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Revista Apólice #254

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Os índices indicam que a procura

por planos de saúde aumentou

durante a pandemia. Esses

novos usuários não podem sofrer

qualquer tipo de abusividade por

parte das operadoras e precisam

usufruir de todos os benefícios

contratados”

JULIANE TEDESKI MONTEIRO, Advogada

reajustes nos contratos até 29 vidas nos meses de maio, junho e

julho, com cobrança retroativa apenas a partir de outubro. “Essa é

uma medida importante, pois ampara os empreendedores que são

mais atingidos na questão financeira pelo atual momento. Para as

empresas acima de 29 vidas, continuamos com as regras vigentes

quanto ao reajuste, mas sempre atentos aos diversos fatores que

cercam esse momento tão delicado”.

“Diante de todo o contexto vivido atualmente, acredito fortemente

em um aumento nos processos judiciais contra as operadoras

de planos de saúde”, avalia Juliane Monteiro. “As abusividades por

parte das operadoras continuam e tem se intensificado no período

da pandemia. Negativas de atendimento e tratamento adequado,

prazo máximo de atendimento extrapolado, tudo isso, infelizmente,

é muito comum por parte das operadoras”, lamenta.

Em todos os setores a judicialização é um tema complexo,

especialmente na área da saúde. “É uma questão que fez com que

as operadoras/seguradoras se adaptassem a muitas situações e processos”,

diz o corretor Sócrates de Freitas.

“A judicialização na saúde já acontecia antes da pandemia da

Covid-19. Este é um grande problema na saúde suplementar. Não

se cumpre o que está firmado em contrato, infelizmente não existe

um juizado especial para tratar os assuntos referentes à saúde suplementar.

Muitos juízes decidem questões de saúde sem embasamento

contratual, técnico ou científico”, pondera a corretora Luciana.

Para evoluir, a Lei 9656/98 precisa de atualização. “Isso teria

um impacto relevante, pois existe um excesso de ações judiciais,

conflitos baseados nas exigências, sendo estas muitas vezes fora da

realidade, que tem gerado graves consequências para o mercado”.

“Nós entendemos que esse é um momento difícil e esse tema

permeia diversos setores. Estamos confiantes e seguros de que nossas

iniciativas para apoiar os segurados estão aderentes ao momento

crítico e vamos seguir atentos às necessidades de nossos milhares

de segurados”, garante o diretor da Porto Seguro.

Roberto Ranieri diz que, neste momento de pandemia, a Plena

está mais preocupada com a sustentabilidade financeira das pequenas

empresas, que muitas vezes são compostas por autônomos

que cresceram e estão impossibilitados de trabalhar e gerar renda

nesse momento. “Esperamos que possam voltar a trabalhar em breve

para que a economia e a saúde voltem à sua normalidade”.

O papel do corretor é fundamental para dar segurança para

os clientes em momentos de crise como este. “Com mais vendas

ou menos vendas é nessas horas que mostramos o quanto o nosso

setor é incrível e cheio de oportunidades”, diz Sócrates de Freitas.

“Acredito que em breve sairemos juntos dessa situação e retomaremos

com um aprendizado muito grande e uma nova forma de se

relacionar com todos os players. Ficou provado que ser digital não

é mais uma questão de inovação, é uma questão de sobrevivência”.

Luciana Soares concorda: “a pandemia da Covid-19 veio

inesperadamente e mudou toda a forma de consumo e comercialização

de planos de saúde no geral, com isso, os corretores devem

estar preparados para essa nova realidade. Chegamos mais

cedo na era digital. Mesmo sem tanto contato pessoal e físico os

corretores devem trabalhar com consultoria, focando as necessidades

especiais de cada cliente, cada

empresa de uma forma individual e personalizada”.

Para ela, haverá um grande

crescimento na aquisição de planos de

saúde em suas várias modalidades, pois

os clientes buscam segurança frente

ao crescente avanço do coronavírus no

país. Porém, diante de uma crise econômica

eminente, muitos empresários irão

buscar a melhor forma de alinhar custo x

benefício. “Vamos nos preparar, o futuro

chegou mais cedo”.

Sem dúvidas, a pandemia deixa

clara a importância da saúde, que ela é

universal, e que, por isso, precisa abranger

ricos e pobres para se consolidar

como uma proteção efetiva.

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