Empresa DAVID BASSAS – DIRETOR GERAL DA NGK PARA A EUROPA SOMOS LÍDERES NOS SEGMENTOS ONDE NOS FOCAMOS O JORNAL DAS OFICINAS ESTEVE À CONVERSA COM DAVID BASSAS, DIRETOR GERAL DA NGK SPARK PLUG EUROPE PARA FAZER UM BALANÇO DESTE PRIMEIRO ANO DA PANDEMIA PARA UM DOS PRINCIPAIS PLAYERS DO MERCADO DAS VELAS E SENSORES Para além da perspetiva global sobre a empresa e o mercado, David Bassas, grande conhecedor do mercado ibérico, falou-nos também da estratégia da marca para Portugal. A NGK Spark Plug é um dos principais fornecedores de cerâmica técnica e componentes automóveis e tem a sede corporativa em Nagoya, no Japão, estando já espalhada pelo mundo, com várias organizações de ven<strong>das</strong> e fábricas. A divisão automóvel da empresa é especializada na tecnologia de incandescência e de sensores, mas também fornece diversos clientes de equipamentos originais. No mercado de aftermarket tem no portefólio velas, bobinas de ignição e cabos comercializados sob a égide da NGK Ignition Parts. Como NTK Vehicle Eletronics, a empresa desenvolve, produz e comercializa son<strong>das</strong> lamb<strong>das</strong> (incluindo sensores de NOx), sensores de temperatura de gases de escape (EGTS), medidores de massa de ar (MAF) e de pressão absoluta do coletor (MAP), assim como sensores de velocidade e posição do motor. Atualmente, conta com 16.400 colaboradores e as atividades de cerâmica técnica e de automoção geram uma faturação anual global de 3.700 milhões de euros. A empresa opera em todos os continentes, com 43 outras empresas associa<strong>das</strong> dentro do grupo, 33 unidades de produção e cinco Centros Técnicos. Só na região EMEA, as ven<strong>das</strong> da NGK Spark Plug representam 27% da faturação. O negócio ibérico O diretor geral europeu explica-nos que toda a estratégia, a política e a gestão comercial do negócio de Espanha e Portugal é organizada a partir de Barcelona, onde está localizada a filial ibérica da NGK Spark Plug. “Atualmente dispomos de um Customer Service muito mais técnico. Nos últimos anos este serviço melhorou consideravelmente os seus conhecimentos sobre cada produto para poder filtrar e resolver to<strong>das</strong> as dúvi<strong>das</strong> dos nossos clientes, até em português”, afirma. Apesar da marca possuir, na capital da Catalunha, um armazém que fornece todos os pedidos de urgência, a maioria <strong>das</strong> encomen<strong>das</strong> para Portugal são envia<strong>das</strong> a partir da Alemanha, da região de Duisburgo, onde está o armazém central da NGK. “Os produtos da NGK/NTK são produzidos no Japão, mas é no centro técnico de Ratingen que são realizados todos os testes para se conseguirem as mais exigentes homologações europeias”, conta David Bassas, que especifica que “a NGK produz e comercializa velas, bobinas de ignição, cabos e cachimbos de velas e a marca NTK comercializa desde son<strong>das</strong> lamb<strong>das</strong> até sensores de temperatura. São mais de 1.500 de velas de ignição (motores a gasolina) disponíveis para todos os segmentos de mercado, desde ligeiros a motos, equipamentos de jardim, barcos e pequenos motores, produzi<strong>das</strong> em materiais tão diferentes como o níquel, o platino ou o irídio, que permitem cobrir 98% do mercado. Já no segmento <strong>das</strong> velas para motores Diesel há mais de 260 referências entre as metálicas e as cerâmicas, perfazendo uma cobertura a nível global de 96%”. Em Portugal, o responsável revela que “durante muito tempo fomos reconhecidos como fabricantes de velas de ignição e nos últimos anos focámo- -nos em explicar e demonstrar que para além <strong>das</strong> velas, somos um dos principais fabricantes de sensores... e depois dos sucessos conquistados, podemos afirmar que somos considerados líderes neste segmento pelos principais distribuidores de Portugal. Em termos de ven<strong>das</strong> online de velas NGK, o negócio B2B na internet já representa mais de 50% chegando em alguns casos a superar os 80%. A incontornável pandemia David Bassas não tem pejo em assumir que a situação pandémica está a ter um impacto sem precedentes no negócio da NGK, ainda que de uma forma menos avassaladora do que em outros setores de atividade, como seja a restauração, hotelaria ou o turismo. “Depois dos meses de abril e de maio terem sido muito complicados, de junho até dezembro de 2020 foi registada uma forte recuperação na atividade do setor, com certeza impulsionada pela acumulação de operações de manutenção pendentes a veículos e ainda do recomeço da laboração dos centros de inspeção. Os números da NGK recuperaram bastante mais depressa do que esperado, graças a uma estratégia de expansão do portefólio iniciada antes da pandemia e da qual os resultados foram recolhidos durante a mesma, bem como de algumas debilidades revela<strong>das</strong> pela concorrência que se transformaram em oportunidades de negócio para a NGK”, adianta ao <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>. Em 2020, a empresa registou uma quebra de 1,6% face ao ano de 2019 e no final do exercício (a NGK fecha o ano fiscal em março) espera estar acima do previsto. Durante estes meses, a NGK aproveitou para fazer mudanças na estratégia laboral, mas a atividade manteve-se ininterrupta, através do teletrabalho, com resultados muito satisfatórios. Agora, o teletrabalho é combinado com a assistência à oficina, sempre com to<strong>das</strong> as medi<strong>das</strong> de segurança obrigatórias e necessárias. O contacto com o cliente via online foi constante e a cadeia logística nunca foi interrompida. Colher resultados Em Portugal, a NGK Spark Plug mantém uma estratégia de concentração de distribuidores – com uma rede que sofreu algumas alterações devido ao fecho de algumas empresas, substituí<strong>das</strong>, entretan- 40 Abril I 2021 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
DAVID BASSAS É O RESPONSÁVEL PELO ATUAL MODELO DE NEGÓCIO QUE A NGK TEM VINDO A DESENVOLVER, ONDE O TRABALHO EM EQUIPA E UMA GESTÃO TRANSPARENTE E EFICAZ SÃO FATORES DOMINANTES