Elas por elas 2010
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
A revista sobre gênero Elas por Elas foi criada, em 2007, com o objetivo de dar voz às mulheres e incentivar a luta pela emancipação feminina. A revista enfatiza as questões de gênero e todos os temas que perpassam por esse viés. Elas por Elas traz reportagens sobre mulheres que vivenciam histórias de superação e incentivam outras a serem protagonistas das mudanças, num processo de transformação da sociedade. A revista aborda temas políticos, comportamentais, históricos, culturais, ambientais, literatura, educação, entre outros, para reflexão sobre a história de luta de mulheres que vivem realidades diversas.
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[ Comportamento ]
Ricardo Nogueira/Folhapress
No século passado, a atriz Leila Diniz também
protagonizou um escândalo na sociedade ao posar
grávida, com a barriga à mostra num maiô de duas
peças. A partir dali, inicia uma época em que a
revolução sexual se insere na revolução dos costumes,
refletida nas roupas, na maneira de agir. Mas no caso
de Geisy Arruda, o que intriga é que a garota estava
com uma roupa que muitas garotas da sua idade
usam. Portanto, diferente de Leila Diniz, ela não
chocou porque estava à frente do seu tempo. O que
faz refletir sobre o retrocesso e a postura de intolerância
machista dos estudantes e da própria
universidade.
Dunga lança moda na Copa do Mundo e recebe críticas
fato de ser mulher e usar uma roupa também
inadequada para a ocasião, a atitude dos seus
colegas foi machista e desproporcional”, avalia. A
professora compara a moda com o futebol não só nos
exemplos entre Geisy e Dunga. “O futebol é algo fútil,
assim como a moda, às vezes, também é encarada,
mas por interessar mais aos homens ocupa as
primeiras páginas dos jornais, enquanto o tema moda
só é abordado no segundo caderno”, opina.
Segundo Tereza, a roupa não chega a ser um código
lingüístico, mas comunica, diz sempre algo. “Branco,
por exemplo, pode representar pureza; preto, luto, e
vestido curto numa mulher loira pode comunicar que
ela está se oferecendo sexualmente”, explica.
Ela lembra que a minissaia surge no momento
em que houve a liberalização das mulheres e que o
desnudamento através da moda foi um processo de
transformação.
Realização subjetiva
Na dissertação de mestrado na área de
Comunicação sobre as possibilidades do feminino,
Tereza Scofield cita a autora Gilda de Mello e Souza
que, em sua tese de doutoramento em Ciências
Sociais, escrita em 1950, abordou a moda como um
elemento usado para seduzir o sexo masculino,
mas também como o único meio lícito de expressão
da individualidade da mulher no século XIX.
Nesse período, segundo a autora, o casamento
era a alternativa mais eficaz para que as moças
adquirissem status econômico e social. Isto é, aquela
que não conseguia conquistar um marido era tida
como fracassada, sendo levada a conformar-se à vida
monótona de solteirona, acompanhando a mãe às
visitas, entregando-se aos longos bordados ou à
educação dos sobrinhos. No entanto, conforme a
pesquisadora, as roupas não tomaram seu lugar
apenas no jogo de esconde-esconde, no qual a mulher
do século XIX chamava a atenção para os seus
encantos físicos. A moda adquiriu importância na
realização subjetiva das mulheres, tornando-se uma
espécie de fresta, através da qual elas podiam se
comunicar com o mundo. Tendo a moda como
uma alternativa de expressão permitida socialmente
à mulher.
46 ELAS POR ELAS - SETEMBRO DE 2010