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Biocombustível para o Mercosul - unesdoc - Unesco

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(fumaça); (b) monóxido de carbono; (c) óxidos sulfúricos; e (d) hidrocarbonetos<br />

policíclicos aromáticos, além de serem ecologicamente interessantes,<br />

pois o gás carbônico liberado na combustão faz parte do ciclo curto do<br />

carbono, o que equilibra o balanço negativo gerado pela emissão na<br />

atmosfera de CO2 vindo de combustíveis fósseis.<br />

No tocante aos rendimentos do processo, a formação de produtos com<br />

faixas de destilação menores que 200 °C não o inviabiliza, pois estas<br />

poderiam ser utilizadas <strong>para</strong> retroalimentar o reator de craqueamento in loco,<br />

reduzindo a demanda de energia e aumentando o balanço energético do<br />

processo. Outrossim, reitera-se que os satisfatórios rendimentos obtidos na<br />

produção dos bio-óleos podem ser aumentados, bem como suas propriedades<br />

melhoradas, caso se faça uso de catalisadores durante o processo de<br />

craqueamento térmico.<br />

Sabemos que a utilização de óleos e gorduras <strong>para</strong> fabricação do bio-óleo<br />

por pirólise não acabará totalmente com a dependência do diesel mineral nas<br />

grandes metrópoles, mas a produção desses combustíveis por craqueamento<br />

<strong>para</strong> suprimento de comunidades isoladas, propriedades agrícolas de médio<br />

porte, ou cooperativas de pequenos produtores de regiões isoladas do<br />

cerrado, semi-árido nordestino e Amazônia tem sido o foco de nossas<br />

pesquisas, de forma que no futuro esses biocombustíveis possam substituir o<br />

diesel de petróleo, tornando-os auto-suficientes energeticamente, causando<br />

um aumento da fixação do homem no campo e de investimentos complementares<br />

em atividades rurais que preservem a biodiversidade, pois a<br />

aquisição de matérias-primas, tais como gorduras residuais, implicam uma<br />

não-necessidade do aumento de área <strong>para</strong> plantio, como seria no caso de<br />

culturas de oleaginosas <strong>para</strong> produção de biocombustíveis, por exemplo.<br />

Mais uma vez, os bio-óleos de sebo de boi, gordura de frango e borra de<br />

soja revelaram tais matérias-primas como ideais <strong>para</strong> esse fim, principalmente<br />

o combustível feito a partir de sebo ou de borra de soja, já que cada boi<br />

abatido rende em média 15 quilos de sebo aproveitável. Dados do IBGE (2006)<br />

reportam o abate de aproximadamente 23 milhões de cabeças no ano passado.<br />

Associando-se um baixo custo das matérias-primas ao alto custo que essas<br />

comunidades pagam pelo litro do diesel de petróleo, as pesquisas em craqueamento<br />

já nos levam a deixar a escala de bancada e começarmos a desenvolver<br />

tecnologias e processos de craqueamento que possam ser realizadas em<br />

larga escala in loco, abastecendo tais comunidades, podendo ser implantadas em<br />

diferentes regiões, aproveitando a matéria-prima disponível em cada local.<br />

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