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COMENTÁRIO

Palavra introdutória

Especialistas afirmam que ninguém está imune à emoção

menos nobre evocada pelo homem: a inveja. Mas, por que nem

sempre é fácil conviver com o sucesso alheio? O que motiva a

inveja? Quais as suas consequências? Como vencê-la em nós?

Estas e outras perguntas serão respondidas no decorrer

desta lição, considerando as opiniões de profissionais da psiquê

humana e, sobretudo, as orientações bíblicas relativas

ao tema.

1. INVEJA, A PODRIDÃO DOS OSSOS

O verbo invejar [(hb. qin-’aṯ-; conf. Ec 4.4) e (gr. phthonon;

conf. Mc 15.10)], no latim, é composto por duas partículas (in

+ videre = invidere), que, juntas, remetem à ideia de projetar

sobre outrem um olhar maldoso.

Trata-se de um sentimento de desprazer e de pesar motivado

pelo êxito de outrem, que pode vir acompanhado de

ciúme, indignação, ódio ou desdém e de murmuração ou maledicência

(Pv 14.30).

Quando um indivíduo hipervaloriza o outro e subvaloriza a si

mesmo, pode ser tentado a promover um esvaziamento desse

outro — denegrindo sua imagem e diminuindo-o aos seus próprios

olhos (e/ou aos olhos dos demais) —, a fim de que ambos

fiquem do mesmo tamanho.

Alguns estudos revelam que

esta emoção é mais comumente

observada entre os pares, ou seja,

irmãos invejam irmãos; mães invejam

mães; amigos invejam amigos;

cunhados invejam cunhados

e profissionais invejam profissionais.

Muito dificilmente um artista

plástico invejará um astrofísico ou

um adulto invejará uma criança. E

isto acontece basicamente por dois

motivos: (1) a proximidade facilita

as comparações, tornando-as mais

frequentes; (2) os pares partilham

cosmovisões; assim, as diferenças podem representar uma

ameaça para os que se sentem em débito diante de determinada

situação.

1.1. Causas não estruturais

Para a Psicologia, a inveja

consiste no deslocamento

da energia do potencial de

determinado indivíduo para a

exacerbada preocupação com

a satisfação e prazer de outra

pessoa, geralmente íntima

do sujeito em questão.

Estudiosos da psiquê humana garantem: a inveja dói e dá

prazer. Dói porque é acompanhada da sensação de injustiça,

Sentimentos que aprisionam a alma — Uma abordagem teológica

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