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frontman. Nitidamente, eles tinham pouco em comum. “É mesmo?”, ele zombou. “Sem sombra

de dúvida.” O que então intrigara Lars a ponto de tentar novamente? Primeiro, foi porque

James era o único conhecido que poderia estar interessado em formar uma banda de

NWOBHM, “em vez de copiar o Van Halen”. Num sentido mais profundo, ele também sentira

outra coisa. “Embora eu não me rebelasse porque meus pais eram legais demais para eu me

rebelar contra eles, passava muito tempo imerso no mundo da música. E o James também. O

que tínhamos em comum, mesmo vindo de mundos e culturas distintos, era o fato de sermos

solitários e identificarmos um no outro algo que nos conectava num nível mais profundo. Para

mim, era muito difícil achar algo com que me identificar no sul da Califórnia. É por isso que

James e eu nos tornamos tão bons amigos, pois ambos tínhamos problemas sociais”,

prosseguiu Lars, dando uma risadinha envergonhada. “De um jeito diferente, mas...” Ele deu

de ombros e desviou o olhar.

Para James, essa conexão só se manifestaria mais tarde, quando o Metallica se tornou

uma “família” para ele. Ele insistiu que, inicialmente, a música era o mais importante. Ainda

assim, na primeira vez em que foi à casa dos pais do baterista, James ficou muito

impressionado, e não foi apenas com a coleção de discos. A energia era muito diferente da de

sua antiga casa, onde a presença de estranhos era rara e apenas às vezes bem-vinda, a não ser

que seguissem a mesma fé religiosa, o que era rapidamente estabelecido. “Eu buscava pessoas

com as quais pudesse me identificar”, disse James. “Não me identificava muito com minha

família e, basicamente, ela se desintegrou diante de meus olhos quando eu era criança. Uma

parte de mim deseja a família, e a outra não suporta pessoas.” Na casa de Lars todos eram

bem-vindos, as diferenças, celebradas, o individualismo, estimado. E no quarto dele havia uma

parede repleta de discos, a maioria de bandas de que James nunca ouvira. Na visita seguinte a

essa caverna com tesouros da NWOBHM, levou um gravador e encheu fita após fita com

músicas de bandas como Trespass, Witchfinder General, Silverwing, Venom, Motörhead,

Saxon, Samson... Parecia não ter fim. “Bombardeei James com todas essas bandas britânicas

novas, e logo ele estava disposto a fazer alguma coisa que se destacasse naquele oceano de

mediocridade.”

Brian Slagel lembrou-se de ter saído com Lars pouco depois de sua volta da Europa. “Ele

tinha um monte de discos, e eu queria ouvir as histórias sobre ficar lá [com o Diamond Head]

e todas essas coisas. Eu estava com um ciúme danado, lógico, mas fascinado por ele ter

conseguido.” Antes da viagem à Europa, “éramos apenas moleques doidos zanzando por aí,

mas quando [Lars] voltou, ele definitivamente estava mudado. Dava para notar que tinha

curtido muito ficar com a banda, e ver a vida desses caras deu a ele muito mais motivação para

tentar montar [sua própria] banda. Foi nessa época que ele praticou bastante, tocando bateria

direto e tentando achar com quem tocar. Tudo se tornou mais sério depois que voltou da

viagem.” James também tinha pensado muito na vida enquanto Lars estava na Europa,

concluindo que continuaria no Leather Charm, principalmente como vocalista. Então,

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