A LITURGIA NO CONTEXTO URBANO - Livros Grátis

aos interesses da especulaÁ„o imobili·ria. Assim, o percurso da ocupaÁ„o da
·rea onde hoje se localiza a comunidade de HeliÛpolis deve ser feito
cuidadosamente para que seja possÌvel compreender a comunidade, que ainda
n„o conquistou sua cidadania plena e ainda luta para se tornar um bairro, obter a
regularizaÁ„o fundi·ria 169 e a posse definitiva do solo.
A Comunidade de HeliÛpolis, como È denominada por seus moradores, È
resultado de diferentes fatores, o primeiro deles foi a aÁ„o direta da Prefeitura da
Cidade de S„o Paulo, que entre os anos de 1971/72 , realizou a transferÍncia dos
moradores de outras duas favelas da cidade: a de Vila Prudente e a de Vergueiro.
Ambas para liberar as ·reas para a construÁ„o de obras p˙blicas. Os moradores
destas duas favelas formam o primeiro n˙cleo de moradores de HeliÛpolis, que
foram transferidos para alojamentos provisÛrios, eram aproximadamente 160
famÌlias 170 .
A ·rea onde se localiza HeliÛpolis, pertencia na dÈcada de 1970 ao IAPAS
(Instituto de AdministraÁ„o e PrevidÍncia e AssistÍncia Social), que construiu o
Hospital de HeliÛpolis, inaugurado em abril de 1969. ApÛs sua inauguraÁ„o os
arredores foram sendo ocupados por muitos oper·rios que haviam trabalhado na
construÁ„o do Hospital, o que caracteriza um segundo movimento de ocupaÁ„o
da ·rea. Concomitantemente, iniciava um processo de grilagem da terra 171 , nas
proximidades da Estrada das L·grimas, uma das principais via de acesso da
·rea 172 .
169
As favelas, por se localizarem em ·reas p˙blicas ou privadas sem uso, e por n„o observarem o
que prevÍ a legislaÁ„o urbana (especialmente a Lei federal 6.766, de 1979, que aborda a quest„o
do parcelamento e do uso do solo urbano), necessitam de regularizaÁ„o fundi·ria, para se
adequar ‡ lei. Esta regularizaÁ„o possui v·rios elementos: garantia formal de permanÍncia
(desapropriaÁ„o e distribuiÁ„o de tÌtulos), realizaÁ„o de melhorias na infra-estrutura urbana, etc.
(SOUZA, Marcelo L.; RODRIGUES, Glauco B. Planejamento urbano e ativismos sociais. S„o
Paulo: UNESP, 2004, p. 125)
170
SAMPAIO, Maria Ruth Amaral. HeliÛpolis, o percurso de uma invas„o. S„o Paulo:FAU/USP,
Tese de Livre DocÍncia, 1990, p. 29.
171
O Termo se refere originalmente ‡ falsificaÁ„o de escrituras de posse onde eram utilizados os
excrementos dos grilos para dar aos papeis a impress„o de antigos. S„o aos mecanismos
utilizados por pessoas ou empresas para venderem terras alheias com a apresentaÁ„o de
documentos de posse forjados. A aÁ„o dos grileiros est· quase sempre associada ‡ violÍncia
como forma de garantia do domÌnio sobre a ·rea por eles controlada.
172
SAMPAIO, Maria Ruth Amaral, op.cit., p. 30-32.
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