PME Magazine - Edição 16 - Abril 2020
O Covid-19 entrou de rompante e mudou as nossas vidas. Saiba como estão as empresas a adaptar-se a esta nova realidade e muito mais na edição de abril da PME Magazine.
O Covid-19 entrou de rompante e mudou as nossas vidas. Saiba como estão as empresas a adaptar-se a esta nova realidade e muito mais na edição de abril da PME Magazine.
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empreendedorismo
“TEMOS DE REINVENTAR A INDÚSTRIA E NÃO
O ARTISTA” - Miguel Leão
Mariana Barros Cardoso
Comicalate
Um coletivo de artistas abre portas à liberdade de
expressão. Esta, juntamente com a paixão e a vontade
de reinventar a indústria do audiovisual em
Portugal, faz com que surja uma espécie de modelo
de negócio moderno. Onde o mais importante é
comunicar conteúdo, fomos perceber com Miguel
Leão, fundador do Comicalate, como é que se sobrevive
atrás das câmaras.
PME Magazine – Para quem não conhece, Comicalate
é?
Miguel Leão – O Comicalate é um coletivo de artistas,
ligados ao audiovisual, que produz conteúdos de ficção
de forma independente. É uma marca que representa
essa mesma linha de conteúdos, inovadora e atual.
PME Mag. – Como é que surgiu a ideia deste coletivo?
M. L.– A ideia era criar linguagens na ficção portuguesa.
Andávamos a gravar episódios piloto na procura
dessas linguagens e tentar vender a canais de televisão,
nessa altura não conseguimos vender nenhuma
série. Decidimos usar o esforço que estava a ser colocado
para gravar os episódios piloto, para produzir séries
completas para o nosso próprio canal. Criámos um
site, um canal de Youtube, um Instagram e um Facebook.
Fizemos uma festa de lançamento no Tokyo Bar e
avançámos com as nossas produções onde o conteúdo
passava a ser medido apenas pela reação do público. O
Comicalate já produz conteúdo há quase cinco anos e
as primeiras séries foram produzidas em 2015: “Manitas”
e “Bon Vivant”.
PME Mag. – A paixão pela arte “move mundos e fundos”?
M. L.– A paixão é o que sustenta um projeto como este.
Juntando o facto de ser uma paixão partilhada entre todos
os que fazem parte do Comicalate. Procurámos um
lugar de expressão livre, que sentíamos que fazia falta.
" A ideia era criar linguagens
na ficção portuguesa"
PME Mag. – E quando não há fundos?
M. L.– Todos nós trabalhamos em diferentes sítios e
diferentes áreas, utilizando o tempo livre para gravar.
Dessa forma não dependemos de fundos. Ao trabalhar
assim durante estes anos, permite-nos ir melhorando a
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Miguel Leão e Mauro Hermínio, coordenadores de projeto Comicalate
nossa capacidade de criar conteúdos, para que quando
haja fundos, eles nos permitam apenas exponenciar o
que já estamos a trabalhar de forma contínua. As três
séries produzidas para a RTP Play são um bom exemplo
disso.
" A paixão é o que sustenta
um projeto como este."
PME Mag. – Como é que começou a vossa estratégia
de financiamento próprio?
M. L.– Não foi propriamente uma estratégia. Foi uma
necessidade que aceitámos, para que pudéssemos
alargar o espectro da ficção e do pensamento do audiovisual
em Portugal. Não queríamos adaptar os nossos
géneros e ideias, então assumimos que o faríamos
sem dinheiro, com a perspetiva de que os nossos conteúdos
pudessem, um dia, ganhar valor de mercado –
possivelmente mercados que ainda se estão a formar.
PME Mag. – Quantas pessoas fazem o Comicalate?
M. L.– Todos os que já se juntaram e criaram connosco
fazem parte do Comicalate. Neste momento, temos
um núcleo de pessoas que estão mais ativas, cerca de
15, mas depende das fases e dos trabalhos que cada
um vai tendo. Mas, por exemplo, quando produzimos
as cinco séries em 2019 - “Frágil”, “Menos Um” e “Bad