A LITURGIA (OFÍCIO DIVINO): CENTRO DA EXISTÊNCIA ...
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(Decisões capitulares, n º Anexo n. , Origens cistercienses n o IX,<br />
Origens cistercienses pág. 126). Esta é também uma mostra da alta<br />
estima dos primeiros Cistercienses pela liturgia. É difícil encontrar uma<br />
ordem religiosa da Idade Média que houvesse dado tanto valor à<br />
unidade, à concórdia (concordia), e também à uniformidade<br />
(uniformitas), como os cistercienses. Esta constatação continua nos<br />
séculos posteriores até uma época recente. Cerca de 1180/1186<br />
(segundo a última constatação do Pe. Crisógono Waddel), os<br />
Cistercienses criaram um manuscrito-modelo, código litúrgico que<br />
obrigava a toda a ordem, conhecido como o Manuscrito 114 da<br />
Biblioteca municipal de Dijon 38 . É de acordo com esse “exemplar”<br />
todos os livros litúrgicos da ordem deviam ser copiados ou corrigidos.<br />
É verdade que o ideal da uniformidade não pôde ser realizado em sua<br />
radicalidade, pela razão da expansão da Ordem, pelo crescimento de<br />
suas casas e também pela expansão geográfica e cultural. Os estudos<br />
empreendidos atualmente demonstram que na prática, os princípios de<br />
reforma tão estritos dos primeiros Cistercienses não puderam ser<br />
aplicados de maneira absoluta muito tempo nem em toda a parte. Logo<br />
foi necessário fazer concessões a costumes locais ou a correntes de<br />
idéias contemporâneas. Ideal e realidade ou também Mito e realidade,<br />
são os títulos dados, voluntariamente escolhidos, nos últimos anos,<br />
para estudos sobre a história cisterciense 39 . Mas, apesar de tudo, o<br />
espírito primitivo [pioneiro] de nossos Pais permaneceram vivos<br />
através dos séculos.<br />
A reforma litúrgica dos inícios de Cister, cujas grandes linhas<br />
nós esboçamos, foi muito radical e representava, em certo ponto de<br />
vista, uma ruptura com a tradição beneditina. Não é também nenhum<br />
pouco surpreendente que os Cistercienses tenham sido logo mal vistos<br />
e intitulados de inovadores e amantes de particularidades. Houve, no<br />
século 12, uma série de escritos polêmicos entre os Cistercienses e os<br />
“monges negros” (não apenas os Cluniasenses!). Um dos que atacaram<br />
com mais ênfase a liturgia dos Cistercienses é o célebre Pedro<br />
ABELARDO (+1142), em sua décima carta 40 .<br />
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