17.04.2020 Views

PME Magazine - Edição 16 - Abril 2020

O Covid-19 entrou de rompante e mudou as nossas vidas. Saiba como estão as empresas a adaptar-se a esta nova realidade e muito mais na edição de abril da PME Magazine.

O Covid-19 entrou de rompante e mudou as nossas vidas. Saiba como estão as empresas a adaptar-se a esta nova realidade e muito mais na edição de abril da PME Magazine.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

h

empreendedorismo

“TEMOS DE REINVENTAR A INDÚSTRIA E NÃO

O ARTISTA” - Miguel Leão

Mariana Barros Cardoso

Comicalate

Um coletivo de artistas abre portas à liberdade de

expressão. Esta, juntamente com a paixão e a vontade

de reinventar a indústria do audiovisual em

Portugal, faz com que surja uma espécie de modelo

de negócio moderno. Onde o mais importante é

comunicar conteúdo, fomos perceber com Miguel

Leão, fundador do Comicalate, como é que se sobrevive

atrás das câmaras.

PME Magazine – Para quem não conhece, Comicalate

é?

Miguel Leão – O Comicalate é um coletivo de artistas,

ligados ao audiovisual, que produz conteúdos de ficção

de forma independente. É uma marca que representa

essa mesma linha de conteúdos, inovadora e atual.

PME Mag. – Como é que surgiu a ideia deste coletivo?

M. L.– A ideia era criar linguagens na ficção portuguesa.

Andávamos a gravar episódios piloto na procura

dessas linguagens e tentar vender a canais de televisão,

nessa altura não conseguimos vender nenhuma

série. Decidimos usar o esforço que estava a ser colocado

para gravar os episódios piloto, para produzir séries

completas para o nosso próprio canal. Criámos um

site, um canal de Youtube, um Instagram e um Facebook.

Fizemos uma festa de lançamento no Tokyo Bar e

avançámos com as nossas produções onde o conteúdo

passava a ser medido apenas pela reação do público. O

Comicalate já produz conteúdo há quase cinco anos e

as primeiras séries foram produzidas em 2015: “Manitas”

e “Bon Vivant”.

PME Mag. – A paixão pela arte “move mundos e fundos”?

M. L.– A paixão é o que sustenta um projeto como este.

Juntando o facto de ser uma paixão partilhada entre todos

os que fazem parte do Comicalate. Procurámos um

lugar de expressão livre, que sentíamos que fazia falta.

" A ideia era criar linguagens

na ficção portuguesa"

PME Mag. – E quando não há fundos?

M. L.– Todos nós trabalhamos em diferentes sítios e

diferentes áreas, utilizando o tempo livre para gravar.

Dessa forma não dependemos de fundos. Ao trabalhar

assim durante estes anos, permite-nos ir melhorando a

38

Miguel Leão e Mauro Hermínio, coordenadores de projeto Comicalate

nossa capacidade de criar conteúdos, para que quando

haja fundos, eles nos permitam apenas exponenciar o

que já estamos a trabalhar de forma contínua. As três

séries produzidas para a RTP Play são um bom exemplo

disso.

" A paixão é o que sustenta

um projeto como este."

PME Mag. – Como é que começou a vossa estratégia

de financiamento próprio?

M. L.– Não foi propriamente uma estratégia. Foi uma

necessidade que aceitámos, para que pudéssemos

alargar o espectro da ficção e do pensamento do audiovisual

em Portugal. Não queríamos adaptar os nossos

géneros e ideias, então assumimos que o faríamos

sem dinheiro, com a perspetiva de que os nossos conteúdos

pudessem, um dia, ganhar valor de mercado –

possivelmente mercados que ainda se estão a formar.

PME Mag. – Quantas pessoas fazem o Comicalate?

M. L.– Todos os que já se juntaram e criaram connosco

fazem parte do Comicalate. Neste momento, temos

um núcleo de pessoas que estão mais ativas, cerca de

15, mas depende das fases e dos trabalhos que cada

um vai tendo. Mas, por exemplo, quando produzimos

as cinco séries em 2019 - “Frágil”, “Menos Um” e “Bad

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!