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vocalista do Maiden, Bruce Dickinson, então conhecido como Bruce Bruce). Geoff Barton,

editor-adjunto da Sounds, que viu o concerto, escreveria mais tarde: “Lembro-me claramente

de o Maiden ser a melhor banda da noite, infinitamente preferível aos adoradores do Sabbath e

muito à frente do Samson”. Contudo, o que realmente o intrigava, como Barton viria a me

dizer, “é como bandas como o Iron Maiden ou o Angel Witch pudessem existir naquela época”,

quando o punk e o new wave aparentemente haviam matado o hard rock e o metal.

Pressentindo que o assunto renderia, Barton falou com Alan Lewis, editor da revista, sobre

fazer uma matéria de capa não apenas sobre o Iron Maiden, mas com toda a nova geração de

rock pesado que batizou, deliberadamente usando o estilo chamativo dos tabloides, de a New

Wave of British Heavy Metal. “Sinceramente, eu não achava que essas bandas tinham alguma

ligação musical particular, mas era interessante que tantas estivessem aparecendo ao mesmo

tempo. Era uma coisa boa para os roqueiros genuínos, que tinham se inibido e deixado de

andar no visual enquanto esperavam o punk passar.” Eles haviam começado “publicando uma

reportagem sobre o Def Leppard, que acabara de lançar o primeiro EP independente de quatro

faixas, Getcha rocks off. Depois, veio o Maiden”, seguido por “Samson, Angel Witch, Tygers of

Pan Tang e Praying Mantis. Também fizemos matérias sobre eles, e a coisa não parou mais.”

O que nem Barton previra, porém, era o efeito enorme que uma frase quase cômica

inventada numa tarde chuvosa na redação da Sounds teria sobre o mundo da música.

“Publicamos a matéria [sobre a NWOBHM], e a resposta que tivemos dos leitores e das outras

bandas foi fenomenal. Estava claro que, independente do nome, algo estava acontecendo. De

repente, parecia haver novas bandas de heavy metal pintando em todo canto. É lógico que nem

todas eram [boas] como o Iron Maiden e o Def Leppard, mas o simples fato de estarem

tentando era notícia, e seguimos nessa toada por quase dois anos.” Ironicamente, considerando

o pouco-caso que seria esperado da maioria dos críticos musicais do pós-punk por qualquer

banda chamada Praying Mantis ou Angel Witch, a motivação por trás desse ressurgimento

vinha de uma insatisfação, semelhante à do punk, com que uma nova geração de garotos

encarava as bandas já consolidadas, as quais só se preocupavam em fazer álbuns que as

agradassem. Em 1979, Led Zeppelin, Pink Floyd, Emerson, Lake & Palmer e Yes (membros

proeminentes da então realeza roqueira vigente) raramente eram vistos nos palcos britânicos e,

quando se dignavam a fazer uma aparição rápida, trocavam a ideia de turnê por algumas datas

exparsas (e lucrativas) em grandes arenas impessoais como a Earls Court, em Londres. As

bandas de rock tinham se tornado pomposas e afetadas; a música que tocavam envelhecia

antes da hora. Como resultado, a distância entre quem estava no palco e na plateia nunca fora

maior.

A reação punk era um desejo de apagar o passado para começar novamente do zero. Mas,

em sua pressa de derrubar o edifício, o punk deixara de lado o óbvio — que, em sua base, o

hard rock e o heavy metal não eram tão diferentes do que o melhor punk rock considerava ser:

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