A LITURGIA (OFÍCIO DIVINO): CENTRO DA EXISTÊNCIA ...

santas de Helfta: Matilde de Hackeborn (+1299) e Gertrude a Grande
(+1302).
Uma boa chave para compreender a concepção cisterciense da
liturgia e seu significado para a vida no mosteiro nos é dada pelo Pe.
Amadeu Hallier, em seus livros sobre são Elredo: “Um educador
monástico” (Pasis, 1959).o Pe. Hallier escreveu: Se queremos saber
com clareza a importância da vida litúrgica para a educação espiritual
do monge, basta analisar certos sermões das grandes fases da história
da salvaçãoa e se faz deles uma aplicação prática, pertinente ao
itinerário da alma individual. E compreenderíamos melhor, então, o
quanto, no mosteiro, a leitura da Sagrada Escritura, as pregações no
capítulo, as celebrações litúrgicas estão em conexão íntima,
incorporadas à unidade vivenciada. Passando da Igreja ao claustro,
estes monges Medievais são alimentados pelo mesmo verbo de Deus; o
que eles contemplam “realizado” nos mistérios litúrgicos, o
reconhecem “anunciado” nos Livros Sagrados... O que é
“proclamado” pela Palavra divina está “representado” por uma ação
sagrada. (Próprio 116ss). A partir daí, pode-se dizer que a liturgia era
para o monge Cisterciense Medieval um lugar teológico “locus
theologicus”, quer dizer, uma fonte fundamental de sua teologia e de
sua espiritualidade 58 .
3 – A liturgia em nossa vida cisterciense de hoje.
Se compararmos nossas condições de vida às das gerações que
nos precederam, constatamos que vivemos em outro mundo, numa
situação muito diferente da deles. Muitas coisas sofreram muitas
mudanças e continuam mudando, alguma vez incluído a um ritmo
acelerado. Estas mudanças acontecem em todos os campos: eclesial,
social, político, econômico, técnico, científico. O Concílio Vaticano II
desencadeou e realizou um aggiornamento” da vida religiosa – e
precisamente no campo litúrgico – de tal modo que nunca jamais se
vira no curso dos dois milênios da história da Igreja. A reforma litúrgica
que se seguiu ao Concílio foi seguramente a mais radical de toda a
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