Arquivo do Trabalho - IAG - USP
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4.5 Relação com índices oceanos-atmosféricosOs resulta<strong>do</strong>s anteriores mostraram uma variabilidade interanual na ocorrência deepisódios anômalos nas GPCP LF e T850 LF . Essa variabilidade pode ser associada a fenômenosatmosféricos de baixa-freqüência como anomalias oceânicas, convecção tropical ou bloqueiosatmosféricos que atuam remotamente sobre uma determinada região, alteran<strong>do</strong> seu esta<strong>do</strong> básicopor um perío<strong>do</strong> sazonal ou interanual (Barnston e Livezey, 1987). Segun<strong>do</strong> Wallace e Gutzler (1981),significativas correlações simultâneas entre flutuações temporais de variáveis meteorológicas emregiões remotas formam um evidente aspecto da existência de teleconexões, através de ondasplanetárias associadas às oscilações atmosféricas de baixa-freqüência. Eventualmente, essas ondasplanetárias estão relacionadas à corrente de jato ou podem ter uma influência inter-hemisférica aocruzarem o equa<strong>do</strong>r em regiões equatoriais propícias, como por exemplo, sobre o oeste <strong>do</strong> Pacífico eAtlântico (Hoskins e Ambrizzi, 1993; Grimm e Silva Dias, 1995).A série temporal de GPCP LF e T850 LF isolada em cada região homogênea foiconfrontada com alguns índices atmosféricos e oceânicos comumente conheci<strong>do</strong>s e obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong>National Centers for Environmental Prediction/Climate Prediction Center (NCEP/CPC). Nessa análise,considerou-se a resolução temporal mensal disponível nos índices e calculou-se a média mensal dasGPCP LF e T850 LF em cada região. Além disso, separou-se o sinal de mais baixa-freqüência <strong>do</strong>síndices, isto é, oscilações maiores <strong>do</strong> que 370 dias através de meto<strong>do</strong>logia descrita anteriormente nocapítulo 3.2. A Tabela 4.1 mostra a correlação de cada região em relação a diversos índices oceanosatmosféricos,onde são destacadas as correlações com significância acima de 95% e 90% (vejalegenda da Tabela 4.1 para maiores detalhes). Wallace e Gutzler (1981) consideraram correlaçõessignificativas àquelas que eram reproduzidas em uma amostra de da<strong>do</strong>s independentes. No presenteestu<strong>do</strong>, para a análise de significância estatística, o número de graus de liberdade foi considera<strong>do</strong> 2/3<strong>do</strong> número de anos <strong>do</strong> conjunto de da<strong>do</strong>s, segun<strong>do</strong> Muza (2005), que encontrou na variabilidadeinteranual eventos positivos e negativos de chuva que correspondem a 2/3 da série temporal. Alémdisso, esse valor equivale aproximadamente ao número de episódios anômalos presentes no perío<strong>do</strong>de 1979 a 2005. A influência de fenômenos ENOS é conhecida sobre a América <strong>do</strong> Sul, maisprecisamente no norte da América <strong>do</strong> Sul engloban<strong>do</strong> as regiões da Amazônia e Nordeste brasileiro(e.g., Ropelewski e Halpert, 1987; Kousky e Kayano, 1994; Souza et al., 2000; Grimm, 2003; Muza eCarvalho, 2006). Outras regiões que também sofrem os efeitos da variabilidade interanual causada38