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A Revista Advir (edição 40) é uma publicação da Associação de Docentes da UERJ.

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A pandemia da Covid-19 é compreendida por Antunes como o resultado

de uma trípode destrutiva que combina o capital financeiro, o

neoliberalismo primitivo e a revolução técnico-científica informacional.

Longe de trazer melhorias para a vida da humanidade, esta “revolução”

tecnológica serviu para expandir os lucros dos donos do capital e

provocar uma transformação brutal no mundo do trabalho, tornando

todos os trabalhadores meros prestadores de serviço.

A análise crítica desta realidade nos faz compreender

que a ideologia do “novo normal” representa

a “nova” pedagogia do capital para

educar a sociedade sob a perspectiva de que a

“salvação” dos problemas da humanidade permaneça

nas mãos dos donos do dinheiro. Repetida

como um mantra por diferentes portavozes,

esta visão de mundo objetiva conter a

rebeldia dos trabalhadores, assegurar a paz para

a expansão dos lucros dos empresários e conter

as ações organizadas contra o sistema.

A ideologia do

“novo normal”

representa a

“nova”

pedagogia do

capital

A pedagogia do “novo normal” também influenciou

a política educacional no Brasil. Logo

que a Organização Mundial de Saúde (OMS)

recomendou o isolamento social como principal

estratégia de controle da contaminação do

novo coronavírus, organismos internacionais ligados

ao capital financeiro, como o grupo Banco Mundial, a OCDE, a

UNICEF e outros, formaram uma coalizão para produzir estudos e

manuais com orientações padronizadas, destinadas às agências do Estado

e da sociedade civil que definem a política educacional dos países

da periferia do capitalismo.

Antes de expor o conjunto de estratégias que supostamente mitigariam

os efeitos da pandemia, os documentos apresentaram um diagnóstico

desolador da situação dos estudantes “vulneráveis” no período

pandêmico. De modo geral, as orientações destacaram: a interrupção

da aprendizagem, problemas com a nutrição e a proteção das crianças

e jovens, falta de preparo dos responsáveis para a educação das

crianças em suas casas, falta de acesso à tecnologia e à conexão de

internet, lacuna com o cuidado das crianças, altos custos econômicos,

aumento das taxas de evasão escolar e aumento das desigualdades

educacionais.

Na esteira do fechamento das escolas, a virtualização do ensino foi

identificada como solução para “evitar a interrupção da educação”.

No entanto, diante da constatação da falta de uma democracia digital

nos países de capitalismo dependente, a saída apontada pelos difusores

Advir • dezembro de 2020 • 7

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