PME Magazine - Edição 13 - Julho 2019
Miguel Pina Martins, fundador e CEO da Science4You, é a figura de capa da edição de julho da PME Magazine. Leia a revista na íntegra aqui.
Miguel Pina Martins, fundador e CEO da Science4You, é a figura de capa da edição de julho da PME Magazine. Leia a revista na íntegra aqui.
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INTERNACIONAL<br />
RESIQUÍMICA INTEGRA GRUPO<br />
OMNOVA SOLUTIONS<br />
Mafalda Marques<br />
Inês Antunes<br />
A Resiquímica faz agora parte da OMNOVA Solutions, líder global em especialidades químicas. Juntos,<br />
combinam o seu potencial e valor acrescentado em soluções especializadas, para apoiar uma inovação e<br />
crescimento continuados.<br />
A <strong>PME</strong> <strong>Magazine</strong> foi recebida pela atual administração<br />
da empresa, que, outrora foi uma <strong>PME</strong> e soube reinventar-se<br />
para crescer. Esta história de sucesso remonta a<br />
62 anos atrás e serve de exemplo pela resiliência associada.<br />
Tudo começou na Resintela – Resinas Sintéticas, Lda.,<br />
empresa antecessora da Resiquímica, constituída em<br />
1957, com sede em Lisboa. O Grupo Socer participava<br />
em 25% do capital. Em abril de 1961, constituiu-se<br />
a Resiquímica – Resinas Químicas, S.A. com o objetivo<br />
de promover um maior valor acrescentado ao produto<br />
de base da sua atividade de extração da resina do<br />
pinheiro: a colofónia. Para isso, aliou-se a parceiros<br />
internacionais na área química dos polímeros. Salienta-se<br />
a ligação à Hoechst AG, em 1966, à data a maior<br />
empresa química mundial, que durante mais de 30 anos<br />
deteve dois terços do capital da Resiquímica.<br />
“Foi aqui que a Resiquímica deu o grande passo. Assim<br />
passou a produzir não só resina derivada da resina<br />
dos pinheiros, baseada em solventes orgânicos, como<br />
também emulsões e resinas sintéticas” , explica Jaime<br />
Carvalho, diretor da Fábrica.<br />
A Hoechst AG detinha dois terços das ações e a Socer<br />
tinha um terço, uma parceria que corria bem, até a Hoechst<br />
decidir vender a sua parte no negócio em 1997. Em<br />
30 anos, a fábrica mudou bastante, tendo uma unidade<br />
para os solventes e outra para as emulsões, a produção<br />
evoluiu para novos produtos e foi criado um laboratório<br />
de I&D, tornando-se um ponto forte de apoio ao mercado<br />
português.<br />
Em 1997, a Hoechst AG decide vender o seu negócio<br />
vendendo os dois terços da Resiquímica a uma empresa<br />
suíça chamada Clariant. Em 2002, a Clariant decidiu<br />
vender o negócio a nível europeu, e o sócio fundador<br />
da Socer, grupo familiar na sua 3.ª e 4.ª geração, adquire<br />
os 100% da empresa, tornando-se na única detentora<br />
da Resiquímica 35 anos depois.<br />
Sendo 100% portuguesa e operando apenas cá, na al-<br />
22<br />
tura, tomaram três grandes decisões que reverteram<br />
todo o ciclo: investir na fábrica, em especial dos solventes,<br />
investir no laboratório e o início da exportação.<br />
“Ao olharmos para trás, entre 2002 e 2009, os resultados<br />
da empresa eram ótimos pois o mercado da construção<br />
corria bem em Portugal”, explica Filipe Nicolau,<br />
diretor financeiro e jurídico.<br />
“Em 2004 começámos a abordar novos mercados,<br />
começámos por Espanha e Norte de África. A nossa<br />
estratégia foi procurar agentes e parceiros locais. Em<br />
meados de 2009, estabelecemos uma importante parceria<br />
com uma empresa francesa, o que nos permitiu<br />
sobreviver nos anos de crise no setor da construção civil",<br />
relembra.<br />
A partir de 2007/2008, a crise europeia também assolou<br />
a Resiquímica e fomos forçados a exportar, senão<br />
não tínhamos sobrevivido”, acrescenta.<br />
O desempenho económico-financeiro da Resiquímica<br />
em 2009 e 2010 demonstrou que esta estratégia abriu<br />
o caminho para a internacionalização de forma sólida e<br />
duradoura.<br />
“De 2009 a 20<strong>13</strong> conseguimos manter a empresa como<br />
estava, sem despedimentos nem cortes em regalias,<br />
mas os resultados eram maus, mesmo exportando.<br />
Passámos maus momentos, mas não dispensámos<br />
ninguém”, relembra Filipe Nicolau.<br />
Em 20<strong>13</strong> e 2014, a economia começou a recuperar muito<br />
lentamente dada a dependência do setor da construção.<br />
“Procurámos novos mercados e, por exemplo, agora<br />
vendemos para marcação de estradas. Também vendemos<br />
poliéster - botões, e aplicação em telhados.<br />
Agora que temos algum espaço no mercado, desenvolvemos<br />
soluções à medida através do nosso laboratório”,<br />
adianta Jaime Carvalho, diretor da fábrica.