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Revista Apólice #254

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MEDIDAS PARA EQUILIBRAR O CENÁRIO

Com o propósito de viabilizar o equilíbrio do setor de planos

de saúde de forma a que todos os atores permaneçam no sistema

durante a crise causada pelo coronavírus, a Agência Nacional

de Saúde Suplementar (ANS) propôs um acordo às operadoras de

planos de saúde: elas poderiam movimentar recursos provisionados

e reservas no valor de R$ 15 bilhões para viabilizar medidas necessárias

para o enfrentamento à pandemia.

Em contrapartida, as operadoras deveriam se comprometer

a: pagar em dia os profissionais e estabelecimentos de saúde de suas

redes de atendimento; renegociar contratos com beneficiários que

estivessem com dificuldades para manter o pagamento do plano; e

a manter os beneficiários no plano até 30 de junho de 2020. No dia

24 de abril terminou o prazo para envio dos termos de compromisso

assinados para a ANS, mas apenas nove operadoras encaminharam

o documento à reguladora. A Fenasaúde, que representa 16 grupos

de operadoras de seguros e planos de assistência à saúde privados,

não aderiu ao termo de compromisso, alegando que as contrapartidas

apresentadas pela ANS para o acesso aos recursos destas reservas

e provisões acabaram por tornar inviável a sua utilização, nos

moldes propostos.

Marcelo Zorzo explica que, conforme exposto pela FenaSaúde,

a Porto Seguro reconhece a dedicação e o empenho da ANS na

busca por alternativas para conciliar a adequada manutenção da

solvência das operadoras que atuam no setor com as demandas

que a pandemia causada pelo coronavírus exige mas, “assim como

as demais operadoras associadas, avaliamos a proposta e nossas capacidades

e ações para este momento de pandemia, e optamos por

manter as atuais práticas”.

Roberto Ranieri diz que a Plena não aderiu ao termo, pois a

empresa não viu vantagem na liberação pontual dos recursos. “Seria

uma concessão, mas que deveríamos reconstituir o fundo logo após

a pandemia”.

“A ANS divulgou o Termo de Compromisso que dispõe sobre

as contrapartidas que as operadoras de planos de saúde terão

de assumir para terem direito a movimentar os recursos das

reservas técnicas para uso em ações de combate à Covid-19. O

documento foi aprovado em caráter voluntário, porém poucas

operadoras aderiram, por considerarem inviáveis as condições

propostas”, declara a corretora Luciana Soares, enfatizando que o

setor de saúde suplementar é norteado por regras básicas, como

mutualismo, sinistralidade, cumprimento de contratos firmados

entre outras regras.

Para a corretora, diante do cenário atual, é necessária uma

análise mais criteriosa das consequências destas decisões para o

sistema. “A ANS não apresentou soluções de grande impacto e aplicabilidade

para o enfrentamento dessa crise, porém destaco como

válidas as deliberações de telessaúde, cobertura de exames para a

Covid-19, alterações dos prazos de atendimento com ênfase nos casos

de Covid-19”, diz.

“Devido à crise causada pela pandemia da Covid-19, a ANS

aumentou os prazos máximos de atendimento por parte dos planos

de saúde. Porém, os prazos para atendimento de urgência e

SÓCRATES DE FREITAS, da Viacorp

emergência continuam sendo de 24 horas.

Inclusive, há decisões judiciais em alguns

estados, no sentido de que pacientes

com suspeita de Coronavírus devem

ser tratados como caso de emergência e

não precisam cumprir prazo de carência

maior do que 24 horas para receber atendimento

e tratamento adequado”, ressalta

Juliane Monteiro.

“Temos excelentes operadoras e

seguradoras no mercado, algumas são

grandes corporações mas, no momento

atual, elas estão mais criteriosas, principalmente

nos contratos coletivos por

adesão, por conta da Lei 9656/98 que

estabelece nos casos de urgência e emergência

o prazo máximo de 24 horas de

carência”, completa Luciana. “Essa é a carência

máxima para um beneficiário suspeito

ou portador da Covid-19 ter cobertura

hospitalar, o que pode elevar o custo

médico da operadora, inviabilizando o

sistema”, analisa.

Roberto Ranieri defende que a Plena

Saúde tem centros médicos, prontos

socorros e hospitais para suportar um aumento

da carteira de até 100%. “Estamos

muito tranquilos quanto a esse incremento

de demanda”.

À nossa reportagem, a Agência

respondeu em caráter institucional: “A

ANS está alinhada com as autoridades

de saúde do país para colaborar da forma

mais efetiva possível no combate ao coronavírus.

Todas as medidas implementadas

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