Elas por elas 2010
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
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relação amistosa com o nosso país, apoiando
iniciativas e projetos socioambientais. “É verdade que
no Brasil eu encontro grande concordância com minhas
ambições, minhas esperanças de outro mundo,
e aqui nós avançamos, particularmente bem, sobre
essas novas ideias”, disse Mitterrand, que já se
posicionou a favor dos povos indígenas da América
Latina, entre outros excluídos. Confira abaixo a entrevista.
Como se dá a atuação humanitária e
política da Fundação France Libertés,
fundada pela sra. em 1986?
“1,4 trilhões de dólares
são gastos por ano no
mundo com armamentos; 1%
desse orçamento seria
suficiente para que o projeto
de levar água para todos no
mundo fosse realizado.”
O objetivo da Fundação é defender os direitos
do homem e dos povos. Fizemos isso durante vários
anos, respondendo aos relatos de populações que sofriam
sob ditaduras, sejam elas econômicas ou
políticas. Durante esse percurso, eram cada vez
mais frequentes relatos sobre as inquietudes das
populações, dos povos, em relação ao futuro, tendo
em vista a poluição e a falta de água. Assim, a
Fundação compreendeu que se ela não defendesse o
estatuto da água, os direitos do homem não poderiam
mais ser abordados. Então começamos a trabalhar
seriamente com outras equipes e outras organizações,
em todo o mundo, sobre o porquê do problema da
água, no começo do século 21, tendo em vista que tais
questões não eram colocadas nas décadas
precedentes.
A água será considerada neste século tão
importante quanto o petróleo?
Todos os seres humanos, todos os seres vivos,
não podem ficar sem água; ela é a vida. Poderemos
muito bem ficar sem petróleo, mas não poderemos
ficar sem água.
Segundo dados da Fundação, 34 mil
pessoas morrem a cada dia em decorrência da
falta de água potável e 1 bilhão e meio de
pessoas não têm acesso a esse bem de forma
adequada. Qual a sua expectativa em relação
a mudanças nesse quadro?
Em 1992, houve um congresso, no Rio [a Eco 92,
no Rio de Janeiro], que culminou com uma declaração
bastante reconfortante e muito encorajadora
que dizia que a água seria acessível, em todas as partes
do mundo, no ano 2000. Ficamos felizes porque
parecia existir uma vontade política. Mas essa
vontade política não se concretizou e a razão dada
foi que não havia dinheiro. Ora, me revolto com essa
razão, que não é verdadeira. 1,4 trilhão de dólares são
gastos por ano no mundo com armamentos; 1% desse
orçamento seria suficiente para que o projeto de levar
água para todos no mundo fosse realizado. É uma
falsa razão. É porque não existe vontade política para
fazer. Estamos aqui para incitar nossos governos a
retomar o bom senso e se ocupar mais do interesse
geral da população do que da corrida ao poder e à
riqueza.
A Fundação também denuncia empresas
e governos que exploram de forma predatória
a água ou tentam privatizá-la, não é?
Esse modelo de privatização, no qual os Estados
delegam a responsabilidade a empresas privadas, que
visam a obtenção de lucros, não alcança os objetivos
de fazer com que a água seja acessível a todos. Aí que
deve ser feita uma escolha de sociedade. Temos que
ELAS POR ELAS - SETEMBRO DE 2010 43