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SCMedia News | Revista | Novembro & Dezembro 2022

A revista dos profissionais de logística e supply chain.

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SCM Supply Chain Magazine 17<br />

Da mesma maneira que é importante arriscar,<br />

é necessário fazê-lo com consciência e<br />

segurança. A inflação está a agravar as<br />

tendências e os casos de sinistros ao longo da<br />

supply chain, afetando as empresas de diversas<br />

formas. Através da aquisição de seguros, as<br />

empresas conseguem ter uma salvaguarda para<br />

os seus bens e para os que gerem, manipulam<br />

ou transportam por terceiros, mas as constantes<br />

oscilações de preços tornam a situação um<br />

pouco mais complicada para ambos os lados.<br />

Face a todos estes problemas de gestão<br />

de risco, procurámos alguns players do setor<br />

que nos pudessem ajudar a compreender a<br />

necessidade e a importância de as empresas<br />

estarem seguras.<br />

SINISTRALIDADE NO MARÍTIMO<br />

No caso do setor marítimo, uma análise da<br />

Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS)<br />

a mais de 240.000 sinistros, ocorridos entre<br />

janeiro de 2017 e dezembro de 2021, e com um<br />

valor total de cerca de 9,2 mil milhões de euros,<br />

aponta que as principais causas de perdas<br />

de seguro marítimo, por valor, são incêndios,<br />

colisão, naufrágio e carga danificada. Para além<br />

dos custos associados à carga, as reparações<br />

do setor naval também estão a ser impactadas<br />

pela inflação, associadas ao aumento dos<br />

preços do aço e das peças de reposição, bem<br />

como os custos de mão de obra.<br />

“O número de incêndios a bordo de grandes<br />

embarcações aumentou significativamente<br />

nos últimos anos, com uma série de incidentes<br />

envolvendo carga, que podem facilmente levar<br />

à perda total de uma embarcação ou a danos<br />

ambientais”, apontou Régis Broudin, diretor<br />

global de Sinistros Marítimos da AGCS.<br />

Problemas nas cadeias de abastecimento,<br />

como a inflação, deslocações mais demoradas<br />

de tripulações para o mar, perdas e danos<br />

crescentes, implementação de novas<br />

tecnologias e combustíveis de baixo carbono, e<br />

mesmo a invasão russa da Ucrânia, continuam a<br />

impactar os sinistros, assim como as alterações<br />

climáticas, com eventos extremos e novas<br />

exposições ligadas à transição zero carbono.<br />

Segundo aponta a mesma análise, ao nível da<br />

frequência dos sinistros de seguros marítimos,<br />

a principal causa são os danos na mercadoria,<br />

sendo também a terceira maior em valor. Os<br />

mais comuns são danos físicos, normalmente<br />

causados pelo manuseamento, armazenagem<br />

e embalagem inadequados, existindo ainda<br />

casos em que a variação de temperatura afetou<br />

a carga, com especial impacto nos produtos<br />

farmacêuticos.<br />

Por outro lado, nos últimos anos também<br />

foram apontados alguns roubos de alto valor,<br />

tornando-se a terceira causa mais frequente,<br />

registados em grande parte nos produtos<br />

eletrónicos de consumo e mercadorias de<br />

alto valor, como é o caso do cobre. A carga é<br />

normalmente roubada de portos, armazéns<br />

ou mesmo durante o trânsito. O recente boom<br />

no transporte de contentores também afetou<br />

os sinistros de carga, atingindo uma escassez<br />

global. Isto resultou em que contentores abaixo<br />

das normas e danificados fossem colocados<br />

novamente a circular, resultando em perdas.

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