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COMENTÁRIO

Palavra introdutória

De acordo com o Novo Dicionário Aurélio, o vocábulo medo

designa um sentimento de grande inquietação ante a noção

de um perigo real ou imaginário.

Para além das acepções linguísticas,

o medo é, antes de tudo, uma

sensação, diante da qual o organismo

coloca-se em estado de alerta

para enfrentar aquilo que acredita

ser uma ameaça.

Deste modo, pode-se afirmar

que o medo é uma emoção essencial

à sobrevivência do homem (e

de animais superiores). O indivíduo

destituído de qualquer temor

expõe-se a riscos, que podem ser

fatais.

O medo é um estado de

progressiva insegurança e

angústia, de impotência e

invalidez crescentes, ante a

impressão iminente de que

sucederá algo que queríamos

evitar e que progressivamente

nos consideramos menos

capazes de fazer (Paulo

Dalgalarrondo, psiquiatra).

1. MEDO E ANSIEDADE:

DUAS FACES DE UMA MESMA MOEDA

São muitos e variados os tipos de medo: há os declarados

e os ocultos, os naturais e os sobrenaturais (crendices), os comuns

e os inusitados. São tantos, que a tentativa de elencá-los

beira as raias do impossível.

O medo pode ser tanto objetivo (medo de altura ou de animais,

por exemplo) quanto subjetivo (medo de não ser aceito

por outras pessoas, por exemplo). Há de se destacar, no entanto,

que, antes da sensação de medo, o indivíduo é tomado

pela ansiedade, ou por um sentimento de apreensão diante

do absolutamente desconhecido — Adão foi tomado pela ansiedade

quando ouviu os passos do Senhor (Gn 3.8), e, então,

temeu (Gn 3.10).

1.1. Sinais e sintomas

Em termos bioquímicos, entende-se por medo a sensação

desencadeada pela liberação de hormônios, tais como a adrenalina,

cuja função é preparar o indivíduo para uma reação

rápida de fuga ou luta. Dentre as reações fisiológicas deflagradas

pelo medo, citamos: empalidecimento da pele; contração

muscular involuntária; aceleração dos batimentos cardíacos

e ressecamento labial.

Quando o indivíduo é exposto a ansiedades intensas por

longos períodos, seu organismo tende a desenvolver um estado

de hipervigilância (mesmo que involuntariamente) em

relação àquilo que considera uma ameaça. Esse fenômeno, se

Sentimentos que aprisionam a alma — Uma abordagem teológica

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