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tudo.” Não com tocar, mas com a ideia de nunca achar alguém nos Estados Unidos com quem

fazer um som. Em vez disso, agarrou-se a outro plano que estava tramando: deixar os Estados

Unidos e voltar à Europa. Não para a Dinamarca, mas para a Grã-Bretanha, “onde estava a

ação”. Quando, com a mesma petulância incorrigível que exibia nos dias em que esperava nos

saguões dos hotéis pelo autógrafo de Ritchie Blackmore, escreveu a Linda Harris perguntando

se um dia poderia visitar a ela e ao filho e ver a banda tocar, Linda concordou, sem nunca

esperar que passasse disso. Mas ela nunca havia conhecido alguém como Lars Ulrich.

“O Lars sempre vinha com essas ideias”, contou Brian Slagel. “A gente respondia: ‘Sim,

Lars, claro’. Assim ele falava em ir para a Inglaterra nestes termos: ‘Preciso ir para lá, começar

a sair com as bandas’. Sim, claro. Achávamos que ele iria. Então ele foi, e lembro que nos ligou

uma vez: ‘Adivinhem o que estou fazendo?’. ‘O quê?’ ‘Curtindo com o Diamond Head!’ ‘Ah,

sim, claro.’ ‘Não acreditam?’ E ele punha Sean Harris ao telefone. Ele não apenas os tinha visto

como também ficara amigo deles. Era uma loucura! Ele pensava em coisas que queria fazer e

conseguia, coisas que você nunca acreditaria que pudessem rolar, o lance do Diamond Head é

um dos muitos exemplos. Fiquei de queixo caído, um moleque de dezessete anos indo sozinho

para a Inglaterra. Uma coisa é ir para lá, conhecer a cena e ver os shows, mas sair com a banda

foi simplesmente incrível”.

Lembrando agora da chegada de Lars Ulrich ao seu meio, quase três décadas depois,

Brian Tatler, guitarrista do Diamond Head, ainda ri da audácia do jovem fã. “Ele começou a

mandar cartas manuscritas dizendo que morava nos Estados Unidos e adorava a NWOBHM.

Depois ele soube que estávamos fazendo uma turnê no verão de 1981, a grande turnê em que

tocamos no Woolwich Odeon, comprou uma passagem e veio para a Inglaterra ver o Diamond

Head, seu grupo preferido. Ele era só um fã; não falou que era baterista ou coisa assim. A

gente falava: ‘Esse tal de Lars dos Estados Unidos mandou outra carta’. Daí ele pintou no

Woolwich Odeon, se apresentou, e ficamos impressionados porque ninguém nunca havia

saído de lá para ver o Diamond Head antes. Parecia uma proeza e tanto. Eu nunca tinha posto

os pés nos Estados Unidos, e ele tinha dezessete anos, foi aos bastidores e se apresentou!

Ficamos lisonjeados. Perguntamos onde estava hospedado, e ele disse: ‘Não sei, vim direto do

aeroporto’. Perguntei se ele não queria ficar na minha casa. Aí ele entrou no carro; depois

disso, ia conosco a todo canto”, incluindo mais dois shows da banda: um em Leeds, outro em

Hereford, “todo apertado no banco de trás do Austin Allegro de Sean”.

Lars ficou uma semana na casa do Brian. O guitarrista ainda morava com os pais, e Lars

dormiu no quarto dele, no chão recoberto por um carpete fino, em um velho saco de dormir

comido por traças. Na maioria das noites, eles iam beber em bares. “Uma noite voltamos

caminhando para casa porque perdemos o ônibus e ficamos completamente encharcados”,

contou Brian. “Ele disse que não tinha roupa para trocar. Achei uma calça boca de sino

amarela velha do meu irmão no fundo do guarda-roupa, e ele vestiu. Devia ter batido uma foto.

Ele era uma figura, sabe? Cheio de gás e energia. Cheio de entusiasmo pela NWOBHM.”

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