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E & M MZ Edição_35 MARÇO 2021

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PROFISSÕES DO FUTURO<br />

Mudança muito lenta<br />

João Gomes, partner da Jason Moçambique, tem feito vários<br />

estudos que abordam questões da área do trabalho, skills,<br />

e tecnologia, e confirma que o movimento está só a começar,<br />

e de forma tímida. Ou seja, há pouquíssimas empresas<br />

e pessoas que já têm noção do que está a acontecer, muito<br />

menos as que estão a investir na migração para o trabalho<br />

do futuro. Estas poucas resumem-se apenas nas entidades<br />

que dão suporte a todas as redes de pagamentos, assim como<br />

as empresas de telefonia móvel e o sistema financeiro.<br />

Mas todos estes “estão numa fronteira muito distante da robotização,<br />

embora haja informação suficiente para tentar<br />

trazer o futuro para agora”, explicou o responsável.<br />

Esta linha é partilhada por outros especialistas. Para Samuel<br />

Maputso, Director de Capital Humano do BancABC,<br />

com participação em várias iniciativas como o Fórum dos<br />

Recursos Humanos de Moçambique, “olhando para os resultados<br />

das pesquisas feitas fora, arrisco-me a dizer que se<br />

estivermos a ganhar alguma consciência da mudança, que<br />

será inevitável, ainda estamos tímidos. Quando converso<br />

com a maior parte dos meus colegas dos Recursos Humanos<br />

(RH) não sinto grande nível de consciência em relação<br />

a este tema. Já falámos sobre o assunto em algumas conferências,<br />

mas ainda estamos numa fase de curiosidade com<br />

alguma descrença”. Também Paulo Santos, líder da Heading,<br />

empresa que estabelece a ponte entre quem procura<br />

e quem oferece mão-de-obra qualificada, entende que “do<br />

lado dos nossos (seus) clientes, ainda não há sinais de que tenham<br />

começado a equacionar essa nova lógica no perfil dos<br />

Recursos Humanos, mas vai começar a acontecer e terá de<br />

ser liderada por pessoas mais autónomas, com maior capacidade<br />

de decisão, de auto-motivanção e perfis que vão ser<br />

cada vez mais adaptadas às novas tecnologias”, observou.<br />

Já a Contact, uma das mais destacadas empresas de recrutamento<br />

do mercado, mesmo sem ser específica, assume<br />

ser “racional afirmarmos que já começa a haver algumas<br />

profissões que estão a cair em desuso em Moçambique por<br />

conta das novas exigências do mercado forçadas pelo avanço<br />

tecnológico e, recentemente, pela pandemia do covid-19”.<br />

Pobreza e o risco de “ver o comboio passar”<br />

João Gomes deu grande ênfase às características socioeconómicas<br />

do País ao prever o futuro do trabalho. Para o<br />

especialista, uma questão fundamental a ter em consideração<br />

é que o processo de transição para as novas profissões<br />

será selectivo.<br />

As pessoas que terão maior facilidade de mudar de carreira<br />

não são as que estarão, necessariamente, em busca de<br />

trabalho, e sim as profissional e economicamente bem-sucedidas<br />

e que, com bons salários, buscarão novas carreiras<br />

por estarem emocionalmente esgotadas de fazerem as<br />

mesmas coisas.

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