25.02.2022 Views

metallica-a-biografia-mick-wall

metallica-a-biografia-mick-wall.pdf

metallica-a-biografia-mick-wall.pdf

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

aprender algo”. Ouvindo, copiando, repetindo, sempre sozinho. “Gostava de ficar sozinho”,

James contou mais tarde ao escritor Ben Mitchell. “Gostava de poder me isolar do mundo. E a

música ajudava bastante nisso.” Ele punha os fones de ouvido e viajava, curtindo Kiss,

Aerosmith, Ted Nugent e Alice Cooper — hard rock 100% norte-americano. Sem ironias,

música boa para caras curtos e grossos que não dançavam, mas gostavam de festejar. “Eu não

ouvia outras coisas até ser apresentado ao Lars.” O primeiro show a que assistiu foi em julho

de 1978, pouco antes de completar dezesseis anos, quando viu o AC/DC abrir para o

Aerosmith na Long Beach Arena. Rocks, disco do Aerosmith de 1976, “era um dos álbuns que

eu podia ouvir sem parar; era repleto de coisa boa”. No mesmo verão, James também comprou

ingresso para os dois dias do California World Music Festival, que também contou com o

Aerosmith, ao lado de Ted Nugent e Van Halen. “Lembro de acompanhar um amigo, que

estava vendendo drogas. Ele rasgou uma parte do ingresso, que tinha uma espécie de arco-íris

na borda, picou em pedacinhos e os vendeu como se fossem ácido. Eu perguntei: ‘Que história

é essa?’. Ele usou o dinheiro para comprar cerveja.” Enquanto atravessava o público para

chegar na frente, James lembra de ter ficado “impressionado” pelo fato de Steven Tyler,

vocalista do Aerosmith, ter chamado a plateia de “filhos da puta”. “Pensei: ‘Ei, você pode fazer

isso?’.”

Já marcado como solitário no colegial, a exemplo de Lars Ulrich, foi a música que colocou

James Hetfield em contato com outros colegas solitários igualmente obcecados, tais como Ron

McGovney, que mais tarde seria o primeiro baixista do Metallica. Colega de sala na East

Middle School, McGovney se lembra de ter conhecido Hetfield na aula de música, atraído pelo

fato de ele “ser o único cara da turma que sabia tocar guitarra”. Como James, Ron também não

pertencia a nenhuma das panelinhas escolares. “Havia as animadoras de torcida, os atletas, o

pessoal da fanfarra.” James e Ron terminariam com outros “vagais”, como os amigos Dave

Marrs e Jim Keshil, “matando o tempo sem pertencer a nenhum grupo social”. Ron não curtia

apenas rock feito James. Ele era um “fanático por Elvis” e ficou “arrasado” quando Presley

morreu. Por sua vez, Ron e James descobriram uma afinidade no interesse pela música de Led

Zeppelin, ZZ Top, Foreigner e Boston. Dave e Jim eram mais parecidos com James, curtindo

muito Kiss e Aerosmith. O estranho no ninho, Ron, foi influenciado pelo gosto dos outros,

partilhando com eles o interesse por bandas britânicas de protometal, como o UFO. Por causa

disso, Ron começou a ter aulas de violão. “Eu não manjava nada de baixo”, lembrou-se. Ele só

queria aprender a tocar “Stairway to heaven”. Quando mais tarde naquele ano Hetfield se

tornou amigo de dois irmãos chamados Ron e Rich Valoz, que tocavam respectivamente baixo

e bateria, e então de Jim Arnold, outro guitarrista iniciante, McGovney se ofereceu para ser o

roadie. A banda se chamava Obsession e, a exemplo de todos os grupos do colegial, tocava

covers de músicas dos artistas preferidos. Isso significava tocar o material mais fácil de Black

Sabbath (“Never say die”), Led Zeppelin (“Rock and roll”), UFO (“Lights out”) e Deep Purple

(“Highway star”). Os três membros da linha de frente se revezavam no vocal: Jim Arnold,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!