Chicos 56 - 20.03.2019
Chicos é uma e-zine que circula apenas pelos meios digitais. Envie-nos seu e-mail e teremos prazer de te enviar nossas edições. Neste número, a poeta da primeira página é Maria do Carmo Ferreira. Inédita em livro, a irmã de Celina Ferreira tem sua poesia espalhada pela internet e em publicações das mais variadas. Além de homenageá-la, oferecemos a vocês um pouco da obra dela dispersa por aí.
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Neste número, a poeta da primeira página é Maria do Carmo Ferreira. Inédita em livro, a irmã de Celina Ferreira tem sua poesia espalhada pela internet e em publicações das mais variadas. Além de homenageá-la, oferecemos a vocês um pouco da obra dela dispersa por aí.
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<strong>Chicos</strong><br />
Jeová Santana<br />
Nasceu em Maruim, Sergipe, em 1961. É<br />
graduado em Letras pela Universidade Federal<br />
de Sergipe, mestre em Teoria Literária pela<br />
Universidade Estadual de Campinas, doutor em<br />
Educação: História, Política, Sociedade: Educação<br />
e Ciências Sociais, pela Pontifícia Universidade<br />
Católica de São Paulo. Publicou Dentro da<br />
casca (1993), A ossatura (2002), Inventário de<br />
ranhuras (2006) e poemas passageiros (2011))<br />
Por que ler Campos de Carvalho<br />
Resolvo dar uma trégua, mínima, nos<br />
desdobramentos da ópera-bufa que vem de Brasília,<br />
capitaneada por um Segismundo tropical,<br />
que faz uma reescrita fajuta da peça A vida é<br />
sonho (1635), de Calderon de la Barca (1600-<br />
1681). Como consolo, para seus quatro anos de<br />
fama/lama não houve o beneplácito do meu voto.<br />
Assim, apresento aos amigos e amigas, tanto<br />
os de carne, osso e sapatos quanto aos deste<br />
mundo virtual, esta pequena apreciação sobre<br />
Campos de Carvalho (1916-1998).<br />
Trata-se de um escritor, mineiro de Uberaba, que<br />
se filia à vertente da “descoberta ainda que tardia”<br />
tal como Hilda Hilst (1930-2004) e Manoel<br />
de Barros (1916-2014); deixou uma produção<br />
um pouco maior que a de Raduan Nassar (1935-<br />
); e, tal como Lygia Fagundes Telles (1923-), renegou<br />
os seus dois primeiros livros. Ela, Porão e<br />
sobrado (1938) e Praia viva (1944); ele, Banda<br />
forra (1941) e Tribo (1954).<br />
Na cômoda prateleira dos conceitos da teoria<br />
literária, o legado de Campos de Carvalho aparece<br />
sob o selo do surrealismo, do realismo fantástico<br />
e quejandos. É um caminho, mas acredito<br />
que o humor e o escrever bem devam fisgar, primeiro,<br />
o leitor menos afeito a estes<br />
“;determinismos”.<br />
Depois de toneladas de silêncio, pois ele parou a<br />
parte ficcional em 1964 e só voltou à tona com<br />
algumas crônicas para O Pasquim, em 1972, sua<br />
pequena mas densa produção veio a lume em<br />
Obra reunida, pela José Olympio, em 1995. A<br />
editora também relançou os volumes avulsos.<br />
Mais recentemente, em 2016, a Autêntica entrou<br />
no rol das homenagens e timbrou os 60 anos de<br />
publicação do primeiro livro do autor, A lua não<br />
vem da Ásia, escrito em 19<strong>56</strong>.<br />
Assim, deixo aqui estes recortes a quem interessar<br />
possa:<br />
1. “Aos dezesseis anos matei meu professor de<br />
Lógica. Invocando a legítima defesa – e qual defesa<br />
seria mais legítima? –, logrei ser absolvido<br />
por cinco votos contra dois, e fui morar sob uma<br />
ponte do Sena, embora nunca tenha estado em<br />
Paris.” (A lua não vem da Ásia. Autêntica, 2016,<br />
p.23);<br />
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