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SOMBRA DO DESERTO<br />
(para a plateia)<br />
Não muito atrás ouvimos passos, depois ruídos de pedras deslizando,<br />
murmúrios. De repente um susto, era a única situação capaz de deter<br />
aquelas discussões tolas ao redor. É um acidente, e ele veio para a jovem<br />
Ella; cheia de vida... mas tropeça e sente seu corpo se quebrando.<br />
[Entra a coadjuvante que interpreta a jovem ELLA e se atira no palco, inerte.]<br />
SOMBRA DO DESERTO<br />
(para a plateia)<br />
Caiu logo pertinho dali da consciência de cada um. Está pelo chão, mas a<br />
jovem ou a consciência? Ella fala aos prantos, e nesse intervalo é<br />
encoberta pelo descaso de outra aglomeração chegando. Ella entendeu<br />
por fim que ninguém quer se dar ao trabalho de ajudar ninguém; pelo<br />
menos é realista; jovem mas realista. Adverte: “Alguém me... me deu um<br />
tapa no rosto... que me acertou a direita. Eu lhe ofereci o outro lado, a<br />
esquerda; para que se possa... igualar.” E o rosto tomba. A descida é tão<br />
lasciva para alguns, principalmente para os solitários. Fecha-se então um<br />
período para a jovem Ella, para todo mundo, perdem um tempo que<br />
passa. Foi a primeira baixa ali.<br />
[Retornam à cena Ama, Ária e Ágata, vindas da esquerda, e ficam ao lado de “Sombra do<br />
Deserto”.]<br />
AMA, ÁRIA, ÁGATA<br />
(juntas, para a plateia)<br />
“Qual atual estágio da Humanidade? Fraco, insuficiente?”, nós recitamos,<br />
nós contemplamos. “Se outrora fomos virtuosas e espiritualizadas criações,<br />
qual seria a razão da imaturidade?”<br />
<strong>Atos</strong> <strong>II</strong> <strong>Beijo</strong> <strong>técnico</strong> (<strong>Adaptação</strong> <strong>teatral</strong>) 94