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PAI<br />
(para Donatela)<br />
Não mesmo, algo se perde, falo mas nem sei como! E em minha mente eu<br />
penso que “seria porque todos sofremos juntos?” O mundo é que nos<br />
afeta! Todos aqui.<br />
(pausa) A gente reunida, hunn, para aprender de alguma forma.”<br />
[Então o Pai passa seu olhar pelo recinto de pedras, a projeção está mais iluminada.<br />
Ninguém fala nada mas todos acompanham.]<br />
DONATELA<br />
(fraca, para o Pai)<br />
Como você pode ter tanta calma, paizinhooo?<br />
PAI<br />
(compassivo, para Donatela)<br />
Se eu soubesse sem a menor contestação te diria e repetiria até minha<br />
morte.<br />
[O efeito desse contexto dos últimos dias irrompe em Donatela. E ela grita, irritada, sua<br />
cabeça mira o alto. As mãos se levantam. O Pai a aperta mais contra si. Não pode deixá-la<br />
assim perdida.]<br />
PAI<br />
(se esforçando, para Donatela)<br />
Vamos esperar, mulher. Calma! A sujeira vai ser limpa.<br />
[Donatela fecha os olhos, tenta voltar a si e diz, em um lapso.]<br />
DONATELA<br />
(arrasada, para o Pai)<br />
Sobrou o ridículo, perceberam, ahhhhhhhhhhhh... nãoooo. Que sobrou<br />
da gente sem porvir?<br />
<strong>Atos</strong> <strong>II</strong> <strong>Beijo</strong> <strong>técnico</strong> (<strong>Adaptação</strong> <strong>teatral</strong>) 31