetes nos<br />

congeladores dos supermercados<br />

e casas brasileiras se restringiam<br />

aos clássicos, como<br />

creme, morango e chocolate,<br />

incluindo suas variações nos<br />

famosos napolitano e flocos.<br />

Esse tempo acabou.<br />

O que po<strong>de</strong> ser observado<br />

agora é uma imensa varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sabores e versões, e gran<strong>de</strong><br />

parte <strong>de</strong>sse movimento<br />

<strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> que gran<strong>de</strong>s<br />

marcas <strong>de</strong> alimentos e bebidas<br />

vêm emprestando suas características<br />

– e fiéis consumidores<br />

– à indústria <strong>de</strong> sorvetes.<br />

As inovações fazem parte do<br />

portfólio fixo <strong>de</strong> tradicionais<br />

marcas e também compõem<br />

edições limitadas e linhas sazonais<br />

– em alta, principalmente,<br />

durante o verão.<br />

Somente do último ano até<br />

agora, foram lançadas versões<br />

da famosa bolacha Oreo, da<br />

Mon<strong>de</strong>lēz (com <strong>de</strong>staque para<br />

o “sanduíche <strong>de</strong> sorvete”) e<br />

a linha Lacta, com sabores<br />

dos chocolates Lacta ao leite,<br />

Laka, Diamante Negro, 5 Star<br />

e Sonho <strong>de</strong> Valsa, da mesma<br />

empresa.<br />

A Nestlé anunciou a versão<br />

pote do sorvete Chambinho,<br />

conhecido por seu petit suisse<br />

com embalagem em formato<br />

<strong>de</strong> coração e o picolé <strong>de</strong> Kit<br />

Kat. A marca empresta ainda<br />

o chocolate Suflair para a campanha<br />

<strong>de</strong> verão Po<strong>de</strong> ser agora,<br />

da re<strong>de</strong> Chiquinho Sorvetes,<br />

que apresenta dois produtos:<br />

Shake Mis e Milk-Shake.<br />

A Kibon, em parceria com a<br />

Mars, passou a produzir sorvetes<br />

em pote e picolé inspirados<br />

em Snickers e Ovomaltine. A<br />

marca conta também com picolé<br />

<strong>de</strong> Toddynho, achocolatado<br />

fabricado pela PepsiCo.<br />

Em sua primeira ação <strong>de</strong> co-<br />

-branding, a Cacau Show apresentou<br />

um gelato <strong>de</strong>senvolvido<br />

com a vodca Smirnoff Ice. O<br />

produto faz parte da linha sazonal<br />

<strong>de</strong> seu tradicional Festival<br />

“Todo mundo gosTa<br />

<strong>de</strong> sorveTe. <strong>de</strong>vem<br />

exisTir exceções,<br />

mas é raro. a<br />

gran<strong>de</strong> quesTão<br />

é enTen<strong>de</strong>r<br />

a ocasião <strong>de</strong><br />

consumo”<br />

40 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


Divulgação<br />

<strong>de</strong> Verão, que<br />

conta com outros<br />

nove sabores e estará à venda<br />

até o Carnaval. Essa é a gran<strong>de</strong><br />

aposta da Gelateria Cacau<br />

Show para a temporada, que<br />

tem como objetivo “apresentar<br />

uma nova experiência <strong>de</strong> sabor<br />

e refrescância”. Com cobertura<br />

<strong>de</strong> chocolate branco, o picolé<br />

contém bebida alcoólica e, por<br />

isso, não po<strong>de</strong> ser vendido para<br />

menores <strong>de</strong> 18 anos.<br />

Segundo Diana Sá, head<br />

<strong>de</strong> marketing da Froneri na<br />

América Latina, essa movimentação<br />

<strong>de</strong> mercado ocorre<br />

a partir do momento em que<br />

as empresas <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m apostar<br />

nas inovações sem a preocupação<br />

em diferenciar perfis <strong>de</strong><br />

público. “Todo mundo gosta<br />

<strong>de</strong> sorvete. Devem existir exceções,<br />

mas é raro”, brinca.<br />

“A gran<strong>de</strong> questão é enten<strong>de</strong>r<br />

a ocasião <strong>de</strong> consumo. Geralmente<br />

quando o sorvete é utilizado<br />

como uma sobremesa<br />

após um almoço <strong>de</strong> família,<br />

por exemplo, o público ten<strong>de</strong><br />

a buscar os potes maiores<br />

e sabores <strong>de</strong>mocráticos, que<br />

todo mundo conhece. Já para<br />

as situações <strong>de</strong> indulgência,<br />

como assistir uma série em<br />

casa com o namorado ou namorada,<br />

as pessoas buscam<br />

algo diferente, e é aí que o setor<br />

vem crescendo”, explica.<br />

A Froneri é uma joint venture<br />

entre a Nestlé e a britânica<br />

R&R. A empresa é responsável<br />

pela fabricação <strong>de</strong> sorvetes<br />

Nestlé em diversos continentes<br />

e atualmente produz também<br />

os sorvetes da Mon<strong>de</strong>lēz.<br />

I<strong>de</strong>ntIfIcando <strong>de</strong>Mandas<br />

A Häagen-Dazs, da americana<br />

General Mills, aposta na<br />

estratégia <strong>de</strong> apresentar ao<br />

mercado novida<strong>de</strong>s todos os<br />

anos. Em 2018, a marca incluiu<br />

em seu portfólio o sabor Pint<br />

Peanut Butter e trouxe às cida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Campinas, São Paulo e<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro seus stickbars<br />

(palitos), que já faziam sucesso<br />

no exterior. “A marca está em<br />

constante evolução e é claro<br />

que a versão palito não po<strong>de</strong>ria<br />

ficar <strong>de</strong> fora. Decidimos trazer<br />

essa novida<strong>de</strong> para o Brasil<br />

porque a versão palito ainda representa<br />

gran<strong>de</strong> parte do mercado<br />

<strong>de</strong> sorvetes e os consumidores<br />

brasileiros adoram os<br />

lançamentos nessa categoria,<br />

principalmente os millennials,<br />

que são o público-foco da marca<br />

e procuram por produtos<br />

que proporcionam uma nova<br />

experiência <strong>de</strong> consumo e têm<br />

boa receptivida<strong>de</strong> por produtos<br />

on the go. Se o sucesso do<br />

produto se confirmar nessas<br />

praças, vamos expandir as<br />

vendas para outros<br />

estados”, revela a<br />

empresa.<br />

A Häagen-Dazs<br />

aposta também em<br />

edições limitadas<br />

inspiradas em tendências<br />

globais. Em<br />

2017, os consumidores<br />

brasileiros pu<strong>de</strong>ram<br />

provar os sabores<br />

<strong>de</strong> “Flowers by Häagen-Dazs”,<br />

que combinava<br />

frutas e flores,<br />

elementos inusitados<br />

na gastronomia, para<br />

reforçar seu conceito<br />

premium.<br />

Já a Kibon comenta<br />

que possui uma equipe<br />

<strong>de</strong>dicada a analisar<br />

“o mercado <strong>de</strong><br />

sorveTes Tem se<br />

reinvenTado com<br />

novos sabores<br />

acompanhando as<br />

mudanças <strong>de</strong><br />

hábiTos e aTiTu<strong>de</strong>s<br />

dos consumidores,<br />

que esTão cada vez<br />

mais exigenTes”<br />

Chambinho no pote é fabricado pela Froneri<br />

Gelato <strong>de</strong> Smirnoff Ice é a gran<strong>de</strong> aposta da Gelateria Cacau Show para a temporada<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

e enten<strong>de</strong>r seu público para<br />

i<strong>de</strong>ntificar novas tendências <strong>de</strong><br />

consumo. “Nos últimos anos,<br />

o mercado <strong>de</strong> sorvetes tem se<br />

reinventado com novos sabores<br />

acompanhando sempre as<br />

mudanças <strong>de</strong> hábitos e atitu<strong>de</strong>s<br />

dos consumidores, que estão<br />

cada vez mais exigentes. Esse<br />

posicionamento garante inovações<br />

relevantes para o público e<br />

o protagonismo e autenticida<strong>de</strong><br />

da Kibon na categoria”, afirma<br />

Luciana Soares, gerente <strong>de</strong><br />

marketing da marca.<br />

A executiva ressalta ainda<br />

que lançamentos recentes<br />

estão sendo pensados também<br />

com base nas mudanças<br />

<strong>de</strong> hábitos alimentares dos<br />

consumidores. “A linha Cremosíssimo<br />

Zero Lactose é um<br />

exemplo <strong>de</strong> como os sabores<br />

tradicionais, Napolitano e<br />

Creme, foram adaptados para<br />

continuar aten<strong>de</strong>ndo ao paladar<br />

do consumidor junto a<br />

uma necessida<strong>de</strong>, seja para<br />

quem tem restrições alimentares<br />

ou não quer alterar a dieta”,<br />

<strong>de</strong>talha.<br />

Diana comenta ainda que o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um novo<br />

sabor é uma <strong>de</strong>cisão tomada<br />

com base nas <strong>de</strong>mandas do público<br />

e i<strong>de</strong>ias das marcas e das<br />

empresas fabricantes dos sorvetes.<br />

“Contamos com diversas<br />

fontes <strong>de</strong> pesquisa e estudamos<br />

o que cada geração busca,<br />

quais são seus hábitos e como<br />

já normalmente customizam<br />

os sabores clássicos”, diz.<br />

Ainda segundo a head <strong>de</strong><br />

marketing da Froneri, atualmente<br />

a repercussão dos últimos<br />

lançamentos é positiva<br />

não apenas nas re<strong>de</strong>s sociais e<br />

em feedbacks <strong>de</strong> clientes, mas<br />

também nas vendas: lançado<br />

no início do último ano, o<br />

“sanduíche” <strong>de</strong> Oreo já ocupa<br />

a primeira posição no ranking<br />

<strong>de</strong> faturamento <strong>de</strong> compras<br />

por impulso da empresa.<br />

O segredo <strong>de</strong> toda essa receita?<br />

Tempo. “Replicar algo<br />

que já existe requer <strong>de</strong>gustações<br />

para que o produto-<br />

-mãe e o sorvete ofereçam<br />

experiências sensoriais similares.<br />

Entre as aprovações,<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da fórmula<br />

e agregados (acompanhamentos,<br />

como castanhas, por<br />

exemplo) e investimento em<br />

tecnologia e maquinário, um<br />

novo sabor leva <strong>de</strong> quatro meses<br />

a um ano para chegar ao<br />

varejo”, esclarece.<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 41


Ele emitiu entendimento <strong>de</strong> que “pelos<br />

serviços <strong>de</strong> marketing (criação, <strong>de</strong>senvolvimento<br />

e planejamento realizado) <strong>de</strong>vem<br />

ser tributados apenas os honorários profissionais<br />

pela elaboração do projeto <strong>de</strong> marketing<br />

promocional; e pelos serviços <strong>de</strong><br />

agenciamento, <strong>de</strong>ve apenas ser tributada a<br />

taxa <strong>de</strong> comissão/intermediação pela contratação<br />

<strong>de</strong> terceiros-fornecedores, para a<br />

implementação e execução do projeto”.<br />

Wilson Ferreira Jr., presi<strong>de</strong>nte da Ampro,<br />

fala que a entida<strong>de</strong> vem tentando diversas<br />

alternativas, inclusive ações judiciais, sem<br />

sucesso, para acabar com a bitributação.<br />

O aval <strong>de</strong> uma autorida<strong>de</strong> inquestionável<br />

po<strong>de</strong>, segundo ele, abrir caminho para novos<br />

diálogos e confrontação <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong><br />

vista. “Temos segurança que uma análise<br />

isenta por parte dos órgãos públicos resolmercado<br />

Governo <strong>de</strong> São Paulo trabalha em<br />

plano <strong>de</strong> comunicação para <strong>2019</strong><br />

O novo secretário, Duilio Malfatti, entrou em processo <strong>de</strong> aprovação<br />

<strong>de</strong> seis campanhas, além da criação da marca da gestão <strong>de</strong> João Doria<br />

Claudia Penteado<br />

Depois <strong>de</strong> tomar posse <strong>de</strong> seu cargo<br />

no último dia 2 <strong>de</strong> janeiro, o novo secretário<br />

<strong>de</strong> comunicação do governo <strong>de</strong><br />

São Paulo, Duilio Malfatti, <strong>de</strong>u início à<br />

elaboração do planejamento do ano para<br />

sua área que, segundo ele, em breve estará<br />

concluído. Já com uma equipe nova,<br />

composta por 12 pessoas, Malfatti entrou<br />

em processo <strong>de</strong> aprovação <strong>de</strong> seis novas<br />

campanhas publicitárias elaboradas<br />

pelas agências Z515, Propeg e Lew’Lara\<br />

TBWA, que aten<strong>de</strong>m o governo <strong>de</strong> João<br />

Doria (PSDB).<br />

Segundo ele, um dos gran<strong>de</strong>s contrastes<br />

tem sido o ritmo mais dinâmico e trabalhar<br />

com um chefe – Doria – que enten<strong>de</strong> profundamente<br />

do negócio e se mantém permanentemente<br />

envolvido com os temas<br />

da área. Além disso, agora Malfatti cuida<br />

basicamente <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e não mais <strong>de</strong><br />

eventos, algo que sua área acumulava no<br />

governo fe<strong>de</strong>ral – <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> quase três anos,<br />

ele <strong>de</strong>ixou em <strong>de</strong>zembro a Secretaria <strong>de</strong> Comunicação<br />

Social, on<strong>de</strong> era secretário <strong>de</strong><br />

Comunicação Integrada.<br />

Jurista con<strong>de</strong>na bitributação do ISS<br />

sobre as agências <strong>de</strong> live marketing<br />

Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional<br />

A (Ampro) recebeu parecer do jurista Ives<br />

Gandra Martins que con<strong>de</strong>na a bitributação<br />

do ISS no mercado <strong>de</strong> live marketing.<br />

Divulgação<br />

Duilio Malfatti: “Campanha se valerá <strong>de</strong> todas as mídias”<br />

das. “Não posso negociar veículo a veículo.<br />

Tenho <strong>de</strong> negociar com os segmentos. Ao<br />

mesmo tempo, o núcleo <strong>de</strong> mídia me permite<br />

controlar melhor o que se faz no governo<br />

inteiro. É controle e gestão. Vai facilitar<br />

nossa vida aqui”, explica.<br />

Hoje sua área cuida da comunicação <strong>de</strong><br />

16 secretarias e, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>las, estatais como<br />

Sabesp, CDHU, CPTM/Metrô e Detran. Até<br />

agora algumas ações já foram realizadas,<br />

como a campanha que divulga os prazos <strong>de</strong><br />

pagamento do IPVA <strong>2019</strong> (criação da Z515),<br />

materiais para a conferência <strong>de</strong> Davos (<strong>de</strong>senvolvidos<br />

pela Lew’Lara), marcas e logomarcas<br />

para alguns programas do governo.<br />

“Agora começa a parte mais robusta, <strong>de</strong><br />

planejamento <strong>de</strong> campanhas para o governo.<br />

Que, diferentemente do governo fe<strong>de</strong>ral,<br />

se valerá <strong>de</strong> todas as mídias, não apenas<br />

as digitais”, afirma.<br />

Os focos serão variados, <strong>de</strong>ntro da linha<br />

<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong> pública para a população, sendo<br />

que os temas mais fortes são segurança<br />

e saú<strong>de</strong>. Malfatti <strong>de</strong>ve divulgar, em breve,<br />

uma nova marca do governo que, segundo<br />

ele, já foi criada, mas ainda não está plenamente<br />

aprovada.<br />

“O bom é que a estrutura é nova, montada<br />

agora, pequena. E pretendo fazer algumas<br />

alterações ainda, como instituir um comitê<br />

<strong>de</strong> negociação e um núcleo <strong>de</strong> mídia,<br />

como eu tinha no governo fe<strong>de</strong>ral. É muito<br />

importante para controle e gestão”.<br />

De acordo com Malfatti, as novas áreas<br />

estabelecem negociações mais organizaverá<br />

essa questão <strong>de</strong>finitivamente”.<br />

Embora as regras atuais continuem valendo,<br />

com o parecer em mãos a Ampro<br />

iniciará o contato direto com as prefeituras<br />

– uma vez que o ISS é um imposto municipal<br />

– para obter, município a município, a<br />

interpretação “justa e correta”, segundo<br />

explica. “Já fizemos contato com a Prefeitura<br />

<strong>de</strong> São Paulo, que está analisando o<br />

caso, e em breve faremos o mesmo com as<br />

prefeituras <strong>de</strong> duas outras capitais. Após as<br />

primeiras <strong>de</strong>cisões, preten<strong>de</strong>mos esten<strong>de</strong>r<br />

o pleito a outros municípios. E, em seguida,<br />

vamos tentar estabelecer uma jurisprudência”,<br />

afirma o executivo.<br />

Ao analisar documentos fornecidos pela<br />

Ampro, Gandra Martins enten<strong>de</strong>u que a<br />

base <strong>de</strong> cálculo aplicável aos serviços <strong>de</strong><br />

live marketing restringe-se à receita da própria<br />

agência, excluindo-se valores que apenas<br />

são repassados a terceiros – o que não<br />

ocorre, na prática.<br />

“Não há sentido nenhum em cobrar imposto<br />

duplamente sobre um serviço que é<br />

prestado por conta e or<strong>de</strong>m do cliente final.<br />

Deve-se tributar, óbvio, os serviços que<br />

são efetivamente prestados pelas agências.<br />

Mas os serviços dos terceiros em si (fornecedores<br />

<strong>de</strong> cenografia, equipamentos, buffet,<br />

gráfica, por exemplo) já são tributados<br />

(estamos falando <strong>de</strong> ISS) quando da emissão<br />

da fatura <strong>de</strong>las para as agências”.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Ampro diz que é impossível<br />

calcular o prejuízo que o mercado <strong>de</strong><br />

live marketing vem tendo, ao longo dos<br />

anos, <strong>de</strong>vido à bitributação. “É uma distorção<br />

histórica que durante longo período foi<br />

contornada usando-se, numa interpretação<br />

um tanto liberal, a legislação que rege a publicida<strong>de</strong>,<br />

que trata exatamente disso. A publicida<strong>de</strong><br />

tradicional já tem o direito a essa<br />

justiça, garantido por lei, há vários anos. Os<br />

custos <strong>de</strong> mídia são isentos <strong>de</strong> bitributação.<br />

O que vale para nossos coirmãos da publicida<strong>de</strong><br />

precisa valer para o live marketing. O<br />

raciocínio é o mesmo”.<br />

CP<br />

42 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


marcas<br />

Vale <strong>de</strong>ve priorizar a verda<strong>de</strong> no<br />

discurso para enfrentar a crise<br />

Mineradora teve a maior perda <strong>de</strong> valor num único dia na Bolsa brasileira.<br />

Especialistas são unânimes: empresa precisa ser transparente<br />

LEONARDO ARAUJO<br />

Após enfrentar a crise <strong>de</strong> Mariana,<br />

em 2015, a Vale se vê<br />

novamente envolvida numa tragédia:<br />

rompimento da Barragem<br />

<strong>de</strong> Brumadinho. Até o fechamento<br />

<strong>de</strong>ssa edição, o número<br />

<strong>de</strong> vítimas fatais era <strong>de</strong> 110 mortos,<br />

além dos 238 <strong>de</strong>saparecidos.<br />

No campo da comunicação, a<br />

Vale enfrenta a crise com assessoria<br />

<strong>de</strong> imprensa, publicida<strong>de</strong><br />

e digital. Na primeira, a empresa<br />

promove, através <strong>de</strong> sua sala<br />

<strong>de</strong> imprensa, uma intensa atualização<br />

sobre as iniciativas para<br />

ajudar as vítimas. Na segunda, a<br />

marca utilizou o break no intervalo<br />

do Jornal Nacional do dia<br />

da tragédia para atualizar o público,<br />

além <strong>de</strong> veicular anúncios<br />

impressos nos principais jornais.<br />

Já no digital, a marca tem<br />

respondido gran<strong>de</strong> parte das<br />

dúvidas dos internautas nas re<strong>de</strong>s<br />

e publicou, até o momento,<br />

14 ví<strong>de</strong>os em seu canal do You-<br />

Tube com atualizações sobre a<br />

tragédia.<br />

Mas nada disso tem evitado a<br />

revolta dos brasileiros. Os protestos,<br />

aliás, ultrapassaram a<br />

barreira do ambiente online. Na<br />

segunda-feira após a tragédia,<br />

manifestantes se reuniram em<br />

frente à se<strong>de</strong> da empresa no Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro.<br />

Efetivamente, algumas medidas<br />

foram tomadas, como a doação<br />

<strong>de</strong> R$ 100 mil aos familiares<br />

dos mortos e <strong>de</strong>saparecidos e a<br />

eliminação <strong>de</strong> todas as barragens<br />

a montante, conforme anunciou<br />

o presi<strong>de</strong>nte da empresa, Fabio<br />

Schvartsman.<br />

Questionada pela reportagem<br />

sobre sua gestão <strong>de</strong> imagem, a<br />

mineradora preferiu não respon<strong>de</strong>r<br />

e disse que “está concentrando<br />

esforços no apoio ao resgate<br />

e atendimento das vítimas”. A<br />

empresa é atendida por Africa<br />

(publicida<strong>de</strong>) e Artplan (digital).<br />

Para especialistas, há um longo<br />

caminho para a recuperação.<br />

Daniel Domeneghetti, especialista<br />

em marketing da con-<br />

Manifestante participa <strong>de</strong> ato em frente à se<strong>de</strong> da Vale, em Botafogo, zona sul do Rio <strong>de</strong> Janeiro: marca enfrenta revolta da população<br />

Fabio Schvartsman, presi<strong>de</strong>nte da Vale, anuncia o fim das barragens a montante<br />

sultoria DOM Strategy Partners,<br />

analisa a estratégia: “ela é ok<br />

quando fala que vai dar apoio<br />

aos familiares, quando fala que<br />

vai dar R$ 100 mil [...]. Mas as<br />

explicações que ela dá tanto<br />

para a causa quanto para o pré-<br />

-aci<strong>de</strong>nte e para a não resposta<br />

do sistema <strong>de</strong> segurança no dia<br />

são muito ruins”, analisa.<br />

Sendo uma empresa <strong>de</strong> capital<br />

aberto, a performance na<br />

bolsa é relevante. Depois do<br />

Fotos:Tomaz Silva/Agência Brasil<br />

“Tem a<br />

reincidência<br />

das condições<br />

do <strong>de</strong>sasTre,<br />

que ficam<br />

poTencializadas<br />

pelo gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong><br />

víTimas”<br />

aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Mariana, a empresa<br />

conseguiu recuperar seu valor<br />

<strong>de</strong> mercado. Dessa vez, o cenário<br />

é outro. “Agora é muito pior.<br />

Tem a reincidência das condições<br />

do <strong>de</strong>sastre, que ficam potencializadas<br />

pelo gran<strong>de</strong> número<br />

<strong>de</strong> vítimas, além do meio<br />

ambiente”, alerta Luiz Marcatti,<br />

presi<strong>de</strong>nte da consultoria Mesa<br />

Corporate Governance.<br />

Para o especialista, resta à<br />

empresa passar por uma profunda<br />

mudança no mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> operar o negócio, gerir e<br />

monitorar seus riscos. “Esta<br />

transformação <strong>de</strong>ve ser feita e<br />

comunicada <strong>de</strong> forma transparente,<br />

inclusive mostrando resultados<br />

efetivos, não apenas<br />

ficar no campo das intenções”,<br />

comenta. A verda<strong>de</strong> também<br />

é <strong>de</strong>fendida por Domeneghetti.<br />

“É preciso estabelecer um novo<br />

piso <strong>de</strong> sincerida<strong>de</strong> e construir<br />

o discurso a partir daí. Esse piso<br />

<strong>de</strong> sincerida<strong>de</strong> precisa ser comprovável<br />

e fi<strong>de</strong>digno”, finaliza.<br />

No pós-tragédia, vale lembrar,<br />

a empresa teve a maior perda <strong>de</strong><br />

valor <strong>de</strong> mercado num único dia<br />

na Bolsa brasileira: R$ 71 bilhões.<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 43


marcas<br />

Empresas abordam tragédia em<br />

Brumadinho e divi<strong>de</strong>m opiniões<br />

iFood e Leroy Merlin recolhem doações e são elogiadas no Facebook.<br />

Companhia <strong>de</strong> cosméticos causa polêmica com “ensaio-protesto”<br />

LEONARDO ARAUJO<br />

tragédia ocorrida em Brumadinho no<br />

A último dia 25 não alertou apenas autorida<strong>de</strong>s<br />

e familiares das vítimas. Muitas<br />

marcas <strong>de</strong>cidiram ajudar. Algumas acertaram,<br />

outras não.<br />

Um dos cases mais criticados nas re<strong>de</strong>s<br />

sociais foi da Jendayi Cosméticos. A empresa<br />

contratou mo<strong>de</strong>los para interpretarem<br />

vítimas da tragédia <strong>de</strong> Brumadinho numa<br />

produção autointitulada “ensaio-protesto<br />

Brumadinho Clama”. A internet, é claro,<br />

não perdoou e a marca tirou as fotos do ar.<br />

“Em nenhum momento tivemos a intenção<br />

<strong>de</strong> ofen<strong>de</strong>r as vítimas do crime ambiental<br />

em Brumadinho. As fotos tinha [sic] uma<br />

intenção <strong>de</strong> protestar e jamais <strong>de</strong> se aproveitar<br />

da situação”, disse a empresa em<br />

nota.<br />

“Foi um claro exemplo daquilo que não<br />

<strong>de</strong>ve ser feito. O momento é <strong>de</strong> orações, <strong>de</strong><br />

silêncio. Se a marca quer mesmo contribuir,<br />

primeiro reveja seus valores que, <strong>de</strong>pois,<br />

especialmente em momentos como o atual,<br />

<strong>de</strong>vem ser praticados, nunca comunicados”,<br />

afirma Paulo Sérgio Quartiermeister,<br />

diretor-geral da Miami Ad School.<br />

Mas houve marcas elogiadas. O iFood,<br />

por exemplo. Cada pedido feito pelo app<br />

no fim <strong>de</strong> semana da tragédia foi convertido<br />

em um prato <strong>de</strong> alimento aos moradores<br />

<strong>de</strong> Brumadinho. No Facebook, das cinco<br />

mil reações, apenas 91 foram negativas. A<br />

iniciativa gerou o resultado esperado e foi<br />

suspensa.<br />

“De acordo com as autorida<strong>de</strong>s públicas<br />

<strong>de</strong> Minas Gerais, as doações estão suspensas<br />

por superarem as expectativas. Dessa<br />

forma, caso as doações <strong>de</strong> mantimentos<br />

não sejam necessárias, serão convertidas<br />

em outros itens para ajudar as famílias afetadas”,<br />

disse a empresa em suas re<strong>de</strong>s sociais.<br />

“Todas as marcas <strong>de</strong>veriam ter responsabilida<strong>de</strong><br />

social entre seus valores. É a contribuição<br />

<strong>de</strong>las para uma socieda<strong>de</strong> mais<br />

justa, <strong>de</strong>volvendo um pouco para quem<br />

tanto dá a elas”, afirma o professor da Miami<br />

Ad School.<br />

A Leroy Merlin também se posicionou<br />

para ajudar na tragédia. Consumidores da<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção pu<strong>de</strong>ram<br />

entregar doações nas lojas. Posteriormente,<br />

assim como no caso do iFood, a marca suspen<strong>de</strong>u<br />

o pedido. No Facebook, a empresa<br />

obteve mais <strong>de</strong> 1,5 mil curtidas e apenas<br />

duas reações negativas.<br />

44 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark<br />

Reprodução/Facebook<br />

Mo<strong>de</strong>los cobertos com lama causam polêmica em<br />

campanha <strong>de</strong> marca <strong>de</strong> cosméticos. Já iFood e Leroy<br />

Merlin optaram por recolher doações para região afetada<br />

“TODAS AS mArcAS<br />

DeveriAm Ter<br />

reSpOnSAbiliDADe SOciAl<br />

enTre SeuS vAlOreS. É A<br />

cOnTribuiçãO pArA umA<br />

SOcieDADe mAiS juSTA”<br />

Segundo o especialista, parte consi<strong>de</strong>rável<br />

das maiores marcas do mundo luta<br />

por um mundo mais justo e responsável.<br />

“Para as empresas com preocupação social<br />

não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma tragédia para<br />

<strong>de</strong>monstrarem esse valor, pois elas o praticam<br />

o ano inteiro, todos os anos”, afirma.<br />

“Faz parte da cultura organizacional <strong>de</strong> todas<br />

elas. E quando esses momentos tristes<br />

acontecem, muitas procuram confortar e<br />

amenizar a dor dos que foram tragicamente<br />

afetados. E quando o fazem, com certeza,<br />

a última preocupação que elas têm é com a<br />

divulgação das suas marcas”, enfatiza Paulo<br />

Sérgio.


MaRcas<br />

Publicis cria comercial para o<br />

Bra<strong>de</strong>sco no Lollapalooza Brasil<br />

Banco vai sortear pares <strong>de</strong> ingresso para o festival; filme promocional<br />

foi lançado no intervalo do Fantástico e traz ilustrações proprietárias<br />

Pelo segundo ano consecutivo,<br />

o Bra<strong>de</strong>sco vai<br />

patrocinar o Lollapalooza<br />

Brasil, entre 5 e 7 <strong>de</strong> abril,<br />

no Autódromo <strong>de</strong> Interlagos,<br />

em São Paulo. Durante<br />

o intervalo do Fantástico no<br />

último domingo (3), o banco<br />

anunciou a promoção Todos<br />

pro Lollapalooza Brasil, que<br />

vai sortear pares <strong>de</strong> ingressos<br />

para a festa. A ação leva<br />

a assinatura da Publicis.<br />

O filme <strong>de</strong> lançamento da<br />

promoção “traz uma linguagem<br />

mo<strong>de</strong>rna, mesclando<br />

imagens reais do festival<br />

com ilustrações proprietárias<br />

que fazem alusão à<br />

personalida<strong>de</strong> e a atitu<strong>de</strong>s<br />

das pessoas”, explica Domenico<br />

Massareto, CCO da<br />

Publicis.<br />

Portal R7 muda <strong>de</strong> nome e <strong>de</strong> cor<br />

para campanha do McDonald’s<br />

Ação no digital Olha Quem Caiu tem assinatura da SunsetDDB;<br />

filme para TV foi criado pela DPZ&T, com produção da Hungry Man<br />

Para apresentar os novos<br />

preços dos Clássicos do Dia<br />

McDonald’s, que caíram <strong>de</strong><br />

R$ 8,90 para R$ 7,90, a SunsetDDB<br />

fez uma parceria inédita<br />

com o Portal R7, do Grupo Record.<br />

Durante um dia, o site <strong>de</strong><br />

notícias mudou <strong>de</strong> azul para<br />

vermelho, e também <strong>de</strong> nome,<br />

exibindo Portal R7,90 como letreiro.<br />

A campanha digital, criada<br />

pela SunsetDDB e intitulada<br />

Olha Quem Caiu, inclui filmes<br />

digitais que usam o humorístico<br />

ParTOBA para associar a<br />

queda <strong>de</strong> pessoas com a queda<br />

<strong>de</strong> preço dos sanduíches. A direção<br />

geral <strong>de</strong> criação é <strong>de</strong> Rafael<br />

Urenha.<br />

A campanha conta ainda<br />

com divertido filme para a TV<br />

Filme mescla imagens reais do festival e ilustrações proprietárias<br />

Filmes digitais usam o humorístico ParTOBA para associar a queda <strong>de</strong> preço<br />

Divulgação<br />

Divulgação<br />

“A promoção é aberta<br />

para clientes e não clientes,<br />

da forma mais inclusiva<br />

possível”, comenta Marcio<br />

Parizotto, diretor <strong>de</strong> marketing<br />

do Bra<strong>de</strong>sco. “O filme<br />

também traz um call to action<br />

para que aqueles que<br />

ainda não são clientes do<br />

banco abram a sua conta”,<br />

completa.<br />

Além <strong>de</strong> filme e vinhetas<br />

para TV, a campanha conta<br />

com spots <strong>de</strong> rádio, mídia<br />

OOH, mídia impressa e<br />

presença em digital. A criação<br />

é <strong>de</strong> Paulo Aguiar, Luiz<br />

Alexandre, Alexandre Fernan<strong>de</strong>s<br />

e Douglas Reis. Sob<br />

direção <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> Paulo<br />

Aguiar, Luiz Alexandre, Alexandre<br />

Fernan<strong>de</strong>s e Domenico<br />

Massareto.<br />

criado pela DPZ&T, com produção<br />

da Hungry Man e direção<br />

<strong>de</strong> JC Feyer. Além do filme, que<br />

também estará nos canais oficiais<br />

da marca, a campanha assinada<br />

pela DPZ&T inclui OOH<br />

e POP. “Como lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> mercado,<br />

estamos sempre propondo<br />

inovações no cardápio para que<br />

nossos mais <strong>de</strong> dois milhões <strong>de</strong><br />

clientes diários tenham saborosas<br />

opções na hora <strong>de</strong> fazer suas<br />

refeições em nossos restaurantes.<br />

Sabemos que cada pessoa<br />

tem seu <strong>de</strong>sejo singular e nossa<br />

preocupação é aten<strong>de</strong>r a cada<br />

um, tornando o momento no<br />

McDonald’s uma experiência<br />

surpreen<strong>de</strong>nte”, diz João Branco,<br />

diretor sênior <strong>de</strong> marketing<br />

do McDonald’s no Brasil.<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 45


marcaS<br />

Sadia completa<br />

75 anos e aposta<br />

na nostalgia<br />

A<br />

campanha Olhos vendados criada pela<br />

DPZ, em 1984, para a Sadia, voltou a ser<br />

veiculada na mídia brasileira em janeiro <strong>de</strong><br />

<strong>2019</strong> e chamou a atenção do público. A ação,<br />

que preten<strong>de</strong> reforçar que a marca continua sendo<br />

a preferida dos consumidores nos últimos 25 anos,<br />

faz parte do novo posicionamento <strong>de</strong>senvolvido<br />

pela agência Africa, que também criou um novo<br />

filme. Nesta entrevista, Cecília Alexandre, gerente-<br />

-executiva <strong>de</strong> marketing da Sadia, fala sobre o<br />

resgate do filme icônico, da ação na novela Verão 90,<br />

da Re<strong>de</strong> Globo, do projeto Always on e das novida<strong>de</strong>s<br />

para os 75 anos que a marca completa neste ano.<br />

Cecília Alexandre: “A Sadia sempre foi pioneira e inovou na forma <strong>de</strong> se comunicar”<br />

Divulgação<br />

Alisson Fernán<strong>de</strong>z<br />

NoStalgia<br />

Tínhamos o mote <strong>de</strong> falar<br />

sobre a preferência dos consumidores<br />

com o presunto Sadia.<br />

Então, começamos a olhar para<br />

a marca e já existia algo muito<br />

forte <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 1980,<br />

quando surgimos com uma<br />

campanha supericônica, que é<br />

case <strong>de</strong> marketing em várias escolas<br />

até hoje. A Sadia sempre<br />

foi pioneira e inovou na forma<br />

<strong>de</strong> se comunicar. Neste filme,<br />

falamos do presunto <strong>de</strong> uma<br />

forma como se a pessoa estivesse<br />

olhando e reconhecendo<br />

aquele produto, mas na realida<strong>de</strong><br />

ela está vendada. Então, este<br />

foi um elo que utilizamos para<br />

falar que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre a Sadia<br />

está lá e é o presunto preferido<br />

dos consumidores.<br />

ação Na Novela<br />

Na estreia da novela Verão<br />

90, da Re<strong>de</strong> Globo, entramos<br />

no intervalo com o filme original,<br />

<strong>de</strong> 1984, para mostrar que<br />

já vivíamos este bom momento<br />

com a marca. Depois, mais para<br />

a frente, entramos com o comercial<br />

atual. Acreditamos que<br />

essa ação vai chamar a atenção<br />

dos consumidores e muita gente<br />

vai ficar feliz.<br />

DiverSiDaDe De plataformaS<br />

Começamos essa campanha<br />

no início do mês <strong>de</strong> janeiro, com<br />

um teaser. Este primeiro momento<br />

foi para mostrar a campanha<br />

para as pessoas que ainda<br />

não a conheciam e para criar<br />

uma conexão com aqueles que<br />

assistiram o comercial na época.<br />

Depois que a campanha nova foi<br />

ao ar, começamos a falar mais<br />

da marca, da situação atual e<br />

do futuro. Utilizamos este filme<br />

antigo para criar um elo com os<br />

consumidores. Agora, temos<br />

ativações e <strong>de</strong>sdobramentos no<br />

digital e em diversos outros<br />

meios em que falamos <strong>de</strong> todo<br />

o conceito da campanha.<br />

poSicioNameNto<br />

Atualmente estamos trabalhando<br />

o posicionamento O Melhor<br />

Está Dentro e quando falamos<br />

isso estamos nos referindo<br />

à qualida<strong>de</strong> dos nossos produtos.<br />

Sadia é uma marca que<br />

é referência <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e faz<br />

parte da história do consumidor.<br />

Então, preten<strong>de</strong>mos mostrar<br />

que trabalhamos com os<br />

melhores ingredientes e processos<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Há também<br />

um processo emocional,<br />

afinal, quando falamos que o<br />

melhor está <strong>de</strong>ntro sabemos<br />

que as pessoas também querem<br />

servir o melhor para suas<br />

famílias.<br />

“Utilizamos este<br />

filme antigo para<br />

criar Um elo com<br />

os consUmidores”<br />

projeto AlwAys On<br />

Este projeto começou em outubro<br />

<strong>de</strong> 2018 e tem sido uma<br />

gran<strong>de</strong> linha mestra <strong>de</strong> comunicação<br />

da marca. A Sadia tem<br />

um portfólio superamplo, com<br />

isso, precisamos entregar conteúdos<br />

e serviços. O projeto tem<br />

o propósito <strong>de</strong> entregar serviços<br />

e manter essa comunicação<br />

Always on com o consumidor<br />

nos canais em que ele estiver<br />

e nem sempre utilizando peças<br />

publicitárias. Então, diversificamos<br />

os canais e entregamos<br />

a mensagem da marca com as<br />

necessida<strong>de</strong>s que cada pessoa<br />

precisa.<br />

aNiverSário<br />

A Sadia comemora 75 anos<br />

<strong>de</strong> atuação em <strong>2019</strong> e é uma<br />

honra estar à frente <strong>de</strong>ssa marca.<br />

Vamos construir muita coisa<br />

com a Sadia neste momento em<br />

que falamos da qualida<strong>de</strong> dos<br />

nossos produtos e <strong>de</strong> que o melhor<br />

está <strong>de</strong>ntro. Então, vamos<br />

trabalhar muito ao longo do<br />

ano com essa comunicação.<br />

perSpectivaS<br />

Acabamos <strong>de</strong> fazer uma reunião<br />

com todos os nossos parceiros<br />

para revelar as nossas<br />

ambições para <strong>2019</strong>. O que posso<br />

dizer é que existe muita vonta<strong>de</strong>,<br />

energia e coisa nova para<br />

a Sadia. Queremos ficar mais<br />

próximos do consumidor, então,<br />

vêm novos produtos, projetos<br />

<strong>de</strong> inovação e ativações.<br />

46 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


marcas<br />

Ibis usa arquitetura e música para<br />

reinventar conceito <strong>de</strong> hospedagem<br />

Re<strong>de</strong> lança Open Ibis, que integra hóspe<strong>de</strong>s e vizinhos ao ambiente dos<br />

hotéis; nova estratégia <strong>de</strong> negócios visa humanizar a imagem da empresa<br />

FELIPE TURLÃO<br />

– <strong>de</strong> Paris<br />

Ibis realizou na semana<br />

O passada, em Paris, o evento<br />

“Open the Way to Vibrant Hospitality”,<br />

em que apresentou<br />

novida<strong>de</strong>s na experiência ao<br />

consumidor que serão incorporadas<br />

aos hotéis da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma<br />

paulatina pelos próximos<br />

anos, até que todas as unida<strong>de</strong>s<br />

da re<strong>de</strong>, que hoje é composta<br />

por 1,1 mil hotéis em 66 países,<br />

sendo 150 no Brasil, estejam<br />

adaptadas.<br />

Essas iniciativas, aposta a<br />

companhia, ajudam a re<strong>de</strong>finir<br />

a operação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> hotéis,<br />

que quer passar a ser vista como<br />

um hub que reúne não apenas<br />

pessoas interessadas em <strong>de</strong>itar<br />

em uma cama para dormir, mas<br />

também para jantar, encontrar<br />

pessoas e apreciar música. Com<br />

o conceito “Open Ibis”, a nova<br />

estratégia <strong>de</strong> negócios visa humanizar<br />

a relação da empresa<br />

tanto com os hóspe<strong>de</strong>s quanto<br />

com a população e vizinhos dos<br />

empreendimentos, por meio<br />

<strong>de</strong> atrações musicais abertas,<br />

menu personalizado <strong>de</strong> bebidas<br />

e comidas com foco no local e<br />

espaços <strong>de</strong> acesso comum mais<br />

flexíveis e adaptados para “conversar”<br />

com as cida<strong>de</strong>s.<br />

“A empresa fez um gran<strong>de</strong><br />

esforço nos últimos anos para<br />

preparar essa transformação do<br />

Ibis. Abrimos um hotel <strong>de</strong>ssa<br />

re<strong>de</strong> a cada três dias no mundo<br />

e temos o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> oferecer<br />

soluções personalizadas ao<br />

mesmo tempo em que mantemos<br />

a força da marca, através<br />

do <strong>de</strong>sign e experiência.<br />

Os dias <strong>de</strong> padronização em<br />

coisas como a mobília chegaram<br />

ao fim. Estamos indo para<br />

algo novo, em que queremos<br />

ser percebidos como um hotel<br />

acessível a todos. E a música é o<br />

elemento básico para criar essa<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> hotel aberto a todos”,<br />

afirmou Sebastién Bazin, chairman<br />

e CEO da AccorHotels,<br />

dona do Ibis.<br />

Tecnologia, <strong>de</strong>sign e música<br />

formam uma tría<strong>de</strong> que quer<br />

conectar a marca Ibis e seus<br />

hotéis com os consumidores <strong>de</strong><br />

uma maneira mais profunda e<br />

com significado. A tecnologia,<br />

por exemplo, vai garantir que<br />

a recepção às pessoas seja mais<br />

“humana”, concentrando ações<br />

mais práticas e “robotizadas”<br />

como o checkin no mundo digital<br />

e mobile. A i<strong>de</strong>ia é que a<br />

tradicional mesa <strong>de</strong> recepção<br />

<strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> existir. E a música será<br />

um fio condutor <strong>de</strong>ssa nova<br />

forma <strong>de</strong> tratar a experiência<br />

ao consumidor, já que a re<strong>de</strong><br />

oferecerá, por exemplo, shows<br />

<strong>de</strong> artistas consagrados ou talentos<br />

indicados por parceiros<br />

como Spotify e Sony Music.<br />

Para enten<strong>de</strong>r o consumidor,<br />

o Ibis encomendou uma pesquisa<br />

ao Instituto Ipsos, realizada<br />

em seis países, incluindo o<br />

Brasil. Nela, 80% dos entrevistados<br />

revelaram que gostariam<br />

que os hotéis da marca fossem<br />

lugares mais sociáveis. Além<br />

disso, o aumento <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um local apenas<br />

agrada a 67% das pessoas.<br />

O estudo também foi realizado<br />

na França, Reino Unido, Alemanha,<br />

Austrália e Cingapura,<br />

com um total <strong>de</strong> seis mil pessoas<br />

entre 18 e 65 anos.<br />

As duas principais tendên-<br />

Divulgação<br />

Novas recepções trazem visão para o bar e restaurante do hotel e ambientes misturados<br />

“A empresA<br />

fez um grAn<strong>de</strong><br />

esforço nos<br />

últimos Anos pArA<br />

prepArAr essA<br />

trAnsformAção<br />

do ibis”<br />

cias captadas pelo Ipsos sobre<br />

as pessoas é que elas querem<br />

uma “smart life”, on<strong>de</strong> reconquistam<br />

o controle sobre suas<br />

vidas e otimizam a energia e<br />

o dinheiro, e uma “meaninful<br />

life”, com experiências que enriqueçam<br />

sua existência. Sobre<br />

a smart life, 60% das pessoas<br />

<strong>de</strong>sejam serviços mais práticos,<br />

como entrega <strong>de</strong> produtos em<br />

casa; e 67% querem soluções<br />

digitais, como mobile payment<br />

ou compras online. Sobre a<br />

meaninful life, 73% atestam<br />

que as relações interpessoais<br />

estão ficando mais tensas, e<br />

64% acham que precisam ir a<br />

lugares amigáveis, sendo que<br />

70% pensam isso no Brasil. A<br />

Ipsos também i<strong>de</strong>ntificou que<br />

65% das pessoas concordam<br />

que a tecnologia torna a vida<br />

mais simples, mas que não<br />

substitui o contato humano, e<br />

70% dizem que o fator humano<br />

é fundamental para ajudar<br />

a tomar <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> compra em<br />

mercados, shoppings e outros<br />

lugares.<br />

A i<strong>de</strong>ia do Ibis é aplicar insights<br />

da Ipsos à nova experiência<br />

do consumidor, a começar<br />

pela arquitetura e música. A<br />

criação do novo conceito da<br />

marca envolveu <strong>de</strong>signers da<br />

Europa, América Latina e Ásia,<br />

incluindo FGMF, do sócio brasileiro<br />

Rodrigo Marcon<strong>de</strong>s Ferraz,<br />

que estabeleceu o conceito arquitetônico<br />

Plaza, um dos três<br />

da nova cara do Ibis. Os outros<br />

são Agora e Square. Cada unida<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>rá escolher a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

que melhor se a<strong>de</strong>qua às necessida<strong>de</strong>s<br />

locais. “A mobília foi<br />

<strong>de</strong>senhada para oferecer uma<br />

experiência mais individual,<br />

com flexibilida<strong>de</strong>. As recepções<br />

do Plaza propõem uma transição<br />

do lado <strong>de</strong> fora para o <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntro do hotel, com visão para<br />

o bar e restaurante e ambientes<br />

misturados”, explica Ferraz.<br />

“No Brasil, duas unida<strong>de</strong>s já<br />

adotam os novos padrões arquitetônicos.<br />

O Ibis Morumbi será<br />

o primeiro a ter o mo<strong>de</strong>lo Plaza<br />

em alguns quartos, enquanto o<br />

Ibis Expo, na Barra Funda, tem<br />

também o conceito Plaza nas<br />

áreas públicas”, diz Antonietta<br />

Varlese, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> comunicação<br />

da AccorHotels para<br />

a América do Sul.<br />

Durante o evento, Taylor<br />

apresentou em primeira mão<br />

uma campanha publicitária<br />

que <strong>de</strong>ve ser lançada em abril,<br />

criada pela BETC Paris, com<br />

produção em São Paulo. A peça<br />

mostra imagens que remetem<br />

à nova i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> “Open the Way<br />

to Vibrant Hospitality”. “Essa<br />

ação comunica o novo posicionamento<br />

do Ibis, que será forte,<br />

diverso e trará mais significado<br />

à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> estar acessível a todos”,<br />

afirmou.<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 47


PrOdutOras<br />

Criador do Porta dos Fundos estreia<br />

como diretor na O2 Filmes e agrada<br />

Comercial para promoção <strong>de</strong> série da Netflix com Luciana Gimenez<br />

e Lucas Jagger foi a primeira peça assinada por Ian SBF na empresa<br />

MARINA OLIVEIRA<br />

O2 Filmes anunciou recentemente a<br />

A contratação <strong>de</strong> Ian SBF, criador do Porta<br />

dos Fundos, para a área <strong>de</strong> filmes publicitários.<br />

A primeira peça assinada pelo diretor<br />

foi a promoção da série Sex Education,<br />

da Netflix, lançada em janeiro na internet<br />

e estrelada por Luciana Gimenez e Lucas<br />

Jagger.<br />

Des<strong>de</strong> o fim do ano passado, a produtora<br />

e o diretor conversavam sobre a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Ian integrar o casting da O2. “A<br />

gente já admira o trabalho <strong>de</strong>le há muitos<br />

anos, somos fãs mesmo e quando nos aproximamos,<br />

ele mostrou sintonia conosco”,<br />

comemora Rejane Bicca, diretora <strong>de</strong> atendimento<br />

da O2 Filmes, que forma um grupo<br />

<strong>de</strong> trabalho com o diretor e o produtor-executivo<br />

Rafael Fortes.<br />

Já para Ian, a aproximação com a produtora<br />

é a realização <strong>de</strong> um antigo sonho.<br />

“Eu morria <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar lá.<br />

Des<strong>de</strong> que eu saí da faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> cinema,<br />

a O2 Filmes sempre foi uma referência e<br />

é o paraíso para quem quer trabalhar com<br />

isso”, aponta o diretor, que vai conciliar a<br />

agenda da produtora com o set do Porta<br />

dos Fundos e o seu canal do YouTube, Socieda<strong>de</strong><br />

da Virtu<strong>de</strong>.<br />

Sem dar <strong>de</strong>talhes sobre para quais outras<br />

marcas estaria gravando, Ian celebrou a boa<br />

recepção do público e do mercado com sua<br />

primeira ação na O2. “O resultado foi muito<br />

animador, o público gostou. Já estou fazendo<br />

algumas coisas, não sei se posso falar,<br />

mas não é só para Netflix e estou muito feliz<br />

porque está rolando, está dando certo”,<br />

comenta. “Ele já caiu nas graças da AlmapBBDO<br />

e estão <strong>de</strong>senvolvendo um bom trabalho”,<br />

<strong>de</strong>spista Rejane.<br />

As criações do diretor <strong>de</strong>vem contemplar<br />

não apenas a internet, mas todas as janelas<br />

e plataformas <strong>de</strong> veiculação <strong>de</strong> filmes publicitários.<br />

Ian quer trazer para o segmento sua<br />

experiência em dirigir atores e não necessariamente<br />

apostar na comédia e no non<br />

sense, marca registrada <strong>de</strong> Anões em Chamas,<br />

Porta dos Fundos e <strong>de</strong>mais trabalhos<br />

do diretor e roteirista. “Tenho ido em um<br />

caminho da não-comédia. Na publicida<strong>de</strong> a<br />

gente tem uma cabeça toda voltada para o<br />

visual, para ficar bonito e têm outras coisas<br />

que estou trabalhando para mostrar que sei<br />

fazer isso, mas meu DNA é trabalhar o ator e<br />

<strong>de</strong>ixar isso muito engraçado”, diz.<br />

Apesar <strong>de</strong> o escopo <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> Ian na<br />

As criações <strong>de</strong> Ian na produtora <strong>de</strong>vem contemplar todas as janelas e plataformas <strong>de</strong> veiculação <strong>de</strong> filmes publicitários<br />

O2 estar restrito ao segmento publicitário, o<br />

diretor e a produtora não <strong>de</strong>scartam outros<br />

projetos futuramente. “Eu já tenho dois filmes,<br />

já fiz série e nesse momento eu quero<br />

entrar nesse mercado, agarrar a publicida<strong>de</strong>,<br />

enten<strong>de</strong>r isso e trabalhar bem isso, <strong>de</strong><br />

resto, tudo tem possibilida<strong>de</strong> no futuro”,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Ian.<br />

“Temos um histórico <strong>de</strong> longevida<strong>de</strong> na<br />

produtora e nosso cuidado ao trazer um<br />

novo nome é planejado e estudado, assim,<br />

tendo <strong>de</strong>manda para o perfil <strong>de</strong>le em outros<br />

projetos será escalado”, vaticina Rejane.<br />

OutrOs PrOjetOs<br />

Há pouco mais <strong>de</strong> um ano, Ian lançou,<br />

em parceria com o ilustrador Thobias Daneluz,<br />

o canal Socieda<strong>de</strong> da Virtu<strong>de</strong>. Os<br />

ví<strong>de</strong>os fazem piadas com situações clichês<br />

do universo dos super-heróis e são narrados<br />

por aclamados atores e dubladores do<br />

universo geek.<br />

Com distribuição em português, inglês e<br />

espanhol, a dupla investiu, até agora, apenas<br />

na venda <strong>de</strong> produtos – canecas, quadrinhos<br />

e pôsteres – para engajamento com<br />

o público, mas em <strong>2019</strong> preten<strong>de</strong> trabalhar<br />

com anúncios e parcerias comerciais.<br />

Fotos: Divulgação/ O2 Filmes<br />

“Um dos gran<strong>de</strong>s<br />

chamarizes do Porta é<br />

qUe somos mUito offline,<br />

não somos só online”<br />

48 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


“Este ano vamos enten<strong>de</strong>r como ganhar<br />

dinheiro com o canal, começar a falar com<br />

as marcas. O canal americano vai superbem<br />

e as pessoas lá gostam muito, mas como<br />

estamos aqui acho complicado conversar<br />

com as marcas lá fora, vai ser uma coisa primeiro<br />

no Brasil”, diz.<br />

O canal em português tem mais <strong>de</strong> 450<br />

mil inscritos, já a versão em inglês <strong>de</strong> Socieda<strong>de</strong><br />

da Virtu<strong>de</strong> acumula próximo dos 215<br />

mil seguidores frente aos pouco mais <strong>de</strong> 3<br />

mil fãs da versão em língua espanhola. Números<br />

ainda tímidos diante da grandiosida<strong>de</strong><br />

do Porta dos Fundos, com seus mais <strong>de</strong><br />

15 milhões <strong>de</strong> inscritos.<br />

Assim como Ian não vai <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> dirigir<br />

as esquetes do humorístico para se <strong>de</strong>dicar<br />

à O2, o elenco do Porta também se divi<strong>de</strong><br />

entre outros projetos e essa não-exclusivida<strong>de</strong><br />

já é uma marca do grupo.<br />

“Enten<strong>de</strong>mos que é bom para a empresa<br />

e para quem está lá <strong>de</strong>ntro fazer outras<br />

coisas. A gente acaba agregando e traz novida<strong>de</strong>s.<br />

Ninguém tem interesse em travar<br />

ninguém, quanto mais a gente pu<strong>de</strong>r estar<br />

fora é ótimo. Um dos gran<strong>de</strong>s chamarizes<br />

do Porta é que somos muito offline, não<br />

só online. Acaba que vemos isso com bons<br />

olhos, a gente po<strong>de</strong> se espalhar”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>.<br />

Atualmente, é possível topar com os sócios<br />

e o elenco do Porta no GNT, no Comedy<br />

Central, na Re<strong>de</strong> Globo, no MyNews, no teatro,<br />

em filmes e em diversas outras plataformas<br />

e projetos.<br />

Essa visibilida<strong>de</strong> da equipe em diferentes<br />

frentes e o estabelecimento do grupo<br />

como um dos maiores canais <strong>de</strong> comédia do<br />

Brasil, os <strong>de</strong>ixaram mais abertos às i<strong>de</strong>ias e<br />

sugestões dos parceiros comerciais em seu<br />

conteúdo. “Nosso objetivo já há algum tempo<br />

é po<strong>de</strong>r brincar junto com a marca. No<br />

começo, a gente ficou muito na <strong>de</strong>fensiva e<br />

era muito importante que fôssemos autorias,<br />

mas fomos sentindo que estamos em<br />

outra fase. Isso sempre agrega, a gente não<br />

quer ser só o Porta, queremos ser o Porta<br />

junto com uma galera”, diz.<br />

Des<strong>de</strong> 2017, o canal pertence ao Grupo<br />

Viacom e este ano eles prometem criar novos<br />

produtos e formatos. “Estamos saindo<br />

disso <strong>de</strong> só ter o canal do YouTube para comunicar<br />

e trazer marcas, estamos fazendo<br />

muito bran<strong>de</strong>d content agora para todas as<br />

plataformas, como o Instagram, e vamos<br />

começar a fazer Facebook. Estamos ampliando<br />

on<strong>de</strong> a gente po<strong>de</strong> brincar com as<br />

empresas e as marcas e o que po<strong>de</strong>mos fazer<br />

juntos”, conta Ian.<br />

Nesse sentido, a gigante americana tem<br />

sido uma gran<strong>de</strong> aliada, já que estão com<br />

uma estrutura maior e a empresa tem ajudado<br />

a transformar esse <strong>de</strong>sejo do Porta dos<br />

Fundos em algo concreto.<br />

“A Viacom é uma empresa gigante no<br />

mundo todo, é claro que já tínhamos força<br />

porque o Porta é uma marca gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> comédia<br />

no Brasil, mas quando você soma, só<br />

ganha e acho que fez e faz muita diferença“,<br />

comenta o diretor.<br />

Assim como o elenco po<strong>de</strong> experimentar<br />

Rejane Bicca, diretora <strong>de</strong> atendimento da O2, comemora chegada <strong>de</strong> Ian à produtora: “somos fãs do trabalho <strong>de</strong>le”<br />

“ele já caiU nas graças<br />

da almaPBBdo e estão<br />

<strong>de</strong>senvolvendo Um Bom<br />

traBalho”<br />

outras plataformas, o próprio grupo não<br />

tem exclusivida<strong>de</strong> com a Viacom, o que<br />

permite que o Porta trabalhe com outros<br />

canais e empresas. “Estamos fazendo projetos<br />

não só para o Comedy Central [canal<br />

pago <strong>de</strong> humor pertencente ao grupo Viacom]<br />

ou para a própria Viacom, tem muita<br />

coisa acontecendo. Quem sabe a gente não<br />

faz alguma coisa para a Fox num futuro<br />

próximo? Não sei!”, finaliza o diretor.<br />

Divulgação/ O2 Filmes<br />

jornal propmark - 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 49


última página<br />

fergregory/iStock<br />

Criação: o mito<br />

sob risco<br />

Stalimir Vieira<br />

Há anos, quando a minha agência (e do<br />

Lara) ficava numa casa rosa, na esquina<br />

da Rebouças com a Oscar Freire, em São<br />

Paulo, tínhamos um cliente pequeno, mas<br />

que carregava uma característica muito interessante:<br />

respeitava o trabalho criativo.<br />

O cliente, pessoa jurídica, era o Eron Hotel,<br />

<strong>de</strong> Brasília, e o dono, Eron Alves <strong>de</strong> Oliveira.<br />

Lembro <strong>de</strong> uma ocasião em que o Lara teve<br />

um outro compromisso e eu precisei apresentar<br />

a campanha, junto com os custos.<br />

Com relação ao trabalho criativo, foi tudo<br />

muito bem, ele adorou as peças e aprovou<br />

tudo.<br />

Quando comecei a falar <strong>de</strong> dinheiro, no<br />

entanto, ele me interrompeu<br />

e perguntou: foi você quem<br />

criou a campanha? Respondi<br />

que sim. E ele: então, a nossa<br />

reunião termina aqui; eu não<br />

vou negociar com a pessoa<br />

que criou, não é justo. Fiquei<br />

<strong>de</strong>sconsertado. Afinal, eu não<br />

estava ali só como criativo, mas como sócio<br />

da empresa. Olhando essa passagem, a partir<br />

da perspectiva atual, fico pensando no quanto<br />

o nosso negócio per<strong>de</strong>u em termos <strong>de</strong> uma<br />

avaliação sensível e elegante no trato com o<br />

produto criativo.<br />

O que antes gerava constrangimento – valorar<br />

a criação – agora recebe um tratamento<br />

padrão, uma vez ter se tornado apenas<br />

um item incorporado a um pacote <strong>de</strong> soluções<br />

com preço pre<strong>de</strong>terminado. Eu estava<br />

na antiga MPM, em 1985, quando escutei do<br />

“Feijão” (José Carlos <strong>de</strong> Souza Neto), diretor<br />

<strong>de</strong> arte, revoltado com a adoção do filtro da<br />

avaliação do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> pesquisa, antes<br />

da campanha ir ao cliente, o seguinte: no<br />

dia em que o que a gente faz per<strong>de</strong>r o mito,<br />

acabou. A verda<strong>de</strong> é que, com exceção <strong>de</strong><br />

“É dramático ser<br />

profissional<br />

<strong>de</strong> criação<br />

hoje em dia”<br />

alguma resistência heroica (e que, provavelmente,<br />

proporciona mais diversão do que<br />

gera dinheiro), o mito <strong>de</strong>finha. Eron Alves<br />

<strong>de</strong> Oliveira, embora fosse um homem <strong>de</strong> negócios,<br />

sabia separar as coisas: certamente,<br />

chorou e conseguiu um abatimento no custo<br />

da campanha, conversando com o Lara.<br />

Mas manteve preservado para o profissional<br />

<strong>de</strong> criação o valor que atribuía ao trabalho<br />

criativo. Ou seja, o impon<strong>de</strong>rável “mito”.<br />

Ao mesmo tempo, em que preservou em si<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> olhar para a criação, livre<br />

dos condicionamentos negociais. Podia rir,<br />

elogiar, bater palmas, cumprimentar, sem<br />

medo.<br />

As coisas não são mais assim. Criativos po<strong>de</strong>rosos<br />

já não estão dispostos a comprar brigas<br />

e sustentar posições que<br />

possam levar a impasses arriscados<br />

nas relações com clientes.<br />

São sócios, participam dos<br />

lucros, têm satisfações a dar às<br />

matrizes, engolem sapos fabulosos.<br />

Da mesma forma com<br />

que gestores <strong>de</strong> marketing são<br />

seres atarefadíssimos e, basicamente, querem<br />

saber se a criação “acertou”.<br />

É dramático ser profissional <strong>de</strong> criação<br />

hoje em dia. Você não está sendo avaliado<br />

pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerar um fator surpresa,<br />

como antes, mas apenas pelo atendimento<br />

a uma expectativa específica, em termos <strong>de</strong><br />

conteúdo e forma.<br />

O resultado, além da queda do brilho criativo<br />

das campanhas, tem sido alguma coisa<br />

pior: os tenebrosos equívocos criativos, envolvendo,<br />

inclusive, marcas importantes.<br />

Isso é revelador <strong>de</strong> que vivemos uma perda<br />

<strong>de</strong> parâmetro por conta <strong>de</strong> um abandono <strong>de</strong><br />

cultura. Antes, meia dúzia <strong>de</strong> agências empregavam<br />

os melhores criativos – os mitos – e<br />

eles davam o tom. Cadê o tom?<br />

Stalimir Vieira é diretor da Base Marketing<br />

stalimircom@gmail.com<br />

50 4 <strong>de</strong> <strong>fevereiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> - jornal propmark


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