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A terceira força de motivação é a da destruição. Tratase
de uma cerimônia realizada em virtude de raiva,
aborrecimento, desprezo, desdém ou, simplesmente, ódio
manifesto. É conhecido como praga, maldição ou agente
destruidor.
Uma das grandes falácias acerca da prática do ritual
mágico é a noção de que alguém deve antes acreditar nos
poderes da magia para conseguir ser ferido ou destruído por
eles. Nada poderia estar mais distante da verdade, pois as
vítimas mais receptivas das maldições sempre foram os
grandes zombadores. A razão é espantosamente simples. O
indígena não-civilizado é o primeiro a correr até o pajé ou
xamã mais próximo quando sente que uma maldição foi
lançada sobre ele por um inimigo. A ameaça e a presença do
mal estão com ele coincidentemente, e a crença no poder da
maldição é tão forte que ele tomará qualquer precaução contra
ela. Deste modo, através da aplicação da magia complacente,
ele frustrará qualquer ameaça que possa vir no seu caminho.
Tal homem está vigiando seu passo e não lhe dando quaisquer
chances.
Por outro lado, o homem “iluminado”, que não dá
espaço a nenhuma superstição, relega o seu medo instintivo
da maldição para o inconsciente, deste modo alimentando-o
dentro de uma força fenomenal destrutiva que se multiplicará
com cada infortúnio bem-sucedido. É claro, todo instante em
que um novo revés ocorre, o não-crente automaticamente
condenará qualquer conexão com a maldição, especialmente
para si mesmo. Essa condenação consciente é enfática quanto
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