A LITURGIA (OFÍCIO DIVINO): CENTRO DA EXISTÊNCIA ...
A LITURGIA (OFÍCIO DIVINO): CENTRO DA EXISTÊNCIA ...
A LITURGIA (OFÍCIO DIVINO): CENTRO DA EXISTÊNCIA ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
liberdade de omitir a Missa conventual, ou mesmo de cantar o ofício<br />
mais rapidamente (!), ou, como a Regra mesma o prevê, celebrar as<br />
horas menores no lugar do trabalho 50 . Se se acrescenta ao ofício coral<br />
a Missa conventual e o capítulo da manhã, isto dá cerca de seis horas<br />
de celebração litúrgica comunitária por dia, durante a semana (no<br />
verão as Vigílias são menos longas) e cerca de sete horas nos domingos<br />
e festas. A isto se acrescenta, evidentemente, todo o tempo de<br />
preparação. No decorrer dos séculos seguintes, os Capítulos gerais se<br />
viram constantemente obrigados a ajustar a distribuição da jornada [do<br />
dia-a-dia] segundo as necessidades do tempo e também segundo as<br />
capacidades das comunidades 51 .<br />
2.3 – A liturgia: uma das principais fontes da espiritualidade e da<br />
literatura cistercienses.<br />
Dado que a celebração litúrgica é verdadeiramente o centro das<br />
três principais atividades do dia-a-dia [da jornada] cisterciensebeneditino,<br />
exercem evudentemente, uma grande influência sobre a<br />
espiritualidade e a cultura dos monges e das monjas. A liturgia é o<br />
clima em que eles vivem. Dom Jean Leclercq OSB (+1993), em seus<br />
numerosos trabalhos sobre a espiritualidade monástica, não cessou de<br />
dizer como a liturgia impregnava o universo espiritual dos monges. Ele<br />
o sublinha mais particularmente em seu livro “O amor das letras e o<br />
desejo de Deus” 52 , que já se tornou um clássico. Chamai também a<br />
atenção sobre o fato de que a liturgia era o lugar privilegiado (o é<br />
sempre) onde os monges e monjas reencontravam e reencontram a<br />
Sagrada Escritura e os escritos dos Pais da Igreja, o que faz dela uma<br />
fonte muito importante de formação monástica. No livro citado, no<br />
capítulo 10, entitulado “O poema da liturgia”, Dom Leclercq escreve:<br />
Em parte é por ela (a liturgia), e nela, que os monges entram em<br />
contato com a Escritura e os Pais, embebendo-se dos grandes<br />
religiosos tradicionais, mas foi nela igualmente que sua cultura<br />
encontrou um de seus terrenos de expressão privilegiada: por ela, e a<br />
propósito dela, compreenderam seus textos mais numerosos 53 . Ele<br />
demonstrou também como tudo, na vida monástica, refere-se à liturgia:<br />
26