SCMedia News | Revista | Novembro & Dezembro 2022

SCM Supply Chain Magazine 15
no embalamento, para acondicionarem as
garrafas. Uma máquina corta o cartão de forma
a deixá-lo em tiras e a ganhar uma consistência
que amorteça os impactos, surgindo enquanto
solução alternativa ao uso de papel kraft e
plástico nas suas operações: “isto tudo foi
feito na ótica da sustentabilidade. Em vez de
estarmos a usar papel kraft ou plástico para
acondicionar o produto quando embalamos uma
caixa, o que fizemos foi comprar uma máquina
que transforma as próprias caixas que chegam e
que seriam para deitar fora”, aponta.
A responsável nota ainda que também
dispõem de serviço de desenvolvimento das
caixas dos produtos, e sente que “por vezes
o marketing sabe o que é vendável, mas não
sabe o que é paletizável e transportável”. A
responsável conta que por vezes acontece, por
exemplo, em grandes multinacionais que contam
com uma central de compras para os mais
diversos produtos, ao não terem conhecimento
de um em específico compram cartão que não
é adequado, ou com uma aba mais larga, etc.,
e quando chega ao momento de co-packing
deparam-se com o problema. Também neste
sentido, utilizam tintas à base de água, sem
qualquer tipo de solvente, de modo a reduzir o
impacto ecológico. “Quando compramos algo
no supermercado, tudo o que está por detrás é
impensável”, comenta Elisabete Simões.
“Também tratamos dos materiais dos
pontos de venda dos nossos clientes, como as
esplanadas, cadeiras, mesas, pedras… tudo”,
acrescenta Vítor Enes. “Lembro-me que com
o nosso primeiro grande cliente, começámos
por ter mais negócio aqui em Espanha e depois
até exportámos para Portugal”. Em 2003/2004
juntaram todo o material da marca, porque
“andava perdido” em vários pontos, e reuniram-
-no num armazém, e quando os diretores
da empresa viram essa organização ficaram
surpreendidos, pois estavam todos habituados
a que o material andasse por todo o país.
O diretor-geral recorda ainda uma situação
em que questionaram o cliente sobre o
paradeiro dos artigos promocionais, e lhe
disseram que estavam espalhados por
garagens, carros dos vendedores, etc., e que
lhe perguntou quantas paletes eram. “Cerca
de 200, responderam, mas quando juntámos
tudo eram 2.000”, e destaca a importância
deste tipo de serviços e como também foi
diferenciador e conseguiu agregar valor à
operação.
“A logística multicliente é muito isto: juntar
massas críticas, que evidentemente sejam
*compatíveis, e que vão para o mesmo ponto
de entrega”, conclui Vítor Enes. •
O jornalista viajou a convite da Luís Simões.