A LITURGIA (OFÍCIO DIVINO): CENTRO DA EXISTÊNCIA ...
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A <strong>LITURGIA</strong> (<strong>OFÍCIO</strong> <strong>DIVINO</strong>): <strong>CENTRO</strong> <strong>DA</strong><br />
<strong>EXISTÊNCIA</strong> MONÁSTICA<br />
INTRODUÇÃO: A <strong>LITURGIA</strong> COMO <strong>CENTRO</strong> DO “TRIPLO ACORDO<br />
BENEDITINO”.<br />
Segundo a Regra de nosso pai São Bento (nascido entre<br />
560/575), o dia-a-dia monástico comporta essencialmente três<br />
ocupações: a oração (liturgia/ofício divino): a lectio divina e o trabalho.<br />
Estes três elementos, que constituem o tema de nossa aula, formam o<br />
que se chamou “tríplice acordo beneditino”. São comparáveis a três<br />
círculos concêntricos: o círculo central é a liturgia. Parece-me que esta<br />
imagem, muito sugestiva, ilustra não somente o significado central da<br />
liturgia na vida monástica, como também a interdependência e a<br />
necessária harmonia entre estas três atividades.<br />
A Liturgia tem, na Regra de São Bento, um lugar de preferência,<br />
e não há necessidade desse fato ser experimentado hoje, nesta aula,<br />
porque é algo evidente para quem fez sua profissão monástica na regra<br />
de São Bento.<br />
Entre 73 capítulos da Regra, conta-se 13 (de 8 a 20) que tratam<br />
exclusivamente da celebração da liturgia (ofício divino) – precisamente<br />
sobre a celebração da oração das Horas – e isto se faz nos mínimos<br />
detalhes. Como fundamento se põe este princípio: Portanto nada se<br />
anteponha ao Ofício Divino (nihil operi Dei praeponatur) (RB.- 43,3).<br />
De fato, é a Liturgia que dá ao dia-a-dia monástico sua estrutura e seu<br />
ritmo. Isto explica que se chegou a designar o monge/a monja como<br />
homo liturgicus ,título que, por outro lado, pode ser discutido1 . O<br />
beneditino italiano Dom Giuseppe Anelli, num artigo sobre A vida<br />
monástica como existência teológica, escreve o seguinte: A vida<br />
monástica apareceu como um ato de adoração; o monge é “um ser que<br />
abre o seu coração para Deus”( Martin Buber, “que não se aparta do<br />
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