A LITURGIA (OFÍCIO DIVINO): CENTRO DA EXISTÊNCIA ...

conhecidos sobre Cister são parte de uma reforma litúrgica muito
radical, introduzida sob o abadado [jurisdição abacial] de Alberico
(+1108), em plena fase de fundação, portanto, e terminada sob o
abadado [jurisdição abacial] de Estêvão.
Foi colocada em prática muito sistematicamente, segundo
alguns princípios claros a tal ponto que um especialista litúrgico, o Pe.
Angel A. HSussling, OSB, de Maria Laach, tentou considerá-la como
a primeira reforma litúrgica “moderna” na história da liturgia ocidental
22 . O programa (de reforma proposta) dos pais fundadores de Cister
encontrou, na reforma litúrgica sua primeira realização concreta.
Apenas este fato já mostra até que ponto eles estimavam a liturgia!
Penso que nós estamos suficientemente conscientes disso, hoje em dia,
principalmente porque não conhecemos bastante esta primeira reforma
litúrgica, que Cister começou.
Por outro lado, os historiadores puseram em relevo, como um
fenômeno interessante, o fato de que as épocas de reformas na história
da Igreja caminham a par com as reformas litúrgicas e são estimuladas
por elas 23 .
A primeira seleção que os fundadores fizeram é a supressão radical
de numerosas inclusões de orações e de ofícios que, no decorrer
dos séculos, e sobretudo após Benito de Aniano (+ 821), reformador e
“fundador” do monaquismo beneditino, haviam ampliado o ofício divino
previsto pela Regra de São Bento. Na verdade, cada dia, esses
acréscimos representavam centenas de salmos que se somavam aos 37
(39) salmos previstos pela Regra. Nesta época, havia nisso uma prática
corrente em quase todas as partes, entre os monges “negros” tradicionais
e não somente em Cluny, como freqüentemente se afirma.
Partindo do princípio da pureza da Regra (puritas Regulae), os
primeiros cistercienses tinham que provocar um conflito. É verdade
que em relação a certos pontos, a tradição estava tão arraigada que eles
fizeram algumas concessões àquilo que era inamovível. Por exemplo,
eles conservaram o ofício diário de defuntos, como também o capítulo
diário e principalmente a missa conventual diária, que não têm seus
fundamentos na Regra de São Bento (e também a missa matinal!). Um
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