Só me resta cantar, minha Nana; nina Nana, a musiquinha do lanche. Fica indo e vindo na minha percepção, no ritmo do inspirar e expirar do meu coração, vamos lá. PAI (cont.) (rindo, recitando) “Aipim frito, bãooo com carne seca e caldo de cana, nana, nana. À beira da estrada nana, cana. Qué jantar? Qué!? E Nana, nana, cama.” PAI (cont.) (extasiado, para a plateia) Nesse decorrer, Magali, Kia, Donatela, todas juntas, vejo minhas meninas sorrindo e indo ao ponto perto da entrada... comigo lá, paradão olhando o céu... elas me encontram, sim! Agora tudo se encaixa, pelo menos vejo a resolução; na verdade, eu sinto, como revelação. Magali! Magaliiiiiiii, eu berro… com o que me resta de sopro; nosso Deus é Paz, Vida e Morte, rogamos piedade a Ele, Ele que é a Natureza... e nós humanos somos da Natureza. Tudo faz parte de uma ordem e ciclos, a ordem e os ciclos que são dos mesmos Dele. Convém abraçar isso, e seguir, é o natural. Filhas, é tão boa nossa passagem, como o carinho que emanamos em todos esses dias juntos... dispomos de um parafrasear válido. Minhas filhas, Donatela, é só andar... podem sair também, é nossa vez de nos ausentarmos da escuridão de antes. Que termo! Vamos com tanta voz dizer, essa joia que prevalece, é a impalpável claridade. A voz natural, ela que é... todas as vezes... uma energia extra na existência. Tentem o ar aqui comigo. Passamos bem por aqui, tentem, é legal, e vai se multiplicar... como nossas funções e usos. Perto de si e pelos demais... alguém fala através de mim... ainda que só uma se salva nesse ar cor de... Magali. Ela vai estar na reconstrução do mundo sensível [Desaba o corpo do Pai. “Sombra do Deserto” entra para finalizar o drama da peça, já está sem seu característico chapéu. Assim que ele começa a falar um enorme Sol é projetado, e uma doce música executada para o público.] <strong>Atos</strong> <strong>II</strong> <strong>Beijo</strong> <strong>técnico</strong> (<strong>Adaptação</strong> <strong>teatral</strong>) 126
SOMBRA DO DESERTO (satisfeito, para a plateia) Não muito depois aparecem os seres iluminados que antes se chamavam Ária, Ágata, Ama, além de Tella, Zuhy e Mooié, todos saíram ao novo ambiente e nada lhes ocorreu; a seguir puxaram a pequena Magali. Foram os que prevaleceram. Não há fim, um fim seria apenas um ponto, demarcação, algo transitório no entender dos que tocaram com suas mãos o solo. A Vida segue, que bom [“Sombra do Deserto” junta os braços ao redor do corpo em sinal de reverência, fazendo assim o desenho de um ‘xis', depois levanta a cabeça, os cabelos caem para trás. O pano desce em definitivo.] FIM <strong>Atos</strong> <strong>II</strong> <strong>Beijo</strong> <strong>técnico</strong> (<strong>Adaptação</strong> <strong>teatral</strong>) 127
- Page 1 and 2:
Atos II Beijo técnico (Adaptação
- Page 3 and 4:
“Estamos aqui contando sobre noss
- Page 5 and 6:
A menina Pereira Juliana Ágata, Á
- Page 7 and 8:
(pausa) até mesmo as aves começar
- Page 9 and 10:
irreparáveis tremeduras nos contin
- Page 11 and 12:
dizer que devem respirar comigo. Me
- Page 13 and 14:
ATO TRÊS [O pano é aberto e os at
- Page 15 and 16:
PAI (para Magali) Você sempre foi
- Page 17 and 18:
(pausa) cada ser é um molde; cada
- Page 19 and 20:
MAGALI (para a plateia) Não se cul
- Page 21 and 22:
ATO QUATRO [Abre o pano e o Pai est
- Page 23 and 24:
PAI (para Kia) Então meu trabalho
- Page 25 and 26:
[E riem. Seu diálogo é direto e e
- Page 27 and 28:
[O Pai sorri também. Ele, vendo a
- Page 29 and 30:
ATO CINCO [Ao abrir o pano, entra o
- Page 31 and 32:
PAI (para Donatela) Não mesmo, alg
- Page 33 and 34:
GRISALHO (convidativo, para o Pai)
- Page 35 and 36:
MEDIADOR (sorriso de lado, para a j
- Page 37 and 38:
[Ela dá uma pequena pausa em suas
- Page 39 and 40:
UM EX-PROFESSOR (tentando apaziguar
- Page 41 and 42:
Não vou com a cara dele. MOBORG (p
- Page 43 and 44:
[Chega MOFANA, interrompendo, sempr
- Page 45 and 46:
MEDIADOR (para o Pai) Quem é você
- Page 47 and 48:
GRISALHO (para o Pai) Ótimo. Não
- Page 49 and 50:
ESPELHADA (chorando, ) Minha carne
- Page 51 and 52:
motivos. Vocês viram que a ignorâ
- Page 53 and 54:
ÓRFÃ (para Moborg) Por que ainda
- Page 55 and 56:
JONH (quebrando o silêncio, para o
- Page 57 and 58:
GRISALHO (enfático, para Moborg) A
- Page 59 and 60:
[Interrompe a simpática LARES, que
- Page 61 and 62:
LARES (rebatendo, para a Diretora)
- Page 63 and 64:
ATO OITO [O pano sobre enquanto ent
- Page 65 and 66:
DONATELA (para Maitê) Porque não
- Page 67 and 68:
SOMBRA DO DESERTO (para a plateia)
- Page 69 and 70:
Eu não acho má ideia. MALDONADO (
- Page 71 and 72:
MEDIADOR (ofegante) Mas não sairí
- Page 73 and 74:
PESSOA 2 (para todos) É isso aí,
- Page 75 and 76: HOMEM 5 (para a irmã) Quando acaba
- Page 77 and 78: MEDIADOR (para o Pai) Ao fundo ou n
- Page 79 and 80: PAI (para o Mediador) Não se culpe
- Page 81 and 82: Porém, eu me aquieto! Sair daqui p
- Page 83 and 84: JULIANA (cont.) (dançando, para a
- Page 85 and 86: ÁRIA (emocionada, para a plateia)
- Page 87 and 88: JONH (agitado, para o Gentil) Não
- Page 89 and 90: AFLIÇÕES (para o Rouco) Você é
- Page 91 and 92: [“Sombra do Deserto” se senta n
- Page 93 and 94: MARLENE (para Pío) Fica na tua voc
- Page 95 and 96: AMA, ÁRIA, ÁGATA (cont.) (ainda p
- Page 97 and 98: JONH (ainda para o Gentil) É... um
- Page 99 and 100: UMA IDOSA ANGUSTIADA (para Jonh) Fi
- Page 101 and 102: SAULO VIEGAS (para a Baixinha) Isso
- Page 103 and 104: MOFANA (sonsa, para todos) Fiquem q
- Page 105 and 106: SELENA (para Moborg) Eu quero morre
- Page 107 and 108: MUCA (cont.) (caminhando, para a pl
- Page 109 and 110: PAI (para Donatela e Kia) Vocês s
- Page 111 and 112: [Eles andam um pouco, então se sen
- Page 113 and 114: SAULO VIEGAS (corroborando, para a
- Page 115 and 116: [A Baixinha divertida já estava al
- Page 117 and 118: [Ela expõe, e tão logo observa ma
- Page 119 and 120: KOKO (se divertindo, para Marta) Vo
- Page 121 and 122: [Saulo expõe e fica mais lúcido,
- Page 123 and 124: PAI (para a plateia) Subimos alguma
- Page 125: PAI (emocionado, para a plateia) N
- Page 129 and 130: Marília Veloso é fotógrafa e edi